De todas as doutrinas e sistemas filosóficas o que faz um progresso mais vertiginoso foi que o espiritismo quando olhamos plano coletivo.
Quando nos atemos ao plano individual, encontramos muitas lacunas a preencher, daí o desalento de muitos confrades que não fizeram uso da relatividade apesar de terem lido as obras fundamentais, isto porque leram, conheceram e compreenderam que somos viajores da eternidade, e que não é em uma só existência terrena que completaremos todo o ciclo evolutivo. Em nosso meio temos como companheiros, espíritos de vários graus de evolução, colhendo cada um o que está ao seu alcance.
O espiritismo é para estes como o sol é para a planta, quando lançada a terra, a semente germina, é o sol que a faz crescer, frutificar e sazonar os frutos. Assim quando a humanidade conhecer as verdades que o espiritismo ensina conhecimento este que poderá ser comparado ao germinar de semente, depois vira o crescimento que poderá ser comparado a compreensão, da compreensão vem sentir que pode ser comparado com o desabrochar da flor e o fruto, e do sazonamento.
O Cristo, já disse que se a semente não morrer não pode germinar. Quando semeamos, a semente fica enterrada, e o viajor que passa não a vê o lavrador que a semeou, não se entristece por vê-la enterrada e sumida na terra, pacientemente espera a hora dela germinar, para dedicar-lhe os seus cuidados até colher os frutos.
Jesus, veio a terra fazer a sementeira do evangelho de amor, a quase dois mil anos, durante todo esse tempo tão preciosa semente tem estado sepultada no seio da humanidade, agora que está sendo aquecida com o sol do espiritismo, regada com a perseverança, com o restilo do alambique da dor ao fogo da incompreensão, do orgulho e egoísmo dos homens, está começando a germinar.
Quando consideramos a grandeza do evangelho do Cristo, em paralelo com as paixões humanas, num materialismo sem par, na corrida desenfreada das competições, sem atender aos meios, procurando não só pelas nações, contudo o que lhe diz respeito, mas, principalmente pelas religiões, destacando-se dentre elas, a romana, procurando tudo solapar, servindo-se da ignorância de uns, do fanatismo e falta de caráter de muitos, do materialismo da maior parte, no anseio de gozos e poderes imediatos, - desanimamos.
Urge, por tanto reagir a esse desalento, apoiados nos ensinos e promessas de Jesus, quando Ele disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai a não ser por mim.
Este aviso, é a bússola pela qual devemos nortear nossas convicções, nunca nos afastamos dela, é o nosso dever a não ser que queiram ficar envolvido no caotismo gerado pela incerteza de parceria com interesses materiais a nossa maior parte das vezes malsãos.
Jesus, deixou-nos os sinais por onde conheceríamos a realização de suas promessas. Uma delas é o que hoje vos falo as ocultas, dia virá que nos será anunciado de cima dos telhados, aí temos o rádio, ocupando-se dos fenômenos espíritas e transmitindo explicações do evangelho, é a promessa de Jesus que se realiza ao pé da letra, cego, será aquele que não quiser ver esta verdade.
Jesus, também ensinou-nos que nada há oculto que não seja revelado.
Sem me referir ao vasto campo moral a que este aviso dá margem, vou ocupar-me, com uma comunicação dada mais ou menos em 1929, no centro Ismael, no Rio de Janeiro, e publicada no Reformador, Órgão da Federação Espírita Brasileira.
Esta comunicação foi dada pelo espírito de Julio Verni, dizia o seguinte: Na terra, todos tem mais ou menos uma missão a cumprir; a minha quando aí foi a de anunciarmos o surto de progresso que haveis de passar, e que está quase todo realizado.
Agora, fui novamente comissionado, para anunciar-vos que, em este século, na terra, será descoberta uma máquina que vai provar-nos que o pensamento é uma força mais poderosa e vertiginosa que a eletricidade.
Através desta máquina, podereis ver-nos, ouvir-nos, falar conosco, como também com os vossos parentes e amigos, por mais distantes que se encontrem.
Hoje, não resta a menor dúvida diante do progresso da radio televisão, da célula fotoelétrica.
Terminada que for a chacina da guerra, com a qual serão derrubadas dos velhos edifícios dos preconceitos, raças e crenças, surgirão as maravilhas que levarão o homem a tão grandiosas descobertas, através das quais teremos a certeza da imortalidade da alma.
Então, através dessa máquina, iremos ver o sofrimento em que se encontram as almas dos maus condutores de povos, as trevas em que se encontram os maus condutores religiosos, a pobreza dos ricos com fortunas mal adquiridas, o desapontamento dos hipócritas, e a felicidade dos que deixaram o seu conforto, para assistir aos seus irmãos em provas.
Essa, será a época do materialismo em que a humanidade se encontra, terá fim, e com ela a incerteza em que os homens vivem.
Será com essa visão direta do futuro que a partir daqui veremos nada levamos. Os reis deixam os tronos, os sábios as cátedras, os ricos suas fortunas, diplomas, posições, conceitos, formalidades, ritualismos, dogmas, tudo perde o valor, só o saber sem vaidade, as virtudes positivas, outorgarão a cada um, o mérito adquirido. Será também o fim das religiões interesseiras, cheias de dogmas, ritos, camufladas com os ensinos de Jesus. Digo fim, porque o princípio dessa derrocada já começou, desde a hora em que a igreja de Roma retornou infalível, e as outras igrejas começaram a se dividir por questões de mera formalidade, presidida pela vaidade, orgulho e interesse.
A luta que ora travam as religiões dominantes, são a introdução da sua derrocada.
Quantas vezes tenho visto derrubar árvores seculares, aos golpes de pequenos machados. Nessa ocasião, o que ouvimos e vemos na queda, é um gemido como um grito pedindo socorro, na queda, esmaga tudo o que está ao seu alcance, todavia, depois de derrubada ainda os galhos ficam cheios de leiva, que o sol pouco a pouco, vai extinguindo, é esse o estado atual das religiões camufladas com o nome de cristianismo.
Seus curifeus, procuravam aparecer erguendo suntuosos edifícios, ocupando um lugar de destaque na política, comparecendo com grande pompa em todas as festividades, fazendo congressos eucarísticos, com faustosa pompa, sendo os bispos carregados em andares como divindades. Tudo isto para aparentar autoridade e supremacia, procurando deter o triste fim que ele já sente.
Ao espectador superficial, as religiões marcham vitoriosas, mas para o observador prudente e cauteloso, todo este barulho são os últimos extortores. Os espectadores superficiais, não souberam ver, porque ainda estão contaminados por certos interesses, acompanhando-os não por crença religiosa, mas para defender interesses, o que leva a muitos duvidarem do estado gangrenoso que já tomou conta das religiões mercenárias.
Daí o desânimo e o desespero das religiões ao verem a caminhada do progresso no espiritismo, que está fazendo adeptos, até mesmo no meio dos componentes dessas religiões.
Serenos, calmos, confiantes, tudo isto vemos e sabemos que, quem governa o mundo, não são os homens, mas Deus.
Não nos resta a menor dúvida nas promessas de Jesus, nem nos atinge o desânimo dos que não sabem ver.
Então, quando chegarmos ao fim, será a hora de saber o que quer dizer: - O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras serão cumpridas até o último til, e o último i, ou por outra forma: não passarão até que tudo o que ensinei seja posto em prática.
Precisamos ver as coisas não pela limitada craveira humana, mas pela craveira da relatividade, dentro da qual obteremos os reais conhecimentos.
O maior dos Mestres deixou-nos o roteiro seguro: o seu evangelho, quando aplicado em nossa conduta.