Sábado , 30 de Janeiro DE 2010

NO DIA DO JULGAMENTO

 

Vivia numa cidade grande o nosso personagem João Honesto. Trabalhava numa indústria de grande porte do setor automobilístico, pegava o seu serviço a seis horas da manhã e largava às quinze horas. Como morava muito longe, saía de casa pontualmente às quatro horas da madrugada, o sol ainda nem tinha se levantado. Apesar de todas as dificuldades não reclamava, ao contrário, sempre agradecia a Deus pelo trabalho, pela casa e pela família.

Sua esposa e seus dois filhos vinham todos os dias esperá-lo no portão da casa. Os filhos ao vê-lo, acabando de dobrar a esquina, iam ao seu encontro numa disparada de braços abertos para um abraço apertado. Nos fins de semana iam ao clube para o merecido descanso e lazer. Também era muito estimado no bairro onde morava. Assim era a vida de João Honesto. Até que um dia...

Pouco depois de sair de casa, foi surpreendido por um assaltante que, de revólver em punho, lhe exigiu todo o dinheiro. João assustado não conseguia nem falar, mas diante da insistência do assaltante teve que vencer esta dificuldade e entregou ao larápio todo o dinheiro que possuía no bolso. Era uma quantia muito pequena, pois somente levava o suficiente para a lotação e um pequeno lanche na fábrica. O ladrão ao ver a quantia que tinha em suas mãos soltou um palavrão (que não posso colocar aqui) e desfechou um tiro certeiro na cabeça de João, que imediatamente caiu ao chão e, poucos segundos depois, deu o seu último suspiro.

Família em desespero, amigos inconformados, todos indignados com tanta violência era o quadro de seu velório. Naquele mesmo dia a polícia conseguiu prender o assaltante. Todos aguardavam ansiosamente o dia em que ele seria levado à justiça.

O tempo não parava de correr, até que um dia chegou o julgamento do assaltante. Formada a corte, com o Meritíssimo Juiz e os jurados, para iniciar o processo que o povo movia contra ele, pela morte de João Honesto.

O Promotor de Justiça conseguiu provar pelos fatos, que o assaltante era realmente o culpado pela morte de João. O advogado de defesa ficou sem argumentos, pois as provas eram tão evidentes que pouco lhe restou fazer para o seu cliente. Os que iriam julgar ficaram convencidos da culpa, era esperada a sentença de uns trinta anos de reclusão.

Entretanto o desfecho não foi o esperado, pois o Juiz absolveu o réu. Mas como??? É simples. Antes de dar a sentença o Juiz perguntou ao assaltante o que tinha a dizer em sua defesa. Tomando a palavra, disse que estava sinceramente arrependido de ter matado a João Honesto e que nunca mais faria coisa igual. Assim, diante disso, o Juiz o absolveu.

É um absurdo. Ouvi você dizer. Concordo plenamente com você. Mas pense bem, não é o que a maioria espera em relação aos nossos crimes perante a justiça divina, ou seja, que simplesmente seremos perdoados e pronto. Ora, se não concordamos com uma justiça humana desta maneira, por que então haveremos de concordar com uma justiça divina semelhante?

Por outro lado, se nestes casos a justiça humana aplica uma pena de tal forma que o indivíduo tenha chance de se recuperar e voltar a viver em sociedade, como pensar que a justiça divina nos coloca a pagar ETERNAMENTE, sem nenhuma oportunidade de recuperação? Temos dito que se Deus nos impuser uma pena eterna, quando do nosso julgamento apelaremos para a justiça dos homens, pois, dentro desta ótica, são mais “humanos” do que Deus. Você não faria o mesmo?

A nossa vida de espírito é apenas uma, mas a nossa passagem pelo corpo físico ocorre várias vezes, assim é que a justiça divina se faz. O que não podemos pagar numa vida no corpo físico pagaremos em outra, até que finalmente tenhamos pago o “último ceitil”. Pense nisso.

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:45
Sexta-feira , 29 de Janeiro DE 2010

A TERCEIRA REVELAÇÃO : UMA REFLEXÃO

 
Na primeira metade do século XIX os países europeus eram ainda grandes impérios, que submetiam, pela força militar e não pela ascendência moral ou intelectual, diversos povos à volta do planeta. Se, no século anterior, tinham perdido o controle de suas colônias nas Américas, ainda firme era seu domínio nas terras da África e da Ásia.
 
Naquela mesma época, os ingleses na Índia tratavam a milenar e sapientíssima cultura hindu como um fetiche de povos primitivos, do mesmo modo como faziam na China, no Japão e em outras regiões cujas riquezas econômicas exploravam. Tal depreciação era conveniente, pois ficava fácil alegar que lá estavam como colonizadores necessários e não como ocupantes ilegítimos.
 
A aparente digressão acima com relação ao objeto deste estudo destina-se a mostrar que o conhecimento europeu quanto às civilizações, culturas e crenças estrangeiras ao tempo de Kardec era precário e, quando existente, preconceituoso.
 
