Domingo , 30 de Maio DE 2010

A BUSCA DO PRAZER, SUAS LUTAS E SEUS CONFLITOS.

 

O ser humano, indiscutivelmente, anseia por encontrar o prazer, ponto original da ambicionada felicidade, a qual merece destaque especial no processo evolutivo do Espírito encarnado.

Ele, o prazer, não deixa de ser um estímulo veemente para a criatura. Tanto isso se constitui numa realidade que, havendo uma frustração diante da busca, costuma-se dizer: “sou um azarado”, “não existe nenhum motivo para eu continuar vivendo”, “o melhor é desistir de tudo”...

Ignoram essas pessoas que a frustração não deixa de ser um item precioso no processo da nossa evolução, pois que, com ela, aprendemos a suportar o insucesso, passamos a perceber que nem tudo depende exclusivamente de nossas atitudes e ambições. Algo, muito além das nossas percepções, dirige nossos dias, nossos momentos...

De modo geral, estabeleceu-se que ser feliz é ter motivos para sorrir, mostrar-se bem-disposto, elegantemente vestido, aparecendo publicamente dentro de um veículo último tipo, preferencialmente estrangeiro, desfilando aprimorada sociabilidade, e por aí vai...

No entanto, atentemos para o fato de que tudo isso pode não passar de uma máscara afivelada à face dessas criaturas, escondendo sofrimentos, inseguranças, incertezas sobre si mesmas diante dos que as cercam.

O prazer tem sido direcionado para atendimentos imediatos onde os gozos mais fortes existam, tais como aqueles divertimentos estimulados pelo álcool, sexo, tabagismo e, naturalmente, as drogas aditivas e alucinógenas, perturbadoras.

Tal estado íntimo, alcançado pelo uso desses ingredientes, leva, é verdade, a diversões variadas, fortes e desnorteadoras, mas não ao real prazer, que pode ser vivido numa leitura saudável, na audição de uma boa música, em conversações agradáveis, numa convivência relaxante, em passeios e caminhadas pela praia ou pela mata...

O falso prazer, no final, exige da pessoa um repouso prolongado para refazimento energético, afetivo. Ele na verdade se perdeu, esvaziou-se de todas as características de gozo real.

O prazer precisa espraiar-se pelo sistema emocional da criatura, ao final dos momentos vividos que lhe deram origem, deixando-lhe sempre aquela sensação de bem-estar psicofísico, que podemos chamar de bem-estar espiritual.

Quantos esforços são despendidos na busca de um prazer, o qual, tão logo seja logrado, estiola-se, afrouxa toda a expectativa do ser, seu ânimo é jogado por terra, instalando-se a insatisfação, a frustração, o desânimo...

Os ilegítimos prazeres multiplicam-se até o grau de extravagâncias e aberrações, violências e agressividades, para substituírem um estado psicológico enfermiço de enfado que predomina em muitos seres, sempre surgindo nos instantes finais de suas buscas, pelo fato de não haverem preenchido, como era esperado, as reais necessidades de bem-estar que felicitam o Espírito empenhado na busca do verdadeiro prazer.

A história humana, de ontem e de hoje, notabilizou-se pela procura de divertimentos que tivessem continuidade, surgindo as lutas cruentas que terminavam em mortes nas arenas. Essas lutas persistem, com suas variações, nelas incluindo-se as lutas de animais sob os gritos dos jogadores que investem largos recursos para a vitória de seus animais “guerreiros”.

Nessas horas de criação de divertimentos, com jogos e violências, a imaginação do homem sempre se mostrou fértil e variável em atrativos, e quanto mais excitantes melhor. Foi aí que as pessoas começaram a perder o senso do prazer, transferindo-se para o divertimento da crueldade, da maldade, da falta de sensibilidade perante a dor do outro.

Hoje, passados séculos, a violência ainda se espraia mostrando uma face enegrecida pela ignorância no que diz respeito ao verdadeiro prazer, aquele tão bem exemplificado pelo Cristo de Deus, Jesus, cuja atuação visava única e exclusivamente o bem-estar espiritual.

Os divertimentos atuais ganham da mídia um excelente auxiliar porque está em jogo o lucro.

O aumento da variedade de divertimentos leva os seus praticantes incautos às fugas psicológicas, à indiferença quanto à dor alheia, à ausência de solidariedade, porque nesses momentos a instalação do egoísmo é temporariamente invencível, deixando, após sua passagem, um rastro de insaciedade, onde não pode, de forma alguma, existir o prazer.

