Terça-feira , 31 de Março DE 2009

ANTONIO LUIZ SAYÃO

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 12 de abril de 1829 e retornou à Espiritualidade no dia 31 de março de 1903, próximo a completar 74 anos de idade
Pioneiríssimo trabalhador do Espiritismo no Rio de Janeiro, quiçá do Brasil, foi um dos fundadores do Grupo dos Humildes, depois Grupo Ismael da Federação Espírita Brasileira, do qual foi diretor. Sayão tornou-se espírita no ano de 1878 e como autêntico trabalhador e colaborador de Jesus e Ismael, começou de imediato nas atividades, destacando-se entre os grandes pioneiros do Espiritismo. Foi o Grupo Ismael, verdadeira fortaleza moral, que levantou o ânimo dos trabalhadores da FEB e conseguiu fazê-la a Casa Máter do Espiritismo no Brasil, arregimentando homens da envergadura moral de Bittencourt Sampaio, Bezerra de Menezes, Ewerton Quadros, Dias da Cruz e tantos outros baluartes da Boa Nova. A vida de Sayão foi um exemplo de amor e trabalho. Escritor, Jornalista, Pregador, dedicado à assistência aos necessitados e itimorato propagador da Doutrina.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:24

31.03.1869 - DESENCARNE DE ALLAN KARDEC



Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em Lyon, França, em 3 de outubro de 1804. Estudou em Yverdun (Suíça) com o célebre Johann Heinrich Pestalozzi, de quem se tornou um eminente discípulo e colaborador. Aplicou-se à propaganda do sistema de educação que exerceu tão grande influência sobre a reforma dos estudos na França e na Alemanha.
Lingüista insigne, falava alemão, inglês, italiano, espanhol e holandês. Traduziu para o alemão excertos de autores clássicos franceses, especialmente os escritos de Fénelon (François de Salignac de la Mothe).
Rivail, o educador
Fundou em Paris – com sua esposa Amélie Gabrielle Boudet – um estabelecimento semelhante ao de Yverdun. Escreveu gramáticas, aritméticas, estudos pedagógicos superiores; traduziu obras inglesas e alemãs. Organizou, em sua casa, cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia comparada.
Membro de várias sociedades sábias, notadamente da Academia Real de Arras, foi premiado, por concurso, em 1831, com a monografia Qual o sistema de estudo mais em harmonia com as necessidades da época? Dentre as suas obras, destacam-se: Plano apresentado para o melhoramento da instrução pública (1828); Curso prático e teórico de aritmética (1829, segundo o método de Pestalozzi); e Gramática francesa clássica (1831).
Kardec, o codificador
Foi em 1854 que o Prof. Rivail ouviu falar das mesas girantes, fenômeno mediúnico que agitava a Europa. Em Paris, ele fez os seus primeiros estudos do Espiritismo. Aplicou à nova ciência o método da experimentação: nunca formulou teorias pré-concebidas, observava atentamente, comparava, deduzia as conseqüências; procurava sempre a razão e a lógica dos fatos. Interrogou os Espíritos, anotou e ordenou os dados que obteve. Por isso é chamado Codificador do Espiritismo. Os autores da Doutrina são os Espíritos Superiores. A princípio, Rivail objetivava apenas sua própria instrução. Mais tarde, quando viu que tudo aquilo formava um conjunto e tomava as proporções de uma doutrina, decidiu publicar um livro, para instrução de todos. Assim, lançou O Livro dos Espíritos em 18 de abril de 1857, em Paris. Adotou o pseudônimo Allan Kardec a fim de diferenciar a obra espírita da produção pedagógica anteriormente publicada.
Em janeiro de 1858, Kardec lançou a Revue Spirite (Revista Espírita) e fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Em seguida, publicou O que é o Espiritismo (1859), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868).
Kardec desencarnaou em Paris, em 31 de março de 1869, aos 64 anos, em razão da ruptura de um aneurisma. Seu corpo está enterrado no cemitério Père Lachaise, na capital francesa.
Seus amigos reuniram textos inéditos e anotações de Kardec no livro Obras Póstumas, que foi lançado em 1890. Em seu tumulo está escrito: “Nascer, Morrer, Renascer ainda e Progredir sem cessar, tal é a Lei.”
Fonte: Feb
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:09
Segunda-feira , 30 de Março DE 2009