Hoje, no entanto, com a TV e a Internet disponibilizando fantásticos instrumentos de pesquisa e dando voz aos pequenos de toda sorte antes emudecidos pela força, não há mais espaço para mantermos o entendimento distorcido de então sobre certas questões.
 
Chegamos, finalmente, ao ponto que queremos abordar. Dizer que a Doutrina Espírita é uma revelação é afirmar algo perfeitamente comprovável. É uma afirmação inatacável.
 
Ir além e dizer que ela é a Terceira Revelação da Cultura Judaico-Cristã parece-nos um pouco mais difícil de provar, posto que uma religião inteira, com milhões de seguidores distribuídos em diversas vertentes, é produto de uma outra revelação na mesma linha cultural de Moisés e do mestre Jesus e anterior, vejamos bem, à Doutrina Espírita. Dez entre dez teólogos que venham a ser por nós consultados comprovarão que Maomé teve uma revelação na linha da tradição judaico-cristã, sendo o Alcorão o código de tal revelação.
 
Ir ainda mais além e afirmar que a Doutrina Espírita é a Terceira Revelação à Humanidade, é, a nosso ver, uma afirmação insustentável. Como poderemos afirmar, após estudarmos o Bhagavad Gita, o Tao Te King, os Sutras, os Anacletos ou quaisquer outras escrituras religiosas dos outros povos, que elas não foram o produto de revelações? Se o fizermos, não seremos honestos em negar-lhes a origem. Se não o fizermos, seremos levianos negando-lhes uma característica cuja existência ignoramos.
 
A seqüência do raciocínio de Kardec no Capítulo I de A Gênese é perfeita, assim como o encadeamento que ali faz entre a revelação de Moisés, a do nosso mestre Jesus e a Codificação. No entanto, saibamos reconhecer que Kardec, como espírito encarnado que era, foi um homem do seu tempo e que, por isso, estava limitado pela percepção cultural do povo ao qual pertenceu, uma percepção eurocêntrica, preconceituosa em relação à cultura dos povos de outros continentes.
 
A Doutrina dos Espíritos, como nos ensinou Kardec, é apenas a porção da Codificação constituída das perguntas e das respostas não assinadas a essas perguntas, isto é, aquelas que Kardec obteve utilizando a técnica intitulada “controle universal do ensino dos Espíritos”. Nem os comentários de Kardec, por mais sábios que sejam, nem as mensagens assinadas pelos comunicantes, por mais elevadas que sejam, fazem parte da Doutrina dos Espíritos e, como tal, devem ser entendidos como opiniões pessoais, dignas de respeito devido ao seu nobre teor e à sua elevada origem, mas sempre questionáveis à luz da razão e do bom senso. Devemos, portanto, ter em mente que, como a identificação do Espiritismo como Terceira Revelação foi produto de um raciocínio de Kardec, uma opinião sua, tal identificação não faz parte da Doutrina Espírita.
 
Para que não sejamos mal interpretados, queremos deixar claro que temos Allan Kardec na mais alta conta, considerando-o um sábio singular, um livre pensador no sentido mais puro do termo, um homem com uma formidável capacidade racional, com um bom senso prático extraordinário e um Espírito de grande evolução que encarnou para cumprir uma missão complexa que lhe foi confiada pelo mestre Jesus devido à sua capacidade intelectual e moral. No entanto, ele próprio nos alertou na introdução de A Gênese para que distinguíssemos entre o ensinamento dos Espíritos e as opiniões pessoais.
 
Creio que o amado leitor possa estar neste instante se perguntando: “Que mal há em chamarmos a Doutrina Espírita de Terceira Revelação, mesmo sabendo que tal identificação é fruto de um raciocínio de Kardec e não um resultado obtido através do controle universal do ensino dos espíritas?”.
 
A resposta está em uma afirmação de Emmanuel, a de que divulgar a Doutrina Espírita é a melhor caridade que podemos fazer para com ela. Ora, como poderemos divulgar nossa Doutrina entre nossos irmãos e irmãs não cristãos e não judeus se já começarmos dizendo a eles que a crença que eles seguem não foi uma revelação?
 
Algumas das sociedades que mais necessitam hoje em dia do esclarecimento e da consolação que o Espiritismo oferece não são de tradição judaico-cristã e a designação do Espiritismo como Terceira Revelação a eles parecerá preconceituosa e sectária, fazendo com que eles provavelmente a rejeitem.
 
Saibamos transcender os limites culturais, respeitando as outras crenças e levando a toda parte do mundo a consolação de que a humanidade tanto precisa. O Espiritismo é para todos, assim como para todos foi, é e sempre será a mensagem de Jesus.
 
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:13
Quinta-feira , 28 de Janeiro DE 2010

OS DEUSES DO DEUS ÚNICO

 

O dogma da Santíssima Trindade é um dos mais confusos criados pelos teólogos cristãos. Em outras religiões, a Trindade tem aspectos, e não pessoas divinizadas (politeísmo?), o que enfraquece a nossa fé.