A ignorância com relação ao que o homem é, seu desconhecimento de que a Deus não se engana, é o que leva a criatura desavisada a permanecer num estado de ignorância que não tem limites.

Somente a dor poderá fazer o que o amor não conseguiu. Infelizmente, esta é a grande e iniludível realidade diante dessa busca desenfreada do prazer, do gozo.

Mais do que natural que surjam, agora ou depois, vários,muitos processos conflituados na criatura no íntimo de sua personalidade e no âmago de sua individualidade.

Somente através de uma terapia em que a razão e o bom senso tenham fincado suas raízes profundas, podem ser ofertados àqueles que se encontram nessa faixa de buscar prazeres e gozos fora do quadro real da espiritualização.

Muito esforço ainda será cobrado aos enganados gozadores da vida, até que eles se encontrem, deparem-se com o verdadeiro prazer – o espiritual –, e por uma razão muito simples: ele é um Espírito, filho de Deus, criado para a perfeição, portanto, para ser feliz.

Reformador Maio/09

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 04:47
Sexta-feira , 28 de Maio DE 2010

SEXO NA BIBLIA

Josué

Ao comando de Deus, Josué faz algumas facas e circuncida as crianças de Israel "novamente" (ai!) à "colina dos prepúcios." [5:2-3]

 

Juízes

"Porventura não achariam e repartiriam despojos? Uma ou duas moças a cada homem?" [5:30]

Sansão vê uma mulher filistéia e diz para os seus pais que a "tomai-la por mulher... porque ela agrada aos meus olhos." [14:1-3]

"E foi-se Sansão a Gaza, e viu ali uma mulher prostituta, e entrou a ela." [16:1]

Depois de levar um levita peregrino para sua casa, o anfitrião oferece a sua filha virgem e a concubina do convidado dele a uma bando de pervertidos (que querem ter sexo com o convidado dele). O bando recusa a filha, mas aceita a concubina "e abusaram dela toda a noite." Pela manhã ela rasteja até o degrau da porta "onde estava seu senhor". O levita põe o corpo já morto sobre um jumento. Então ele pica o corpo em doze pedaços e os envia a cada uma das doze tribos de Israel. [19:22-30]

 

Rute

Noemi (a sogra de Rute) aconselha Rute como melhor seduzir Boaz. Ela lhe diz que espere até que ele esteja um pouco bêbado e durma. "então, entra, e descobrir-lhe-ás os pés [um eufemismo bíblico para órgão genitais masculinos], e te deitarás, e ele te fará saber o que deves fazer." [3:3-4]

Rute faz como Noemi diz, e então à meia-noite acorda Boaz  que a acha aos pés dele. Ele pergunta quem é ela, e ela diz, "Sou Rute, tua serva; estende, pois, tua aba sobre a tua serva, porque tu és o remidor." [3:7-9]

Boaz parece gostar da sugestão e diz, "tudo quanto disseste te farei." Logo após ele lhe pede "Fica-te aqui esta noite... deita-te aqui até à manhã." assim Noemi "Ficou-se, pois, deitada a seus pés até pela manhã." [3:11-14]

"Tomou Boaz a Rute, e ela lhe foi por mulher; e ele entrou a ela, e o SENHOR lhe deu conceição, e ela teve um filho." Outra ajuda divina na concepção de bebê. [4:13]

 

I Samuel

"Elcana conheceu a Ana, sua mulher, e o SENHOR se lembrou dela." (Ele provavelmente disse algo como, Oh sim, esta é aquela cujo útero eu calei.) E "Ana concebeu, e teve um filho, (outro menino!), e chamou o seu nome Samuel." [1:19-20]

"Visitou, pois, o SENHOR a Ana (novamente), e concebeu". Ele a deixou grávida pelas vias normais? [2:21]

Os filhos de Eli fizeram sexo com mulheres "à porta da tenda da congregação." [2:22]

Davi mata 200 filisteus e traz os seus prepúcios a Saul como dote para poder se casar com Mical, filha de Saul. Saul só tinha pedido 100 prepúcios, mas Davi era generoso. [18:25-27]

O sacerdote fala para Davi que ele e os seus homens podem comer o pão "sagrado" se eles se "abstiveram das mulheres." Davi garante ao sacerdote que "o corpo dos jovens também era santos." Assim poderiam comer o pão sagrado. [21:4-5]

 

II Samuel

Davi diz, "Dá-me minha mulher Mical, que eu desposei por cem prepúcios de filisteus." Bem, na verdade ele pagou com duzentos prepúcios (veja em [I Sm 18:25-27]). [3:14]