SIGNOS ZODIACAIS


A posição de Allan Kardec quanto à Astrologia e à influência dos signos zodiacais em nossas vidas está claramente exposta em “A Gênese”, cap. V, item 12.
O próprio Codificador escreveu os seguintes trechos:
“Os grupos que tomaram o nome de constelações mais não são do que agregados aparentes, causados pela distância; suas figuras não passam de efeitos de perspectiva. Na realidade, porém, tais agrupamentos não existem. Se nos pudessemos transportar para a reunião de uma dessas constelações, à medida que nos aproximássemos dela, a sua forma se desmancharia e novos grupos se nos desenhariam à vista. Ora, não existindo esses agrupamentos senão na aparência, é ilusória a significação que uma supersticiosa crença vulgar lhe atribui e somente na imaginação pode existir.
A crença na influência das constelações, sobretudo das que constituem os doze signos do zodíaco, proveio da idéia ligada aos nomes que elas trazem (Leão, Touro, Gêmeos, Virgem, etc.). Se à que se chama Leão fosse dada o nome de Asno ou de Ovelha, certamente lhe teriam atribuído outra influência.”
Portanto, essa é a posição do Espiritismo sobre o assunto. O resto, ainda que venha de origem espiritual, constitui a opinião particular de espíritos pseudo-sábios ou de animismo do médium. Horóscopo e influência dos signos não passam de fantasias sem qualquer comprovação científica. Dizer que “eu sou de tal signo e portanto tenho tais características” é uma opinião meramente subjetiva, até porque podem-se encontrar características comportamentais de uma pessoa em todos os signos, além do signo dela.
No fundo, nós somos apenas o que fazemos de nós mesmos, seja nesta vida, seja nas anteriores. O livre arbítrio e as Leis Divinas, articulando-se entre si, regem o universo, nada mais.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:12
Domingo , 29 de Março DE 2009

CALVÁRIO DA INDECISÃO

Se você fixa os olhos na perfeição, provavelmente nunca fará as coisas de maneira natural e tranquila. Somente aqueles que exploraram seu interior é que reconhecem a capacidade limitadora para decidir as coisas.
A realidade é semelhante ao trabalho de azulejar uma parede. Ele não fica pronta com aplicação de um só lote de azulejos; cada caixa traz uma parte, e cada parte é assentada por vez. Peças distintas e de cores variadas são colocadas a cada novo dia até completarem a construção definitiva do painel decorativo.
Portanto, não seja temerosa e categórica em suas decisões. A resolução correta deve ser a experimental, não a definitiva. Isso não quer dizer que deva ser inconstante, mas maleável.
Em vista das diversas encarnações pelas quais passam todos os seres humanos, você há de convir que todas as coisas se transformam, e as criaturas também.Sua vinda a este Planeta tem como objetivo um aprendizado constante. Você está se descobrindo por meio de inéditas experiências, e é natural sua vacilação e insegurança.
Através da análise de suas decisões erradas é que você ficará mais apta para agir acertadamente em suas próximas atitudes. Aprenda a correr riscos, assuma a condição de criatura humana e se desligue do fervor pela perfeição presunçosa.
Pessoas rígidas não conseguem conviver com a possibilidade de ter dúvidas. Precisam resolver tudo rapidamente. Por analogia, sua personalidade é uma lente desfocada da luz do equilíbrio; por isso se mantém num estado flutuante, dirigida inteiramente pela ambiguidade terrena, ou seja, vive sob a pressão da dualidade do certo e do errado.
Você encontrará na terapêutica espírita o auto-conhecimento, a lucidez mental, a convicção e a estabilidade que tanto busca na vida. Esse encontro deve ser o primeiro passo; a seguir, estabeleça uma escala de valores morais/espirituais e exercite a confiança em seus impulsos interiores.
Alinhe a mente ao físico a fim de encontrar seu ritmo interno. Quando surgirem novas evidências que complementam os fatos (base de suas decisões), ajuste as conclusões e retifique as interpretações anteriores.
Será que você quer resolver as coisas apressadamente por medo de explorar novas idéias e conclusões?
Hammed, do livro Conviver é Melhorar.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:57
Sábado , 28 de Março DE 2009