Cristo (em Grego), Messias (em Hebraico), "Verbus" (em Latim) e Verbo (em Português) são termos equivalentes ao Logos de Platão, o qual significa razão e demiurgo, criador dos homens, e intermediário entre nós e Deus. No Século 1, o filósofo grego judeu Filon desenvolveu essa doutrina do Logos do Prólogo do Evangelho de João (João 1, 1 a 18), e adotada pelo Cristianismo anterior ao Concílio de Nicéia (325). E lembremos-nos aqui de que, na Bíblia, os seres humanos, encarnados ou não, são deuses (Salmo 82,6, 1 Samuel 28, 13, e João 10,34). Já "Filho de Deus" era um título comum, no tempo de Jesus, às almas de escol. E todos seremos um dia filhos de Deus. " A todos que O receberem deu o poder de serem filhos de Deus" (João 1, 12).

E o Mestre é a nossa luz para isso (João 1,9). No texto original grego, Deus é "Théos" (o Deus). Já Deus intermediário, o Cristo, é "Logos" (um Deus). Na Mitologia Grega, Deméter era a "Mãe dos deuses", a Ceres dos Romanos. E Pitágoras diz nos seus "Versos de Ouro" que nós podemos tornar-nos deuses, deuses do Deus único de todos nós, inclusive de Jesus: " Meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus". "Pai nosso que estais nos céus..." Foi essa doutrina platônica do Logos que fez Santo Agostinho abraçar o Cristianismo ("Confissões"). E na frase de Gêneses: "Faça-se a luz", luz refere-se, figuradamente, ao Logos, o "Primogênito das Criaturas", que, num futuro longínquo, viria à Terra, como sendo o Verbo de Deus encarnado.

Em João 1,18, lemos: "Filho Unigênito do Pai". Estaríamos diante de mais uma das várias interpolações na Bíblia, para adaptar o Evangelho ao Credo do dogma do Concílio de Nicéia (325), que transformou Jesus em Deus? Nesse Concílio, Ario defendeu a tese de "Omoios" (semelhante) ou da semelhança de Jesus Cristo com Deus. Já Santo Atanásio, apoiado por Constantino, ensinava a tese, que foi a aprovada, de "Omoio Ousios" (mesma substância), ou de que o Nazareno era também Deus (Théos). A Inquisição, em 1546, enforcou e queimou o filólogo francês Étienne Dolet em Paris, por ele ter dito que a frase correta deveria ser "Filho de Deus único". Mas " Filho Unigênito do Pai" pode significar também que Jesus era, até àquela época, o único homem digno do título de Filho de Deus, o Demiurgo da Humanidade, daí Ele ser nossa luz e nosso modelo.

E quanto a Deus, o Todo-Poderoso, Ele, sim, é um só, o único. E temos certeza disso! "Não há outro Deus senão Deus" (Alcorão)."Para nós não há senão um Deus" (1 Cor. 8,6).

Autor de "A Face Oculta das Religiões" (Ed. Martin Claret). E-mail: escritorchaves@ig.com.br

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:38
Quarta-feira , 27 de Janeiro DE 2010

JESUS, O EDUCADOR DE ALMAS

 

 
            A Humanidade começou, com o advento do Espiritismo, a conhecer com mais amplitude e profundidade o que significou, para o mundo, a vinda de Jesus, o Mestre mais perfeito que a Terra conheceu, aquele que baseou seus ensinamentos na pedagogia do exemplo. Não há um só ensinamento dele que tenha ficado sem o seu testemunho pessoal. Jesus foi simples e minucioso no que ensinou verbalmente e farto na exemplificação. Por isso é que se deve tomá-lo como o Mestre e Guia a ser seguido, e não como um simples intermediador entre o homem e Deus, que teria selado uma pretensa aliança com o Criador, através do oferecimento do seu sacrifício para a salvação da Humanidade, conforme interpretações equivocadas de teólogos.
 
            O próprio conceito de religião foi modificado a partir dos seus ensinamentos. Com Jesus, aprende-se que religião não é algo mágico a ser levado a efeito no interior dos templos. Não mais aquela idéia de que religião é prática mística, contemplativa, ritualística, cheia de oferendas e fórmulas repetitivas vivenciadas no interior das assim chamadas “Casas de Deus”. Religião, conforme seus ensinamentos e, principalmente seus exemplos, passou a ser, para aquele que lhe entendeu as lições, um novo modo de viver, de se relacionar com o próximo, em todos os ambientes, em todos os momentos. Ensinando que Deus está presente em todo o universo, alargou os limites dos templos, conceituando universo como um templo imenso: “Na casa de meu Pai há muitas moradas” (Jo, 14: 2).
 
