Domingo , 14 de Março DE 2010

PARÁBOLA DO ADMINISTRADOR INFIEL

 

(PARÁBOLA DO ADMINISTRADOR OU MORDOMO INFIEL)

"Disse Jesus aos discípulos: Havia um homem rico, que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como esbanjador dos seus bens. Chamou-o e perguntou-lhe: que é isto que ouço dizer de ti? Dá conta da tua administração; pois já não pode mais ser meu administrador. Disse o administrador consigo: Que hei de fazer, já que o meu amo me tira a administração? Não tenho forças para cavar; de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer para que, quando for despedido do meu emprego, me recebam em suas casas.Tendo chamado cada um dos devedores do seu amo, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu amo? Respondeu ele: Cem cados de azeite. Disse então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinquenta. Depois perguntou a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta. E o amo louvou o administrador iníquo, por haver procedido sabiamente; porque os filhos deste mundo são mais sábios para com a sua geração do que os filhos da luz. E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas das iniquidades, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer a um e amar a outro, ou há de unir-se a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas".

(Lucas, XVI, 1-13)

 

1 - CAIRBAR SCHUTEL

O sentido oculto desta parábola visa a estas duas qualidades, pelas quais se reconhece a bondade ou a maldade do homem: fidelidade e infidelidade. Fidelidade é a constância, a firmeza e a lealdade com que agimos em todos os momentos da vida; na abastança como na pobreza, nas eminências dos palácios como na humanidade das choupanas, na saúde como na enfermidade, e até nos umbrais da morte como no apogeu da vida.

O apóstolo Paulo, demonstrando sua lealdade, sua constância, sua fidelidade, sua firmeza de caráter, dizia: "Quem me separará do amor de Cristo?" A fidelidade é a pedra de toque com que se prova o grau do caráter do homem. É fiel nos seus deveres? Tem forçosamente todas as qualidades exigidas ao homem de caráter: reconhecimento, gratidão, indulgência, caridade, amor, porque a verdadeira fidelidade não se manifesta com exceções ou preferências. Aquele que caminha para se aperfeiçoar em tudo, obedece à sentença de Jesus: "Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celestial".

Pelo que se conclui: expondo a parábola, Jesus teve por fim exortar seus discípulos a se aplicarem nessa virtude, que se chama fidelidade, para que pudessem um dia representá-la condignamente, tal como se manifesta nos Céus. Como tudo na Natureza e como tudo o que se faz mister para a perfeição, quer no plano físico ou na esfera intelectual e moral, a fidelidade vai-se engrandecendo em nós, à proporção que nela nos aperfeiçoamos. Não a adquirimos de uma só vez em sua plenitude, mas paulatinamente, gradativamente. E aquele que já a possui em certo grau, como o "administrador infiel" da parábola, faz jus à sua benevolência divina.

Pelo estudo analítico da parábola vemos que o administrador foi acusado por alguém, ou por outra, foi denunciado como esbanjador dos bens de seu patrão, pelo que este resolveu chamá-lo à ordem, perguntou-lhe: "O que quer dizer esta denúncia que tive de ti? Dá conta da tua administração; pois dessa forma não podes mais ser meu empregado". Pela prestação de contas verificou-se não ter havido esbanjamento, mas sim facilidade em negócios, que prejudicaram o patrão. O prejuizo constava de vendas feitas sem dinheiro e sem documentos: cem cados de azeite e cem coros de trigo. Tanto assim que, legalizadas as contas, com as letras correspondentes ao valor de cinquenta cados de azeite e oitenta coros de trigo", "o amo louvou o administrador iníquo por haver procedido sabiamente.

E salientando a seus discípulos a boa tática comercial do empregado que não só garantia a empresa que lhe fora confiada, mas também constituía um bom meio de granjear amigos, disse-lhes: "Granjeai amigos com a riqueza da iniquidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos". É o mesmo que dizer: auxiliai, com as vossas sobras, os que têm necessidade e sede também indulgentes para com os pecadores não lhes imputando o mal que fazem; mas antes, ao que devem cem cados de mal, mandai-o escrever só cinquenta, e, ao que deve cem coros de erros, mandai-os escrever oitenta; mas observai-os, que precisam trabalhar para resgatar essa dívida.

Fazei como fez o administrador infiel, assim chamado pelos seus acusadores, mas que, na verdade, procedeu sabiamente "porque quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito". "Se não fostes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio quem vos dará o que é VOSSO?". As riquezas da iniquidade são os bens materiais, dos quais não somos mais que depositários, são riquezas injustas e não são NOSSAS, porque não prevalecem para a OUTRA VIDA.