"E tomou Davi mais concubinas e mulheres." (Quantas? Só Deus sabe, mas ele não nos fala na Bíblia.) [5:13]

O rei Davi dança quase nu em frente a Deus e a todo mundo. Mical o critica por isso e Deus a castiga não tendo ela mais "filhos, até ao dia da sua morte." [6:14], [6:20-23]

Davi vê uma mulher (Bate-Seba) tomando banho e gosta do que vê. Assim ele a chama e comete adultério já que "ela se tinha purificado da sua imundície". E ela concebe um filho (é claro!). [11:2-5]

Deus está bravo com Davi por ter morto Urias. Como castigo, ele terá as suas esposas tomadas pelo "próximo". E este "próximo" que Deus envia para fazer o seu trabalho sujo é o próprio filho de Davi, Absalão [16:22]. [12:11-12]

Depois que o bebê de Bate-Seba é morto por Deus, Davi a conforta entrando a ela. E ela concebe outro filho (Salomão). [12:24]

Amnom (o filho de David) diz a sua meia-irmã Tamar, "Vem, deita-te comigo, irmã minha." Mas ela resiste, então ele a estupra e a despacha. Tamar, sabendo que ela agora pertence a ele (já que era uma virgem), espera que ele se case, mas ele se recusa. [13:1-22]

Amnom (filho de Davi) estrupa sua meia-irmã Tamar (que era virgem). [13:14]

"E entrou Absalão às concubinas de seu pai perante os olhos de todo o Israel." Isto já estava nos planos de Deus como anunciado em [II Sm 12:11-12]. [16:21-22]

Para castigar as dez concubinas que se deitaram com seu filho [16:21-22], Davi recusa ter sexo com elas e as confina em casa para pelo resto de suas vidas. [20:3]

 

I Reis

Para aquecer o velho rei Davi, trouxeram uma moça virgem para servi-lo. [1:1-4]

"E o rei Salomão amou muitas mulheres estranhas... E tinha 700 mulheres, e 300 concubinas." Deus não prestou atenção ao número, mas a estranheza delas. [11:1-3]

 

I Crônicas

"Tamar, sua nora, lhe deu à luz a Perez..." Veja em [Gn 38:6-29] todos os detalhes sórdidos. [2:4]

"E Davi tomou ainda mais mulheres" com a aparente aprovação de Deus. [14:3]

Os servos de Davi tiveram as nádegas expostas. [19:4]

 

Ester

São trazidas todas "moças virgens, formosas à vista" do reino perante ao rei, para que ele escolha qual substituirá Vasti. [2:2-4]

Tendo Ester ganho a competição de sexo, é eleita pelo rei, e é feita rainha no lugar de Vasti. [2:8-9], [2:12-17]

Já que todas mulheres são inerentemente sujas, aquela que agradou o rei, teve que ser purificada durante dez meses antes que ela pudesse ser a rainha. [2:9-12]

 

Salmos

O autor deste salmo é supostamente Davi. Nesse caso, então não é de se estranhar que seus "lombos" estejam com uma doença repugnante. Afinal de contas, a sua promiscuidade era legendária, e provavelmente ele não praticou sexo seguro. [38:5], [38:7]

 

Provérbios

"Saciem-te os seus seios em todo o tempo". [5:19]

"Vem, saciemo-nos de amores até pela manhã." [7:18]

Uma das quatro coisas "maravilhosas" é "o caminho do homem com uma virgem." [30:18-19]

 

Cântico dos Cânticos

"Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o seu amor do que o vinho." Um bom começo para um poema pornográfico. [1:2]

"O meu amado... morará entre os meus seios." [1:13]

"Tal é o meu amado... desejo muito a sua sombra e debaixo dela me assento; e o seu fruto é doce ao meu paladar." [2:3]

"A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me abrace." [2:6]

Nossa heroína leva seu amante para o quarto da mãe. [3:4]

"Os teus dois peitos são como dois filhos gêmeos da gazela". [4:5]

"Levanta-te, vento norte, e vem tu, vento sul; assopra no meu jardim, para que se derramem os seus aromas. Ah! Se viesse o meu amado para o seu jardim, e comesse os seus frutos excelentes!" [4:16]

"O meu amado meteu a sua mão pela fresta da porta, e o meu coração estremeceu por amor dele." [5:4]

"Eu me levantei para abrir ao meu amado... Eu abri ao meu amado, mas já o meu amado se tinha retirado." [5:5-6]