            Jesus não foi um Mestre de gestos largos, de atitudes místicas e contemplativas, que vivesse confinado em ambiente religioso, ou em local distante, isolado do convívio diário, longe da vida prática. Nem era um profissional religioso: era um simples carpinteiro, que causou espanto em alguns, diante do que falava e fazia: “... donde lhe vêm estas coisas? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos? Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? e não estão conosco aqui suas irmãs? E escandalizavam-se nele.” (Mc, 6: 2 e 3).
 
            Jesus foi um educador de almas, que sempre enfatizou a necessidade do empenho da criatura no sentido de educar-se, de progredir, conforme ensinou no Sermão do Monte:   “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens (...).” (Mt, 5: 16). Toda a mensagem religiosa do Mestre fundamenta-se no esforço da criatura no sentido de revelar essa herança divina que todos trazemos. Nada de graças, além da graça da vida. Nada de privilégios: “(...) e então dará a cada um segundo as suas obras.” (Mt, 16: 27).
 
            Sua mensagem é um verdadeiro desafio, no sentido de transcender os limites da lei antiga, que preconizava “olho por olho, dente por dente”: “(...) se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” (Mt, 5: 20). “Ouvistes o que foi dito: amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; (...).” (Mt, 5: 42 e 43).
 
            Jesus não desejou discípulos passivos, encantados, deslumbrados. Pelo contrário, sempre buscou tocar o sentimento, juntamente com o apelo para que a criatura raciocinasse, a fim de saber, de compreender porque deveria agir desse ou daquele modo. O Sermão do Monte, que para muitos é apenas um hino ao sentimento, é, também, uma forte mensagem à inteligência, ao raciocínio: “E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus dará bens aos que lhos pedirem?” (Mt, 7: 9 a 11).
 
            Jesus, levou o entendimento, a compreensão, o uso do raciocínio, ao campo da fé. A fé ensinada por Jesus transcende os limites da emoção, do sentimento, por associar-se um componente essencial: a razão. Inquestionavelmente, a fé raciocinada começou com Jesus: “Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mt, 6: 26). Ao ensinar a criatura a não criar fantasias sobre a fé, mostra a linha divisória entre aquilo que deve ser objeto da preocupação do homem, e o que deve ser entregue a Deus, perguntando: “E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?” (Mt, 6: 27).
 
            A educação religiosa que Jesus propicia ao homem leva-o a conscientizar-se de que não será através de orações repetidas que estaremos agradando a Deus: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.” (Mt, 6: 7). Nem através de oferendas ou bajulações: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta.” (Mt, 5: 23 e 24).
 
            No Seu trabalho educativo do Espírito humano, Jesus mostrou a importância do bom relacionamento com o próximo como caminho para Deus, conforme bem entendeu o Apóstolo João, que registrou: “Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” (I Jo, 4: 20).
 
            Significativo é o diálogo entre o doutor da lei e Jesus, conforme relatado no Evangelho de Lucas (10: 25 a 37): “Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” Ali se vê um homem, conhecedor profundo das leis religiosas, a ponto de citá-las de cor, logo que inquirido por Jesus: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.” (Deu, 6:5 e Lev. 19: 18). Efetivamente, os judeus sabiam de cor esses dois mandamentos maiores. Entretanto, quando Jesus lhe disse: “Faze isso e viverás”, aquele homem não compreendeu, porque para ele não havia conexão entre o preceito religioso, que lhe enfeitava o campo intelectual, com a vida prática, a ponto de perguntar: “Quem é o meu próximo?” Por saber disso, é que o Mestre contou-lhe a Parábola do Bom Samaritano, mostrando que o samaritano fez sua oferenda a Deus, não diante de um altar, mas através do mais legítimo representante de Deus: o próximo!
 
            Ele próprio deu-se como exemplo no serviço a Deus na pessoa do próximo. Curava sempre, impondo as mãos sobre os doentes, embora não precisasse fazê-lo para curar (vide cura do servo do centurião: Mt, 8: 5 a 13), mas o fez para ensinar, recomendando que se fizesse o mesmo: “... e porão as mãos sobre os enfermos e os curarão.” (Mc, 16: 18). Deixou bem claro, também, a gratuidade da prática religiosa: “... de graça recebestes, de graça dai.” (Mt, 10: 8).
 
            Vê-se, assim, que Jesus trouxe à Terra uma mensagem religiosa sem precedentes. Simples, sem ser superficial; profunda, sem ser complicada.
 
            Uma concepção religiosa libertadora não agrada àqueles que desejam exercer o poder religioso. Estes procuram conservar a religião como algo mágico, místico, extático, complexo a ponto de a ela só terem acesso os doutos e os sábios, pessoas pretensamente especiais, que estariam mais habilitadas a intermediarem as mensagens das criaturas ao Criador. Jesus concedeu carta de alforria à Humanidade, em relação à intermediação sacerdotal, ao informar a criatura humana de que ela tem o direito legítimo e inalienável de se comunicar com seu Criador, diretamente, em qualquer lugar onde se encontre: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará.” (Mt, 6: 6).
 