É HOJE


O Prefeito Eduardo Paes participou na manhã desta quarta-feira, dia 28, do lançamento no Brasil da Hora do Planeta, um movimento mundial de combate ao aquecimento global, e anunciou a adesão da Cidade do Rio de Janeiro no evento, promovido pelo World Wildlife Foundation (WWF-Brasil). A solenidade foi realizada no Palácio da Cidade, em Botafogo, e teve a presença de autoridades municipais e federais, representantes do WWF-Brasil, além de artistas e convidados.
O Rio de Janeiro será a primeira cidade brasileira a se engajar nesse ato simbólico que, no dia 28 de março, das 20h30 às 21h30, apagará as luzes de monumentos cariocas como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, o Parque do Flamengo, o Jockey Club Brasileiro e a orla de Copacabana, que terá a segurança reforçada pela Guarda Municipal e Polícia Militar. A iniciativa contará ainda com a participação da comunidade do Morro Dona Marta, em Botafogo.

Para o Prefeito, o Rio de Janeiro tem um papel fundamental na discussão do tema ambiental e esse ato é o primeiro de uma série de movimentos que a cidade do Rio de Janeiro vai passar a desenvolver, no sentido de recuperar o protagonismo na discussão dessa agenda ambiental urbana.
- A Prefeitura e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estão discutindo o Programa Favela Bairro III, para que sejam feitas mudanças ambientais. Além disso, vamos trabalhar toda a parte de proteção dos Maciços da Pedra Branca e da Tijuca, que são peculiaridades do Rio de Janeiro, para recuperar esse papel de maior floresta urbana do mundo – afirmou.
A Hora do Planeta, que conta com a adesão de empresas, organizações não-governamentais, associações de bairro e pessoas em todo o mundo, tem o objetivo de conscientizar toda a população sobre a importância da adoção de novos hábitos, além de mobilizar a sociedade em torno da luta contra o aquecimento global e as mudanças climáticas. Este ano, a ação espera atingir mais de um bilhão de pessoas, em mil cidades ao redor do mundo.
- No Brasil, resolvemos lançar a campanha pela cidade do Rio de Janeiro, que é o ícone do país. O ato simbólico de apagar as luzes, ao contrário do que muitos podem pensar, não é uma iniciativa para poupar energia, mas uma forma de manifestação para conscientização e adesão a esse programa – explicou Álvaro de Souza, presidente do Conselho Diretor do WWF-Brasil.
O movimento Hora do Planeta, conhecido internacionalmente como Earth Hour, começou em 2007, em Sydney, na Austrália, quando 2,2 milhões de habitações e empresas desligaram as luzes por uma hora. Em 2008, cerca de 100 milhões de pessoas abrangendo 35 países participaram da iniciativa, que incluiu o desligamento das luzes de marcos históricos mundiais como o Coliseu de Roma; a Ponte Golden Gate, em São Francisco; e Opera House de Sydney, entre outros.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 14:14
Sexta-feira , 27 de Março DE 2009