O que é NOSSO são os bens incorruptíveis, dos quais Jesus falou também a seus discípulos, para que os buscassem de preferência, porque "os vermes não os estragam, a ferrugem não as consome, os ladrões não os alcançam nem a morte os subtrai". Os discípulos, - como têm obrigação de fazer, todos os que querem ser discípulos de Jesus - deveriam servir somente a Deus, que não é o AMO, não se escravizando a qualquer inconsciente endinheirado ou pseudo-sábio que lhe queira dominar a consciência: não se pode servir a Deus e a Mamon!

Conclui-se de tudo o que acabamos de ler, que o título de infiel, dado ao administrador, foi mal aplicado, torcendo por completo o sentido que Jesus deu à mesma parábola. A palavra divina, por ser falha quando de humana interpretação, faz-se mister que recorramos às entidades superiores do espaço, para que lhe compreendamos sempre o sentido em Espírito e Verdade.

CAIRBAR SCHUTEL

 

2 - EM BUSCA DO MESTRE - PEDRO DE CAMARGO ( VINÍCIUS )

"Havia um homem rico, que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como esbanjador de seus bens. Chamou-o e perguntou-lhe: Que é isto que ouço dizer de ti? dá conta de tua mordomia; pois já não podes mais ser meu mordomo. Disse, então consigo, o administrador: Que farei agora, já que meu amo me tira a mordomia? Não tenho forças para cavar, e, de mendigar tenho vergonha. Eu sei, porém, o que me cumpre fazer, para que, despedido da mordomia, tenha quem me receba em suas casas. Em seguida, convocou os devedores do seu amo, dizendo ao primeiro deles: Quanto deves ao meu amo? Respondeu ele: cem cados de azeite. Disse-lhe, então: Senta-te depressa, e escreve cinquenta. Depois indagou de outro: E tu quanto deves? Respondeu ele: cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta, e escreve oitenta. E assim fez com os demais. E o amo, sabendo disso, louvou o administrador iníquo, por haver procedido sabiamente; pois os filhos deste mundo são mais sábios para com sua geração do que os filhos da luz. E eu vos digo: Grangeai amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco, também o será no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas iníquas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que ficará sendo vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois ou há de aborrecer a um e servir o outro, ou há de unir-se a um e desprezar o outro. Não podeis pois, servir a Deus e a Mamom".


Sintetizemos a parábola, interpretando os seus personagens:
O amo ou proprietário: Deus.
O mordomo infiel: o homem.
Os devedores beneficiados: nosso próximo, os sofredores em geral.
A propriedade agrícola: O mundo que habitamos.


Moralidade: o homem é mordomo infiel porque se apo
dera dos bens que lhe são confiados para administrar, como se tais bens constituíssem propriedade sua. Acumula esses bens, visando exclusivamente a proveitos pessoais: restringe sua expansão, assenhoreia-se da terra cuja capacidade produtiva delimita e compromete. Enfim, todo o seu modo de agir com relação à propriedade que lhe foi confiada para administrar, é no sentido de monopolizá-la em benefício próprio, menosprezando assim os legítimos direitos do Proprietário.

Diante de tal proceder irregular, o Senhorio vê-se na contingência de demiti-lo. Essa exoneração, que não é lavrada a pedido, consuma-se com a morte. Todo o Espírito que desencarna é um mordomo despedido do emprego. A parábola figura um deles, cuja prudência é motivo de elogios. É aquele que, sabendo que ia ser despedido, e que nada poderia levar consigo, nem lhe assistia tampouco o que alegar em seu abono diante da demissão, procura, com os bens alheios ainda em seu poder, prevenir o seu futuro. E, como faz, granjeia amigos com a riqueza da iniquidade, isto é, lança mão dos bens acumulados, que representam a riqueza do Amo sob sua guarda, e, com ela, beneficia os vários devedores, cuja amizade, de tal maneira consegue conquistar!

E o Amo (DEUS) louva a ação do mordomo (homem) que assim procede, pois esse a quem ele aqui no mundo beneficiaria serão aqueles que futuramente o receberão nos Tabernáculos eternos (páramos celestiais, céus, espaço, etc.). O grande ensinamento desta importante parábola está no seguinte: Toda riqueza é iníqua. Não há nenhuma legítima no terreno das temporalidades do século. Riquezas legítimas ou verdadeiras são unicamente as de ordem intelectual e moral: o saber e a virtude. Não assiste ao homem o direito de monopolizar a terra, nem de açambarcar os bens que dela derivam.

