Terça-feira , 30 de Junho DE 2009

A VINDA DE JESUS

 

 
 
     A manjedoura assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes.
     Começava a era definitiva da maioridade espiritual da Humanidade terrestre, de vez que Jesus, com a sua exemplificação divina, entregaria o código da fraternidade e do amor a todos os corações.
     Debalde os escritores materialistas de todos os tempos vulgarizaram o grande acontecimento, ironizando os altos fenômenos mediúnicos que o precedera,. As figuras de Simeão, Ana, Isabel, João Batista, José, bem como a personalidade sublimada de Maria, tem sido muitas vezes objeto de observações injustas e maliciosas; mas a realidade é que somente com o concurso daqueles mensageiros da Boa-Nova, portadores da contribuição de fervor, crença e vida; poderia, Jesus lançar na Terra os fundamentos da verdade inabalável.
     Muitos séculos depois da sua exemplificação incompreendida, há quem o veja entre os essênios, aprendendo as suas doutrinas, antes do seu messianismo de amor e de redenção. As próprias esferas mais próximas da Terra, que pela força das circunstâncias se acercam mais das controvérsias dos homens que do sincero aprendizado dos espíritos estudiosos e desprendidos do orbe, refletem as opiniões contraditórias da Humanidade, a respeito do Salvador de todas as criaturas.
     O Mestre, porém, não obstante a elevada cultura das escolas essênias, não necessitou de sua contribuição. Desde os seus primeiros dias na Terra, mostrou-se tal qual era, com a superioridade que o planeta lhe conheceu desde os tempos longínquos do princípio.
     Do seu divino apostolado nada nos compete dizer em acréscimo das tradições que a cultura evangélica apresentou em todos os séculos posteriores à sua vinda à Terra, reafirmando, todavia, que a sua lição de amor e de humildade foi única em todos os tempos da Humanidade.
     Dele asseveravam os profetas de Israel, muito antes da manjedoura e do Calvário: - “Levantar-se-á como um arbusto verde, vivendo na ingratidão de um solo árido, onde não haverá graça nem beleza; Carregado de opróbrios e desprezado dos homens, todos lhe voltarão o rosto. Coberto de ignomínias, não merecerá consideração; É que Ele carregará o fardo pesado de nossas culpas e de nossos sofrimentos, tomando sobre si todas as nossas dores; Presumireis na sua figura um homem vergando ao peso da cólera de Deus, mas serão os nossos  pecados que o cobrirão de chagas sanguinolentas e as suas feridas hão de ser a nossa redenção. Somos um imenso rebanho desgarrado, mas, para nos reunir no caminho de Deus, Ele sofrerá o peso das nossas iniqüidades. Humilhado e ferido, não soltará o mais leve queixume, deixando-se conduzir como um cordeiro ao sacrifício; O seu túmulo passará como o de um malvado e a sua morte como a de um ímpio; Mas, desde o momento em que oferecer a sua vida, verá nascer uma posteridade e os interesses de Deus hão de prosperar nas suas mãos”.
EMMANUEL 
LIVRO ANTOLOGIA MEDIÚNICA DO NATAL - Psicografia: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos
 

 

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:31
Sexta-feira , 26 de Junho DE 2009

COMO POSSO DESCOBRIR A MINHA MISSÃO NO MUNDO?

Como posso descobrir a minha missão no mundo?

Eu vejo que essa é uma dúvida muito comum entre os espíritas. Muitos palestrantes nos dizem que temos uma missão, e logo nos inquietamos tentando descobrir qual a nossa. Olhamos para nossa vida, não vemos acontecimentos importantes e ficamos na expectativa que um médium venha nos dizer, por revelação espiritual, qual a missão que nos compete. Na verdade, isso geralmente não acontece.


Madre Tereza de Calcutá era uma professora do colégio de freiras onde trabalhou por vinte anos, exercendo sua atividade comum, mas certamente esperando algo mais de si mesma, quando um dia ao realizar uma viagem de trem viu um pobre homem caído, que não conseguia se mover chamando-a com a mão. Ao se aproximar do homem, pode ouvi-lo lhe dizer:
_ “Tenho sede”.
Voltando para o convento ela reparou em uma estátua do Mestre de Nazaré na cruz. Abaixo da estátua havia uma frase:
_ “Tenho sede”.
Pela primeira vez ela percebeu que há dois mil anos Aquele homem tinha sede e lhe pedia auxílio através dos necessitados de toda ordem, e em Calcutá eles eram abundantes.

Embora existam verdadeiros missionários do Cristo na terra, a maioria de nós não tem propriamente dizendo missões, nesse grau da de Madre Tereza, Gandhi, Kardec, Chico Xavier: e tantos outros. A maioria de nós possui missões bastante dignas, mas de menor expressão para a sociedade como um todo. Vou explicar melhor mais abaixo, primeiramente, veja essa resposta dada a Kardec pelos espíritos quando responderam a questão 132 do Livro dos Espíritos.

132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão(...)”

No segundo livro de André Luiz, Os Mensageiros, em um capítulo reservado as experiências de espíritos que não completaram sua missão devidamente, vimos que muitos tinham missão junto a instituições espíritas, geralmente como médiuns ou doutrinadores, outros palestrantes ou tarefeiros.
Entre as missões de cada um existiam missões particulares, como auxiliar o reerguimento de um filho, de irmãos ou pessoa próxima.A maioria deles possuía também resgates a serem feitos, devido a débitos contraídos no passado, ou seja, a encarnação tinha um duplo sentido, missão e expiação ao mesmo tempo.

Mas quero chamar a atenção para a primeira frase da resposta:
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição.(...)”

 
O nosso verdadeiro objetivo como seres encarnados é a busca da perfeição, sendo assim, tudo o que façamos que concorra para auxiliar-nos a atingir esse objetivo, representa para nós uma atividade rumo ao cumprimento de nossa verdadeira missão.

Genericamente, a missão de cada um de nós e atingir a nossa perfeição.

Voltando ao ponto em que disse que possuímos, alguns de nós, missão muito digna mais sem maior relevo para sociedade, lembremo-nos que, o espírito de Lívia, mulher do senador Públio Lentulus do livro Há 2000 anos, era um espírito altamente evoluído, não realizou grandes obras, não se envolveu com a política, foi simplesmente mulher do senador, mas objetivava na verdade resgatar o espírito embrutecido de seu marido para Jesus, e conseguiu e ele se tornou Emmanuel que dispensa comentários.