            Jesus libertou a criatura humana também da necessidade do comparecimento ao templo, a fim de ali encontrar-se com Deus. O Mestre jamais convidou alguém a orar num templo. Pelo contrário, quando a Samaritana manifestou-se no sentido de adorar a Deus no Templo de Jerusalém, o Mestre desautorizou tal atitude, dizendo-lhe: "Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Deus é espírito e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade." (Jo, 4: 21 e 24). Para Jesus não havia santuários, lugares especiais. Seus ensinamentos, suas curas, suas orações sempre foram levados a efeito onde quer que ele se encontrasse.
 
            Ele foi crucificado exatamente pela coragem de contrapor-se ao poderio sacerdotal, àquela verdadeira ditadura religiosa.
 
            Infelizmente, com o passar dos tempos, o eixo da mensagem cristã foi-se desviando, saindo da área do estudo, da meditação à luz da oração consciente, passando às práticas exteriores.
 
            Essas verdades religiosas simples, que estiveram ao alcance de humildes pescadores, de viúvas e de deserdados, foram, com o passar do tempo, relegadas a segundo plano, tendo sido postos em primeiro plano o ritual, a solenidade, o manuseio de objetos de culto, a vela, o vinho, a fumaça, os cantochãos, todo um conjunto imenso de práticas exteriores alienantes, buscadas no judaísmo e no paganismo romano, que distanciavam o homem cada vez mais do esforço de auto-aprimoramento preconizado por Jesus.
 
            Os pronunciamentos libertadores de Jesus não foram objeto de estudo pelos teólogos, que criaram as liturgias, os sacramentos, e, pior ainda, a hedionda teoria das penas eternas, desfazendo a imagem do Deus Misericordioso, tão bem delineada pelo Mestre.
 
            A mensagem cristã foi apequenada, podada, enxertada por aqueles que dela se apossaram, construindo uma religião atemorizadora e salvacionista, com base em atitudes místicas e na crença de que seria o sangue de Jesus o remissor dos pecados da Humanidade. Foi enfatizada a adoração extática a Jesus-morto, em detrimento do esforço em seguir Jesus-vivo.
 
            Mas, o Mestre, conhecedor da fragilidade humana, sabia que, de alguma forma, isso iria acontecer, por isso, prometeu o Consolador: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” (Jo, 14: 26)
 
            Cumprindo sua promessa, enviou-nos o Espiritismo, que não é apenas mais uma religião cristã, mas o próprio Cristianismo Primitivo, que ressurge na sua pureza, pujança e objetividade originais, destacando-se das demais religiões, pelo menos das do Ocidente, pelo seu aspecto altamente educativo.
 
Bibliografia:          A Bíblia Sagrada
Trad. João Ferreira d’ Almeida
Ed. Sociedade Bíblica Britannica e Estrangeira – 1937               
 
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:33
Terça-feira , 26 de Janeiro DE 2010

RESPOSTAS AOS DETRATORES INCOMODADOS

 

Pretendo não responder a debates, questionamento que não tem substancia, o meu único caminho é divulgar a Doutrina Espírita, quem se sentir incomodado, me perdoe, não leia, meus artigos nos meus blogs.
 
A DOUTRINA ESPÍRITA vem-nos abrir os olhos e ouvidos, porque fala-nos tudo clara e logicamente.
Levanta-nos o véu que há sobre certos mistérios.
Consola a todos aqueles que sofrem, dando-lhes uma causa justa em relação aquilo que estão passando no momento.
Se Jesus não falou tudo que teria para dizer, é que acreditava dever deixar certas verdades na sombra até que os homens estivessem prontos para compreendê-las.
Isto fica-nos claro, na seguinte passagem bíblica, a qual se encontra logo a seguir, e que está no Evangelho de João:
“Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora”. (Jo 16,12).
 
Todos os dias as pessoas se indagam acerca da crise existencial
chamada morte, doença, guerra, lutas, provações, enfim a
miserabilidade do homem.
A Doutrina dos Espíritos, nesta linguagem franca, aberta,
trabalha as questões tidas, havidas, sofridas e existenciadas
pelo homem.
É a que tem as respostas para os questionamentos humanos.
E  talvez você já tenha feito perguntas como estas:
De onde eu vim ao nascer?
Para onde irei depois da morte?
O que há depois dela?
Por que uns sofrem mais do que os outros?
Por que uns tem determinada aptidão e outros não?
Por que alguns nascem ricos e outros pobres?
Alguns cegos, aleijados, débeis mentais, enquanto outros nascem inteligentes e saudáveis?
Por que Deus permite tamanha desigualdade entre seus filhos?
Por que uns, que são maus, sofrem menos que os outros que são bons?
 
Fraternalmente
Sérgio Ribeiro
Rio de Janeiro/Brasil
 
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 15:23

DEPOIS DA MORTE SEREMOS OS MESMOS?

