Quarta-feira , 29 de Julho DE 2009

PROVAS DA IMORTALIDADE DA ALMA PELA EXPERIÊNCIA

À pergunta - existe a alma? - a ciência responde talvez, os fenômenos do magnetismo, do hipnotismo e da anestesia dizem que SIM, e nisso confirmam todas as deduções da filosofia e as afirmações da consciência.

Constrangidos, pela evidência dos fatos, a admitir uma força diretriz no homem, grande número de materialistas se refugiam em uma última negativa, sustentando que essa energia se extingue com o corpo, de que ela não era senão uma emanação. Como todas as forças físicas e químicas, dizem eles, a alma, essa resultante vital, cessa com a causa que a produz; morto o homem, está aniquilada a alma.

Será possível? Não seremos mais que um simples conglomerado vulgar de moléculas sem solidariedade umas com as outras? Deve desaparecer para sempre nossa individualidade cheia de amor e, do que foi um homem, não restará verdadeiramente senão um cadáver destinado a desagregar-se, lentamente, na fria noite do túmulo? a inanidade de suas crenças primitivas, queimaram o que haviam adorado, e, levando o desdém do passado aos últimos limites, repeliram a noção de Deus e a da alma, como de entidades vetustas, sem nenhum valor objetivo. Assim se estabeleceu a corrente materialista nascida, no 18° século, da luta contra os abusos.

O homem de nossa época não quer mais crer, desconfia mesmo da razão e se refugia na experiência sensível como a única que lhe pode trazer a verdade; eis por que exige ele provas positivas dos fenômenos que eram, até então, do domínio da filosofia. Estas considerações explicam-nos o pouco êxito de escritores eminentes como Balllanche, Constant Savy, Esquiros, Charles Bonnet, Jean Reynaud, que pregaram a imortalidade da alma.

Em nossos dias, um filósofo e sábio, Camille Flammarion, segue a rota gloriosa desses grandes homens. Este vulgarizador de gênio semeia a mancheias as idéias da palingenesia humana, e os resultados correspondem a seus nobres esforços; ele deve, porém, a fama que alcançou, mais à beleza do estilo que às idéias que emite. O espírito humano, agitado há séculos entre os mais diversos sistemas, está cansado das especulações metafísicas e se aferra à observação material como a uma tábua de salvação. Daí o grande credito dos homens de ciência no momento atual. Eles formam um corpo sagrado, cujos julgamentos não têm apelação. Possuem a soberba dos antigos colégios sacerdotais, sem lhes partilhar as raras virtudes, e em ambas as partes a intolerância é a mesma.

A maioria do povo, que só percebe o exterior das coisas, vendo os conhecimentos antigos destruídos pelos descobrimentos modernos, crê cegamente em seus novos condutores e se lança, após eles, no materialismo absoluto. Não mais se raciocina; vai-se de cabeça baixa às últimas conseqüências, e, porque está provado que o cérebro é a sede do pensamento, já não existe a alma; porque não se acredita mais em Jeová a pairar sobre as nuvens, Deus não passa de fabuloso mito.

Contra essas tendências é que o Espiritismo vem reagir. Sendo o nosso século o da demonstração material, ele apresenta ao observador imparcial fatos bem verificados.

O Espiritismo deixa de parte as teorias nebulosas, desprende-se dos dogmas e das superstições e vai apoiar-se na base inabalável da observação científica; os proprios positivistas poderão declarar-se satisfeitos com as provas que fornecemos à discussão, porque elas nos são trazidas pelos maiores nomes de que se honra a ciência contemporânea.

Há 50 anos que essa doutrina reapareceu no Mundo, foi submetida a críticas apaixonadas, a ataques muitas vezes desleais. Seus adeptos foram escarnecidos, ridicularizados, anatematizados; quis-se fazer deles os últimos representantes da feitiçaria; entretanto, apesar das perseguições, acham-se na hora atual mais numerosos e mais poderosos do que nunca; encontram-se, não entre os ignorantes, mas entre os esclarecidos; escritores, artistas, sábios.

O Espiritismo se espalha no Mundo com rapidez inaudita; nenhuma filosofia, nenhuma religião tomou tão considerável desenvolvimento em tão curto tempo.

Hoje, mais de 40 publicações, mensais ou hebdomadárias, levam ao longe o resultado das pesquisas empreendidas em todas as partes do Mundo, e seus partidários, grupados em sociedade, contam muitos milhões de aderentes em toda a superfície do Globo.

A que é devida essa progressão formidável? Tão-só à simplicidade dos ensinos espiritistas, baseados na justiça de Deus, e, sobretudo, aos meios práticos que essa nova ciência emprega para convencer a todos da imortalidade da alma.

Há duas fases distintas na história do Espiritismo, que é útil assinalar. A primeira compreende o período que vai do ano de 1846, data de sua aparição, até o ano de 1869, que foi o da morte de um escritor célebre, Allan Kardec. Durante esse tempo, estudou-se em toda parte o fenômeno espírita, as experiências se multiplicaram e os observadores sérios descobriram que os fatos novos eram produzidos por inteligências que viviam uma existência diferente da nossa. Dessa certeza nasceu o desejo de estudar tão curiosas manifestações, e, com documentos recolhidos em toda a parte, Allan Kardec, compôs "O Livro dos Espíritos" e, mais tarde, "O Livro dos Médiuns", que são o vade-mécum indispensável às pessoas desejosas de se iniciarem nessas novas práticas. O grande filósofo que os escreveu, imprimiu vigoroso impulso a tais investigações, e à sua dedicação infatigável, pode dizer-se, é que se deve a propagação tão rápida dessas consoladoras verdades.

O segundo período, que se estende de 1869 até nossos dias, é caracterizado pelo movimento científico, que se voltou para as manifestações dos Espíritos. A Inglaterra, a Alemanha, a América parecem caminhar de acordo nessas pesquisas. Já os mais autorizados sábios desses países proclamam alto a realidade dos fenômenos espiritistas e, dentro em pouco, o mundo inteiro se associará a esses nobres trabalhos, que têm por fim arrancar-nos à crença degradante do materialismo. Já veremos os documentos em que se estriba nossa afirmação.

Passou o tempo em que se podia, a priori, repelir as nossas idéias sem lhes dar a honra de as discutir; hoje, o Espiritismo se impõe à atenção pública. É preciso que os absurdos preconceitos que o acolheram no berço desapareçam diante da realidade. É necessário saber que, longe de serem visionários, de possuírem cérebro oco, os espiritistas são observadores frios e metódicos, que só relatam os fatos bem observados.

Força é que se convençam de que muitos milhões de homens não são vítimas de uma loucura contagiosa; que, se crêem, é porque a doutrina lhes oferece os mais dignos ensinos, porque abre ao espírito os mais vastos horizontes. Convém, enfim, que se deixem de lado as fáceis zombarias empregadas há vinte e cinco anos nos jornalecos, e que nem mesmo fazem rir os que os editam. A nova ciência que ensinamos não consiste, somente, no movimento de uma mesa, porque, tão grande é a distância que vai destes modestos ensaios às suas conseqüências, quão da maçã de Newton à gravitação universal.

Convidamos os homens de boa fé a fazerem pesquisas sérias, pedimos-lhes que meditem nos ensinamentos de nossa filosofia e eles se convencerão de que nas nossas explicações nunca intervém o sobrenatural.

O Espiritismo repele o milagre com todas as forças. Faz de Deus o ideal da justiça e da ciência; diz que o Criador do Mundo, tendo estabelecido leis que exprimem seu pensamento, não pode derrogá-las, pois que elas são a obra da razão suprema e é impossível qualquer infração a essas leis. Os fatos espíritas podem ser todos, senão explicados, pelo menos compreendidos com os dados da ciência atual.