Essa mesma situação se repete nos outros romances de Emmanuel. Em 50 Anos Depois, Célia vem auxiliar no reerguimento de seu amado, mas não deixou de deixar sua marca, como acontece comumente com esses elevados espíritos que vêem a Terra. Célia negou-se a si mesma, viveu como pobre embora filha de nobre, com identidade trocada em favor de sua genitora.

Podemos, porém, ser mais específicos. Stephen Covey, um autor americano que escreve sobre o auto gerenciamento nos deixou um exercício fascinante que nos ajuda a identificar nossa missão.
 

Exercício

 

  • Imagine-se num caixão, sendo carregado em seu funeral, sendo acompanhado por diversas pessoas, entre os quais estão os familiares, os amigos, os colegas de trabalho e os religiosos de sua crença.
  • Imagine diversas pessoas desses grupos. Imagine que em cada grupo exista um orador que irá fazer um discurso sobre você.
    Família, amigos, trabalho e religião.
  • Que tipo de pessoa você gostaria que cada orador tivesse descrito? Quais as contribuições e conquistas você gostaria de ver recordadas.
  • Olhe para cada pessoa a sua volta. Qual papel gostaria de ter desempenhado na vida delas?
  • Basicamente, as respostas que obtiver são a descrição da sua missão.
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:28
Terça-feira , 23 de Junho DE 2009

ESPÍRITOS DA LUZ



Reunião pública de 7-3-60 .
Questão nº 267 - Parágrafo 10º. (Livro dos Espíritos)

Parafraseando a luminosa definição do apóstolo Paulo, em torno da caridade, no capítulo treze da primeira epístola aos corintios, ousaremos aplicar os mesmos conceitos aos Espíritos benevolentes e sábios que nos tutelam a evolução.
Ainda que falássemos a linguagem das trevas e não possuíssemos leve raio de entendimento, — não passaríamos para eles de pobres irmãos necessitados de luz.
Ainda que nos demorássemos na vocação do crime, caindo em todas as faltas e retendo todos os vícios, a ponto de arrojar-nos, por tempo indeterminado, nos últimos despenhadeiros do mal, para nosso próprio infortúnio, — não seríamos para eles senão criaturas Infelizes, carecentes de amor.
Ainda que dissipássemos todas as nossas forças no terreno da culpa e dedicássemos a vida ao exercício da crueldade, sem a mínima noção do próprio dever, — Isso seria para eles tão-somente motivo a maior compaixão.
Os Espíritos da Luz são pacientes.
Em todas as manifestações são benignos.
Não invejam.
Não se orgulham.
Não mostram leviandade.
Não se ensoberbecem.
Não se portam de maneira inconveniente.
Não se irritam.
Não são interesseiros.
Não guardam desconfiança.
Não folgam com a injustiça, mas rejubilam-se com a verdade.
Tudo suportam.
Tudo crêem.
Tudo esperam.
Tudo sofrem.
A caridade deles nunca falha, enquanto que para nós, um dia, as revelações gradativas terão fim, os fenômenos cessarão e as provas terminarão, por desnecessárias.
Por agora, de nós mesmos, conhecemos em parte e em parte imaginamos; entretanto, eles, os emissários do Eterno Bem, acompanham-nos com devotamento perfeito, sabendo que, em matéria de espiritualidade superior, quase sempre ainda somos crianças, falamos como crianças, pensamos quais crianças e ajuizamos infantilmente.
Estão certos, porém, de que mais tarde, quando nos despojarmos das deficiências humanas, abandonaremos, então, tudo o que vem a ser pueril.
Verificaremos, assim, a grandeza deles, como a víssemos retratada em espelho, confrontando a estreiteza de nosso egoísmo com a imensurabilidade do amor com que nos assistem.
Conforte-nos, pois, reconhecer que, se ainda demonstramos fé vacilante, esperança imperfeita e caridade caprichosa, temos, junto de nós, a caridade dos mensageiros do Senhor, que é sempre maior, por não esmorecer em tempo algum.

Emmanuel
Do livro Seara dos Médiuns. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 05:13
Segunda-feira , 22 de Junho DE 2009

REFLEXÃO VÔO 447




Convidamos a todos que passarem por esse blog nesses dias para continuarmos orarando e pedindo a Jesus sobre os desencarnados dessa terrível tragédia do vôo 447 para estarmos lembrando do infinito amor de nosso Pai Celeste para que possam estar sendo amparados mais facilmente pelo plano espiritual nesse desencarne tão abrupto e necessário.
Igualmente fica o convite para uma auto-reflexão – que possamos estar refletindo em nossas vidas, sobre o que deixamos de fazer diariamente para sermos pessoas melhores – para começarmos a praticar ações para o que realmente temos vocação, para iniciarmos colaborações pequenas na caridade ao nosso próximo, para sentirmos mais a nós mesmos e principalmente para doar mais amor.
Há quanto tempo não falamos para nossa(o) parceira(o) ou nossos pais o quanto o amamos?


Uma visita a um doente, a paciência de ouvir um desabafo, a caridade de doar recursos pessoalmente aos menos favorecidos (…) tantas coisas podemos fazer para sermos realmente pessoas melhores e deixamos tudo para amanhã…
Um dia também partiremos e deixaremos de ser espíritos encarnados¹ a um corpo físico, assim como aconteceu de forma coletiva com nossos irmãos no voo 447.


No entanto agora iniciam uma nova vida, pois sabemos que pela Doutrina Espírita², suas almas não morrem. São agora espíritos vivos desprendidos do corpo físico.
Inclusive, nossas orações certamente chegarão as suas mentes, pois agora conversam através do pensamento. Nesses momentos de sono espiritual recuperam todas suas lembranças das vidas passadas e são ajudados por Espíritos mais elevados a se recomporem mentalmente para um dia poderem reencarnar novamente. Essa é a lei da evolução espiritual de maneira sintética em demasia, contudo cada vez mais verdadeira e real a medida que se estuda a obra da codificação espírita.
Interessante ainda saber que as coincidências não existem, assim como a dona de casa Sônia não embarcou, os que embarcaram certamente tinham que estar ali para quitaram dívidas de vidas anteriores³ com essa tragédia e estão agora espiritualmente mais capazes ainda de numa próxima encarnação estarem aptos a uma vida mais duradoura e livre de expiações.
Que nosso Pai Celeste possa estar iluminando a cada Espírito envolvido nesse acidente com o seu amor infinitamente grande que tem por todos nós. E que os familiares possam estar elevando seus pensamentos para transmitir paz e inspirar seus entes queridos para o caminho junto ao nosso mestre Jesus. Que assim seja.
—————————–
1. Espíritos Encarnados. Temos um corpo físico e uma corpo espiritual. Ao fecundar o óvulo o corpo espiritual se prende ao corpo físico e passa a existir um futuro ser humano naquele momento. Por isso deve-se tomar o cuidado necessário para evitar certos tipos de anticonceptivos, pois aqueles que deixam o óvulo fecundar na verdade são produtores de abortos e causam grandes males espirituais aos seus praticantes, mesmo sem saber.