 

Estamos sempre assistindo nos noticiários uma ou outra rebelião nos presídios públicos. Alguns inclusive, considerados de segurança máxima, pois abrigam os que classificamos de “alta periculosidade”. Neles se encontram os indivíduos para os quais a vida, a propriedade e outros bens do próximo podem ser retirados sem o menor constrangimento, destaque para a vida humana, que para eles nada representa, pois por coisas insignificantes, matam uma pessoa.

Infelizmente, atualmente as condições de vida nos presídios estão muito abaixo da linha de dignidade humana, pois a sociedade só parece se preocupar em retirar o criminoso de “circulação”, colocando-o em reclusão, ao invés de reeducá-lo, como seria de se esperar. Certamente que poderíamos chamar tais lugares de verdadeiros infernos.

Explodindo-se uma rebelião em um estabelecimento penal qualquer, para lá se dirigem rapidamente as mães, os pais, os cônjuges, os filhos de vários detentos. Ficam, do lado de fora, angustiados, pois sempre temem pela vida da pessoa a quem dedicam seu afeto, não lhes importando a sua condição de ser um criminoso. Demonstram, assim, um sublime sentimento de amor ao parente caído na criminalidade. Só vêem neles um pai, um cônjuge, um filho, enquanto nós outros os vemos como criminosos.

Esse é o quadro que, normalmente, assistimos, e sobre o qual queremos fazer uma reflexão.

Tomaremos primeiro o pensamento de São Tomás de Aquino que, se referindo ao inferno, imaginado pelos cristãos, diz: “Os bem-aventurados, sem saírem do lugar que ocupam, dele sairão, entretanto, de uma certa maneira, em razão de seu dom de inteligência e de visão distinta, a fim de considerarem as torturas dos condenados, e, vendo-os, não somente não sentirão nenhuma dor, mas serão cobertos de alegria, e renderão graças a Deus por sua própria felicidade, assistindo à inefável calamidade dos ímpios1”.

Veja bem. Após a morte, não sentiremos “nenhuma dor” pela desgraça dos ímpios, só que entre eles nós podemos encontrar os nossos pais, nossos cônjuges, nossos filhos, enfim, aqueles mesmos pelos quais, numa rebelião aqui na Terra, ficaríamos diante dos presídios e chorando de angustia por temer pela sua integridade física.

E mais absurdo, ainda, é dizer que, quando formos para o reino dos bem-aventurados, nós ficaremos “cobertos de alegria” com o sofrimento de nossos entes queridos. Será que os nossos sentimentos em relação aos nossos parentes mudam depois que morremos?

E, se diante disso, “rendermos graças a Deus” por nossa própria felicidade, só poderá comprovar que somos os mais vis dos egoístas, já que a nossa preocupação é que somente nós sejamos felizes, não nos importando mais com as pessoas, a que durante a vida inteira dedicamos o nosso amor, muitas das quais juramos amor eterno. Será que no reino dos bem-aventurados nos tornaremos egoístas, mesmo que, quando vivos aqui na Terra, não o fossemos? Isso, com absoluta certeza, é contrário ao “amar ao próximo como a si mesmo”.

Por outro lado, se nós pensarmos assim, como afirma São Tomás de Aquino, estaremos admitindo que um ser humano - quando vivo, pois quando morre, segundo dizem, muda -, tenha mais amor a seus filhos que Deus aos seus!

Pense nisso!

 

 

 

 


1 “O Céu e o Inferno (ou a Justiça Divina) Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec, Araras, SP, IDE, 4ª edição, 1993.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:19
Segunda-feira , 25 de Janeiro DE 2010

DAR NÓ EM PINGO D’ÁGUA

 

 

A respeito da tese do maior teólogo católico da atualidade, o espanhol André T. Queiruga, autor de “Repensar a Ressurreição”, Ed. Paulinas, de que a ressurreição é do espírito (Mateus 27,50 e 1 Coríntios 15,44), as aparições de mortos no momento da morte e ressurreição de Jesus (Mateus 27, 52) são também fenômenos de materializações de espíritos ou de vidência por parte de alguns médiuns. Se essas aparições  fossem mesmo com os próprios corpos dos indivíduos mortos, os evangelistas jamais deixariam de dar mais ênfase ao fato de os corpos estarem vivos do que ao fato de os mortos terem simplesmente aparecido! Esses fenômenos de aparições de mortos são universais, como o comprova o Ph.D. em física quântica da Universidade de Oregon, Amit Goswami (“A Física da Alma – A Explicação Científica para a Reencarnação, a Imortalidade e Experiências de Quase Morte”, Ed. Aleph, São Paulo, 2005). E sobre o morto ressuscitado, ao ser lançado na cova de Eliseu, estaria ele mesmo morto?  (2 Reis 13,21). Se se lançar um cadáver no sepulcro de Jesus, esse cadáver reviveria?
 