"As voltas de tuas coxas são como jóias... Os teus dois peitos, como dois filhos gêmeos da gazela." [7:1-3]

"Quão formosa e quão aprazível és, ó amor em delícias! ... Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos; e, então, os teus peitos serão como os cachos." [7:6-8]

"Levantemo-nos de manhã para ir às vinhas... ali te darei o meu grande amor." [7:12]

"A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua direita me abrace." [8:3]

"Temos uma irmã pequena, que ainda não tem peitos... e os meus peitos, como as suas torres." [8:8-10]

 

Isaías

Deus "porá a descoberto a sua nudez". [3:16-17]

Isaías faz sexo com uma profetisa que concebe e dá a luz a um filho. (Você não estava esperando uma filha, estava?) [8:3]

Deus diz para Isaías tirar suas roupas e vagar completamente nu durante três anos como um "sinal e prodígio." Deste modo ele será igual aos cativos egípcios que caminharão nus "com as nádegas descobertas." [20:2-5]

 

Jeremias

"Tu te maculaste com muitos amantes". [3:1]

Mais sobre meretrizes que fazem sexo debaixo de toda árvore. [3:6]

Judá comete adultério "com a pedra e com o pedaço de madeira." [3:9]

Jeremias volta a falar sobre sexo debaixo das árvores. [3:13]

"Como cavalos bem fartos, levantam-se pela manhã, rinchando cada um à mulher do seu companheiro." [5:8]

Deus planeja expor a intimidade de todos em Jerusalém erguendo suas saias por cima da cabeça, e declarando "os teus adultérios, e os teus rinchos, e a enormidade da tua prostituição sobre os outeiros no campo". [13:26-27]

 

Lamentações

Jerusalém é comparada a uma mulher nua que suspira e volta atrás. "A sua imundícia está nas suas saias". [1:8-10]

O adversário põe a sua mão em "todas as coisas mais preciosas dela." [1:10]

 

Ezequiel

Deus veste com rigor Jerusalém, limpa seu sangue e assiste sua prosperidade. "Mas confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama... e fizeste imagens de homens, e te prostituíste com elas." [16:6-41]

Pênis grande. [16:26]

Descobriram a nudez do pai, cometeram adultério com as esposas do próximo, e fizeram sexo com a nora e a irmã. [22:1-16]

Um conto sobre duas irmãs que eram culpadas de prostituírem-se. [23:1-49]

Pênis realmente grande. [23:20]

Deus quebra e rasga os ombros dos egípcios, e diz que "trarei sobre ti a espada e separarei de ti homem e animal." Ai! [29:7-9]

 

Oséias

Deus diz para Oséias cometer adultério, dizendo "Vai, toma uma mulher de prostituições e filhos de prostituição; porque a terra se prostituiu, desviando-se do SENHOR." Assim Oséias fez e "tomou" como esposa, Gomer. [1:2-3]

Oséias diz para seus filhos que falem com a mãe deles, "Porque ela não é minha mulher, e eu não sou seu marido." Ele ameaça: "Para que eu não a deixe despida, e a ponha como no dia em que nasceu." [2:2-3]

Deus diz que ele descobrirá "a sua vileza diante dos olhos dos seus namorados". [2:10]

Deus diz para Oséias que ame "uma mulher, amada de seu amigo e adúltera". [3:1]

Israel foi uma "meretriz" como quem "amaste a paga sobre todas as eiras de trigo." [9:1]

 

Amós

Deus prediz que "um homem e seu pai entram à mesma moça". [2:7]

"No dia da ira de Deus, os homens valentes fugirão nus." [2:16]

 

Naum

Deus diz da meretriz: "te descobrirei na tua face, e às nações mostrarei a tua nudez e aos reinos, a tua vergonha." [3:4-6]

 

Zacarias

Deus diz que Jerusalém será "tomada... e as mulheres, forçadas." [14:2]

 

Mateus

"Há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino dos céus. Quem pode receber isso, que o receba." Palavras perigosas de um sujeito que recomenda cortar partes do corpo se elas o fazem pecar ([Mt 5:29-30], [Mt 18:8-9], [Mc 9:43-48]). Alguém pode querer se castrar para ser um dos 144.000 virgens [Ap 14:3-4] que irão ao céu. [19:12]

 

Marcos

E um jovem o seguia (Jesus), envolto em um lençol sobre o corpo nu. E lançaram-lhe as mãos, mas ele, largando o lençol, fugiu nu. [14:51-52]

 

