Sábado , 28 de Fevereiro DE 2009

AO PÉ DO ALTAR


Marta

Eu vivia no Claustro,
Na sombra silenciosa dos mosteiros.

Mas um dia,
Quando as penitências mortifìcavam
O meu corpo alquebrado e dolorido
E a oração
Era o conforto do meu coração,
Disse-me alguém:

“Minha filha,
Juraste fidelidade só a Deus,
Mas se entrevês os Céus
E as suas maravilhas,
Se tens a Fé mais pura,
A Esperança mais linda,
Não te esqueças que a Caridade,
O anjo que nos abre as portas da Ventura,
Não permanece
No recanto das sombras, do repouso;
Se ama a prece e a pureza,
Não faz longas e inúteis orações:
Ela é a serva de Deus
E as suas preces fervorosas
São feitas com as suas mãos carinhosas,
Que pensam no coração da Humanidade
Todas as chagas abertas
Pelo egoísmo...
Está sempre em meio às tentações
Para vencê-las,
Esmagá-las com o Bem,
Destruí-las com Amor.
A solidão da cela é um crime;
Não te retires, pois, do mundo.

Darás a Deus, sem reserva, a tua alma
Amando o próximo,
Que contigo é seu filho dileto.
Será um hino constante subindo aos Céus;
Sê a mãe desvelada,
A irmã consoladora,
A companheira tema
De todos aqueles que te rodeiam
Na estrada longa dos destinos comuns;
Sê a abnegação e a bondade serena,
E a tua Fé
Será um hino constante subindo aos Céus;
A tua esperança em Deus
Será dilatada,
Para que vislumbres as felicidades celestes
Que esperam os justos na Mansão da Alegria...”

Meu corpo não resistiu
Aos cilícios que o martirizavam
E minhalma tomada de emoção
Abandonou-o, brandamente,
Atraída pela Verdade,
Desprezando o repouso e a soledade,
Sonhando com a luz do trabalho
Em outras vidas benfazejas;
Porque a verdadeira paz de espírito
É conquistada
No seio das lutas mais acerbas,
Dos mais rudes pesares.
E só a dor que nos crucia
Ou a dor que consolamos,
– Somente a Dor em sua essência pura
Nos desvia da amarga desventura,
Purificando os nossos corações
Na conquista das altas perfeições.

Do livro Parnaso de Além-Túmulo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:11
Sexta-feira , 27 de Fevereiro DE 2009

DISCIPLINA MENTAL



Memei
Não permitas que as circunstâncias da vida interfiram no teu caráter. Forma um modo de ser, firme, e não arredes pé dessa norma que estabeleceres. A tua conduta deve ser equilibrada, não sofrendo alteração alguma, quando as coisas tomarem rumo diferente daquele que desejarias.
Ser sempre igual faz com que as criaturas não sintam receio de lidar conosco. Aquele que ora apresenta uma face, ora outra, cuja voz é mansa, às vezes, e outras, agressiva; não convida a que o procuremos sem reservas. Receamos sempre não o encontrarmos num dos seus dias favoráveis.
É muito importante adquirirmos uma característica e nela permanecermos.
Nossa fisionomia deve manter-se sempre serene e inalterável, nossa voz mansa, ainda quando tivermos de tomar atitudes sérias e graves. Se conseguirmos aquietar dentro de nós os sentimentos, eles nos obedecerão e não teremos expansões exageradas nem na alegria, nem na dor. Fácil e aconselhar, dirão muitos; difícil é viver-se aquilo que se aconselha.
Não nos esqueçamos de que, para se embeber e encharcar uma esponja, temos que mergulhá-la várias vezes na água. Assim, tanto falamos aos outros, tanto aconselhamos que também nos convencemos a nos mesmos e passamos a viver aquilo que pregamos.
Não há necessidade de correr muito. "A Natureza não dá saltos." Com calma alcançaremos a meta.
A questão e não nos desviarmos da rota e não nos distrairmos no caminho. Caminhar sempre em linha reta faz com que em breve cheguemos ao nosso destino. Não te constranjas de levar a palavra de ensinamento aonde fores, se te solicitarem e sempre que for oportuno, ainda que não estejas em condições de viver tais ensinamentos.
Compenetra-te de que a palavra é mágica e; uma vez pronunciada, impressiona as mentes que a ouvem.
Tu também ouves a tua palavra. Por isso aprende a falar somente palavras positivas e bondosas, para que teu cérebro responda num eco, baixinho, e transmita a teu corpo a ordem de pôr em prática aquilo que falaste. Disciplina mental é importante. Pensar coisas boas e puras é preparar a palavra na mesma tônica, para levá-la a todos que necessitam da magia da voz.
Aprende a ser sempre a mesma pessoa, quer o tempo esteja sereno ou tempestuoso dentro de tua alma, e todos sentirão prazer e lucrarão com a tua companhia.