A parte espiritual do homem foi desprezada pelos sábios; seus trabalhos versam tão-só sobre o corpo e eis que os Espíritos invadem a Ciência que os havia desdenhado.

Histórico

Narremos sucintamente como se produziram os fatos. Pancadas, de que não se podia adivinhar a causa, Se fizeram ouvir pela primeira vez em 1846, na casa de um tal Veckmann, numa pequena aldeia chamada Hydesvillle, não longe da Arcádia, no Estado de Nova York.

Nada foi desprezado para descobrir-se o autor dos ruídos misteriosos; mas tudo resultou inútil. Uma vez, também, durante a noite, a família acordou com os gritos da mais jovem das filhas, de oito anos de idade, que assegurou ter sentido qualquer coisa como uma mão que tivesse percorrido o leito e enfim passado sobre o seu rosto, o que se dera em muitos outros lugares em que as pancadas se fizeram ouvir.

"Desde esse momento nada mais se manifestou, durante seis meses, quando a família deixou a casa, que passou a ser habitada por um metodista, John Fox e sua família, composta de mulher e duas filhas. Durante três meses ele aí viveu tranqüilamente; depois as pancadas recomeçaram com maior intensidade.

A princípio eram ruídos ligeiros, como se alguém batesse no assoalho de um dos quartos de dormir, que vibrava a cada ruído; as pessoas deitadas percebiam a vibração e a comparavam à ação produzida pela descarga de uma bateria elétrica. As pancadas se faziam ouvir sem interrupção e não era possível dormir na casa; durante toda a noite, esses ruídos leves, vibrantes, manifestavam-se suavemente, mas sem cessar.

Fatigada, inquieta, sempre à espreita, a família decidiu-se, enfim, a chamar os vizinhos para auxiliá-la a descobrir a chave do enigma. Desde então, as pancadas misterioosas detiveram a atenção de todos.

Colocavam na casa grupos de seis ou oito indivíduos, ou então saíam todos, e o agente invisível batia sempre. A 31 de março de 1845, não tendo podido a Sra. Fox e suas filhas dormir na noite precedente, já exaustas, deitaram-se, cedo, no mesmo quarto, esperando, assim, escapar às manifestações que se produziam, ordinariamente, alta noite. O Sr. Fox estava ausente. Mas as pancadas recomeçaram logo e as duas moças, despertadas pelo ruído, puseram-se a imitá-lo, fazendo estalar os dedos. Vendo com grande espanto que as pancadas respondiam a cada estalo; então, a mais jovem, miss Kate, quis verificar este fato surpreendente: ela deu um estalo, ouviu-se uma pancada, dois, três ... e o ser ou agente invisível respondia sempre com o mesmo número de pancadas. A irmã, gracejando, disse: - Agora, faça como eu, conte um, dois, três, quatro ... e batia na mão o número indicado. As pancadas se seguiram com a mesma precisão, mas, como a mais moça das meninas se alarmasse com este sinal de inteligência, ela cessou logo a experiência.

Disse, então, a Sra Fox: "Conte dez", e imediatamente dez golpes se fizeram ouvir. Ela acrescentou: "Quer dizer a idade de minha filha Catarina?"

E as pancadas indicaram o número de anos que tinha essa criança. Perguntou depois a Sra. Fox se era um ser humano o autor das pancadas. Não houve resposta. Disse ela ainda: - "Se é um espírito dê duas pancadas." Imediatamente elas se fizeram sentir. - "Se é um espíriito a quem fizeram mal, responda da mesma forma: E as pancadas foram ouvidas.

Tal foi a primeira conversa estabelecida nos tempos modernos e verificada entre os seres deste e do outro mundo. Assim chegou a Sra. Fox a saber que o Espírito que lhe respondia fora o de um homem assassinado, havia muitos anos, na casa que ela habitava; que se chamara Charles Ryan; que era caixeiro viajante, e que tinha 31 anos de idade quando a pessoa que o hospedara o assassinou para tirar-lhe o dinheiro.

Perguntou a Sra. Fox ao interlocutor invisível, se as pancadas continuariam a dar respostas, caso ela chamasse os vizinhos. Fez-se ouvir uma pancada afirmativa.

Os vizinhos chamados não tardaram a chegar, contando rir à custa da famfiia Fox; mas a exatidão dos pormenores fornecidos pelas pancadas, em resposta às perguntas dirigidas ao ser invisível, sobre os negócios particulares de cada um, convenceram os mais incrédulos. Espalhou-se longe a fama desses fatos e logo vieram de toda parte sacerdotes, juízes, médicos, e uma multidão de pessoas.

A família Fox, que os autores das pancadas acompanhavam de casa em casa, acabou estabelecendo-se em Rochester, cidade importante do Estado de Nova York, onde milhares de pessoas vieram visitá-la e procuraram, em vão, descobrir se havia alguma impostura no caso.

O fanatismo religioso irritou-se com essas manifestações de além-túmulo, e a família Fox foi atormentada. A Sra. Hardinge, que se fez defensora do Espiritismo na América, conta que nas sessões públicas dadas pelas filhas da Sra. Fox, correram elas os maiores perigos.

Nomearam-se três comissões para examinar os fenômenos e essas comissões afirmaram que a causa do ruído lhes era desconhecida. A última sessão pública foi a mais tempestuosa, e, se não fora a dedicação de um quaker, as pobres meninas teriam parecido, vítimas de sua fé, linchadas por uma multidão em delírio.

É triste ver que no século dezenove se encontraram homens bastante atrasados para renovar as cenas bárbaras das perseguições da Idade Média. Isto é tanto mais lamentável, quanto este exemplo de intolerância foi dado nas Américas, que se diz, entretanto, a terra de todas as liberdades.

A nova do descobrimento se espalhou rapidamente e houve em toda parte manifestações espirituais. Um cidadão, Isaac Post, teve a idéia de recitar o alfabeto em alta voz e convidar o Espírito a indicar, por meio de pancadas dadas no justo momento em que as pronunciasse, as letras que deviam compor as palavras que ele quisesse ditar. Nesse dia estava descoberta a telegrafia espiritual.

Para logo fatigou tão incômodo processo e os próprios batedores indicaram novo modo de comunicação. Bastava, simplesmente, se reunirem as pessoas em torno de uma mesa, porem as mãos em cima, e a mesa, levantando-se, enquanto se soletrasse o alfabeto, daria uma pancada no justo momento que se pronunciasse cada uma das letras que o Espírito quisesse designar. Este processo, apesar de muito lento, produziu excelentes resultados, e assim apareceram as mesas girantes e falantes.

É preciso dizer que a mesa não se limitava a levantar-se num pé, para responder às perguntas que lhe faziam: agitava-se em todos os sentidos, girava sob os dedos dos experimentadores, algumas vezes se elevava no ar, sem que se pudesse ver a força que a mantinha assim suspensa. Outras vezes, as respostas eram dadas por estalos, que se ouviam no interior da madeira. Esses fatos estranhos atraíram a atenção geral e, em breve, a moda das mesas girantes invadiu toda a América.

A par dos levianos, que viviam a interrogar os Espíritos sobre a pessoa mais amorosa da sociedade ou sobre um objeto perdido, pessoas sérias, sábios, pensadores, em vista do ruído que se fazia em torno desses fenômenos, resolveram estudá-los cientificamente, a fim de premunirem seus concidadãos contra o que chamavam de loucura contagiosa.

Em 1856, o juiz Edmonds, jurisconsulto eminente, que gozava incontestável autoridade no Novo Mundo, publicou um livro em que afirmava a realidade dessas surpreendentes manifestações. Mapes, professor de química, na Academia Nacional dos Estados Unidos, entregou-se a rigorosa investigação e concluiu pela intervenção dos Espíritos.