Romanos

Paulo explica que "o uso natural" de mulheres é serem objetos sexuais para o prazer dos homens. [1:27]

Com sua habitual intolerância, Paulo condena os homossexuais (inclusive as lésbicas). Esta é a única referência clara à lésbicas na Bíblia. [1:26-28]

 

I Coríntios

Paulo, enquanto julga alguns rumores, reclama que há fornicadores entre os seus seguidores em Corinto; ele está preocupado que alguns fizessem sexo com as esposas de seus pais. Ele diz que aqueles que fizeram estas coisas deveriam ser entregues a Satanás. [5:1-5]

Paulo pergunta se ele deveria levar os membros de Cristo, e fazer-lhes membros de uma meretriz? E continua, "não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela?" Eu não sabia disso. [6:15-16]

Paulo deseja que os homens e mulheres se privam de sexo, mas lhes diz "ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência." [7:5]

Paulo, como Jesus e os outros escritores do Novo Testamento, espera o fim para logo. "O tempo se abrevia." Assim, não há tempo para sexo, de qualquer maneira, o mundo estará terminando logo. [7:29]

 

Apocalipse

Jezabel (quem Deus tinha se livrado jogando-a do alto, pisoteada por cavalos, e comida por cães [II Rs 9:33-37] é insultada por João, dizendo que ela ensinou e seduziu os servos de Deus para se prostituírem. [2:20]

Jesus porá Jezabel em uma cama, e cometerão adultério com ela. [2:22]

Bebendo o vinho da prostituição. [14:8]

"Bem-aventurado aquele... que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas." [16:15]

A grande prostituta é descrita como "cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição." Ela tem um sinal bastante grande na testa, e se porá bêbeda com o sangue de santos e mártires, "e a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo." [17:1-16]

"Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição. Os reis da terra se prostituíram com ela. E os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias." [18:3]

"E os reis da terra, que se prostituíram com ela e viveram em delícias, a chorarão e sobre ela prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio." [18:9]

A "grande prostituta" corrompeu a terra com sua prostituição. [19:2]

 

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:01
Quarta-feira , 26 de Maio DE 2010

CRUELDADE E VIOLÊNCIA NA BIBLIA

Levítico

Deus dá instruções detalhadas de sacrifícios de animais. Tais rituais sangrentos devem ser importantes para Deus, julgando o número de vezes que ele repete as instruções. Do primeiro ao nono capítulo do Levítico, podem ser resumidos da seguinte forma: Adquira um animal, mate-o, jogue o sangue ao redor, corte o animal morto em pedaços, e queime para um "cheiro suave ao SENHOR." [1 - 9]

"Então, esfolará o holocausto e o partirá nos seus pedaços." [1:6]

Queime a cabeça, gordura, e entranhas para um "cheiro suave ao SENHOR." [1:8-9]

"E a degolará ao lado do altar... e espargirão o seu sangue à roda sobre o altar." [1:11, 3:2, 3:8, 3:13]

"Depois, a partirá nos seus pedaços... e o queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao SENHOR." [1:12-13]

"E lhe torcerá o pescoço com a sua unha, e a queimará sobre o altar". [1:15]

"Para um cheiro suave ao SENHOR." [1:17, 2:2, 2:9, 2:12, 3:5, 3:16, 6:15, 6:21]

"Em pedaços a partirás... é oferta de manjares." [2:6]

"Coisa santíssima é, de ofertas queimadas ao SENHOR." [2:10]

Toda a gordura, rins e fígado deverão ser oferecidas em holocausto. [3:3-4, 3:9-10, 3:14-16, 4:8-11]

"E porá a sua mão sobre a cabeça do novilho, e degolará o novilho perante o SENHOR." [4:4]

"O sacerdote molhará o seu dedo no sangue e daquele sangue espargirá sete vezes perante o SENHOR, diante do véu do santuário." [4:6, 4:17]

"E todo o resto do sangue do novilho derramará à base do altar". [4:7]

"E degolar-se-á o novilho perante o SENHOR." [4:15]

Mate e espalhe o sangue. [4:24-25]

Mate pela "expiação do pecado", espalhe o sangue, e queime a gordura para um "cheiro suave ao SENHOR." [4:29-31, 4:33-34]

Torça o pescoço de pombos para Deus. [5:8-9]

Qualquer toque no corpo morto de uma oferenda será santo. [6:25-27]

A santa lei da expiação: Ache um animal; mate-o; espalhe o sangue ao redor do altar; ofereça para Deus a gordura, a calda, o fígado e os rins; queime tudo e coma no lugar santo. Isto é muito santo! [7:1-6]