Médium: Francisco Cândido Xavier
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:25
Quinta-feira , 26 de Fevereiro DE 2009

A VIDA É UMA COISA BELA

Um grande Espírito, La Rochefoucauld, disse numa de suas obras, que se devia tremer diante da vida e diante da morte! Certo, se se deve tremer é por ver sua existência incerta, perturbada, completamente falha; é por ter realizado um trabalho estéril, inútil para si e para outros; é por ter sido um falso amigo, um mau irmão, um conselheiro pernicioso; é por ser mau filho, pai irrefletido, cidadão injusto, desconhecedor de seus deveres, de seu país, das leis que vos regem, da sociedade e da solidariedade.
Quantos amigos vi, espíritos brilhantes, engenhosos, instruídos, muitas vezes faltar ao objetivo profundo da vida! Construíam hipóteses mais ou menos absurdas: aqui a negação; ali, a fé ardente; além, se faziam neófitos de tal ou qual sistema de governo, de filosofia e muitas vezes lançaram, ai de mim! suas belas inteligências num fosso, de onde não podiam mais sair senão abatidas e pisadas para sempre.
A vida com suas asperezas, seus maus gostos e suas incertezas, é entretanto uma coisa bela! Como! saís de um embrião, de um nada e trazer em torno de vós os beijos, os cuidados, o amor, o devotamento, o trabalho e isto não seria nada senão a vida! Como é, então, que para vós, seres fanados, sem força, sem linguagem, gerações inteiras tenham criado os campos, incessantemente explorados, da poupança humana? Poupais saber, filosofia, mecânica, ciências diversas; milhares de cidadãos corajosos gastaram os seus corpos e dispuseram de suas vigílias para vos criar mil elementos diversos de vossa civilização. Desde as primeiras letras até uma definição sábia, encontra-se tudo o que pode guiar e formar o espírito; hoje pode-se ver, porque tudo é luz. A sombra das idades sombrias desapareceu para sempre, e o adulto de dezesseis anos pode contemplar e admirar um nascer do sol e o analisar, pesar o ar e, como o auxílio da química, da física, da mecânica e da astronomia, se permitir mil gozos divinos. Com a pintura, reproduz uma paisagem; com a música, inscreve algumas dessas harmonias que Deus espalha em profusão nas harmonias infinitas! Com a vida, pode-se amar, dar, espalhar muito; por vezes pode-se ser sol e iluminar o seu interior, a sua família, as suas relações, ser útil, cumprir a sua missão. Oh! sim, a vida é uma coisa bela, fremente, cheia de fogo e de expansão, cheia de fraternidade e desses deslumbramentos que jogam os misérias para o último plano.
Ó vós todos, meus caros condiscípulos da rua Richelieu; vós meus fiéis de 14; vós todos que, tantas vezes, interrogastes a existência vos perguntando a palavra final; a vós que beijáveis a cabeça, incertos ante a última hora, diante da palavra Morte, que significa para vós: vazio, separação, desagregação, a vós eu venho dizer: Erguei a cabeça e esperai; não mais fraqueza, não mais terror; porque se os vossos estudos conscienciosos e as religiões de nossos pais não vos deixaram senão desgosto da vida, incerteza e incredulidade, é que, estéril em tudo, a ciência humana mal conduzida só atingia o nada. Vós todos, que amais a humanidade e resumis a esperança futura pelo estudo das ciências sociais, por sua aplicação séria, eu vos digo: Esperai, crede e procurai. Como eu, deixastes passar a verdade; nós a abandonávamos e ela batia à nossa porta, que obstinadamente lhe havíamos fechado. Daqui por diante amareis a vida, amareis a morte, essa grande consoladora; porque querereis, por uma vida exemplar, evitar recomeçar; querereis esperar no sólio da erraticidade todos aqueles que amais, não somente a vossa família, mas a geração inteira que guiastes, para lhes desejar as boas vindas e a emigração para mundos superiores.
Vedes que vivo e todos nós vivemos. A reencarnação, que tanto nos fez rir, é o problema resolvido que tanto procurávamos. Aí está este problema em vossas mãos, cheio de atrativos, de promessas ardentes; vossos pais, vossas esposas, vossos filhos, a multidão de amigos vos querem responder; estão todos reunidos, esses caros desaparecidos aos vossos olhos; falarão ao vosso espírito, à vossa razão; dar-vos-ão verdades e a fé é uma lei bem-amada. Mas, interrogai-os com perseverança. Ah! a morte nos causava medo e nós tremíamos! Entretanto eis-me, eu, Guillaumin, um incrédulo, um incerto, reconduzido à verdade. Milhares de Espíritos se apressam, esperam a vossa decisão; eles gostam da lembrança e da peregrinação pelos cemitérios! É uma baliza esse respeito aos mortos; mas esses mortos estão todos vivos; em vez de urnas funerárias e de epitáfios mais ou menos verdadeiros, eles vos pedem uma troca de idéias, de conselhos, um suave comércio de espírito, essa comunidade de idéias que gera a coragem, a perseverança, a vontade, os atos de dedicação e esse fortificante e consolador pensamento que a vida se retempera na morte e que se pode, de agora em diante, a despeito de La Rochefoucault e outros grandes gênios, nem tremer diante da vida, nem diante da morte. (Espírito de Guillaumin - R. E. 1868).
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 16:29
Quarta-feira , 25 de Fevereiro DE 2009