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:21

CONHECE-TE


Cenyra Pinto
Qual a tua atitude em face da vida? Como te classificas?
Dize-me: és capaz da sinceridade de te situares, de te conheceres, de te identificares como realmente és?
Se responderes afirmativamente, eu te felicito, ainda que te reconheças com todas as qualidades negativas. Terás a teu favor a lealdade, e não viverás iludido a teu respeito.
Por certo, ao te reconheceres portador de inferioridades, não aprovarás teu modo de ser e procurarás tua reforma. Este é o primeiro passo, depois irás eliminando um a um os defeitos reconhecidos por ti, transformando-os em virtudes.
Logicamente não se espera milagres de um dia para o outro. Esse processo é lento, penoso, mas precisa ser contínuo, ininterrupto, para que não se cristalize num ponto e daí não queira mais sair.Tudo caminha, tudo cresce, tudo evolui, com ou sem a nossa autorização e colaboração, mas será para nós bem melhor caminharmos com a evolução, com os próprios pés, em plena consciência, do que aos trambolhões, arrastados pelos mil motivos que levam o homem adormecido através dos pesadelos da dor e do sofrimento, em todos os seus matizes.
Se já tens capacidade para te conheceres, és um herói e as batalhas que terá que travar no campo da tua alma, ainda manietada pelas várias ilusões do mundo, te darão mais um galão, te oferecerão a condecoração que mereces, como soldado destemido que não deserta ao enfrentar o inimigo, quando as mortíferas armas do desdém, da ingratidão, da injúria e outras armadilhas e tentações preparadas pelos senhores do carma te atingirem através das criaturas imaturas que se comprazem, ainda, em servir instrumentos de tortura para os que precisam ser testados.
Essas almas, em embrião no campo magnético da vida, são portadores de tarefas compatíveis com a sua primária evolução, mas estão a serviço, embora num setor doloroso, pois a maioria, ao invadir o campo alheio para levar sua carga demolidora, fere-se com as próprias armas, empolgada que fica com a sua triste incumbência.
Em geral, dizemos: quanto daríamos para despertar-vos sem mágoas, para fazer-vos viver sem sofrimentos. Mas a vossa atitude de acomodação, de satisfação quase total com os bens que desfrutais na Terra, bens efêmeros, mas visíveis, palpáveis e agradáveis aos vossos sentidos, torna-vos tão inacessíveis ao nosso trabalho a vosso lado que somos forçados a sacudir-vos pela dor, porque para vós só a dor é real. Só ela arranca de vós gemidos, gritos e pedidos de socorro que esperamos ouvir, para que possais entender a grande lição que a vida vos quer ensinar.
Ninguém acorda por vontade espontânea. Dormir e sonhar, ainda que os sonhos nem sempre sejam como desejais, mas sempre vos entorpecem e vos dão algum prazer, é o que desejais.
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Por isto, consideramos herói quem já é capaz de conhecer a si mesmo, quem é capaz de não sentir nenhum constrangimento, nem mesmo perante a própria consciência, de estar como está, e que já tem coragem de se lançar tenazmente contra os princípios errados que o vinham mantendo, talvez há milênios, e reconquistá-los, transmutando-os em qualidades construtivas, a serviço da grande causa do Cristo.
Meu irmão, se tu que me lês estás em condições de colocar um espelho diante da tua consciência sem sentires nenhum choque se não te apavoras com a fisionomia que vês a tua frente, por mais deformada que ela se te afigure, e se sentes o desejo de ser belo espiritualmente, se anelas ver refletida nesse espelho a imagem e semelhança de Deus, que te criou, então, meu irmão, começa agora mesmo. Retoca, reconstrói, reforma - o espelho da tua consciência.
Nesse dia, meu amigo, jovem ou ancião, te sentirás envolto num manto maravilhoso de paz, de equilíbrio e felicidade. Por onde andares, na Terra ou no espaço, será o doador da herança de nosso Pai, que tem em abundância todos os bens de que a humanidade tanto necessita e deseja, mas que, cega e surda, caminha pelo vale da sombra da morte, sem ver a beleza esparsa em tudo o que existe.
Que o Senhor dos mundos de conceda a graça de não vacilares mais, agora que te revelaste a ti mesmo. Que caminhes, levando na tua mão direita o cetro da fé, na esquerda o bordão da esperança e no coração, o amor que irá despontando, como flor tímida, mas que subirá até o céu da tua consciência e ornamentará e espargirá o perfume benfazejo e suave das almas eleitas do Senhor.
Paz, luz e amor.