O sacerdote tem que espalhar o sangue das ofertas de paz. [7:14]

Cuidado com o que você come. A gordura e o sangue são para Deus. [7:18-27]

Deus dá instruções para "oferta movida" e "sacrifícios pacíficos." Ele diz estes sacrifícios serão para sempre "por estatuto perpétuo." Você fez o seu sacrifício pacífico hoje? [7:30-36]

Moisés mata um animal; esfrega o sangue nas orelhas e nos dedos polegares da mão e do pé de Arão. Então ele joga o sangue ao redor do altar e faz uma oferta de movimento perante Deus. Finalmente ele queima as oferendas "por cheiro suave" à Deus. [8:14-28]

Vários sacrifícios de animais. Depois de degolados, molha-se o dedo no sangue, joga-se sangue ao redor, queimam-se as gorduras e entranhas, e faz-se oferta de movimento à Deus. [9:8-21]

Mate um bezerro, molhe o dedo no sangue e faça um círculo com ele, queime a gordura e as entranhas, e renuncie ao peito como "oferta de movimento perante o SENHOR." [9:8-21]

"E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú... trouxeram fogo estranho... e morreram perante o SENHOR." [10:1-2]

Se os sacerdotes descobrirem suas cabeças, rasgarem suas roupas, saírem com o óleo santo, ou então beberem "vinho ou bebida forte", Deus os matará e enviará sua ira para "toda a congregação." [10:6-9]

Depois que uma mulher der à luz, um cordeiro e um pombo serão oferecidos pelo pecado. Isto porque ter crianças é pecado e Deus gosta quando animais são mortos para ele. [12:6-8]

O tratamento de Deus para lepra: Adquira dois pássaros. Mate um. Molhe o pássaro vivo no sangue do morto. Espirre o sangue no leproso sete vezes, e então solte o pássaro vivo no campo. Depois ache dois cordeiros e os mate. Esfregue um pouco de seu sangue na orelha direita do paciente, no dedo polegar, e no dedo polegar do pé. Espirre óleo sete vezes e esfregue um pouco do óleo na orelha direita dele, no dedo polegar e no dedo polegar do pé. Finalmente, arrume um par de pombas. Mate uma. Molhe a ave viva no sangue da morta e espalhe pela casa. [14:2-52]

Deus explica o uso de bodes expiatórios. Faça assim: Adquira dois bodes. Mate um. Degole-o e borrife o sangue ao seu redor sete vezes. Então pegue o outro bode, conte todos os seus pecados a ele e o envie ao deserto. [16:6-28]

"E o sacerdote espargirá o sangue ... e queimará a gordura por cheiro suave ao SENHOR." [17:6]

Se você transtornar a Deus, ele fará a terra vomitá-lo. [18:25]

"Porém qualquer que fizer alguma dessas abominações, as almas que as fizerem serão extirpadas do seu povo." [18:29, 19:8]

Não coma sacrifícios no terceiro dia ou sua "alma será extirpada do seu povo." [19:6-8]

Qualquer um que "der da sua semente a Moloque", será morto. E para aqueles que ignorarem isto, Deus o expulsará assim como sua família. [20:2-5]

"Quando um homem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente morrerá." Nós não podemos tentar conversar antes? [20:9]

Serão executados todos os adúlteros. [20:10]

Se um homem fizer sexo com a esposa de seu pai, ambos morrerão. [20:11]

"Se um homem fizer sexo com sua nora, ambos morrerão." [20:12]

"Se um homem fizer sexo com outro homem, ambos morrerão." [20:13]

"Se um homem tomar uma mulher e a sua mãe, então os três morrerão." [20:14]

Se um homem ou mulher fizer sexo com um animal, a pessoa e o pobre do animal serão mortos. [20:15-16]

Mulheres com "espírito adivinho" serão apedrejadas até a morte. [20:27]

"Quando a filha de um sacerdote se prostituir; com fogo será queimada." [21:9]

Deus nos dá mais instruções para matar animais. Eu imagino que os primeiros nove capítulos do Levítico não foram suficientes. [23:12-14, 23:18-20]

Não faça qualquer trabalho no dia da Expiação ou Deus o destruirá. [23:29-30]

Um homem amaldiçoou e blasfemou o nome do Senhor. Moisés pergunta a Deus o que fazer sobre isto. Deus diz que a toda a comunidade deve apedrejá-lo até a morte. "E fizeram os filhos de Israel como o SENHOR ordenara a Moisés." [24:10-23]