RECEIOS E PROMESSAS


De todas as doutrinas e sistemas filosóficas o que faz um progresso mais vertiginoso foi que o espiritismo quando olhamos plano coletivo.
Quando nos atemos ao plano individual, encontramos muitas lacunas a preencher, daí o desalento de muitos confrades que não fizeram uso da relatividade apesar de terem lido as obras fundamentais, isto porque leram, conheceram e compreenderam que somos viajores da eternidade, e que não é em uma só existência terrena que completaremos todo o ciclo evolutivo. Em nosso meio temos como companheiros, espíritos de vários graus de evolução, colhendo cada um o que está ao seu alcance.
O espiritismo é para estes como o sol é para a planta, quando lançada a terra, a semente germina, é o sol que a faz crescer, frutificar e sazonar os frutos. Assim quando a humanidade conhecer as verdades que o espiritismo ensina conhecimento este que poderá ser comparado ao germinar de semente, depois vira o crescimento que poderá ser comparado a compreensão, da compreensão vem sentir que pode ser comparado com o desabrochar da flor e o fruto, e do sazonamento.
O Cristo, já disse que se a semente não morrer não pode germinar. Quando semeamos, a semente fica enterrada, e o viajor que passa não a vê o lavrador que a semeou, não se entristece por vê-la enterrada e sumida na terra, pacientemente espera a hora dela germinar, para dedicar-lhe os seus cuidados até colher os frutos.
Jesus, veio a terra fazer a sementeira do evangelho de amor, a quase dois mil anos, durante todo esse tempo tão preciosa semente tem estado sepultada no seio da humanidade, agora que está sendo aquecida com o sol do espiritismo, regada com a perseverança, com o restilo do alambique da dor ao fogo da incompreensão, do orgulho e egoísmo dos homens, está começando a germinar.
Quando consideramos a grandeza do evangelho do Cristo, em paralelo com as paixões humanas, num materialismo sem par, na corrida desenfreada das competições, sem atender aos meios, procurando não só pelas nações, contudo o que lhe diz respeito, mas, principalmente pelas religiões, destacando-se dentre elas, a romana, procurando tudo solapar, servindo-se da ignorância de uns, do fanatismo e falta de caráter de muitos, do materialismo da maior parte, no anseio de gozos e poderes imediatos, - desanimamos.
Urge, por tanto reagir a esse desalento, apoiados nos ensinos e promessas de Jesus, quando Ele disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai a não ser por mim.
Este aviso, é a bússola pela qual devemos nortear nossas convicções, nunca nos afastamos dela, é o nosso dever a não ser que queiram ficar envolvido no caotismo gerado pela incerteza de parceria com interesses materiais a nossa maior parte das vezes malsãos.
Jesus, deixou-nos os sinais por onde conheceríamos a realização de suas promessas. Uma delas é o que hoje vos falo as ocultas, dia virá que nos será anunciado de cima dos telhados, aí temos o rádio, ocupando-se dos fenômenos espíritas e transmitindo explicações do evangelho, é a promessa de Jesus que se realiza ao pé da letra, cego, será aquele que não quiser ver esta verdade.
Jesus, também ensinou-nos que nada há oculto que não seja revelado.
Sem me referir ao vasto campo moral a que este aviso dá margem, vou ocupar-me, com uma comunicação dada mais ou menos em 1929, no centro Ismael, no Rio de Janeiro, e publicada no Reformador, Órgão da Federação Espírita Brasileira.
Esta comunicação foi dada pelo espírito de Julio Verni, dizia o seguinte: Na terra, todos tem mais ou menos uma missão a cumprir; a minha quando aí foi a de anunciarmos o surto de progresso que haveis de passar, e que está quase todo realizado.
Agora, fui novamente comissionado, para anunciar-vos que, em este século, na terra, será descoberta uma máquina que vai provar-nos que o pensamento é uma força mais poderosa e vertiginosa que a eletricidade.
Através desta máquina, podereis ver-nos, ouvir-nos, falar conosco, como também com os vossos parentes e amigos, por mais distantes que se encontrem.
Hoje, não resta a menor dúvida diante do progresso da radio televisão, da célula fotoelétrica.
Terminada que for a chacina da guerra, com a qual serão derrubadas dos velhos edifícios dos preconceitos, raças e crenças, surgirão as maravilhas que levarão o homem a tão grandiosas descobertas, através das quais teremos a certeza da imortalidade da alma.
Então, através dessa máquina, iremos ver o sofrimento em que se encontram as almas dos maus condutores de povos, as trevas em que se encontram os maus condutores religiosos, a pobreza dos ricos com fortunas mal adquiridas, o desapontamento dos hipócritas, e a felicidade dos que deixaram o seu conforto, para assistir aos seus irmãos em provas.
Essa, será a época do materialismo em que a humanidade se encontra, terá fim, e com ela a incerteza em que os homens vivem.
Será com essa visão direta do futuro que a partir daqui veremos nada levamos. Os reis deixam os tronos, os sábios as cátedras, os ricos suas fortunas, diplomas, posições, conceitos, formalidades, ritualismos, dogmas, tudo perde o valor, só o saber sem vaidade, as virtudes positivas, outorgarão a cada um, o mérito adquirido. Será também o fim das religiões interesseiras, cheias de dogmas, ritos, camufladas com os ensinos de Jesus. Digo fim, porque o princípio dessa derrocada já começou, desde a hora em que a igreja de Roma retornou infalível, e as outras igrejas começaram a se dividir por questões de mera formalidade, presidida pela vaidade, orgulho e interesse.
A luta que ora travam as religiões dominantes, são a introdução da sua derrocada.
Quantas vezes tenho visto derrubar árvores seculares, aos golpes de pequenos machados. Nessa ocasião, o que ouvimos e vemos na queda, é um gemido como um grito pedindo socorro, na queda, esmaga tudo o que está ao seu alcance, todavia, depois de derrubada ainda os galhos ficam cheios de leiva, que o sol pouco a pouco, vai extinguindo, é esse o estado atual das religiões camufladas com o nome de cristianismo.
Seus curifeus, procuravam aparecer erguendo suntuosos edifícios, ocupando um lugar de destaque na política, comparecendo com grande pompa em todas as festividades, fazendo congressos eucarísticos, com faustosa pompa, sendo os bispos carregados em andares como divindades. Tudo isto para aparentar autoridade e supremacia, procurando deter o triste fim que ele já sente.
Ao espectador superficial, as religiões marcham vitoriosas, mas para o observador prudente e cauteloso, todo este barulho são os últimos extortores. Os espectadores superficiais, não souberam ver, porque ainda estão contaminados por certos interesses, acompanhando-os não por crença religiosa, mas para defender interesses, o que leva a muitos duvidarem do estado gangrenoso que já tomou conta das religiões mercenárias.
Daí o desânimo e o desespero das religiões ao verem a caminhada do progresso no espiritismo, que está fazendo adeptos, até mesmo no meio dos componentes dessas religiões.
Serenos, calmos, confiantes, tudo isto vemos e sabemos que, quem governa o mundo, não são os homens, mas Deus.
Não nos resta a menor dúvida nas promessas de Jesus, nem nos atinge o desânimo dos que não sabem ver.
Então, quando chegarmos ao fim, será a hora de saber o que quer dizer: - O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras serão cumpridas até o último til, e o último i, ou por outra forma: não passarão até que tudo o que ensinei seja posto em prática.
Precisamos ver as coisas não pela limitada craveira humana, mas pela craveira da relatividade, dentro da qual obteremos os reais conhecimentos.
O maior dos Mestres deixou-nos o roteiro seguro: o seu evangelho, quando aplicado em nossa conduta.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 09:55
Segunda-feira , 23 de Fevereiro DE 2009