Vivemos hoje numa época em que as pessoas estão mais evoluídas, mais filósofas e, portanto, elas querem ver o preto no branco. Que se cuidem, portanto, os políticos e os líderes religiosos (que não é o caso do Sr. Rosário), já que não cola mais um político ficar dizendo “não sei de nada” e nem um líder religioso pregar doutrinas ambíguas imaginadas por teólogos do passado, tentando justificá-las dizendo que se trata de mistérios de Deus, pois o Mestre, ao afirmar que tinha ainda muitas coisas a dizer aos seus discípulos, mas que não o fazia porque eles não estavam preparados para tal, deu-nos uma prova cabal de que tudo o que Ele nos ensinou, fê-lo com clareza meridiana e sem nenhum mistério!

 

 
Os políticos e líderes religiosos que insistem com esses seus ensinos fantasiosos e exóticos, tentando, como se diz, passar azeite, como se fosse mel, nos lábios de seus correligionários, estão, pois, perdendo seu tempo, o que nos faz lembrar do conhecido e irônico adágio popular: tentam dar nó em pingo d’água!

 

 
 

 

 
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:07

Espiritismo - O Consolador Prometido por Jesus

 

 
O Espiritismo é reconhecido pelos seus adeptos, como sendo “O Consolador que Jesus prometera enviar aos homens”.
Baseando-se no que o Mestre disse, segundo consta no Evangelho de João, no capítulo 14, nos versículos de 15 a 17 e 26, podemos ver o seguinte texto:
“Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Mas aquele Consolador, o EspíritoSanto, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”.
O Espiritismo como se sabe, é uma doutrina filosófica, cujos fundamentos estão centrados em fatos concretos e leis naturais ainda desconhecidas, ressaltando disso o seu aspecto científico.
No entanto, essa doutrina, modificando profundamente o pensamento do homem sobre a sua natureza, abrange todas as questões sociais, e conseqüentemente as questões religiosas.
Emanuel, o sábio mentor de Chico Xavier, em seu esclarecedor livro “O Consolador”, nos relata que o Espiritismo possui um tríplice aspecto de ser ao mesmo tempo, Ciência, Filosofia e Religião.
Vejamos este trecho:
Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado desse modo, como um triângulo de forças espirituais.
A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu”.¹
Equivocar-nos-íamos enormemente, se pensássemos que a tarefa do Mestre estivesse limitada àqueles períodos da Palestina.
Ele está atento todo o tempo, em relação aos destinos humanos, e sabe que não seria fácil para os homens o caminho da evolução espiritual, por isso prometera que enviaria mais tarde um Consolador, como vimos anteriormente, no Evangelho de João, para relembrar o que Ele dissera e nos ensinar todas as coisas que não poderiam ser entendidas naquela época. Em outras palavras: Futuramente, ele daria ao homem, um Consolador que prometera outrora, o qual se tornaria, a terceira revelação, que, a nosso ver, não é outra coisa senão a Doutrina codificada por Kardec.
Este não poderia apresentar-se como um ser encarnado, pois o corpo de carne é perecível.
Vemos na Doutrina Espírita, o Consolador prometido, pois ele cumpre aquilo que O Mestre Nazareno prometera.Ou seja: o conhecimento que faz que o homem saiba de onde vem, para onde vai e porque está neste planeta; faz com que a dureza das provações se torne menos difícil, pois acende em cada um a luz da esperança; além de despertar em cada um o sentimento de religiosidade natural que abre mão de dogmas, templos e hierarquias sacerdotais, fazendo com que o mesmo, dê mais importância às obras, do que à fé.
Uma das principais características do Espiritismo, é que ele nos aproxima do Supremo Arquiteto do Universo, assim como daquele que é o seu maior mensageiro aqui na Terra; Jesus, O Cristo.
Seguindo estes raciocínios, perguntaremos a todos:
Porque Deus, que é Onipotente, Onisciente e Onipresente, Soberanamente Justo e Bom, enviaria a este planeta um homem apenas, para esclarecer mais de 6 bilhões de seres humanos, quando pode fazê-lo através de “diversos enviados de sua parte”, para confundir os orgulhosos e lembrar de maneira mais precisa que somos todos Espíritos em trânsito para a evolução?
A Doutrina Espírita, cumpre a promessa de Jesus, ensinando aos homens a observância das leis morais, e fazendo-os compreender o que o Cristo havia dito por parábolas.
O Mestre Nazareno disse-nos no Evangelho do apóstolo Mateus:
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. (Mt 11,15).
O Espiritismo vem-nos abrir os olhos e ouvidos, porque fala-nos tudo clara e logicamente.
Levanta-nos o véu que há sobre certos mistérios.
Consola a todos aqueles que sofrem, dando-lhes uma causa justa em relação aquilo que estão passando no momento.
Se Jesus não falou tudo que teria para dizer, é que acreditava dever deixar certas verdades na sombra até que os homens estivessem prontos para compreendê-las.
Isto fica-nos claro, na seguinte passagem bíblica, a qual se encontra logo a seguir, e que está no Evangelho de João:
Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora”. (Jo 16,12).
Para nós, esta é uma prova incontestável da necessidade de aguardar-se a evolução da humanidade, a fim de que esta pudesse suportar certos conteúdos que não poderiam ser compreendidos na época do Cristo.
Segundo ele mesmo declarou, seus ensinamentos estavam incompletos; e mais ainda, anunciava a vinda daquele que os deveria completar, dizendo-nos também as seguintes palavras no Evangelho de Marcos:
"Passará o Céu e a Terra, mas as minhas palavras não passarão”. (Mc 13,31).
Alguns pensam que é uma pretensão dos que professam o Espiritismo, conferir ao mesmo o título de Consolador.”
No entanto, este nos fornece todas as respostas que falam aos nossos corações, consolando-nos e preenchendo as lacunas deixadas pela cultura humana.
A conclusão que chegamos, é que: se o Espiritismo cumpre tudo aquilo que Jesus prometeu-nos, e se além disso, a Doutrina Espírita dizendo-nos de onde viemos, para onde vamos e o que estamos fazendo na Terra, ensinando-nos ainda, como devemos viver neste planeta, não pode ser pretensão nossa dizer que a religião codificada por Allan Kardec é realmente “o consolador prometido pelo Cristo”.
Mas se alguém considerar que seja mesmo uma afirmação pretensiosa, então teremos que também, considerar como pretensão o fato de Jesus ter dito que ele é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14:6).
Somente através de uma reforma íntima persistente, sendo esta consecutivamente ampla e constante, é que nós alcançaremos bem-aventuranças maiores tanto na Terra, quanto no Céu.
Bem, como nos disse um Espírito israelita, em Mulhouse, no ano de 1861.
“Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá”.²
 