2. Doutrina Espírita. Revelações sobre como é a vida espiritual e suas leis trazidas por Espíritos superiores para nosso auxilio nesse momento na Terra. Foi codificada por Allan Kardec através de perguntas aos espíritos: Uma mesma pergunta era feita a vários médiuns (pessoas capazes de entrar em contato com espíritos) em locais diferentes, comparadas, organizadas – gerando assim a codificação espírita livre de qualquer tipo de interferência da mente do medium com as obras: Livro dos Espíritos, Evangelho segundo o Espiritismo, Obras póstumas, Livro dos médiuns, Genese.

3. Dívida de vidas anteriores. Toda ação gera reação. Pela lei física da ação-e-reação um dia receberemos de volta em igual intensidade as reações que produzimos. Se elas forem negativas iremos sofrer exatamente o que produzimos anteriormente. Assim, tudo o que fizermos ao nosso próximo estamos na realidade fazendo a nós mesmos. Com “ferro fere com ferro será ferido”: Quem trair será traído, quem machucar será ferido, quem matar será morto. Contudo as boas ações irão contrabalançar com o que já fizemos de errado, por isso a grande importãncia da caridade. Jesus a todo momento tenta nos ensinar a lei da ação e reação, mas há 2000 anos atrás ficava muito difícil explicar uma lei da física que nem era conhecida ainda. Por isso Jesus nos enviou a Doutrina Espírita nesse momento evolutivo atual.
4. Médium. Chico Xavier foi o maior médium brasileiro, nos trazendo mais de 400 obras de elevado grau de conhecimento através de psicografias, facilitando o entendimento da Doutrina Espírita. Cursando apenas parte do ensino primário, mal conseguia entender certas obras que escrevia através de suas psicografias.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 18:55
Sábado , 20 de Junho DE 2009

MENSAGEM DE JEHANNE EM 15 DE JULHO DE 1909




Doce me é a comunhão com os que, como eu, amam a Nosso Senhor e Pai - e não me dói à visão do passado, por isso que ela me aproxima de vós e a lembrança de minhas comunicações com os mortos e os santos me faz irmã e amiga de todos aqueles a quem Deus concedeu o favor de conhecer o segredo da vida e da morte.
Rendo graças a Deus por me permitir transmitir-vos minha crença e minha fé e por poder ainda dizer, aos que sabem um pouco, que as vidas que o Senhor nos dá devem ser utilizadas santamente, a fim de estarmos em sua graça. Devem ser-nos gratas às vidas em que possamos desempenhar a tarefa que o todo poderoso Juiz e Pai nos assinou e devemos bendizer o que de suas mãos recebemos.
Ele sempre escolheu os fracos para realizar seus desígnios, porquanto sabe dar força ao cordeiro, conforme o prometeu; mas, este não deve misturar-se com os lobos e a alma inflamada pela fé deve guardar-se das ciladas e sofrer com paciência todas as provações e castigos que ao Senhor apraza dar-lhe.
Ele nos ministra a sua verdade sob as mais variadas formas, porém nem todos penetram a sua vontade. Submissa às suas leis e procurando respeitálas, mais acreditei do que compreendi. Eu sabia que conselhos tão salutares não podiam ser obra de inimigo e o reconforto que me deram foi para mim um arrimo e a mais doce das satisfações. Jamais soube qual era a vontade remota do Senhor. Ele me ocultou, por seus enviados, o fim doloroso que tive, compadecido da minha fraqueza e do medo que o sofrimento me causava; porém, chegada à hora, recebi, por intermédio daqueles enviados, toda a força e toda a coragem.
Ê-me doce e delicioso volver aos momentos em que primeiramente ouvi minhas vozes. Não posso dizer que me amedrontei. Fiquei grandemente admirada e mesmo um pouco surpreendida de me ver objeto da misericórdia divina. Senti subitamente, antes que as palavras me houvessem chegado, que elas vinham de servos de Deus e grande doçura experimentou em meu coração, que afinal se aquietou quando a voz do santo ressoou aos meus ouvidos. Dizer-vos o que se passava então em mim não é possível, porque eu não vos poderia descrever a minha alegria calma e intensa; mas, senti tão grande paz que, ao partirem os mensageiros, me julguei órfã de Deus e do Céu. Compreendi um pouco que à vontade deles devia ser a minha; porém, desejando imensamente que me visitassem, admirei-me das ordens que me davam e receei um pouco ver
realizados os desejos que exprimiam. Parecia-me, certamente, uma bela obra tornar-me eu a salvaguarda da França; mas, uma donzela não vai para o meio de homens d'armas. Finalmente, na doce e habitual companhia dos seres que me falavam, cheguei a ter mais confiança em mim própria e o amor que sempre consagrei a Deus me indicou a conduta a seguir, pois que não é decorosa a rebelião contra a vontade de um pai.
Foi-me penoso, embora também motivo de alegria, o obedecer e, enfim, fiz primeiramente à vontade de Deus. Por essa obediência sou feliz e nisto também acho uma razão para fazer o que Deus quer, para perdoar aos que foram o instrumento de minha morte, crente de que não tinham ódio à minha alma, tanto que lhe deram a liberdade, mas sim à obra que era por mim executada.
Tendo sido essa obra abençoada por Deus, eles eram grandemente culpados; também nenhum ódio lhes tenho às almas. Sou inimiga de tudo o que Deus reprova, da falta e da maldade. A obra que fizeram é que está fora da graça. Todos reentrarão na graça de Deus, mas a lembrança do passado não se lhes apagará. Choro o ódio que plantaram entre seus irmãos, o mau grão que semearam no campo da Igreja e que levou esta mãe que tanto amei a procurar mais a fé do que o amor do perdão. é-me grato, entretanto, vê-los emendar-se a confessar um pouco o erro que cometeram; porém, não o fizeram como eu desejara e a minha afeição à Igreja se desligará cada vez mais desta antiga reitora das almas, para se dar tão somente ao nosso doce e gracioso Senhor.
Jehanne
Mensagem constante no livro JOANA D'ARC de Léon Denis, página 236 da 14º edição
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 03:18
Quarta-feira , 17 de Junho DE 2009