JESUS É O ESPÍRITO DA VERDADE

Qualquer estudo reclama perseverança, máxime no âmbito da doutrina espírita. Não há razões para hesitarmos no que respeita à individualidade e à identidade do Espírito de Verdade. A obra de Kardec é a fonte impoluta a que devemos recorrer para dirimir quaisquer dúvidas em matéria de espiritismo. Assim também deve ser neste caso.
Necessário considerarmos primeiramente que o Espírito de Verdade não é uma falange. Esse conceito, aliás, não é da codificação. Para Kardec, em definitiva, o Espírito de Verdade é “inspirador” e “presidente” do “ensino” de uma “doutrina soberanamente consoladora”, personificada no Evangelho segundo João sob o nome de “Consolador”. (Cf. A gênese, XVII:39 e 40. O evangelho segundo o espiritismo, VI:4.)
Portanto, trata-se de um espírito, não de vários. A tal respeito, o mestre de Lyon assim se exprimiu: “A qualificação de Espírito de Verdade não pertence senão a um e pode ser considerada como nome próprio; ela é especificada no Evangelho. De resto, esse espírito se comunica raramente, e somente em circunstâncias especiais; deve-se manter em guarda contra aqueles que se apoderam indevidamente desse título”. (Revista espírita. Julho de 1866. Qualificação de santo aplicada a certos espíritos. IDE, Tomo IX, p. 222.)
O Espírito de Verdade, ao demais, assina O livro dos espíritos juntamente com outras individualidades espirituais; fosse ele o nome de uma coletividade de espíritos e tornaria inúteis as demais assinaturas. (Cf. Exposição Preliminar, ou Prolegômenos.)
Superada esta questão da individualidade do Espírito de Verdade, elucidemos o problema crucial de sua identidade.
Em 25 de março de 1856, o guia espiritual do mestre lionês disse-lhe: “Para ti chamar-me-ei a Verdade”. (Cf. Obras póstumas.) Evidente, para nós, que é Jesus, o único espírito que se pode declarar dessa forma sem prejuízo à sua honestidade. (Cf. João 14:6.) Mas, a fim de confirmarmos isso em termos rigorosamente kardecianos, basta uma consulta ao item 48 de O livro dos médiuns, no qual, ao refutar o sistema unispírita, o codificador trata Jesus por “o Espírito da Verdade”, “o Espírito do bem por excelência”, “santo entre todos”. Este texto não permite ambigüidades. É inapelável. Não podemos desmenti-lo sem desmentir o próprio Allan Kardec. Poderíamos encerrar aqui este assunto. O Espírito de Verdade é Jesus!
Porém, na mesma obra, devemos perscrutar ainda a nota do mestre lionês à dissertação IX do capítulo XXXI. Tal dissertação, que em O livro dos médiuns aparece assinada por “Jesus de Nazaré”, figura em O evangelho segundo o espiritismo (VI:5) como de autoria de “o Espírito de Verdade”, o que constitui prova inconcussa de que ambos são a mesma individualidade.
Diz Kardec que o espiritismo “é obra do Cristo, que preside, conforme também o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra”. (O evangelho segundo o espiritismo, I:7.) Ao mesmo tempo, afirma também o codificador, indistintamente, que “o Espírito de Verdade preside ao grande movimento da regeneração”, e que esse espírito “é o verdadeiro Consolador” (A gênese, I:42), decerto, o mesmo “Cristo Consolador” do capítulo VI de O evangelho segundo espiritismo.
Se ainda hesitarmos, é só conferirmos o que é dito ao mestre quando escreve, em Ségur, O evangelho segundo o espiritismo: “Acaba a tua obra e conta com a proteção do teu guia, guia de todos nós (...) Conta conosco e conta sobretudo com a grande alma do mestre de todos nós, que te protege de modo muito particular”. (Obras póstumas, 9 de agosto de 1863.)
Além destas provas, há outras ainda.
Na Revista espírita de outubro de 1861, o prudentíssimo Erasto revela em sua epístola aos espíritas lioneses: “(...) o Espírito de Verdade, nosso mestre bem-amado (...)”. (IDE, Tomo IV, p. 303.) Já na Revista espírita de janeiro de 1864, o sábio Hahnemann afirma: “(...) o Espírito de Verdade, que dirige este Globo (...)”. (Um caso de possessão. Senhorita Julie. IDE, Tomo VII, p. 16.)
Em maio de 1864, o Espírito de Verdade comunicou-se em termos reveladores, dizendo, entre outras coisas, o seguinte: “Há dezoito séculos eu vim, por ordem de meu Pai (...). Hoje, por ordem do Eterno, os bons espíritos, seus mensageiros, vêm sobre todos os pontos do globo fazer ouvir a trombeta retumbante. Escutai as suas vozes; são aquelas destinadas a vos mostrar o caminho que conduz aos pés do Pai celeste. Sede dóceis aos seus ensinos; os tempos preditos são chegados; todas as profecias serão cumpridas (...)”. (Revista espírita. Dezembro de 1864. Comunicação espírita. A propósito de A Imitação do Evangelho. IDE, Tomo VII, p. 399.)