O que produziu, porém, o maior efeito, foi a conversão às novas idéias de Robert Hare, célebre professor da Universidade de Pensilvânia, que estudou cientificamente o movimento das mesas e consignou suas experiências, em 1856, num volume intitulado - Experimental investigations of the spirit manifestation.

Empenhou-se, desde então, a batalha entre incrédulos e crentes. Escritores, sábios, oradores, eclesiásticos lançaram-se na peleja, e para dar uma idéia do desenvolvimento da polêmica, basta lembrar que, já em 1854, uma petição, assinada por 15.000 nomes, tinha sido apresentada ao Congresso, solicitando que se nomeasse uma comissão, a fim de estudar o neo-espiritualismo (é este o nome que, na América, se dá ao Espiritismo).

O pedido foi repelido pela Assembléia, mas estava dado o impulso; surgiram sociedades que fundaram periódicos e neles se continuou a guerra contra os incrédulos.

Enquanto esses fatos se produziam no Novo Mundo, a velha Europa não ficava inativa. As mesas girantes tomaram-se uma interessante atualidade e nos anos de 1852 e 1853 muitos, em França, se ocuparam em fazê-las girar. Em todas as classes sociais só se falava dessa novidade; fazia-se a todos essa pergunta sacramental: já fez girarem as mesas? E depois, como tudo que é moda, após o momento de interesse, as mesas deixaram de ocupar a atenção e tratou-se de outros assuntos.

Aquela mania teve, entretanto, um resultado importante, o de fazer muitas pessoas refletirem sobre a possibilidade da relação entre mortos e vivos. Pela leitura se descobriu que aquilo que se chama a crença no sobrenatural era tão antiga como o Globo.

A história de Urbano Grandier e das religiosas de Loudun, dos tremedores das Cevenas, dos convulsionários jansenistas, provaram que muitos fatos históricos mereciam ser esclarecidos, e, para citar apenas os mais célebres, o demônio de Sócrates e as vozes de Joana d' Arc, que a levaram a salvar a França, são ainda mistérios para os sábios. Em vão, Lélut quis assemelhar a heróica Lorena a uma alucinada; desejar-lhe-íamos idêntica moléstia, a fim de que se lhe esclarecesse o juízo.

A narrativa da possessão de Louviers, a história dos iluminados martinistas, dos swedenborguenses, das estigmatizadas do Tirol, e, há apenas 50 anos, a do padre Gassner e da vidente de Prevorst, conduziram os homens sérios a examinar os fenômenos novos. Comparou-se o Espírito de Hydesville ao que revolucionou o prebistério de Cydeville; uma teoria geral nasceu do exame de todos esses fatos; ela está exposta nas obras de Allan Kardec.

As mesmas cóleras que acompanharam as manifestações espirituais na América, renovaram-se em França. Os jornais, as revistas científicas, as Academias esgotaram os sarcasmos para com a nova doutrina. Chamavam, gratuitamente, os seus partidários, de loucos, idiotas, impostores. Acusavam-nos de querer fazer voltar o mundo aos maus dias da superstição da Idade Média; pedia-se, mesmo, aos tribunais, que impedissem a exploração vergonhosa da credulidade pública. Os padres trovejavam do alto do púlpito contra os fenômenos espiritistas, que eles diziam ser obra do diabo. Enfim, como remate, o arcebispo de Barcelona mandou queimar em praça pública as obras de Allan Kardec, por contaminadas de feitiçaria!

Dir-se-ia que sonhamos ao ler tais coisas; infelizmente elas são bem verídicas e mostram como são ainda rotineiros os homens, apesar do magnífico surto de progresso que determinou o movimento científico moderno. É preciso uma doutrina como a nossa, que brilha por sua simplicidade e sua lógica, para conduzir os Espíritos às grandes verdades que se chamam Deus e a alma. Nossa filosofia, em sua forma primitiva, sintetiza as crenças mais elevadas dos pensadores, mas ela tem a mais por si o fato, que, se impõe por si mesmo como o Sol, o rei do dia.

É dever nosso afastar de nossas experiências qualquer suspeita. Indispensável é que procuremos destruir as prevenções e mostrar como são falsas, mesquinhas e incompletas, comparadas às nossas, as explicações aventadas para os fenômenos espíritas.

É o que faremos facilmente nas páginas seguintes, ao examinar as objeções que nos têm sido opostas. Antes, porém, descrevamos o movimento espiritualista que se produziu na Inglaterra e na Alemanha, e se verá quantos homens de ciência são espíritas convencidos.

Na França a opinião pública habituou-se a confiar inteiramente em algumas sumidades literárias ou científicas, quanto aos seus julgamentos sobre os homens e as coisas, de sorte que, se essas notabilidades têm qualquer interesse em enterrar uma questão, a maior parte do público as acompanha e faz-se o silêncio, o vazio em torno das matérias em litígio. É para protestar contra esse ostracismo, que reproduzimos as afirmativas de sábios da Grã-Bretanha; ver-se-á quanto esses homens íntegros pouco se inquietaram do que se diria e com que honestidade enérgica proclamaram sua opinião, solidamente baseada nos fatos.

Comecemos por citar as memoráveis palavras pronunciadas por William Thompson, no discurso inaugural, lido em 1871, na Associação Britânica de Edimburgo: "A Ciência é obrigada, pela eterna lei da honra, a encarar de face, e sem temor, qualquer problema que lhe seja francamente apresentado."

São nobres sentimentos, partilhados por grande número de homens de ciência. Caminha à frente, William Crookes, químico eminente, a quem se deve o descobrimento do tálium, e que, em Westminster, demonstrou a existência de um quarto estado da matéria, que chamou, segundo Faraday, de matéria radiante.

Para que compreendamos a grandeza do descobrimennto, escutemos os elogios com que lhe saudaram a aparição:

"Dora em diante, as experiências do sábio inglês, para sempre ilustre, estabelecem problemas que se relacionam com a natureza mais Última das coisas e abrem à imaginação científica horizontes de que ela mal começa a perceber os esplendores. - Edmond, Perrier."

Parville, em seu folhetim científico, qualifica de grandioso aquele descobrimento e anuncia que ele vai revolucionar as teorias atuais.

Enfim, Wurtz, o conhecido químico, assim se pronuncia na Revue des Deux Mondes: "O ilustre inventor do radiômetro penetra num domínio até então completamente desconhecido, e que, marcando o limite das coisas que se sabem, toca nas que se ignoram e que, talvez, nunca se venham a saber."

Esse químico ilustre, esse físico de gênio, Crookes, submeteu a estudo as manifestações espíritas, não com idéias preconcebidas, mas com o desejo firme de instruir-se e de só apoiar o seu julgamento na evidência. Diz ele:

"Em presença de semelhantes fenômenos, os passos do observador devem ser guiados por uma inteligência tão fria e pouco apaixonada, quanto os instrumentos de que faz uso. Tendo a satisfação de compreender que está na trilha de uma verdade nova, esse único objetivo deve animá-lo a prosseguir, sem considerar se os fatos que se lhe apresentam são naturalmente possíveis ou não." Com tais idéias, começou ele seus estudos sobre o Espiritismo; duraram perto de 10 anos e foram publicados com o título - Recherches sur les phénomenes du Spiritualisme, traduzido do inglês por J. Alidel.