INEXTINGUÍVEL AMOR

Meu caro irmão e amigo.
O discípulo do Senhor não é chamado tão-somente ao curso verbal.
Aprendizado e aplicação constituem a realização.
Não te prendas, desse modo, à indagação que perde o valor do tempo.
Pensa e age ao padrão de idealismo redentor que abraçaste.
As sementes divinas devem frutificar em nossos próprios caminhos, através do esforço perseverante.
-*-
Na fase evolutiva que nos é própria, vemos aqueles que possuem a vida e os que são possuídos por ela.
Os primeiros aproveitam o dia, enriquecendo-se de valores permanentes, no rumo das aquisições eternas.
Os segundos são aproveitados pelas forças que orientam as horas, no jogo das circunstâncias fatais.
-*-
Uns criam luz e sabedoria.
Outros descansam e sofrem os conflitos da sombra.
-*-
Governando com as diretrizes superiores, convertem-se na instrumentalidade dos Celestes Desígnios. Submetendo-se às causas de ordem inferior, perseguem a ociosidade, ainda mesmo quando o regalo inútil se lhe apresente aos olhos mortais com rotulagem fascinante.
-*-
Necessário, pois, marcharmos, com desassombro e serenidade, dilatando a capacidade receptiva, à frente da Majestade Criadora.
O fenômeno nos círculos físicos e espirituais não tem outro objetivo senão acordar a mente para a revelação do Mais Alto.
-*-
Provar a divindade em nós – herdeiros das Bênçãos Universais- é muito mais que positivar a sobrevivência, além da morte.
-*-
Guardar a bondade e o entendimento na direção do Amor Supremo vale mais que o poder de demonstrar a existência dos anjos.
O Reino do Senhor começará no indivíduo ou jamais se estabelecerá na Terra, porque Deus visita o homem e educa-o através do próprio homem.
O processo de auto-aprimoramento, na sublimação do raciocínio e do sentimento, transforma-nos em servos da Lei Soberana e Compassiva, constituindo, em nossa esfera de edificações presentes, o ministério maior.
-*-
Espiritualizemo-nos, portanto, meu amigo, no caminho da perfeição e prossigamos com Jesus.
Não importa a incompreensão.
-*-
Cada criatura vê o horizonte que os próprios olhos podem abranger.
Quem ama não discute.
-*-
Serve em silencio, semeia o bem a distancia da preocupação de recompensa e segue adiante.
O trabalho cristão é a nossa alavanca renovadora.
Busquemos a ciência, realizando a sublimação.
Os dias escoam-se apressados.
As formas refundem-se, incessantemente.
A morte que modifica e seleciona, pune e corrige, atinge os próprios mundos.
-*-
Detendo o Tesouro do Conhecimento Divino, elevemos nosso coração aos santuários eternos.
-*-
Responsáveis pelas dívidas que criamos no passado, com a falsa aplicação das bênçãos recebidas, somos também candidatos à riqueza imperecível do futuro.
Situados entre os séculos que se foram e os milênios que virão, temos um diamante sublime a lapidar para o Supremo Senhor – nosso próprio coração que dorme ainda no berço de aspirações primárias, bafejado pelos raios de luz celeste.
-*-
Aperfeiçoemos o caminho, aperfeiçoando-nos.
Trabalha e auxilia sempre, auxiliando a ti mesmo.
Unamo-nos espiritualmente, em derredor do Cristo. Gravitemos, felizes, em torno d´Ele.
O sol comunica-se com o verme, a milhões de quilômetros. O Divino Mestre sustentar-nos-á, igualmente, nas profundezas de nossa humildade, abençoando-nos os propósitos de ascensão, com a luz do seu inextinguível amor.

(página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, dirigida a um irmão e amigo, na noite de 29/6/498, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas)

Livro – Abençoa Sempre – Francisco Cândido Xavier – espíritos diversos
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:32
Terça-feira , 16 de Junho DE 2009

CAMPANHA DO VALLE DO LOIRE

Nesta data Jehanne Dárc estava em 1429 fazendo a campanha do Valle do Loire
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:07
Domingo , 14 de Junho DE 2009

A FATALIDADE NA INTERPRETAÇÃO ESPÍRITA





A fatalidade vem sendo a vilã nas doutrinas não reencarnacionistas, para explicar as ocorrências que representam para elas, uma predeterminação e infalibilidade completa dos acontecimentos, qualquer que seja sua natureza, boa ou má; o infalível, o inevitável, o irrevogável, o funesto, o decisivo, o inadiável, o nefasto, o pré-estabelecido. Seria assim, representativa da vontade de Deus, sem no entanto explicarem o porquê dessa vontade optativa para uns e não para outros, e das suas relações com a justiça divina; estaríamos assim, vulneráveis ao fatalismo, ao destino, à sorte e ao azar. Haveria um determinismo e tudo o que acontecesse estaria pré-estabelecido, nada se podendo fazer contra ele, ou vinculado a casualidade.

Para nós espíritas, no entanto, nada acontece por acaso e a fatalidade não é um acontecimento pré-determinado ou ocasional, é uma construção; quando escolhemos as nossas provas nós somos os artífices delas, os “construtores do nosso destino e cada pessoa encontra-se num contexto parcialmente determinado pelo conjunto de suas ações desta vida, das vidas anteriores e dos períodos na erraticidade,” (01) e portanto a fatalidade, vem depois do livre arbítrio do Espírito; a matéria não tem livre arbítrio, esta sim, está sujeita a fatalidade, porque é dependente de leis biológicas e físico-químicas, numa relação de causa e efeito.

“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela forma para sofrer. Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem achar-se colocado.” (02)

Na figura (no final deste texto) vemos a programação reencarnatória estabelecida pela espiritualidade superior, adaptando o gênero das provas, escolhida pelo Espírito e as expiações por eles imposta, de acordo com as necessidades deste mesmo Espírito. Este pode, no entanto, ignorar ou rebelar-se contra o protocolo pré-estabelecido e agindo por seu livre arbítrio, trilhar outro caminho, tentando burlar a lei, com graves conseqüências para o seu Espírito, repercussões no seu perispírito e às vezes até, imediatamente imprimidas no seu corpo físico.