Em sua nota à citada comunicação, Kardec mostra a circunspecção, a cautela e a modéstia que sempre o caracterizaram, ressaltando, porém, que, descartadas as evidentemente apócrifas, em muitas comunicações que trazem o nome Espírito de Verdade, ou o nome Jesus, “(...) embora obtidas por médiuns diferentes e em épocas diferentes, nota-se entre elas uma analogia evidente de tom, de estilo e de pensamentos que acusa uma fonte única.” (Ibidem, p. 400.)
Numa comunicação de 9 de abril de 1856, o guia espiritual de Kardec dizia ao então futuro codificador do espiritismo, entre outras coisas: “Nesse mundo, a vida material é muito de ter-se em conta; não te ajudar a viver seria não te amar”. Em nota que bem mais tarde apôs a essa comunicação, o próprio mestre lionês demonstra ter vindo a saber quem era esse guia, e demonstra ainda ter-se surpreendido bastante com isso: “A proteção desse espírito, cuja superioridade eu então estava longe de imaginar, jamais, de fato, me faltou”. (Obras póstumas. 25 de março de 1856.)
Ora! Em termos rigorosamente kardecianos está dirimida esta dúvida quanto à individualidade e à identidade do Espírito de Verdade. Ele é único! Ele é Jesus! A menos que não confiemos em Kardec e nos espíritos da codificação.
Resta então apenas o problema da exegese escriturística, e esse é outro departamento, mas que também pode ser elucidado pela aplicação adequada do conhecimento espírita.
Quando Jesus disse que enviaria o Consolador, o Espírito de Verdade, se referiu simbolicamente à doutrina, nada obstante a, por outro lado, afirmar: “A vós convém que eu vá, porque, se eu não for, não virá a vós o paráclito (...) Não vos deixarei órfãos, voltarei a vós outros (...) Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora (...) Estas cousas vos tenho dito por meio de figuras; vem a hora em que não vos falarei por meio de comparações, mas vos falarei claramente a respeito do Pai”. (João 14:18; 16:7,12 e 25.) Isto já nos convida ao entendimento de que o próprio Jesus se encarregaria, mais tarde, de ensinar espiritualmente aquilo que não pudera quando encarnado.
Não há contradição. Há simbologia. Não nos informou João Evangelista que, pela compreensão do espiritismo, explicados, os “erros” se tornariam verdades? (Cf. O evangelho segundo o espiritismo, VIII:18.)
Por ser o Espírito de Verdade o próprio Jesus e por esse fato constituir o cumprimento das profecias acima citadas é que o mestre lionês assegurou, convicto: “Jesus reservou para si a completação ulterior de seus ensinamentos”. (A gênese, XVII:37.) Claro que o Cristo não estava sozinho, fez-se acompanhar de numerosa coletividade superior, a qual, por ter o seu comando direto, foi chamada “falange do Espírito de Verdade”, ou “do Consolador”. O Espírito de Verdade (segundo Kardec, “o verdadeiro Consolador”) não é, portanto, a falange em si, mas o comandante dela, o que é muito diferente.
Se o Espírito de Verdade fosse uma coletividade de espíritos, razão não haveria para que a promessa de sua vinda não houvesse sido cumprida no dia de pentecostes, como afirmam as igrejas ter acontecido, pois o que ocorreu naquele dia foi justamente um encontro mediúnico entre o apostolado cristão primitivo e uma excelsa coletividade de espíritos. (Cf. Atos, 2.)
Allan Kardec, porém, diz em A gênese (cf. XVII:42) que, no pentecostes, não se cumpriu o que Jesus profetizara do Consolador. E por quê? Porque as características declinadas pelo Cristo não se referiam propriamente a uma coletividade de espíritos, mas a uma doutrina; a chefia dessa coletividade e a responsabilidade maior pelo advento de tal doutrina é do Espírito de Verdade: inapelavelmente, Jesus. Kardec e os espíritos superiores é que o asseguram.
Ora! Se a codificação a define tão claramente, não podemos considerar esta verdade como simples conjectura. Ou será que estamos nos esforçando em cumprir aquela profecia do Espírito de Verdade, a qual adverte para o fato de que as melhores instruções de Kardec seriam desprezadas e falseadas? (Cf. Obras póstumas, 12 de junho de 1856.)
Ouçamos, por fim, o que nos diz o instrutor espiritual Alexandre, em Missionários da luz, obra ditada por André Luiz ao médium Francisco Cândido Xavier: “Por que audácia incompreensível imaginais a realização sublime sem vos afeiçoardes ao Espírito de Verdade, que é o próprio Senhor?”. (Cf. 21ª ed., FEB, 1988, p. 99). Alguma dúvida, leitor amigo?
No que tange às objeções ao fato de ser Jesus o Espírito de Verdade, nós as respeitamos enquanto expressão das possibilidades de estudo e compreensão daqueles que as utilizam... Entretanto, repetimos a frase com que iniciamos este artigo: Qualquer estudo reclama perseverança, máxime no âmbito da doutrina espírita.
Revista Internacional de Espiritismo - Março/2000
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:47
Domingo , 22 de Fevereiro DE 2009