Qualquer um que blasfemar será apedrejado até a morte pela sua comunidade. [24:16]

Deus diz para os israelitas que persigam os seus inimigos "e cairão à espada diante de vós." Ele imagina que cinco israelitas poderão perseguir cem, e cem poderão perseguir dez mil de seus inimigos. [26:7-8]

Deus descreve os tormentos que ele planejou para aqueles que o desagradam. Os habituais: pestes, febres ardentes que consumirão os olhos, etc. mas ele reserva o pior para as crianças. Ele diz que "semeareis debalde a vossa semente, e os vossos inimigos a comerão", "enviarei entre vós as feras do campo, as quais vos desfilharão" e "comereis a carne de vossos filhos e a carne de vossas filhas comereis." [26:16-39]

Todas as coisas "consagradas" (homem e animal) "certamente morrerá." [27:28-29]

 

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:01
Terça-feira , 25 de Maio DE 2010

A MORTE DE AGRIPA: QUEM CONTA UM CONTO, AUMENTA UM PONTO

A verdade não pode existir em coisas que divergem. (S. Jerônimo)

 

Introdução

A ingenuidade de muitos em acreditar piamente em todas as narrativas bíblicas, como se fossem verdades irrefutáveis, é digna de pena. A grande maioria dessas pessoas, se nem mesmo ousa admitir uma simples dúvida, que dirá contestar aquilo que se encontra relatado na Bíblia, já que pressupõem que tudo que ali está é plena verdade proveniente de Deus.

Ainda não perceberam que, por conta da esperteza da liderança religiosa da antigüidade, tacitamente incorporada pela atual, foi o que transformou a Bíblia num livro cujo conteúdo passou a ser supostamente a palavra de Deus. Foi a forma fácil e prática que se encontrou para manter sob seu domínio os fiéis: ovelhas que não berram.

 

A morte de Agripa

 Leiamos esse acontecimento conforme a narrativa bíblica:

Herodes estava enfurecido com os habitantes de Tiro e Sidônia. Estes fizeram um acordo entre si e se apresentaram diante de Herodes, depois de conquistarem as graças de Blasto, o camareiro real. Eles pediam a paz, já que seu país recebia mantimentos do território do rei. No dia marcado, Herodes vestiu-se com os trajes reais, tomou seu lugar na tribuna, e lhes dirigiu a palavra oficial. O povo começou a clamar: "É a voz de um deus, e não de um homem!" Mas, imediatamente, o anjo do Senhor feriu Herodes, porque ele não tinha dado glória a Deus. E Herodes expirou, carcomido por vermes. (At 12,20-23)

 

Segundo os tradutores da Bíblia Anotada, esse personagem é “Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande, que reinara ao tempo do nascimento de Cristo. Agripa, pelo menos exteriormente, era um zeloso praticante dos rituais judaicos e era um patriota em questões religiosas” (p. 1378). E, em relação à sua morte, completam: “Josefo afirma que Herodes adoeceu subitamente durante seu discurso e, depois de cinco dias de sofrimento, morreu (44 A.D.)” (p. 1379).

Vejamos então, para conferir, o que Josefo (37 a 103 d.C.), o historiador hebreu, fala a respeito desse assunto. A versão de Josefo, parece-nos ser bem diferente dessa que acabamos de citar. Vamos iniciar seu relato após Agripa ter sido preso, acusado por um liberto de nome Eutico, de desejara morte do imperador Tibério, para que seu amigo Caio o substituísse no poder:

Um dia, quando Agripa estava com outros prisioneiros diante do palácio, a fraqueza, que lhe causava a tristeza, fez que ele se apoiasse a uma árvore sobre a qual uma coruja veio pousar.

 