Cenyra Pinto
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:20
Quinta-feira , 26 de Março DE 2009

JUDAS ESCLARECE.

Todos os anos no mês de abril a cidade assiste a malhação de Judas e muitas pessoas se comprazem no simbólico suplício, que não encontra aceitação nos meios espíritas.
A mediunidade cristã e dedicação fraterna de Francisco Cândido Xavier, somadas a inteligência e humildade de Humberto de Campos, permitiram-nos a montagem da entrevista a seguir apresentada.
Deixamos que os próprios leitores, analisando as palavras de Judas, tirem suas conclusões, inclusive quanto á afirmativa que muitos fazem de posteriormente ter sido Joana D~arc.
Pergunta: O Senhor é de fato o filho de Iscariotes?
Judas: Sim sou Judas.
Pergunta: É verdade tudo quanto diz o novo testamento a respeito de sua personalidade, na tragédia da condenação de Jesus ?
Judas: Em parte ... os Escribas que redigiram os evangelhos não atenderam ás circunstancias e as tricas políticas que, acima dos meus atos, predominaram na nefanda crucificação.
Pergunta: Que tricas políticas ?
Judas: Pôncio Pilatos e o ( Cáifas) tretarca da Galiléia, além dos seus interesses individuais na questão, tinham ainda a seu cargo salvaguardar os interesses do Estado Romano, empenhado em satisfazer ás aspirações religiosas dos anciões judeus. Sempre a mesma história. O Sinédrio desejava o reino do Céu, pelejando por Jeová a ferro e fogo; Roma queria o reino da Terra. Jesus estava entre forças antagônicas, com a sua pureza imaculada.
Pergunta: E daí ?
Judas: Ora, eu era um dos apaixonados pelas idéias do Mestre; porém o meu excessivo zelo pela doutrina me fez sacrificar o seu fundador.
Pergunta: Como assim ?
Judas: Acima dos corações, eu via a política, única arma com a qual poderia triunfar. Jesus não obteria nenhuma vitória com o desprendimento das riquezas. Com as suas teorias nunca poderia conquistar as rédeas do poder. já que em seu manto de pobre se sentia possuído de um santo horror ás propriedade.
Pergunta: Que fez então ?
Judas: Planejei uma revolta surda, como se planeja hoje na terra a queda de um chefe de Estado. O Mestre passaria a um plano secundário e eu arranjaria colaboradores para uma obra vasta e enérgica.
Pergunta: Porque entregou Jesus ?
Judas: Entregando o Mestre a Caifás, não julguei que as coisas atingissem um fim tão lamentável.
Pergunta: Arrependeu-se ?
Judas: Sim, e presumi que o suicídio fosse a única maneira de me redimir diante dos olhos do Mestre.
Pergunta: Salvou-se pelo arrependimento ?
Judas: Não. Não consegui. O remorso é uma força preliminar para os trabalhos reparadores. Depois da minha morte trágica, submergi-me em séculos de sofrimento expiatório da minha falta. Sofri horrores nas perseguições infligidas em Roma aos adeptos da doutrina de Jesus.
Pergunta: Teve outras reencarnações ?
Judas: Sim. As minhas provas culminaram em uma fogueira inquisitorial, onde, imitando o Mestre, fui traído, vendido e usurpado. Vitima da felonia e da traição deixei a Terra os derradeiros resquícios do meu crime, na Europa, no século XV. Desde esse dia em que me entreguei, por amor do Cristo, a todos os tormentos e infâmias que me aviltavam, com resignação e piedade pelos meus verdugos, fechei o ciclo das minhas dolorosas reencarnações na Terra, sentindo na fronte o osculo do perdão da minha própria consciência.
Pergunta: Muitas lembranças dos fatos ?
Judas: Sim... estou recapitulando os fatos como se passaram.
Pergunta: Qual a sua posição agora ?
Judas: Agora, irmanado com Jesus, que se acha no seu luminoso Reino das Alturas, que ainda não é deste mundo, sinto nas estradas da Terra o sinal dos meus passos divinos.
Pergunta: Que sentiu mais ?
Judas: Senti a clamorosa injustiça dos companheiros que o abandonaram inteiramente e me vem sempre uma recordação carinhosa das poucas mulheres que o ampararam no doloroso transe.
Pergunta: E quanto á figura do traidor ?
Judas: Em todas homenagens prestadas a Jesus, eu sou sempre a figura repugnante do traidor. Olho complacentemente os que me acusam sem refletir se podem atirar a primeira pedra... Sobre o meu nome pesa a maldição milenária. Pessoalmente, porém, estou saciado de justiça, porque já fui absolvido pela minha consciência, no tribunal dos suplícios redentores.
Pergunta: E Jesus ?
Judas: Quanto ao divino Mestre, infinita é sua misericórdia e não é só para comigo, porque se recebi trinta moedas vendendo-o aos seus algozes, há muitos séculos Ele está sendo criminosamente vendido no mundo, a grosso e a retalho, por todos os preços, em todos os padrões do ouro amoedado...
Repórter: É verdade, e os novos negociadores do Cristo não se enforcam depois de vende-lo.
(Matéria Publicada no Órgão “A REVELAÇÃO “, da União Espirita Paraense)
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:44
Quarta-feira , 25 de Março DE 2009