ANTE O DIVÓRCIO


Toda perturbação no lar, frustando-lhe a viagem no tempo, tem causa específica. Qual acontece ao comboio, quando estaca indebitamente ou descarrila, é imperioso angariar a proteção devida para que o carro doméstico prossiga adiante.
No transporte caseiro, aparentemente ancorado na estação do cotidiano (e dizemos aparentemente, porque a máquina familiar está em movimento e transformação incessantes), quase todos os acidentes se verificam pela evidência de falhas diminutas que, em se repetindo indefinidamente, estabelecem, por fim, o desastre espetacular.
Essas falhas, no entanto, nascem do comportamento dos mais interessados na sustentação do veículo ou, propriamente, do marido e da mulher, chamados pela ação da vida a regenerar o passado ou a construir o futuro pelas possibilidades da reencarnação no presente, falhas essas que se manifestam de pequeno desequilíbrio, até que se desencadeie o desequilíbrio maior.
Nesse sentido, vemos cônjuges que transfiguram conforto em pletora de luxo e dinheiro, desfazendo o matrimônio em facilidades loucas, como se afoga uma planta por excesso de adubo, e observamos aqueles outros que o sufocam por abuso de sovinice; notamos os que arrasam a união conjugal em festas sociais permanentes e assinalamos os que a destroem por demasia de solidão; encontramos os campeões da teimosia que acabam com a paz em família, manejando atitudes do contra sistemático, diante de tudo e de todos, e identificamos os que a exterminam pelo silêncio culposo, à frente do mal; surpreendemos os fanáticos da limpeza, principalmente muitas de nossas irmãs, as mulheres, quando se fazem mártires de vassoura e enceradeira, dispostas a arruinar o acordo geral em razão de leve cisco nos móveis, e somos defrontados pelos que primam no vício de enlamear a casa, desprezando a higiene.
Equilíbrio e respeito mútuo são as bases do trabalho de quantos se propõem garantir a felicidade conjugal, de vez que, repitamos, o lar é semelhante ao comboio em que filhos, parentes, tutores e afeiçoados são passageiros.
Alguém perguntará como situaremos o divórcio nestas comparações. Divorciar, a nosso ver, é deixar a locomotiva e seus anexos. Quem responde pela iniciativa da separação decerto que larga todo esse instrumental de serviço à própria sorte e cada consciência é responsável por si. Não ignoramos que o trem caseiro corre nos trilhos da existência terrestre, com autorização e administração das Leis Orgânicas da Providência Divina e, sendo assim, o divórcio, expressando desistência ou abandono de compromisso, é decisão lastimável, conquanto às vezes necessária, com raízes na responsabilidade do esposo ou da esposa que, a rigor, no caso, exercem as funções de chefe e maquinista.

Emmanuel
Extraído do livro "Luz no Lar"- Francisco Cândido Xavier
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:23
Sábado , 21 de Fevereiro DE 2009