O câncer de pulmão, por exemplo, pode não ter sido nem prova, nem expiação, mas se o homem fuma desbragadamente, o cigarro pode agir desencadeando a doença, quando existirem causas predisponentes, ou em caso contrário, determinando-a, sem que tivesse havido nenhuma eleição anterior dele ou da espiritualidade; a conseqüência fatal, a morte prematura, também não correspondia a nenhum processo estabelecido no planejamento da recorporificação do Espírito. O mau uso de seu livre arbítrio e que o levou aquela fatalidade, ao infortúnio.

“Na realidade nós somos o que fomos, encontrando-se gravadas no nosso perispírito, todas as nossas vivências e experiências pregressas, a se transmitir através do modelo organizador biológico ao novo corpo físico, não como uma fatalidade, mas como um ponto de partida, podendo ser modificada, na decorrência do que realizarmos de positivo ou negativo, na edificação de nossa proposta reencarnatória.” (03)

Quando nós persistimos no erro, no endurecimento, sujeitamo-nos às reencarnações compulsórias e portanto às expiações; a Lei do Progresso é fatal para o Espírito, que inexoravelmente seguirá o caminho da evolução e da felicidade. Quando Jesus nos convocou usando as palavras, “Sede perfeitos como vosso Pai Celestial o é” (Mateus, 5:48), colocou o verbo no imperativo, que determina assim que a perfeição terá que ser atingida, evidenciando o caminho na busca eterna por ela, que é o destino de todos nós, único compatível com a bondade, a misericórdia e a justiça infinitas de Deus. A Doutrina Espírita nos mostra que, graças esta essência do nosso Pai Celestial, nós nunca seremos deserdados, pois é inconciliável com ela, a nossa condenação a penas eternas, e alcançaremos através de reencarnações sucessivas, o que foi determinado, pois seremos todos não o que queremos, mas o que devemos ser; a lei do progresso, da reencarnação e de causa e efeito, estão também aneladas ao amor, a misericórdia e a justiça, no rosário iluminado da infinita grandeza divina.

Acreditamos numa programação reencarnatória, um protocolo pré-estabelecido no Ministério da Regeneração, feita pela Espiritualidade Superior, sob a égide de Deus, que seriam então, completamente incompetentes, se houvesse fatalidade para acontecimentos espirituais. Se o Espírito está cumprindo, no uso de seu livre arbítrio, a sua programação reencarnatória, não há como, pois, ser visitado pela fatalidade; outro Espírito não poderá se intrometer e quebrar os elos, estabelecidos neste programa.

“O determinismo, representado pelas leis de Deus, ou pela ação de Seus emissários, atuam no sentido de que terceiros não sejam atingidos pelo mau uso do seu livre-arbítrio, quando não o merecem.” (04)

O merecimento preserva o Espírito da fatalidade, de acordo com o que foi estabelecido pela lei de Deus, que não pode ser transgredida ou anulada.

“Nem livre arbítrio, nem determinismo absolutos, na encarnação, mas liberdade condicionada” (Bozzano, Ernesto, 1930) (05)

O livre arbítrio existe dentro da lei de liberdade e esta última, termina no limite entre a nossa e a do nosso semelhante; o entrelaçamento e os acontecimentos aparentemente fatais, nada mais são do que processos cármicos, consentidos pela espiritualidade.

“É o escândalo que há de vir; e que irá expiar, e daí- ai daquele por quem vier.”(...) A vítima sofre as conseqüências por seus atos anteriores; foi por ela que viera anteriormente o escândalo. Ai dela agora.” Aproveitou-se, apenas, o momento ruim para o resgate da pena do outro, que ocorreria mesmo sem a sua anuência..” (06)

Ninguém nasce para ser assassino ou estuprador, mas colocado na posição de carrasco, cede a sua má inclinação e executa a ação, pelo mau uso de seu livre arbítrio; poderia ter resistido e não tê-la praticado, pois a opção foi sua.

“Quanto aos atos da vida moral, esses emanam sempre do próprio homem que, por conseguinte tem sempre a liberdade de escolher. No tocante, pois, a esses atos, nunca há fatalidade.” (02)

A vítima, por sua sintonia, colocou-se em posição de submeter-se à ação do criminoso, que se tivesse se negado a praticá-la, dar-se-ia da mesma forma, seria do mesmo gênero, embora fosse outro o veículo que iria executá-la, pois “cada um terá que carpir seus próprios erros.” (07)

A fatalidade física, o momento da morte virá naturalmente, no tempo e maneira pré-estabelecida, a não ser que o precipitemos, pelo uso de nosso livre arbítrio (v.g. suicídio). Instante é um momento, um espaço de tempo indefinido, mais ou menos elástico, diferente de hora, minuto e segundo da morte.

“Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é” (02)

É evidente que Deus a tudo prevê, mas os acontecimentos não estão a isso condicionados; Deus previu as nossas ações, mas nós não agimos porque Deus previu, mas porque utilizamos o nosso livre arbítrio, desta ou daquela maneira e Ele, tinha ciência dessa nossa maneira de agir.

“(...) os eventos previstos já existiam na memória de Deus. Isso não quer dizer que cada um de nós tenha que passar por ali obrigatoriamente, mas que Deus, na majestade de sua postura intemporal, já nos viu, no futuro passando por ali.” (05)

Isto contra-diz o conceito de que já aconteceu o futuro e que nada podemos fazer para mudá-lo .

Agora se usamos tóxicos, guiamos nosso carro a 200 km/h ou atravessamos uma avenida, de intenso movimento de automóveis, de olhos cerrados, por exemplo, estamos no expondo e nos sujeitando a “fatalidade”, mas antes do nosso procedimento errôneo, utilizamos o nosso livre-arbítrio.

Nós moldamos nosso futuro, balizados na evolução do nosso Espírito e organizada nossa programação reencarnatória, inclusive o instante pré-fixado do nosso nascimento, que também não é fatal, cabe-nos cumpri-la, mas de acordo com nossas ações caridosas, por nossa vivência no amor, poderemos minimizar nossos débitos e nosso sofrimento, conseguindo moratória para a nossa dívida, pois “a caridade cobrirá uma multidão de pecados” (I Pedro, 4: 08)

Deus, por ser infinitamente bom, justo e misericordioso nos criou Espíritos simples e ignorantes, para que sejamos Espíritos glorificados; só há glória quando há mérito e Ele quer que a atinjamos por nossos próprios méritos, no sábio uso do nosso livre arbítrio.