SOFRIMENTO E EUTANÁSIA


O Homem tem o direito de dispor da sua própria vida?
Não; somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.
O suicídio não é sempre voluntário?
— O louco que se mata não sabe o que faz.
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec (questões 944 e 944 A)
Quando te encontres diante de alguém que a morte parece nimbar de sombra, recorda que a vida prossegue, além da grande renovação...
Não te creias autorizado a desferir o golpe supremo naqueles que a agonia emudece, a pretexto de consolação e de amor, porque, muita vez, por trás dos olhos baços e das mãos desfalecidas que parecem deitar o último adeus, apenas repontam avisos e advertências para que o erro seja sustado ou para que a senda se reajuste amanhã.
Ante o catre da enfermidade mais insidiosa e mais dura, brilha o socorro da Infinita Bondade facilitando, a quem deve, a conquista da quitação.
Por isso mesmo, nas próprias moléstias reconhecidamente obscuras para a diagnose terrestre, fulgem lições cujo termo é preciso esperar, a fim de que o homem lhes não perca a essência divina.
E tal acontece, porque o corpo carnal, ainda mesmo o mais mutilado e disforme, em todas as circunstâncias, é o sublime instrumento em que a alma é chamada a acender a flama da evolução.
É por esse motivo que no mundo encontramos, a cada passo, trajes físicos, em figurino moral diverso.
Corpos – santuários...
Corpos – oficinas...
Corpos – bênçãos...
Corpos – esconderijos...
Corpos – flagelos...
Corpos – ambulâncias...
Corpos – cárceres...
Corpos – expiações...
Em todos eles, contudo, palpita a concessão do Senhor, induzindo-nos ao pagamento de velhas dívidas que a Eterna Justiça ainda não apagou.
Não desrespeites, assim, quem se imobiliza na cruz horizontal da doença prolongada e difícil, administrando-lhe o veneno da morte suave, porquanto, provavelmente, conhecerás também mais tarde o proveitoso decúbito indispensável à grande meditação.
E usando bondade para os que atravessam semelhantes experiências para que te não falte a bondade alheia, no dia de tua experiência maior, lembra-te de que, valorizando a existência na Terra, o próprio Cristo arrancou Lázaro às trevas do sepulcro, para que o amigo dileto conseguisse dispor de mais tempo para completar o tempo necessário à própria sublimação.
Emmanuel
Do livro: Religião dos Espíritos
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:50
Domingo , 22 de Março DE 2009