Nesse livro, ele declara lealmente os resultados do seu inquérito, tal como se lhe apresentaram; não contente do testemunho dos sentidos, construiu instrumentos delicados, que medem matematicamente as ações espirituais. Longe de temer o ridículo, Crookes assim responde aos que o induziam a dissimular a fé, por não se comprometer:

"Tendo-me assegurado da realidade desses fatos, seria uma covardia moral recusar-lhes meu testemunho, só porque minhas precedentes publicações foram ridicularizadas por críticos e pessoas que nada conhecem do assunto, além de cheios de preconceitos para verem e julgarem por si próprios. Direi, simplesmente, o que vi e que me foi demonstrado por experiências repetidas e fiscalizadas, e preciso ainda que me provem não ser razoável o esforço por descobrir a causa dos fenômenos inexplicados."

Eis a linguagem da verdadeira ciência e da honestidade; possam aproveitá-la nossos sábios franceses. Poder-se-ia acreditar que Crookes é uma brilhante exceção; seria erro grosseiro supô-lo, e se afirmação de tal homem é inestimável para a nossa causa, ainda é ela aumentada, consolidada pela de outros sábios, que se deram ao trabalho de estudar o Espiritismo.

Citaremos, em primeiro lugar, Cromwell Varley, engenheiro chefe das companhias de telegrafia internacional e transatlântica, inventor do condensador elétrico. É ainda um físico, cuja assertiva não é menos nítida que a de Crookes. Ele fez experiências em sua casa, com as mais rigorosas condições de fiscalização e sua convicção é absoluta. Termina uma carta sua dizendo:

"Não fazemos mais do que estudar o que foi objeto das pesquisas dos filósofos, há dois mil anos; se uma pessoa bem versada no conhecimento do grego e do latim, ao mesmo tempo a par dos fenômenos que, em tão grande escala; se produzem, desde 1848, quisesse traduzir cuidadosamente os escritos daqueles grandes homens, o Mundo logo saberia que tudo o que se passa, agora, é nova edição de velha face da história; estudada por espíritos ousados, chegou ela a um grau que diz bem alto do crédito desses velhos sábios clarividentes, porque se elevaram acima dos acanhados preconceitos do século e, ao que parece, estudaram o assunto em proporções, que, sob vários aspectos, ultrapassam, de muito, nossos conhecimentos atuais:'

Como se vê, químicos e físicos não recusam adesão ao Espiritismo. Outro sábio, célebre naturalista, que descobriu, ao mesmo tempo que Darwin, a lei de seleção, Alfred Russel Wallace, faz também profissão de fé espírita, em carta dirigida ao Times que nós relataremos ao expor os fatos sobre os quais se baseia nossa convicção. Narremos somente em que condições ele foi levado a ocupar-se com as manifestações dos Espíritos.

Existe em Londres, independentemente da Sociedade Real, que é a Academia de Inglaterra, um grêmio de sábios - a Sociedade Dialética; conta ela homens notáveis como Thomas H. Huxley, Sir John Lubbock, Henry Lewes e outros. Esta sociedade resolveu, em 1869, estudar os pretendidos fenômenos espíritas, a fim de esclarecer o público.

Nomeou-se uma comissão de 30 membros e, 18 meses depois, apresentou ela o seu relatório, inteiramente favorável às manifestações espíritas. Segundo o hábito, a Sociedade, vendo suas idéias desmentidas pelos fatos, recusou imprimir as conclusões dos seus comissários. Assim, também a Academia de Medicina repeliu o trabalho de Husson sobre o magnetismo animal, o que prova que as corporações sábias são as mesmas em todos os países; elas se compõem de ilustres mediocridades, que emperram, aterrorizadas, diante de todas as novidades.

Quando uma novidade, como o Espiritismo, se maniifesta de maneira anormal, e força a atenção pública, pela singularidade dos seus processos, logo se eleva um clamor de reprovação e procura-se sufocar oficialmente as teorias que tiveram a irreverência de produzir-se fora dos laboratórios diplomados desses senhores.

Felizmente, para honra do gênero humano, encontram-se ainda homens que não recuam diante da verdade e Wallace é desse número. Membro da junta de investigação, pôde observar uma série de fatos que o convenceram, e publicou um livro - Miracle and modern Spiritualism -, onde suas experiências são relatadas por extenso.

Faz ele precisamente notar que, no seio da comissão, o grau de convicção produzida no espírito dos diversos membros foi, tendo-se em conta a diferença dos caracteres, proporcional à soma do tempo e dos cuidados empregados na investigação. Isto nos leva a dizer que quem quiser experimentar seriamente e consagrar alguns meses ao estudo do Espiritismo, chegará certamente a convencer-se.

Na França, porém, quer-se aparentar tudo saber e tudo conhecer sem jamais ter-se estudado. Vejamos uma prova: Um deputado, o Sr. Naquet, anunciou, há alguns anos, que iria fazer uma conferência sobre o Espiritismo e seus adeptos. Esperava-se do eloqüente orador uma refutação em regra, apoiada em bons argumentos. Não houve nada disso; limitou-se ele a reeditar os lugares comuns, já fora da moda, e levou a audácia a ponto de dizer que nenhum homem de certa notoriedade se havia ocupado do assunto. Levantou-se, então, uma senhora e lhe fez chegar às mãos a lista dos sábios estrangeiros que haviam publicado obras sobre o Espiritismo. Naquet confessou ingenuamente sua ignorância.

Diante de tais fatos não será tempo de reagir? Como! Sábios, conferencistas pretendem destruir o que chamam nossas superstições, e não estão sequer ao corrente dos trabalhos publicados sobre o Espiritismo! É verdadeiramente triste constatar tal presunção aliada a tanta incúria!

Podemos ainda citar na Inglaterra, entre os adeptos do novo espiritualismo, alguns homens eminentes: Augusto de Morgan, presidente da Sociedade Matemática de Londres; Oxon, professor da Faculdade de Oxford; P. Barkas, membro do Instituto Geológico de Newcastle, e o professor Tyndall, autor de notáveis estudos físicos. Todos se tomaram espiritistas, depois de verificarem de visu as manifestações dos Espíritos.

Deixamos, propositadamente, de falar dos magistrados, dos publicistas, dos médicos que trataram da matéria, não que seus testemunhos sejam destituídos de valor, mas para conservar em nossas citações o caráter eminentemente científico.

Depois da enumeração de tantos nomes ilustres, podemos sorrir da ingênua pretensão dos que, sem estudos preliminares, querem repelir o Espiritismo, tendo-o como vulgar superstição, ou melhor, como "uma sandice de mundo nascente", na opinião graciosa de Dupont White, reproduzida por Jules Soury.

Se há sandice, estamos em boa companhia, porque a estudiosa Alemanha nos oferece, também, respeitável contingente. Vemos, à frente, o ilustre astrônomo Zõellner que, em suas memórias científicas, narra as experiências que fez com Ulrici, professor de filosofia do maior valor; Weber, célebre fisiologista, Fechner, professor da Universidade de Leipzig, com Slade, o médium americano.

Ressalta desses estudos e das experiências conscienciosas instituídas por esses sábios, não só que as manifestações espíritas são reais como são dignas, ainda, no mais alto grau, de atrair a atenção dos cientistas.

Na França, pelas razões supracitadas, não contamos em nossas fileiras tantas notabilidades oficiais, mas os nomes de Flammarion, Victor Hugo, Sardou, da Sra. de Girardin, de Vacquerie, de Louis Jourdan, de Maurice Lachâtre e de outros têm algum valor e formam belo contingente, no qual Dupont White e Jules Soury não poderão encontrar, jamais, lugar. (Depois da primeira edição deste livro foi criado em Paris um Instituto Metapsíquico Internacional, para o estudo dos fenômenos espíritas e numerosos sábios afirmam a autenticidade dos fatos. (Nota da nova edição.))