Seu direito não vai além do usufruto. Como, porém, todos os homens são ainda egoístas e querem monopolizar os bens terrenos em proveito exclusivo, o Mestre aconselha, com muita justeza, que, ao menos, façam como o Mordomo Infiel: Granjeiem amigos com esses bens dos quais ilegalmente se apossaram, reduzindo, assim, o débito dos que, nesta existência, resgatam culpas. A parábola em apreço contém, em sua essência, transcendente lição de sociologia, encerrando um libelo contra a avareza, e belíssima apologia da liberalidade e do altruísmo, virtudes cardiais do Cristianismo.

Obedecem ao mesmo critério acima exposto, estes outros dizeres: Quem é fiel no pouco também será fiel no muito. Se não fostes fiel nas riquezas injustas, quem vos confiará as legítimas? E se não destes boas contas do alheio, quem vos dará aquilo que se tornará vosso? É claro que a riqueza classificada como sendo o "pouco", como sendo a iníqua e alheia é a que consiste nos bens materiais; enquanto que, a riqueza reputada como sendo o muito, a legítima e a que constitui propriedade inalienável é aquela representada pêlos predicados de caráter, pela virtude, numa palavra, pela evolução conquistada pelo Espírito no transcurso das existências que se sucedem na eternidade da vida.

A terra constitui propriedade de ninguém: é patrimônio comum. E, como a terra, qualquer outra espécie de bens, visto como toda a riqueza é produto da terra. Ao homem é dado desfrutá-la na proporção das suas legítimas necessidades. Tudo que passa daí é uma apropriação indébita. Não se acumula ar, luz e calor para atender aos reclamos do corpo. O homem serve-se naturalmente daqueles elementos, sem as egoísticas pretensões de entesourar.

O testemunho eloquente dos fatos demonstra que o solo quanto mais dividido e retalhado, mais prosperidade, mais riquezas e felicidade assegura aos povos e às nações. De outra sorte, comprova também que a causa fundamental das guerras — esse flagelo, essa expressão de barbárie, selvageria e bruteza — está na ambição e na megalomania de possuir e dominar o mundo, como se este pudesse constituir propriedade do homem.

PEDRO DE CAMARGO "VINICIUS"

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 06:40

TRADUÇÕES MENTIROSAS DA BÍBLIA

 Nós espíritas não somos versados em Bíblia, nem mantemos muita preocupação com as diversas traduções que fazem dos livros, considerados por muitos, sagrados. Também não temos o hábito de analisar ou combater o pensamento dos outros, respeitando o direito que todas as pessoas têm de entender o mundo à sua maneira e, adorar a Deus, ou ao seu Deus, da forma como lhes convier. Mas, temos, sim, o direito de nos defender, defendendo a doutrina espírita quando ela é vítima de golpes baixos e vis.