VISÃO ESPÍRITA DO HOMEM


Já se sabe que o perispírito não é uma invenção do Espiritismo, como não é um conceito abstrato. É um elemento real, que tem propriedades e toma formas visíveis. Com o Espiritismo, entretanto, em virtude das experiências mediúnicas que já se acumularam até hoje, o estudo desse “corpo intermediário” necessariamente se tornou mais específico, permitindo que se lhe reconheçam propriedades relevantes no mecanismo psico-fisiológico. Além de outros autores, considerados clássicos na literatura espírita, Gabriel Delanne dedicou boa parte de seus trabalhos ao perispírito, e trouxe, por isso mesmo, uma contribuição significativa e ainda válida em toda a plenitude. Estudou ele, por exemplo, as “Provas da existência do perispírito - sua utilidade - seu papel”, no alentado livro O Espiritismo perante a Ciência. E, assim, em toda a obra de Delanne, realmente portentosa, há o que se estudar e pensar a respeito do perispírito. Não se precisaria fazer referência a outros, aliás bastante conhecidos no meio espírita, porque não temos objetivo de erudição nesta breve crônica jornalística. Queremos acentuar, sim, o perispírito ou mediador fluídico tem funções próprias no composto humano, não é uma criação imaginária...
Na antigüidade oriental, como na grega, como entre doutores da Igreja, admitiu-se claramente a existência de uma “substância”, um corpo, um elemento equivalente, afinal de contas, entre as duas realidades fundamentais: a matéria e o Espírito. Os nomes são diversos e, por isso, há uma infinidade de expressões para traduzir a significação do perispírito (terminologia do Espiritismo) no conjunto psicossomático. Existem até uns tantos preciosismos de linguagem, verdadeiras sutilezas verbais para dizer o que seja, no fundo, esse “corpo bioplásmico”, segundo a moderníssima denominação resultante de experiências realizadas na Rússia. Há contextos espiritualistas em que se encontra o perispírito, dividido ou apresentado sob outras rubricas, com as especificações que lhe são atribuídas. Mas o que é fundamental no caso é a existência, necessária, de um elemento que se interpõe no binômio corpo-espírito. A Doutrina Espírita prefere chamá-lo simplesmente de perispírito, com explicações acessíveis a todos os níveis de instrução.
Sob o ponto de vista histórico, entretanto, além do que já se encontra em velhas fontes orientais, como noutros ramos da literatura antiga, convém considerar que na Escolástica primitiva, muito influenciada por Platão e Agostinho, também se admitiu a constituição trinária do ser humano:
1) a alma habita numa casa que lhe é essencialmente estranha; o corpo é o albergue, o hábito, o recipiente, o invólucro da alma; além de semelhante imagem, é também usada a do matrimônio.
2) o corpo e a alma estão unidos por um “spiritus physucys”, que serve de intermediário;
3) corpo e alma estão unidos pela personalidade como em uma espécie de união hipostática.
(Barnarco Bartmann - “Teologia Dogmática” - I vol., Edições Paulinas)