GABRIEL DELANNE - O ESPIRITISMO PERANTE A CIÊNCIA

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 22:51
Quarta-feira , 22 de Julho DE 2009

IMORTALIDADE

Vianna de Carvalho

No justo momento em que a técnica atinge as culminâncias, e o homem sofre aflições sem termo, somos convidados a recordar Jesus-Cristo exclamando: “Eu vendi o mundo!”

A ciência vaticinou, para o século corrente, a morte das doutrinas espiritualistas, tendo em vista a marcha natural do progresso intelectivo.

E em verdade, até à metade do século passado, a filosofia espiritualista não passava de um amontoado de informação místicas e de arranjos dogmáticos incapazes de competir com os sistemas filosóficos vigentes, resistindo aos descobrimentos da ciência investigadora.

Coube a Allan Kardec a inapreciável tarefa de demonstrar, pela pesquisa experimental, a realidade do fenômeno da imortalidade da alma. E, graças a isso, o Codificador da Doutrina Espírita se destaca entre os vates do pensamento universal, pelo gigantesco empreendimento de positivar, consoante os dados oficiais da indagação, a continuação da vida além da morte.

A tarefa era, a princípio, sob todos os aspectos intratável, considerando-se a posição da ciência ante os rudimentos da nascente Psicologia.

De um lado, o cientificismo pontificava arbitrário, e o empirismo, no outro extremo, ditava leis falseadas sobre a verdade.

Kardec, porém, embrenhou-se no matagal das informações.

Não foi somente um coligidor dos informes dos Espíritos. Foi, antes de tudo, um admirável garimpeiro da verdade, separando da ganga o ouro rebrilhante, na mensagem eterna.

De 1854 a 1869, pesquisou, selecionou, reparou, fez acréscimos, sopesou e apresentou uma doutrina que pudesse enfrentar o materialismo, justamente no momento em que Engels e Marx iriam desdobrar os conceitos hegelianos, favorecendo os aspectos dialético e histórico, já que o materialismo mecanicista não podia resolver o problema fundamental da imortalidade por lhe faltarem os elementos basilares para destruir a realidade da alma.

Com Hegel, o pensamento passou a ser uma função do cérebro, cuja atividade era pensar, controlando as manifestações nervosas da vida.

Allan Kardec se distinguiu pela tarefa de demonstrar que o pensamento não é apenas uma função do cérebro, sendo este a conseqüência de um pensamento anterior que nele atua através de um outro cérebro mais sutil, comando geral e força dinâmica mantenedora do equilíbrio: o psicossoma.

E acolitado por figuras da enfibratura de Crookes, Zölner, do caráter de Lombroso e de Lodge que vieram a público, posteriormente, apresentar o resultado das suas pesquisas, Kardec demonstrou, à saciedade, o sentido incontroverso da imortalidade da alma, em experiências que se tornaram notáveis, realizadas mais tarde, com o curso de médiuns do quilate de Florence Cook, Eusápia, Daniel Home...

A tarefa se avultava por estarem em jogo os sistemas do monismo e do dualismo.

Allan Kardec demonstrou também que o homem não é constituído apenas de duas peças: o corpo e alma. Mas é formado por uma tríade de elementos: o espírito, perispírito e matéria, sendo o perispírito encarregado de funções específicas na engrenagem harmoniosa da vida hominal.

E quando o materialismo ateu, no seu aspecto dialético, veio a campo combater a Doutrina Espírita, o Espiritismo, como escola filosófica, na sua feição dialética, apresentava “O Livro dos Espíritos” como protesto nobre ao abuso e à arbitrariedade das informações hegelianas, às doutrinas nele inspiradas, bem como às velhas fisolofias espiritualistas sem fundamentação científica.

E a previsão da ciência, que aguardava para o século presente a morte das doutrinas espiritualistas, faliu, porque o século XX, com os seus valiosos descobrimentos e tirocínios, não pode retificar um único conceito da doutrina postulada pelo gigante lionês que, na atualidade, se faz o maior antídoto aos grandes males que afligem a Humanidade.

Como o materialismo é um veneno letal, o Espiritismo é o seu anticorpo, preparado para diminuir ou dirimir os efeitos terríveis dos ódios organizados secularmente e agora disseminados pelo ateísmo existencialista.

Enquanto o homem avança pelas trilhas do prazer, outros homensaparecem como exegetas do trabalho e apóstolos da caridade, formando a mentalidade para o Terceiro Milênio que colocará bem alto o estandarte da luz cristã refletida na mensagem nobre da Doutrina Espírita.

E embora se previsse o soçobro das religiões no século XX, Allan Kardec, semelhante a Copérnico, que veio por cobro às fantasias a respeito do sistema solar, por também termos às superstições a respeito da imortalidade da alma, arracando-a do sobrenatural e do dogma, retificando a sua feição mística, graças à documentação experimental de que a bibliografia espírita é farta, enriquecendo a ciência espiritualista para competir e esclarecer a ciência atual, ajudando-a na busca da verdade.

Ante as dores que se acumulam inevitáveis para os próximos tempos, sem nos desejarmos transformar em Parcas a tecerem a túnica mortuária da Civilização, o Espiritismo é a grande esperança, porque afirma não ser a morte mais do que uma grande transição para o despertamento na verdadeira vida: a Vida Imortal.

Pontifiquemos, desse modo, com Nosso Senhor Jesus-Cristo, o herói da sepultura vazia, atendendo o programa da solidariedade universal, transferindo o sangue novo da fé para os corações esfacelados pelo medo e acendendo em toda a parte a lâmpada da convicção imortalista. Sigamos a trilha da verdade, cumprindo o nosso dever para, vitoriosos, atingirmos o porto da nossa gloriosa Imortalidade.

(Página recebida pelo médium Divaldo P. Franco, na sessão da noite de 15-1-1962, em Salvador, Bahia).
Reformador - Brasil Espírita - Abril de 1971

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 04:00
Sábado , 18 de Julho DE 2009

O MAIS IMPORTANTE É O AMOR

As grandes verdades espirituais foram dissemina das pelo universo, desde tempos que fogem à nossa contagem histórica. Estas verdades foram e são dissipadas por diversas religiões, em diferentes culturas. Sobre isto cabe-nos a referência à obra Ave Luz - pelo espírito de Shaolin: "O trabalho de disseminação evangélica no Brasil e no mundo não foi entregue a um só espírito ou a uma só religião por mais elevada que seja.

Não! Cristo preparou milhares de almas e dezenas de comunidades para que a palavra dos Céus, em espírito e verdade, fosse levada às nações e a toda as criaturas de terra".

Neste momento, portanto, cumpre-nos abordar a importância em respeitarmos a todas as religiões que buscam a elevação espiritual do homem, cultivando em seu coração o Amor sublime e edificante.

O Amor; é Lei Universal, faz parte da criação e do Criador e se encontra, pois por toda a parte. Sentimos o seu perfume onde existe a pureza de sentimentos, a conciliação, o respeito, a paz, a alegria, a harmonia... e este doce aroma foi levemente espalhado através dos mensageiros celestes pelos quatro cantos do mundo. Nas Américas, África, Ásia e Europa expandiu-se pelos corações sinceros de seus habitantes. E para que a Terra possa estar embebida nele, precisamos de homem que busquem se renovar espiritualmente deixando que os raios celestes do Amor fluam de seus corações, transformando a Terra num verdadeiro oceano de positividade.

Lembre-se de que o nome da religião que professávamos na Terra não nos será perguntado na espiritualidade, mas sim qual a Caridade que fizemos, quanto amor distribuímos.