Publicado na revista “Reformador” do mês de outubro, nº 2131, pp. 22 e 23.
 
__________
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 XAVIER, F. C. O Consolador, (definição), Rio de Janeiro FEB, 2003, p. 19.
2 KARDEC, A. O EvangelhoSegundo o Espiritismo, (capítulo 1, item 9), Rio de Janeiro, FEB, 1996, p, 60
 
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:42
Domingo , 24 de Janeiro DE 2010

SALVAÇÃO

 
Salvação nos leva a lembrar bem-aventurança, estado reservado aos espíritos altamente iluminados, que já estão livres do carma, que já estão limpos de todos os sentimentos inferiores que os prendem nos planos grosseiros da carne.

Há muitos religiosos que condicionaram essa palavra ? Salvação ? como se fosse um passe de mágica, como força preponderante para a felicidade pessoal. Esquecem-se de que, para se salvarem, dependem de variadas atitudes e um esticado aprimoramento espiritual, conferido pelo tempo, além de ingentes esforços em todos os rumos da iluminação.
É de se notar que todo trabalho que fizermos para a nossa melhoria moral é muito útil. No entanto, essa realização não se faz de um dia para outro; demanda prolongados exercícios na área interna, e quase sempre não acreditamos na sua eficácia. Iludimo-nos mais com o campo exterior, cheio de ilusões e de nuances convidativas para a vaidade e o orgulho.
Ninguém se salva por ser tocado pelo arrependimento, pois ele é apenas uma das portas que se abrem na limpeza gradativa das nossas sujeiras morais. Enganar a nós mesmos é disfarçar exteriormente. Porém, por dentro, continuamos o mesmo espírito dotado das mesmas intenções que antes alimentávamos. A iniciação por dentro é a mais difícil operação da criatura; a externa sacode e torna visível todas as nossas inferioridades, qual o cair das moedas dos ricos no gazofilácio.
Queremos mostrar, a todo o custo, a todas as pessoas, quando iniciamos, por fora. E quando começamos a cirurgia moral em nós mesmos, fazemo-lo em silêncio, acumulando forças para o grande trabalho de fecundação. A salvação, no termo em que devemos compreendê-la, é a conquista da alma, e não doação de onde quer que venha. É bênção de Deus nas linhas do tempo, é maturidade do espírito.
Também nós, que te falamos através do contributo mediúnico de um sensitivo, temos inúmeras arestas a serem aparadas. Sentindo isso em nosso coração, queremos ser um cirurgião de nós mesmos e realizar muitas operações morais em nossa própria conduta.
Precisamos uns dos outros, encarnados e desencarnados, porque somos todos irmãos e filhos de Deus. É bom que não penses que o desencarne é sinônimo de salvação.
A alma é na erraticidade o que foi na Terra, e vice-versa. Os santos e sábios, quando se apresentam como tais, trabalharam milhares de anos a fio no aprimoramento próprio.
A nossa intenção é, com toda a sinceridade d'alma, convidar os homens para uma grande fusão de valores em torno de Nosso Senhor Jesus Cristo e d'Ele beber a água pura do Amor e passar a compreender como é bom aprender a amar, porque fora do Amor não há salvação para a Humanidade.
E esse Amor tem um preço: o preço da auto-educação, que devemos iniciar.
Vamos começar hoje? Agora?
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 17:08

2010 - 100 ANOS DE CHICO XAVIER

 

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:44

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