Tão forte lhe parece a união da alma com o corpo, com a intercalação desse - “spiritus physucus”, que funciona como intermediário, que o Autor chega a compará-la a uma espécie de união hipostática, isto é, união do Verbo divino com a natureza humana. A idéia de um “invólucro” ou “intermediário”, uma vez que o Espírito precisa de um revestimento para que possa conviver com o corpo, faz parte dos contextos espíritas, sejam quais forem os nomes que se lhe dêem. É o persipírito, sem tirar nem por.
Como o perispírito, a reencarnação, por sua vez, também já teve adeptos na Igreja, embora contra ela se tenha pronunciado e firmado sentença o Concílio de Constantinopla. Mas o certo é que Orígenes, teólogo e exegeta, defendeu a tese da preexistência, o que, aliás, é fato muito citado. Outros teólogos, como se sabe, adotaram a tese “criacionista”, isto é, a criação da alma com o corpo ou para o corpo. Justamente nesse ponto, um dos maiores doutores de sua época - Santo Agostinho - se defrontou com dificuldades para conciliar a criação da alma com o “pecado original”. Quem o diz é ainda Bartmann, na mesma obra (já referida), e ele próprio, o autor de “Teologia Dogmática”, também encontra obscuridade. Vejamos: Se é incompreensível que a alma derive do ato corpóreo da geração, todavia também o criacionismo apresenta não pequenas dificuldades. Já Santo Agostinho não sabia explicar como a alma, criada por Deus, podia nascer com o pecado original. A dificuldade conserva seu valor também para nós. Outra dificuldade pode surgir da consideração de uma criação contínua até o fim do mundo, de um número incalculável de atos diretos de Deus. mas o ponto-chave do problema, como denuncia o Autor, está justamente nesta decorrência da tese “criacionista”: Pareceria, por fim, necessário admitir uma cooperação imediata de Deus, nas numerosas gerações manchadas pela culpa. Não se pode responder à primeira dificuldade senão recorrendo ao mistério do pecado original. E no mistério esbarra tudo, não há mais saída para o raciocínio...
Contrapondo-se à idéia da criação do Espírito juntamente com o corpo, a Doutrina Espírita propõe outra análise do problema, nestes termos:
“Donde vem a aptidão extranormal que muitas crianças em tenra idade revelam, para esta ou aquela arte, para esta ou aquela ciência, enquanto outras se conservam inferiores ou medíocres durante a vida toda?”
“Donde, em certas crianças, o instinto precoce que revelam para os vícios ou para as virtudes, os sentimentos inatos de dignidade ou de baixeza, contrastando com o meio em que elas nasceram?” (O Livro dos Espíritos - questão 222).
Se, realmente, o Espírito fosse criado por Deus no ato do nascimento, seria o caso de admitir, ainda que por absurdo, criação de indivíduos que nascem com tendências para a perversão ou para a delinqüência. Seria obra de Deus?!...
A tese da preexistência explica as inclinações inatas para o bem ou para o mal, embora a Doutrina Espírita não negue a influência fortíssima da educação, do meio social, da cultura e de outros fatores contingentes. Mas o Espírito, ao voltar à Terra, pela reencarnação, traz certa bagagem de conhecimentos, virtudes ou vícios, responsáveis pelo curso de sua existência, com todos os altos e baixos deste mundo. Deus não iria criar para a vida um Espírito que já estivesse marcado com as paixões inferiores. Todos começam “simples e ignorantes” - ensina a Doutrina - mas o próprio arbítrio, que é indispensável à experiência individual, pode desviar o Espírito da rota mais justa e levá-lo aos despenhadeiros morais. “Simples e ignorantes” é a expressão textual da Doutrina “O Livros dos Espíritos - questões 115-121-133-634. É o ponto de partida. Daí por diante, cada qual adquire sua experiência através das vidas sucessivas. É um princípio que nos faz compreender a responsabilidade individual, ao passo que, se admitíssemos a criação juntamente com o corpo, chegaríamos a esta conclusão a fatal: se a criatura é má, se abusa de suas faculdades ou de seus recursos para dar expansão a tendências viciosas, não é responsável por seu procedimento, uma vez que nasceu assim, foi criada assim por Deus, colocada no corpo, ao nascer, com todas as suas mazelas morais. No entanto, o princípio da responsabilidade individual é válido no tempo e no espaço, segundo o Espiritismo.
Outra, portanto, é a perspectiva da reencarnação, que já teve defensores no seio da Igreja, embora condenada, mais tarde, como heresia. O desenvolvimento do Espírito modifica o perispírito, e este, pela ação plasmadora, tem influência sobre o corpo. Como já vimos, não apenas Platão, luminar da constelação grega da antigüidade, esposou a concepção trinária do homem, mas entre escolásticos também houve partidários dessa concepção. O homem tríplice não desagrega a unidade básica do EU. Com esta visão antropológica, a Doutrina Espírita situa o homem na Terra, em relação ao presente e ao passado, apontando-lhe o caminho do futuro, sem ilusões nem quimeras.
Deolindo Amorim
Obreiros do Bem - Agosto de 1976
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:53

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