Jornal - A Caridade

 

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:40
Quarta-feira , 15 de Julho DE 2009

LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE

 

 

 

 

EM HOMENAGEM AOS 220 ANOS DA QUEDA DA BASTILHA

 

 

 

 

 

LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE
 
Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Estas três palavras constituem, por si só, o programa de toda uma ordem social que realizaria o mais absoluto progresso da Humanidade, se os princípios que elas exprimem pudessem receber integral aplicação. Vejamos quais os obstáculos que, no estado atual da sociedade, se lhes opõem e, ao lado do mal, procuremos o remédio :
A fraternidade, na rigorosa acepção do termo, resume todos os deveres dos homens, uns para com os outros. Significa: devotamento, abnegação, tolerância, benevolência, indulgência. É, por excelência, a caridade evangélica e a aplicação da máxima: “Proceder para com os outros, como quereríamos que os outros procedessem para conosco.” O oposto do egoísmo. A fraternidade diz: “Um por todos e todos por um” O egoísmo diz: “Cada um por si.” Sendo estas duas qualidades a negação uma da outra, tão impossível é que um egoísta proceda fraternalmente para com os seus semelhantes, quanto a um avarento ser generoso, quanto a um indivíduo de pequena estatura atingir a de um outro alto. Ora, sendo o egoísmo a chaga dominante da sociedade, enquanto ele reinar soberanamente, impossível será o reinado da fraternidade verdadeira. Cada um a quererá em seu proveito; não quererá, porém praticá-la em proveito dos outros, ou, se o fizer, será depois de se certificar de que não perderá coisa alguma.
Considerada do ponto de vista da sua importância para a realização da felicidade social,: é a fraternidade está na primeira linha à base. Sem ela, não poderiam existir a igualdade, nem a liberdade séria. A igualdade decorre da fraternidade e a liberdade é a conseqüência das duas outras.
Com efeito, suponhamos uma sociedade de homens bastante desinteressados, bastante bons e benévolos para viveram fraternalmente, sem haver entre eles nem privilégios, nem direitos excepcionais, pois de outro modo não haveria fraternidade. Tratar a alguém de irmão é tratá-lo de igual para igual; é querer quem assim trate, para ele, o que para si próprio quereria. Num povo de irmãos, a igualdade será a conseqüência de seus sentimentos, da maneira de procederam, e se estabelecerá pela força mesma das coisas. Qual, porém, o inimigo da igualdade ? O orgulho, que faz queira o homem ter em toda parte a primazia e o domínio, que vive de privilégios e exceções, poderá suportar a igualdade social, mas não a fundará nunca e na primeira ocasião a desmantelará. Ora, sendo também o orgulho uma das chagas da sociedade, enquanto não for banido, oporá obstáculo à verdadeira igualdade.
A liberdade, dissemo-lo, é filha da fraternidade e igualdade. Falamos da liberdade legal e não da liberdade natural, que, de direito, é imprescritível para toda a criatura humana,, desde o selvagem até o civilizado. Os homens que viviam como irmãos, com direitos iguais, animados do sentimento de benevolência recíproca, praticarão entre si a justiça, não procurarão causar danos uns aos outros e nada, por conseguinte, terão que temer uns dos outros. A liberdade nenhum perigo oferecerá, porque ninguém pensará em abusar dela em prejuízo de seus semelhantes. Mas, como poderiam o egoísmo, que tudo quer para si, e o orgulho, que incessantemente quer dominar, dar a mão à liberdade que os destronaria ? O egoísmo e o orgulho são, pois, os inimigos da liberdade, como o são da igualdade e da fraternidade.
A liberdade pressupõe confiança mútua. Ora, não pode confiança entre pessoas dominadas pelo sentimento exclusivista da personalidade. Não podendo cada uma satisfazer-se a si própria senão à custa de outrem, todas estarão constantemente em guarda umas contra as outras. Sempre receosas de perderam o a que chamam seus direitos, a dominação constitui a condição mesma da existência de todas, pelo que armarão continuamente ciladas à liberdade e a coarctarão quanto puderem.
Aquele três princípios são, pois, conforme acima dissemos, solidários entre si e se prestam mútuo apoio; sem a reunião deles o edifício social não estaria completo. O da fraternidade não pode ser praticado em toda a pureza, com exclusão dos dois outros, porquanto, sem a igualdade e a liberdade, não há verdadeira fraternidade. A liberdade sem a fraternidade é rédea solta a todas as más paixões, que desde então ficam sem freio; com a fraternidade, o homem nenhum mau uso faz da sua liberdade: é a ordem, sem a fraternidade, usa a liberdade para dar curso a todas as suas torpezas: é a anarquia, a licença. Por isso é que as nações mais livres se vêem obrigadas a criar restrições à liberdade. A igualdade, sem a fraternidade, conduz aos mesmos resultados, visto que a igualdade reclama a liberdade; sob pretexto de igualdade. O pequeno rebaixa o grande, para lhe tomar o lugar, e se torna tirano por sua vez; tudo se reduz a um deslocamento de despostimo.
Seguir-se-á daí que, enquanto os homens não se acharem imbuídos do sentimento de fraternidade, será necessário tê-los em servidão ? Dar-se-á sejam inaptas às instituições fundadas sobre os princípios de igualdade e de liberdade ? Semelhante opinião fora mais que errônea; seria absurda. Ninguém espera que uma criança se ache com o seu crescimento completo para lhe ensinar a andar. Quem, ao demais, os tem sob tutela ? Serão homens de idéias elevadas e generosas, guiados pelo amor do progresso ? Serão homens que se aproveitem da submissão dos seus inferiores para lhes desenvolver o senso moral e elevá-los pouco a pouco à condição de homens livres ? Não; são, em sua maioria, os homens ciosos do seu poder, a cuja ambição e cupidez outros homens servem de instrumentos mais inteligentes do que animais e que, então, em vez de emancipá-los, os conservam, por todo o tempo que for possível, subjugados e na ignorância.
Mas, esta ordem de coisas muda de si mesma, pelo poder irresistível do progresso. A reação é não raro violenta e tanto mais terrível, enquanto o sentimento da fraternidade, imprudentemente sufocado, não logra interpor o seu poder moderador; a luta se empenha entre os que querem tomar e os que querem reter; daí um conflito que se prolonga às vezes por séculos. Afinal, um equilíbrio fictício se estabelece; há qualquer coisa de melhor. Sente-se, porém, que as bases sociais não estão sólidas; a cada passo o solo treme, por isso que ainda não reinam a liberdade e a igualdade, sob a égide da fraternidade, porque o orgulho e o egoísmo continuam empenhados em fazer se malogrem os esforços dos homens de bem.
Todos vós que sonhais com essa idade de ouro para a Humanidade trabalhai, antes de tudo, na construção da base do edifício, sem pensardes em lhe colocar a cúpula; ponde-lhe nas primeiras fiadas a fraternidade na sua mais pura acepção. Mas, para isso, não basta decretá-la e inscrevê-la numa bandeira; faz-se mister que ela esteja no coração dos homens e não se muda o coração dos homens por meio de ordenações. Do mesmo modo que para fazer que um campo frutifique, é necessário se lhe arranquem os pedrouços e os tocos aqui também é preciso trabalhar sem descanso por extirpar o vírus do orgulho e do egoísmo, pois que aí se encontra a causa de toda mal, o obstáculo real ao reinado do bem. Eliminai das leis, das instituições, das religiões, da educação até os últimos vestígios dos tempos de barbárie e de privilégios, bem como todas as causas que alimentam e desenvolvem esses eternos obstáculos ao verdadeiro progresso, os quais, por assim dizer, bebemos com o leite e aspiramos por todos os poros na atmosfera social. Somente então os homens compreenderão os deveres e os benefícios da fraternidade e também se firmarão por si mesmos, sem abalos, nem perigos, os princípios complementares, os da igualdade e da liberdade.
Será possível a destruição do orgulho e do egoísmo ? Responderemos alto e terminantemente: SIM. Do contrário, forçoso seria determinar um ponto de parada ao progresso da Humanidade. Que o homem cresce em inteligência, é fato incontestável; terá ele chegado ao ponto culminante, além do qual não possa ir ? Quem ousaria sustentar tão absurda tese ? Progride ele em moralidade ? Para responder e esta questão, basta se comparem as épocas de um mesmo país. Por que teria ele atingido o limite do progresso moral e não o do progresso intelectual ? Sua aspiração por uma melhor ordem de coisas é indício da possibilidade de alcançá-la. Aos que são progressistas cabe acelerar esse movimento por meio de estudo e da utilização dos meios mais eficientes.
                                                                                                                                                                                                        Allan Kardec
                      Do livro “Obras Póstumas”   1890
 