Vejamos uma tradução da Bíblia, pertencente a uma determinada seita, feita com evidente má fé por "aqueles que gostam da mentira e a praticam":
"Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas"; Watchtower Bible and Tract Society of New York, Inc.; New York, U.S.A.; 1ª Edição Brasileira, 1967:
Gálatas, 5:19-21 - Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são fornicação, impureza, conduta desenfreada, idolatria, prática de espiritismo, inimizades, rixa, ciúme, acessos de ira, contendas, divisões, seitas, invejas, bebedeiras, festanças e coisas semelhantes a estas.
Revelação, 22:15 - Lá fora estão os cães e os que praticam o espiritismo, e os fornicadores, e os assassinos, e os idólatras, e todo aquele que gosta da mentira e a pratica
Levítico, 20:6 – Quanto à alma que se vira para os médiuns espíritas e para os prognosticadores profissionais de eventos, a fim de ter relações imorais com eles, certamente porei minha face contra essa alma e a deceparei dentre seu povo.
Levítico, 20:27 - E quanto ao homem ou à mulher em quem se mostre haver um espírito mediúnico ou um espírito de predição, sem falta devem ser mortos. Devem atirar neles pedras até morrerem.
Agora, comparemos com os mesmos trechos na tradução clássica em língua portuguesa:
"A Bíblia Sagrada", traduzida em português por João Ferreira de Almeida; Imprensa Bíblica Brasileira; Rio de Janeiro; 32ª Impressão; 1975:
Gálatas, 5:19-21 - Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissenções, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, ...
Apocalipse, 22:15 - Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.
Levítico, 20:6 - Quando uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir após deles, eu porei a minha face contra aquela alma, e a extirparei do meio do seu povo.
Levítico, 20:27 - Quando pois algum homem ou mulher em si tiver um espírito adivinho, ou for encantador, certamente morrerão; com pedras se apedrejarão.
Em qualquer tradução clássica, de qualquer língua, mesmo nos textos mais antigos, vamos encontrar sempre as palavras feiticeiro e feitiçaria, encantadores e adivinhos. Mesmo porque seria impossível aos autores originais - no caso Paulo, o Apóstolo, João, o Evangelista e, principalmente, Moisés -, terem usado os termos espiritismo e médium espírita. Não existia ainda o conceito de espiritismo, muito menos a palavra correspondente. Estes neologismos - espiritismo e espírita -, foram introduzidos na cultura universal por Allan Kardec, em 1857, como modificação das palavras espiritualismo e espiritualista, justamente para definir aqueles espiritualistas que aderem à Doutrina Espírita, por ele codificada.
Quem quer que, sem segundas intenções, sem, repetimos, "gostar da mentira e a praticar", queira usar corretamente o vernáculo, vai descobrir que em todos os dicionários existe uma diferenciação muito grande entre feitiçaria e espiritismo. Ainda que a base fenomênica possa ser a mesma, a feitiçaria é praticada dentro de um contexto mágico, místico e, ás vezes, segundo alguns dicionaristas, até maléfico. Já o Espiritismo surgiu precisamente para retirar dessa fenomenologia - hoje chamada de paranormal -, qualquer laivo de magia, misticismo e superstição. Seus estudos são sempre feitos dentro de rigorosos critérios científicos, e sua prática é inspirada na moral cristã. Basta se estudar, ainda que de forma insipiente, a Doutrina Espírita, para se constatar isto. É bom lembrar, porém, que o Espiritismo, apesar de esclarecer as coisas, não combate a feitiçaria, pois respeita, democraticamente, o direito que tem qualquer pessoa de praticar qualquer coisa, desde que não faça mal a si ou a outrem.
O que há de verdadeiramente criminoso nisso tudo, e passível até de processo judicial, é que está se disseminando entre certas seitas um costume muito perigoso de se eleger o Espiritismo como "bode expiatório" dos fracassos e frustrações de seus adeptos. O princípio é mais ou menos este: "Deus é um senhor muito rigoroso que quer as coisas assim ou assado (o "pastor" ou "ministro" sempre sabe como são), e nos pune porque alguns dentre o povo praticam espiritismo, umbanda ou idolatria". A insuflação de ódio conseqüente a esse pensamento atingiu o paroxismo no episódio dos chutes a uma imagem de Nossa Senhora por um "ministro" de seita (pretenso combate à idolatria), e do ataque e espancamento, também liderado por "pastores", dos umbandista que faziam seus inocentes, típicos e, até turísticos, despachos na praia de Copacabana numa passagem de ano.
Os ataques aos espíritas atingem um grau até maior de sutileza e crueldade. Recentemente, num programa religioso de rádio, um desses "pastores" atendia, ao vivo, telefonemas de fiéis que lhes traziam seus problemas. A certa altura, uma mulher liga reclamando que sua loja vai mal apesar de ela ser crente. Ao invés de ajudá-la procurando melhorar os índices de eficiência de seu empreendimento, o "pastor" começou a procurar culpados por outros caminhos. Perguntou-lhe se ela ia regularmente ao templo, se fazia todas as práticas recomendadas pela seita e, principalmente se pagava regularmente o dízimo. A resposta foi positiva. Ele continuou procurando, pois sua teologia prega que se cumprirmos tudo que "deus" nos exige, as coisas só têm que ir bem. Se vão mal, algum "pecado" cometemos. Estendeu a pergunta: "E seus empregados aí da loja, também são crentes, fazem suas orações, vão ao templo?" A resposta: "Fazem... vão... quer dizer... orações sim, quanto a ir ao templo, tem um deles que não vai; ele é... espírita". O "pastor" emitiu um grunhido histérico de vitória: "Pronto, taí, as coisas vão mal prá você, minha irmã, porque tem um espírita aí no meio..." "Quer dizer que devo mandá-lo embora?" - pergunta a inocente que não sabe pensar por si mesma. Aí o "pastor" vascilou, pois sabe das possibilidades jurídicas de uma indenização trabalhista em casos semelhantes: "Não, não lhe digo nada! Você minha irmã é quem tem que saber o que fazer.. afinal você está em dificuldade, quer que sua loja vá bem..." E não é preciso ser adivinho para saber que o pobre rapaz perderia o emprego por ser espírita!
A história tem nos demonstrado as terríveis conseqüências do fanatismo, da perseguição a minorias, da prática vil de se escolher "bodes expiatórios" para as dificuldades coletivas. Todas as pessoas têm o direito de crerem no que quiserem, mas o risco do fundamentalismo é levar os crentes a crerem legítima até mesmo a eliminação dos que pensam diferente. Eliminação física ou de suas fontes de sobrevivência.
O que eu mais estranho é que essa tradução mentirosa da Bíblia foi feita num país democrático e líder na defesa dos direitos individuais. Será que esses traduttori traditori têm coragem de destilar o mesmo veneno por lá, ou esse ódio é só para exportação?
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 06:04

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