RESPEITA A QUEM TE OUVE


Se falas, vê quem está ouvindo e respeita a audição daquele que te tolera.
A educação manda dividir o tempo de falar e de ouvir. Não sejas imprudente com o teu próximo.
Não estás precisando dele para te ouvir? Por que abusar?
Nós todos precisamos uns dos outros na seqüência da própria vida. O professor que não valoriza o aluno, fica no esquecimento e retarda os seus conhecimentos. O patrão que se esquece dos seus empregados perde seus tesouros. Uma nação que não cuida dos seus filhos, passa a pedir auxílio às outras que cumprem o dever para com aqueles que trabalham. O nosso próximo é a nossa primeira meta de vida.
Se desrespeitas as leis que regulam o próprio corpo físico em que habitas, este vai se reduzindo na capacidade de viver e sofre as conseqüências. Voltamos a dizer da necessidade da harmonia em tudo e em todo lugar em que estivermos.
A mecânica do Universo está em plena harmonia com o Criador. Se tu somente falas e exiges, desagradas a teu companheiro e ele, insatisfeito, foge da tua presença, propagando esse teu desequilíbrio. Será que não dá para veres e sentires teu procedimento de imposição?
Pensa bem no que fazes durante o dia, analisa passo a passo os teus feitos e corrige os maus hábitos, herança antiga de más companhias e de ausência de educação dos teus impulsos, que desconhecem a disciplina. Quando teus amigos forem desaparecendo, desconfia do fenômeno e passa a estudar a ti mesmo, nas variadas modalidades em que vives.
Conserta o que estiver errado, apara as arestas e opera as tuas imprudências, como se fossem tumores malignos. Quem dá o primeiro alarme de teu desrespeito para com os outros são teus familiares, depois os que não te toleram. Os que te dedicam amizade mais profunda sempre se calam para não te ferir porque o Amor cobre a multidão dos pecados.
Faze a auto-análise do que pensas, do que fazes, do que falas todos os dias e jamais deixes de trabalhar por teu aprimoramento. A iluminação interna é a chave da tua própria paz. Não procures o céu fora do teu peito, pois ele mora contigo, se já não o transformaste em zonas inferiores. A tua felicidade depende de ti, porque a parte de Deus já foi feita. A luz existe tanto dentro do coração do santo quanto do teu, dependendo da tua vontade para acendê-la.
Somente tu és teu próprio benfeitor, no verdadeiro termo da palavra. Confia em Deus e parte para o trabalho em todas as diretrizes que o Amor determinar que os resultados não falharão. Se achas difícil modificar o que está feito, és uma alma que está morrendo na pauta da existência cósmica, mas é bom que te lembres de que não há morte permanente. Terás que acordar com a presença da dor, que carrega em seu carro inúmeros infortúnios e problemas sem conta para que cuides da tua própria vida, como cuidaram os que estão vivos em Cristo, na plenitude de Deus.
Quem está conscientizado do modo de viver bem, tem o maior respeito pelos que viajam com ele no mesmo caminho. Esse é o querer para nós o que desejamos para os outros, inspirado no amor a Deus sobre todas as coisas.
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 14:35
Quinta-feira , 19 de Fevereiro DE 2009

GANHANDO RESISTÊNCIA



Reconhece você que a sua resistência precisa aumentar; por isso mesmo não despreze o esforço no bem algum tanto a mais além do nível.
Se o trabalho parece estafante, suporte mais um pouco as dificuldades em que se lhe envolvem os encargos.
Onde lhe pareça já haver exercitado o máximo de humildade, apague-se um tanto mais em favor de outrem para que seu grupo alcance a segurança ideal.
Demonstre um pouco mais de paciência nos momentos de inquietação e evitará desgostos incalculáveis.
Abstenha-se algo mais de reclamações mesmo justas, no que se reporta aos seus interesses pessoais e observará quanta simpatia virá ao seu encontro.
Mostre um pouco mais de serenidade nos instantes de crise e você se transformará no apoio providencial de muita gente.
Confie algo mais na proteção da Bondade Divina e conseguirá superar obstáculos que se lhe figuravam intransponíveis.
Nos dias de enfermidade agüente um tanto mais as dificuldades e você apressará as suas próprias melhoras de maneira imprevisível.
Tolere um tanto mais as intrigas que, por ventura, lhe assediem o campo de ação, sem lhes oferecer qualquer importância e defenderá a sua própria felicidade, com inesperado brilhantismo.
Você vive no mundo em meio de provas e lutas, desafios e necessidades, ao modo de aluno entre as lições de que precisa na escola, em favor do próprio aproveitamento; aprenda a suportar os
convites ao bem dos outros e você ganhará os melhores valores da resistência.
André Luiz - Respostas da Vida (Francisco Cândido Xavier)
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:28
Quarta-feira , 18 de Fevereiro DE 2009