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:03
Terça-feira , 14 de Julho DE 2009

A ACEITAÇÃO, A COMPREENSÃO, A EMPATIA SOBRE A MORTE


Existem três modos de se compreender uma pessoa e os três geralmente estão presentes numa entrevista.
1º Modo – É quando se compreende uma pessoa através das informações que recebemos. Isso ocorre freqüentemente numa entrevista, pois geralmente o assistido se refere a terceiras pessoas e que nos fazem compreender como essa pessoa é, usando porém o seu próprio quadro de referência, ou seja, ela quer que nós compreendamos essa pessoa como ele compreende. Essa compreensão sobre uma pessoa que nunca vimos, nunca ouvimos, não conhecemos, é uma compreensão remota e incerta e julgá-la como o assistido geralmente pretende, é para o tarefeiro um grande erro.

2º Modo – É quando se compreende uma pessoa durante a entrevista. É justamente como compreendemos o assistido, vendo-o, ouvindo-o, estudando suas reações. Embora pareça mais fácil, é uma verdadeira armadilha, pois essa compreensão depende do quadro de referências internas de cada um de nós e compreenderemos uma pessoa de forma diferente se estivermos cansados ou dispostos, tristes ou alegres. Um praticante de “surf” por mais que se esforce, dificilmente compreenderá como uma pessoa pode ficar horas quase imóvel diante de um tabuleiro de xadrez.

3º Modo – Esse modo de compreender uma pessoa é o mais válido e o mais difícil. Exige que se aprenda e se pratique. Trata-se de compreender com a pessoa. É diferente de compreender uma pessoa que não conhecemos, através de informações recebidas e é diferente de compreender uma pessoa que se mostra a nós, usando o nosso quadro de referências. Na verdade, não se trata de compreender a pessoa, mas sim compreender com ela todo o resto do mundo ao seu redor e usando o quadro de referência dela e não o nosso. Isso é a empatia. Empatia significa participar do mundo interior da outra pessoa, sentir como se fosse ela e permanecer você mesmo. É importante notar que devemos sentir tudo como se fosso ela e não como ela sente. O tarefeiro não pode deixar de ser ele mesmo, caso contrário, ele não estará ali, como tarefeiro, no exato momento em que o assistido precisa dele. Se isso acontecer, num dado momento, a pessoa entrevistada procura o tarefeiro e vê à sua frente alguém na mesma situação em que se encontra. Empatia não é identificação e nem simpatia. Identificar-se é querer ser, agir e sentir como a outra pessoa. Simpatia é o desejo de partilhar sentimentos e interesses comuns. Compreender com usar a empatia – é o instrumento que possibilita ao plantonista uma aceitação honesta e coerente e comunicação dessa aceitação total, sem reservas, permite à pessoa, praticar uma auto-análise e assim aceita-se também, enfim encontrar-se.

A aceitação e as emoções

O ser humano é o animal que venceu as barreiras do instinto e as tornou o único ser capaz de raciocinar. Também é o único que experimenta as sensações mais amplamente que os outros seres vivos da Terra. Entretanto, no atual estágio de evolução, o ser humano mostra uma enorme carência de bagagem psicológica para enfrentar esse mundo maravilhoso dos sentimentos e principalmente das emoções. Ao lado da arte, da alegria e do amor, surgem manifestações como a tristeza e o ódio, desdobrando-se depois em angústia, desespero e frustrações de toda ordem, tolhendo o raciocínio e dando oportunidade ao medo e à insegurança, gerando desequilíbrios de comportamento e atitudes. O fato de não conseguir racionalizar suas emoções coloca o homem em pânico e ele se sente realmente perdido. Todos nós sentimos muitas vezes na vida a sensação de estar emocionado. Tanto faz se o motivo é alegre ou triste, conosco ou com os outros, pois uma vez emocionados, perdemos a fala, misturamos riso com lágrimas, sentimos os membros tremendo e até uma dificuldade de respirar. O ser humano envolvido emocionalmente, fica perdido e enquanto não recuperar sua capacidade de raciocínio, não dará um passo. Permitindo que ele dê vazão ao conteúdo emocional, clarificando suas vivências, compreendendo-se com ele, podemos criar condições para que ele atinja as condições de racionalizar suas emoções e assim readquirir sua capacidade de raciocinar e agir por si só, guardando em sua bagagem evolutiva, mais uma experiência no conhecimento e domínio de suas emoções.

Onde começa a aceitação

1 – A aceitação pode ser considerada uma das nossas mais importantes ferramentas de trabalho, a viga mestra que sustenta a entrevista, a bússola que orienta os nossos passos, nossos atos, quando estamos frente a frente com o assistido. É a nossa aceitação transmitida para o assistido segundo a segundo que nos permite iniciar e concluir uma entrevista.