A espiritualidade superior não tem qualquer compromisso com a fatalidade, podendo alterar nosso programa de acordo com o nosso merecimento; para ela, sobre o prisma espiritual, a fatalidade não é fatal, podendo ser modificada, já que “é possível renovar nosso destino todos os dias.” (07)

Jesus, nosso mestre, modelo amigo e estrela-guia nos legou o cintilo de suas parábolas, a nos iluminar o caminho; cabe a nós caminharmos na sua direção, calcando o Evangelho, porque “a cada um será dado segundo as suas obras.” (Mateus,16:27)


BIBLIOGRAFIA:

01-CHIBENI, Sílvio e Sílvia; A Concepção Espírita da Fatalidade; “Reformador”, junho/1997, pg.21.
02-KARDEC, Allan; “O Livro dos Espíritos”; FEB,1944, perg.: 851, 853 e 861; pg. 390, 391 e 394.
03-MOREIRA, Fernando A.; Reencarnação e Genética; “Revista Internacional de Espiritismo”, mar/2000, pg.56.
04-EDITORIAL; Existência e Vida, “O Clarim”, novembro/2001, pg. 02.
05-MIRANDA, Hermínio; “Diversidade dos Carismas”, Publicações Lachâtre, 2ª ed., 1994, vol. I, pg. 299 e 300.
06-EDITORIAL; Livre Arbítrio e Morte Prematura, “Mundo Espírita”, agosto/1997, pg.2.
07-SOUZA, Juvanir Borges; “O que dizem os Espíritos sobre o aborto”, FEB, 1ª ed., 2001, pg. 167 e 215.

Fernando A. Moreira
Publicado na Rev. Internacional de Espiritismo, jul/2002
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 17:44
Terça-feira , 09 de Junho DE 2009