AGRADECER


Tudo o que cerca as criaturas na Terra, tudo é dado por Deus. Quando o homem chega para a vida, ele já encontra tudo pronto a esperá-lo: o leite, o berço, as frutas, os alimentos, as conduções, as ferramentas, todos os utensílios domésticos, todo o instrumental cirúrgico, os panos, tudo, tudo o que envolve a criatura, foi dado por Deus ou concedido, com sua permissão, para que o ser humano possa usufruir. Ele preparou a Terra e a deu para o homem habitar, beneficiar-se de tudo que nela contém, sabendo que, nessa mesma Terra, tudo iria ficar para aqueles que chegarem após usufruírem também.O homem recebe tudo, mas, quem é capaz de agradecer o pão que amanhece na mesa, o arroz, o feijão que o alimenta, o animal que foi sacrificado para que ele tenha proteína, os braços que o sustentaram desde o nascer? Quem se lembra daquele espírito guardião, anônimo, que acompanha a criatura desde o berço até depois do túmulo, para que possa, em segurança, nascer, viver, viver e caminhar no além? Muito poucos. A maioria das criaturas só pede. Pedem, exigem, são ingratos, são irresponsáveis no pedir, não aceitam as provas, se revoltam com as lutas redentoras e se rebelam contra a vontade de Deus, em provas que essas mesmas criaturas escolheram para si. A prece de louvor, a prece de gratidão que brota nos corações sensíveis, esse "pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome...", muito poucos são aqueles que começam o seu dia orando e, dentro da oração, procurando sustentar aqueles que sofrem. Em geral, estamos tão preocupados com os nossos problemas, com o nossos haveres, com as nossas vontades, com as nossas preferências que não temos tempo para aquele que nos criou, não temos tempo para aqueles que fizeram de sua vida um permanente caminhar ao nosso lado, para que tivéssemos proteção, para que caminhássemos numa linha reta, buscando melhores sendas.Em época de tanto horror, de tanta violência, em época de tanta separação, de tanto desamor, sejam vocês a chama acesa no coração, em fé, em sentimento, em amor. Lembrem-se de começar seus dias agradecendo, terminem seus dias agradecendo e saberão que é muito fácil viver, se tivermos como escudo a proteção da prece, que nos liga a planos superiores e nos faz suportar as situações inferiores que a vida nos proporciona. Se nós buscarmos o céu, o céu virá de encontro a nós. Se nós buscarmos a Terra, a Terra nos sufocará as melhores sementes e seremos um solo inóspito, onde ficarão somente os espinhos que nós mesmos semeamos no ontem e no hoje.
Bezerra de Menezes
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:54
Terça-feira , 17 de Fevereiro DE 2009

A TRAJETÓRIA DAS ALMAS

“Sobrevivência e Comunicabilidade dos Espíritos”, lançamento do Departamento Editorial da Federação Espírita Brasileira poucos meses depois de «Reencarnação e Imortalidade», no final de 1976, é deste o natural seguimento e, segundo to­das as indicações, terá do nosso público ledor a mesma favorável acolhida.
O que disse o prefaciador no seu A Guisa de Prefácio ao volume «Reencarnação e Imortalidade» é extensivo a este, integrantes ambos, a rigor, de uma só e mesma obra.
Os escritos de Hermínio C. Miranda refletem aspectos importantes da vida real dos seres humanos, seres eternos e imortais, que sobrevivem ao fenômeno da morte e tornam a reencarnar, evoluindo nos planos visível e invisível do planeta, intercomunicantes e solidários entre si. Além disso, provam, sem margem a quaisquer sofismas, a comunicabilidade dos mesmos seres hoje, entre os dois planos referidos, como há milênios, do que são atestados inconfundíveis as escrituras de todos os séculos e de diferentes povos.
Explica o Espírito Emmanuel que, “isoladamente, cada um tem no planeta o mapa das suas lutas e dos seus serviços”, sendo «o berço de todo homem o princípio de um labirinto de tentações e de dores, inerentes à própria vida na esfera terrestre, labirinto por ele mesmo traça­do e que necessita palmilhar com intrepidez moral». E conclui: «Qualquer alma tem o seu destino traçado sob o ponto de vista do trabalho e do sofrimento, e, sem paradoxos, tem de combater com o seu próprio destino, porque o homem não nasceu para ser vencido; todo Espírito labora para dominar a matéria e triunfar dos seus impulsos inferiores. »
Militando nas colunas de «Reformador», o mensário quase centenário da Casa de Ismael, uma atividade perseverante ao longo de mais de dois decênios, o autor deste livro, e de outros que estão sendo examinados ou programados pelo osso Departamento Editorial, tem sido invariavelmente o estudioso que ajuda, com a sua palavra de serenidade, lógica e fé, os caminheiros que se embrenham pelo «labirinto» das provas e expiações, dando-lhes as indicações que lhes facilitem a identificação da saída da sombra para a luz.
É ainda Emmanuel quem declara, a propósito da trajetória das almas: «Da irritabilidade à sensação, da sensação à percepção, da percepção ao raciocínio, quantas distâncias preenchidas de lutas, dores e sofrimentos!... Todavia, desses combates necessários promana o cabedal de experiências do Espírito em sua evolução gloriosa. A racionalidade do homem é a suprema expressão do progresso anímico que a Terra lhe pode prodigalizar; ela simboliza uma auréola de poder e de liberdade que aumenta naturalmente os seus deveres e responsabilidades. A conquista do livre-arbítrio compreende as mais nobres obrigações. Chegado a esse ponto, o homem se encontra no limiar da existência em outras esferas, onde a matéria rarefeita oferece novas modalidades de vida, em outras mais sublimes manifestações...
Foi por entender da maior conveniência que os trabalhos de Hermínio O. Miranda, já publica­dos em nosso periódico, se tornassem acessíveis a todos os espíritas e estudiosos em geral, que lhe sugerimos a elaboração das duas coletâneas, dentre os estudos dados à luz nesse período. Organizadas com o devido cuidado, não sem serem antes submetidos os respectivos textos a minuciosa re­visão e atualização, podem elas representar nas estantes de todos nós uma síntese de variadas e vastas obras, verdadeira biblioteca especializada, de interesse permanente e sempre ao alcance para consulta ou simples leitura.
(Prefácio de Francisco Thiesen, Presidente da Federação Espírita Brasileira, ao livro “Sobrevivência Comunicabilidade dos Espíritos”, o mais recente lançamento do Departamento Editorial da FEB).
Francisco Thiesen
Fonte: Reformador – maio, 1977
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 22:13

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