2 – Não se deve confundir aceitação com passividade. A atitude do tarefeiro não tem nada de passiva apesar do método não-diretivo. O nosso trabalho é uma busca constante do entendimento do mundo do assistido e um esforço para encorajá-lo a descobrir como é o seu mundo e como ele se sente. É necessário manter-se interessado pelo assistido a cada instante e participar com atenção da entrevista, a cada palavra e a cada gesto. É através da aceitação que o tarefeiro vai dar condições ao assistido alcançar o equilíbrio interior que permite “ser realmente o que se é”. A aceitação age na entrevista de diversas maneiras. Manifesta-se na chegada e perdurando até a finalização desse contato com o assistido que se dá alguns minutos depois ou após muitos dias ou meses. O assistido, via de regra, se apresenta num estado em que as emoções parecem perturbar o seu raciocínio e é manifestada, acima de tudo, uma grande insegurança, ocasionando uma sensação de ameaça. Essa insegura gera um estado de não aceitação próprio, que leva o infeliz ser humano à conclusão de que ninguém o aceita e em tudo vê a ameaça, em forma de reprovação, critica ou preconceito. No instante em que o assistido tem o contato com o tarefeiro, tudo é importante para vencer essa barreira e o tarefeiro precisa manifestar a sua aceitação através da postura, da voz, do olhar, da vibração e do respeito. Caso contrário, a entrevista se encerrará, mesmo que as duas pessoas ainda se comuniquem por algum tempo. Um atendimento realizado em uma ou mais entrevistas, tem sempre fases distintas, que se alternam e se completam, mais ou menos em seqüência e durante todas elas a aceitação deve se fazer presente. Vamos apresentar essas fases numa ordem que não é necessariamente constante, mas tem uma seqüência lógica.
A aceitação e a reflexão do conteúdo emocional A primeira entrevista de um assistido se inicia com uma alta dose de conteúdo emocional, que será manifestado, se a pessoa sentir-se em condições. O tarefeiro deve ser capaz de transmitir confiança para que o assistido se libere de seus temores, e “ponha para fora” o que lhe vai na alma, o que oprime seu coração. E com a aceitação que se consegue essa abertura e a manutenção desse clima. O desabafo sempre inicia por uma manifestação sutil do estado em que a pessoa se encontra e vai se aprofundando como se fosse necessário sentir o terreno, a confiança e principalmente a aceitação dessa sua manifestação emocional. Ele pode chorar, rir, murmurar, dizer frases desconexas, interromper bruscamente uma manifestação ou uma frase, expressar seus sentimentos mais íntimos ou comprometedores.
A aceitação e as direções tomadas pelo assistido Nessa fase, a pessoa pode avançar um pouco e começa a tentativa de ser como realmente ela é. Parece-lhe que a situação em que ela se encontra é decorrente de ter feito algo diferente daquilo que realmente desejava fazer. A aceitação manifestada pela tarefeiro, tem aqui uma dupla função: a primeira aceitar o que a pessoa fez ou deixou de fazer algo que não devia, ou que devia ter feito. A segunda função é a de transmitir ao assistido essa aceitação, para que ele mesmo tente aceitar o que está sentindo, para depois aceitar-se como é, como gostaria de ser e assumir então a decisão de ser realmente o que ele é. A decisão tomada pela pessoa pode não ser aquele que tomaríamos, entretanto, isso não pode ser transmitido, pois o tarefeiro trabalha para que o assistido tome uma decisão por si mesmo.
A aceitação e a clarificação das vivências emocionais Paralelamente à escolha de uma direção, o assistido passará a descrever fatos mais ou menos em seqüência, numa tentativa de explicar (sem que tenha sido conduzido a isso), o seu estado atual. Aqui, o tarefeiro não pode exigir um grande esforço. É muito fácil condenar, criticar ou corrigir quando estamos na condição de terefeiros, principalmente se estamos longe, no tempo e no espaço, do momento em que ocorreu a ação. Por outro lado, ao atingir essa fase da entrevista, o assistido está no auge da confiança depositada no tarefeiro e mostra aspectos de sua vida que nunca mostrou a ninguém e que sempre teve receio em mostrar. Pode até acontecer que, agora depois de passado o evento, a simples narração leve o próprio atendido à conclusões críticas sobre o seu comportamento impulsivo, gerando pequenas crises dentro da grande crise que ele enfrenta. Se você deu condição para que isso ocorra, ele vai sentir confiança.

Bibliografia
Tornar-se Pessoa – Carl Rogers
A entrevista de ajuda – Alfred Benjamin
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 21:17
Domingo , 05 de Julho DE 2009

A CHUVA DOS OLHOS

Chove.
Na fonte das águas, chove.
Na fronte das lágrimas do pretérito calado.
Lavando a chuva dos olhos cansados.
Chovendo nos mares, nos mares amados.

"Há quanto tempo você não chora?
Há quanto tempo seus olhos não são inundados por lágrimas, por estas pequenas gotas que parecem nascer em nosso coração?
Há quanto tempo?
Assim como o fenômeno natural da precipitação atmosférica, a chuva realiza o trabalho de purificar a terra, a água e o ar, também nossas lágrimas têm tal função.
A de limpar nosso íntimo, a de externar nossas emoções, sejam elas de alegria ou de pesar.
Precisamos aprender a expressar nossos sentimentos.
Nossa cultura possui conceitos arraigados, como o de que "homem não chora", ou que "é feio chorar", que surgem em nossas vidas desde quando crianças, na educação familiar, e acabam por internalizarem-se em nossa alma, continuando a apresentar manifestações na vida adulta.
Sejamos homens ou mulheres na Terra, saibamos que todos rumamos para a busca da sensibilidade, do autodescobrimento, e da expressão de nossos sentimentos.
Tudo que deixarmos guardado virá à tona, cedo ou tarde.
Se forem bons os sentimentos contidos, estaremos perdendo uma oportunidade valiosa de trazê-los ao mundo, melhorando nossas relações com o próximo e conosco mesmo.
Se forem sentimentos desequilibrados, estaremos perdendo a chance de encará-los, de analisá-los, e de tomar providências para que possam ser erradicados de nosso interior.
As barreiras que nos impedem de nos emocionar, de chorar, são muitas vezes as mesmas que nos fazem pessoas fechadas e retraídas.
Barreiras que carecemos romper, para que nossos dias possam ser mais leves, mais limpos, como a atmosfera que recebe a água da chuva, e nela encontra sua purificação.
As chuvas dos olhos fazem um bem muito grande.
Desabafar, colocar para fora o que angustia nosso íntimo, ou o que lhe dá alegria, é um exercício precioso.
Um hábito salutar.
Dizer a alguém o quanto o amamos, quando este sentimento surgir em nosso coração - mesmo sem um motivo especial -, será sempre uma forma de fortalecimento de laços.
De construção de uma união mais feliz, e principalmente, um recurso para elevarmos nossa auto-estima, nosso auto-amor.

* * *

Deus nos concedeu a chuva para regar os campos, para tornar mais puro o ar.
Também nos presenteou com as lágrimas, para que as nossas paisagens íntimas pudessem ser regadas, e para que os ares do Espírito encontrassem a pureza.

Texto da Redação do Momento Espírita.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:41
Quarta-feira , 01 de Julho DE 2009

AFLITOS NO REINO DOMÉSTICO

 

Emmanuel
 
Se te encontras entre aqueles companheiros aflitos do reino doméstico, sob agitação quase constante, na expectativa de receber mais dilatadamente o carinho e a assistência dos entes queridos, considera que na atualidade do mundo físico, não é muito fácil manter essa modalidade de cobertura afetuosa por parte daqueles que te usufruem a convivência.
Neste último quartel de século, observemos, por itens, algumas das inovações que dificultam a doação de tempo, entre familiares e amigos íntimos, tais quais sejam:
a requisição cada vez mais intensa da mulher para o serviço profissional, fora de casa;
as desvinculações  gradativas ou violentas no campo da vida familiar;
os percalços do trânsito;
a intensificação do estudo por necessidade de todas as classes, que aspiram a atingir mais alto nível de cultura para a demanda compreensível nas provas de habilitação;
os problemas de moradia;
o fascínio da televisão sobre a mente infanto juvenil;
as preocupações com o movimento que se convencionou chamar por mercado de consumo.
Todos esses fatores influenciam a vida nos modernos tempos de evolução.
Não te acredites sob a desconsideração das pessoas queridas.
Quase todas elas estão sujeitas ao mecanismo de circunstâncias de que não podem fugir.
Quanto possível, asserena-te e aprende a solucionar as próprias necessidades pessoais, sem o concurso de outros.
Isso não quer dizer que se vive, no mundo de hoje, no regime egoístico do “cada qual para si.”
Acontece que o progresso avança, e mais imperiosa se faz a obrigação de atenuar, tanto quanto possível, esse ou aquele peso sobre os corações queridos.
E se alguém, provavelmente, vier a indagar que tem semelhantes acontecimentos com os amigos desencarnados, responderemos que a precipitação e o ressentimento, o azedume e o pessimismo, são agentes altamente corrosivos em nossas tarefas e esquemas de auxílio e equilíbrio, na Vida Espiritual, em favor dos próprios homens, nossos irmãos.
Quando todos nós nos dispusermos a cumprir as próprias obrigações, sem o conformismo da inércia e sem a rebeldia da insatisfação destrutiva, estaremos todos em harmonia com as leis da Vida e do Universo transformando o tempo em alegria e transfigurando a Terra em céu na plenitude dos Céus.
 
Extraída do Livro Paz - Psicografado por Francisco Cândido Xavier
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:58

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