DESGOSTO PELA VIDA - SUICÍDIO

Germano Serafim
O homem não tem o direito de dispor da própria vida, somente Deus tem este direito. Por isso, o suicídio é uma transgressão da lei natural. Portanto, é importante que saibamos que tirar a própria vida é sempre um ato condenável. Porém, Deus, em sua infinita misericórdia, atenua as suas conseqüências, conforme os casos. Assim, o suicídio involuntário não é imputável a seu autor, pois o louco que o comete não sabe o que faz. Em geral, não há culpabilidade numa ação, se não há a intenção ou a perfeita consciência de que se está praticando o mal.
O suicídio voluntário, por sua vez, pode ter por motivação diferentes circunstâncias. Em seguida, algumas delas serão analisadas pelos espíritos.
O suicídio motivado por desgostar da vida é uma insensatez. O desgosto pela vida que se apodera de alguns indivíduos sem motivos aceitáveis é efeito da ociosidade e da falta de fé, que podem ser frutos da saciedade. O ocioso que se suicida deveria ter se dedicado ao trabalho, porque assim a existência não lhe teria sido tão pesada. O trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente para quem usa de seus atributos com fins úteis e de acordo com suas aptidões naturais. Quem ocupa seu tempo suporta as contingências da vida com mais paciência e resignação, ao mesmo tempo que trabalha objetivando a felicidade mais sólida e mais durável que o espera na vida futura.
Por sua vez, o suicida que tem por fim escapar às misérias e às decepções deste mundo é um pobre espírito que não teve a coragem de suportá-las. Deus ajuda os que sofrem e não aos que não têm forças nem coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes serão os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados e, nestes casos, infelizes serão aqueles que, na sua impiedade, esperam para elas uma saída naquilo que chamam de sorte ou acaso. Esta pode favorecê-los por um instante, mas somente para que mais tarde sintam, e de modo cruel, o vazio dessas palavras. Também o homem que luta com a penúria e que não se mata, mas se deixa morrer de desespero, pode até ser considerado um suicida, mas, apesar disso, terá misericórdia. Não será totalmente absolvido, porque lhe faltaram firmeza e perseverança e não usou de toda sua inteligência para sair das dificuldades. Será muito infeliz se a causa de seu desespero tiver sido o orgulho, isto é, se tratar-se de um daqueles homens em quem o orgulho paralisa os recursos da inteligência, que se envergonham de dever sua existência ao trabalho de suas próprias mãos, preferindo morrer de fome a ser rebaixados do que chamam de sua posição social. A propósito, é necessário que entendamos que há muita grandeza e dignidade em se lutar contra a adversidade, em se enfrentar a crítica de um mundo fútil e egoísta, que só tem boa vontade para aqueles a quem nada falta, os quais nos dão as costas quando deles precisamos. Por outro lado, é bom que saibamos que não deixa de ser uma estupidez sacrificar-se a vida em consideração a um mundo como este, porque ele nem se importará com este nosso ato. Para finalizar este parágrafo, ressalte-se que infelizes também serão os que levam um desgraçado a um ato de desespero, porque responderão por isso como por um homicídio. Aquele que causou um suicídio ou que poderia tê-lo evitado, é considerado mais culpado do que o suicida.
Outra motivação para dar cabo à própria vida é a vergonha por uma má ação. Este suicídio é tão reprovável como aquele provocado pelo desespero. Na verdade, este ato não irá apagar a falta e ainda acrescentará outra. Quando se teve a coragem de praticar o mal, deve-se ter também a coragem de sofrer suas conseqüências. Em todos os casos, Deus é quem julga e pode diminuir o rigor de sua justiça, conforme a causa. Assim é que aquele que comete suicídio, tentando com isso impedir que a vergonha envolva os filhos ou a família, não procede bem. Mas, como acredita que sim, Deus levará em conta a sua intenção, porque trata-se de uma expiação que o suicida impôs a si mesmo. Sua intenção atenua a falta, mas nem por isso ele deixa de ser faltoso, porque quem tira a sua vida para fugir à vergonha de uma má ação, prova que dá mais valor à estima dos homens do que à de Deus, uma vez que retorna à vida espiritual carregado de suas iniqüidades, tendo-se privado dos meios de repará-las durante a vida carnal. Mas Deus, que se deixa levar mais que os homens pelas súplicas, freqüentemente perdoa o arrependimento sincero e leva em conta nossos esforços no sentido de reparamos nossos erros. Por sua vez, o suicida, com seu ato, nada repara.
O suicídio motivado pela intenção de se chegar mais depressa a uma vida melhor é um enorme erro, e louco o que pensa ser isso possível. Para atingir com mais certeza seu intento, é muito mais produtivo que viva fazendo o bem. Na verdade, ao suicidar-se, retarda sua entrada num mundo melhor e terá que pedir que lhe seja concedido voltar, para concluir a vida que interrompeu sob a influência de uma falsa idéia. Uma falta, qualquer que ela seja, jamais dá acesso ao santuário dos eleitos.
Renunciar à própria vida com a intenção de salvar a de outrem ou de ser útil aos seus semelhantes é mais que meritório aos olhos de Deus, é sublime. Isto porque nossa vida é o bem terreno a que damos o maior valor e, por isso, desistir dela pelo bem de nossos semelhantes não se caracteriza como suicídio, mas como sacrifício, e todo sacrifício que o homem venha a fazer às custas de sua própria felicidade é resultado da prática da caridade. Todavia, não podemos nos esquecer que Deus se opõe a qualquer sacrifício inútil . Assim, ao sacrificar a própria vida, o homem deve refletir sobre se sua vida não será mais útil do que sua morte. Além do mais, Deus não vê com prazer o sacrifício, se for manchado pelo orgulho. Um sacrifício somente é meritório se for desinteressado, e algumas vezes, aqueles que o praticam, têm uma segunda intenção que diminui o valor de seu ato aos olhos de Deus.
Comete suicídio moral o homem que perece como vítima do abuso de paixões que sabe lhe abreviarão o fim, mas às quais não mais consegue resistir, porque se transformaram, pelo hábito, em verdadeiras necessidades físicas. Entende-se que ele, nesses casos, é duplamente culpado, pois nele há falta de coragem e bestialidade, somadas ao esquecimento de Deus. É mais culpado do que aquele que tira a própria vida por desespero, porque tem tempo de refletir sobre seu ato. Diferentemente de quem é vítima do abuso das paixões, quem comete suicídio num instante de desespero vive numa espécie de delírio que se aproxima da loucura. Por isso, o primeiro, mesmo não tendo dado cabo de sua vida de imediato, será muito mais punido, porque as penas são sempre proporcionais à consciência que se tenha das faltas cometidas.
O suicídio voluntário é um erro mesmo quando uma pessoa vê à sua frente uma morte inevitável e terrível. Não se deve abreviar a vida voluntariamente, ainda que se acredite que ela irá durar apenas por mais alguns instantes. É sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus estabeleceu para sua existência. Isto porque ninguém pode ter a certeza de que, apesar das aparências, este fim tenha realmente chegado, e que um socorro inesperado não possa vir até o último momento. Em suma, abreviar a vida, mesmo que por um instante, será sempre uma insubmissão e falta de resignação diante da vontade de Deus. A conseqüência de tal ato será sempre uma pena proporcional à gravidade da falta e de acordo com as circunstâncias em que ela foi cometida.
A propósito, sabemos que em alguns países mulheres viúvas costumavam deixar-se queimar sobre os corpos de seus maridos. Elas não podem ser consideradas suicidas, porque obedeciam a um preconceito (ou melhor, tradição), e amiúde o faziam mais porque eram forçadas do que pela livre vontade. Mas, mesmo quando agiam espontaneamente, como julgavam cumprir um dever, seu ato não se caracteriza como suicídio. Por ele não devem ter sofrido as conseqüências como suicidas, pois são desculpáveis pela falta de formação moral e pela ignorância em que se encontravam. Esses usos bárbaros e estúpidos desapareceram com o advento da civilização.
Cometem também enorme erro aquelas pessoas que, não se conformando com a perda de entes queridos, se suicidam na esperança de ir juntar-se a eles na vida futura. O resultado é bastante diverso daquilo que esperavam, pois, ao invés de se unirem àqueles a quem amam, acabam por se afastar ainda mais deles. Assim sucede porque Deus não pode recompensar um ato de covardia e nem o insulto que lhe é lançado por não confiarem em sua providência. Essas pessoas pagarão esse instante de loucura com aflições maiores do que as que pensaram abreviar se matando, e não terão, para compensá-las, a satisfação que esperavam de reverem seus entes queridos.
Finalizando, a observação mostra que as conseqüências do suicídio realmente não são sempre as mesmas. Porém, algumas dessas conseqüências são comuns a todos os casos de morte violenta, isto é, aquela em que acontece a interrupção brusca da vida.
De início observa-se a persistência mais prolongada e firme do laço que une o espírito ao corpo. Isto acontece porque este laço está, quase sempre, na plenitude de sua força no momento em que se parte, ao passo que, quando se trata de morte natural, ele se enfraquece gradualmente e, às vezes, chega até a se desfazer antes de a vida se extinguir totalmente no corpo. As conseqüências advindas desse estado de coisas são o prolongamento da perturbação do espírito, seguida da ilusão que o faz acreditar, por um tempo mais ou menos longo, que ele ainda faz parte do mundo dos vivos.
A afinidade que permanece entre o espírito e o corpo produz, em alguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do corpo sobre o espírito, o qual, contra sua vontade, passa a sentir os efeitos da decomposição, proporcionando-lhe uma sensação plena de angústia e horror. Este estado pode persistir pelo tempo que ainda devia durar a vida que foi interrompida.
Este último efeito não é geral, mas em caso algum o suicida fica livre das conseqüências de sua falta de coragem e, cedo ou tarde, terá que pagar pelo seu erro, de um modo ou outro. Assim é que certos espíritos, informando terem sido muitos infelizes na Terra, esclareceram ser sua desgraça decorrente de um suicídio praticado numa existência anterior e, numa tentativa de suportá-las com maior resignação, haviam se submetido voluntariamente a novas provas.
Em alguns casos de suicídio, nota-se a persistência de uma espécie de apego à matéria, da qual o espírito inutilmente tenta se livrar, a fim de se dirigir a mundos melhores, mas que se tornam inacessíveis a ele. A maior parte dos suicidas sente o remorso por terem praticado um ato inútil, do qual só provam decepções.
A religião, a moral, todas a filosofias condenam o suicídio como contrário à lei natural. Todas nos dizem, em princípio, que não temos o direito de abreviar voluntariamente nossas vidas. Mas por que não nos é dado este direito? Por que não somos livres para pormos um fim em nossos sofrimentos? O Espiritismo pode nos dar a resposta, pois demonstra pelo testemunho dos que sucumbiram pelo suicídio que este ato não se constitui apenas em infração a uma lei moral, consideração que pouco importa a certos indivíduos, mas sim num ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, muito pelo contrário. Assim sendo, não é através da teoria que isto nos é ensinado, mas sim pelos próprios fatos que os espíritos de suicidas expõem sob nossas vistas.
Concluindo, o suicídio traz para o espírito as mais diversas conseqüências, e para ele não há penas previamente determinadas. Observa-se, contudo, que há uma conseqüência inevitável para todos os casos de suicídio: o desapontamento. No mais, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias, isto é, em todos os casos, as penas correspondem sempre às causas que o motivaram. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros em nova existência, que certamente será pior do que aquela cujo curso interromperam.
Publicado no Boletim GEAE Número 408 de 9 de janeiro de 2001
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Desgosto pela vida provoca suicídio.
Cheyla Toledo Bernardo
As causas mais comuns do suicídio, em todos os tempos, são o desgosto pela vida, as depressões, os insucessos amorosos ou financeiros. Algumas pessoas são levadas a esse ato por desespero, outras chegam a premeditar o fim da própria vida. Todos têm como objetivo fugir das dificuldades deste mundo, passando para um mundo melhor ou simplesmente para o nada.
As religiões sempre se pronunciaram contra esse ato, baseadas no fato de que somente Deus tem o direito de tirar qualquer vida, pois é Ele quem a dá.
A Doutrina Espírita, além de concordar com a opinião acima, prova que o nada não existe, que o indivíduo sobrevive ao túmulo, mostrando-se um poderoso antídoto contra o suicídio. A vida além da morte caracteriza-se pela continuação do homem com todas as suas características: moral, inteligência, angústias, problemas, dores, felicidade. A única coisa que o ser deixa na Terra é o corpo e seus bens materiais. Desta forma, ao tentar fugir de um sofrimento através do suicídio, o espírito percebe que, além de nada ter adiantado, ainda perdeu a oportunidade que tinha de conquistar coisas boas enquanto estava no plano terreno.
Em O Livro dos Espíritos, questões 943 a 957, Kardec formula uma série de perguntas sobre o suicídio aos Espíritos da falange da Verdade. Eles esclarecem que aqueles que chegam ao suicídio são levados pela ociosidade, ignorância e pela falta de fé. Em contrapartida, o trabalho e a religiosidade seriam o remédio para aliviar aqueles que sofrem e pensam em libertar-se deste modo.
O suicídio, sendo uma transgressão da Lei Divina (não matarás), traz sempre uma conseqüência dolorosa para quem o comete, que varia segundo as causas e as intenções que o moveram. Entretanto, Kardec cita algumas conseqüências gerais que o espírito enfrenta ao chegar no além pelas vias do suicídio:
957. Quais são, em geral, as conseqüências do suicido sobre o estado do espírito?
"- As conseqüências do suicídio são as mais diversas. Não há penalidades fixadas e em todos os casos elas são sempre relativas às causas que o produziram. Mas uma conseqüência a que o suicida não pode escapar é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos, dependendo das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros numa prova numa nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam. ...Há, porém, as que são comuns a todos os casos de morte violenta, as que decorrem da interrupção brusca da vida. É primeiro a persistência mais prolongada e mais tenaz do laço que liga o Espírito e o corpo... As conseqüências desse estado de coisas são o prolongamento da perturbação espírita, seguido da ilusão que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que ainda se encontra no número dos vivos. A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do corpo sobre o Espírito, que assim ressente, malgrado seu, os efeitos da decomposição, experimentando uma sensação cheia de angústias e horror... Esse efeito não é geral; mas em alguns casos o suicida não se livra das conseqüências da sua falta de coragem e cedo ou tarde expia essa falta.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 22:15
Domingo , 07 de Junho DE 2009

A ÚNICA DÁDIVA

Irmão X

Consta-se que Simão Pedro estava cansado, depois de vinte dias junto do povo.
Banhara ferimentos, alimentara mulheres e crianças esquálidas, e, em vez de receber a aprovação do povo, recolhia insultos velados, aqui e ali...
Após três semanas consecutivas de luta, fatigara-se e preferira isolar-se entre alcaparreiras amigas.
Por isso mesmo, no crepúsculo anilado, estava, ele só, diante das águas, a refletir...
Aproxima-se alguém, contudo...
Por mais busque esconder-se, sente-se procurado.
E o próprio Cristo.
- Que fazeis, Pedro? – diz-lhe o Senhor.
- Penso, Mestre.
E o diálogo prolongou-se.
- Estás triste?
- Muito triste.
- Por que?
- Chamam-me ladrão.
- Mas se a consciência te não acusa, que tem isso?
- Sinto-me desditoso: Em nome do amor que me ensinas, alivio os enfermos e ajudo aos necessitados. Entretanto, injuriam-me. Dizem por aí que furto, que exploro a confiança do povo... Ainda ontem, distribuía os velhos mantos que nos foram cedidos pela casa de Carpo, entre os doentes chegados de Jope. Alegou alguém, inconsideradamente, que surripiei a maior parte. Estou exausto, Mestre. Vinte dias de multidão pesam muito mais que vinte anos de serviço na barca.
- Pedro, que deste aos necessitados nestes últimos vintes dias?
- Moedas, túnicas, mantos, ungüentos, trigo, peixe...
- De onde chegaram as moedas?
- Das mãos de Joana, a mulher de Cusa.
- As "túnicas"?
- Da casa de Zobalan, o curtidor.
- Os mantos?
- Da residência de Carpo, o romano que decidiu amparar-nos.
- Os ungüentos.
- Do lar de Zebebeu, que os fabrica.
- O trigo.
- Da seara de Zaqueu, que se lembra de nós.
- E os peixes?
- Da nossa pesca.
- Então, Pedro?
- Que devo entender, Senhor?
-Que apenas entregamos aquilo que nos foi ofertado para distribuirmos, em favor dos que necessitam. A Divina Bondade conjuga as circunstâncias e confia-nos de um modo ou de outro os elementos que devamos movimentar nas obras do bem... Disseste servir em nome do amor...
- Sim, Mestre...
- Recorda, então, que o amor não relaciona calúnias, nem conta sarcasmos.
O discípulo, entremostrando súbita renovação mental, não respondeu.
Jesus abraçou-o e disse:
- Pedro, todos os bens da vida podem ser transmitidos de sítio a sítio e de mão em mão... Ninguém pode dar, em essência, esse ou aquele patrimônio do mundo, senão o próprio Criador, que nos empresta os recursos por Ele gerados na Criação... E, se algo podemos damos dar de nós, o amor é a única dádiva que podemos fazer, sofrendo e renunciando por amor...
O apóstolo compreendeu e beijou as mãos que o tocavam de leve.
Em seguida, puseram-se ambos a falar alegremente sobre as tarefas esperadas para o dia seguinte.

Psicografia: Francisco Cândido Xavier.Aliança Espírita - Maio de 2000.
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:28

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