Um alemão, que era do número desses prisioneiros, tendo-o notado, perguntou a um soldado que o olhava e que estava acorrentado com ele, quem era aquele homem; tendo sabido que era Agripa, o mais notável de todos os judeus pela glória de sua origem, rogou-lhe que se aproximasse dele, a fim de que pudesse ouvir de sua boca alguma coisa sobre os costumes de seu país. O soldado assim fez; o alemão, então, disse a Agripa, por meio de um intérprete: “Bem vejo que uma mudança tão grande e tão repentina de vossa sorte vos aflige, e que dificilmente acreditaríeis que a divina providência vos dará a liberdade, muito em breve. Mas eu tomo os deuses como testemunhas, os deuses que eu adoro e os que são reverenciados neste país, que me puseram nestas cadeias, de que, o que eu vos tenho a dizer, não é para vos dar uma vã consolação, sabendo, como eu sei, que quando as predições favoráveis não são seguidas de seus efeitos só servem para aumentar a nossa tristeza. Quero pois dizer-vos, embora com perigo, o que essa ave que acaba de voar sobre vossa cabeça vos pressagia. Estareis bem depressa em liberdade e elevado a tão grande poder, que sereis invejado por aqueles que agora têm compaixão de vossa infelicidade. Sereis feliz durante todo o resto de vossa vida e deixareis filhos que sucederão à vossa felicidade. Mas quando virdes aparecer de novo essa mesma ave, sabei que somente vos restarão cinco dias de vida. Eis o que os deuses vos pressagiam e como eu tenho conhecimento disso, julguei dever dar-vos essa alegria, para amenizar vossos males presentes, com esperança de tantos bens futuros. Quando vos encontrardes em tão grande prosperidade não nos esqueçais, eu vos rogo, e trabalhai para nos tirar da miséria em que nos encontramos”. A predição desse alemão pareceu tão ridícula a Agripa, que provocou nele, naquele instante, uma gargalhada, tão forte que depois causou-lhe a ele mesmo, espanto e admiração. (JOSEFO, 2003, p. 425-426)

 

Será que essa profecia foi cumprida? Para sabermos o que aconteceu, continuemos o relato de Josefo um pouco mais à frente, cujo tempo decorrido é cerca de seis meses depois:

 

Trouxeram nesse mesmo tempo duas cartas de Caio; uma endereçada ao senado, com a qual lhe dava o anúncio da morte de Tibério e de que ele o havia escolhido para substituí-lo no império; a outra, a Pisão, governador da cidade, que dizia a mesma coisa, ordenando-lhe tirar Agripa da prisão e permitir-lhe voltar à sua casa. Assim ele se viu livre de todo temor: e embora estivesse ainda guardado, vivia no resto, como queria. Pouco depois, Caio veio a Roma para onde fez trazer o corpo de Tibério, mandando fazer-lhe, segundo o costume dos romanos, soberbos funerais. Ele quis pôr Agripa em liberdade, no mesmo dia, mas Antônia aconselhou-o a diferir, não, porque não sentisse afeto por ele, mas porque julgava que aquela precipitação iria contra o decoro, porque não se podia apressar tanto a liberdade daquele a quem Tibério conservava preso, sem manifestar ódio por sua memória. No entanto, alguns dias depois, Caio mandou chamá-lo e não se contentou em dizer-lhe que mandasse cortar os cabelos, mas lhe pôs a coroa na cabeça; depois fê-lo rei da tetrarquia que Felipe havia possuído e acrescentou-lhe ainda a de Lisânias. Quis também como sinal de seu afeto dar-lhe uma cadeia de ouro do mesmo peso da de ferro que ele havia usado e mandou em seguida Marullhe, como governador da Judéia. (JOSEFO, 2003, p. 427)

 

Então se a primeira parte da profecia, dita pelo alemão, foi cumprida, fica provado que os deuses que lhe passaram a informação estavam certos. Mas, e quanto à segunda parte da profecia, a que dizia a respeito de sua morte? Será que Agripa ouviu a coruja piar novamente?

 

Voltemos à Josefo e leiamos:

No terceiro ano do seu reinado ele celebrou na cidade de Cesaréia, que antigamente era chamada a Torre de Estratão, jogos solenes em honra do imperador. Todos os grandes e toda a nobreza da província, reuniram-se nessa festa; no segundo dia dos espetáculos Agripa veio bem cedo, pela manhã, ao teatro, com uma veste cujo forro era de prata trabalhada com tanta arte, que quando o sol o iluminava com seus raios, desprendiam-se reflexos tão vivos de luz, que não se podia olhar para ele sem se sentir tomado de um respeito, misto de temor. Mesquinhos bajuladores, então, com palavras melífluas que destilam veneno mortal no coração dos príncipes, começaram a dizer que até então haviam considerado seu rei, como um simples homem, mas que agora viam que o deviam reverenciar como um deus, rogando-lhe que se lhes mostrasse favorável, pois parecia que ele não era como os demais, de condição mortal. Agripa tolerou essa impiedade, que deveria ter castigado mui rigorosamente. Mas, logo levantando os olhos, viu uma coruja, por sobre sua cabeça, pousada numa corda estendida no ar e lembrou-se de que aquela ave era um presságio de sua infelicidade como outrora tinha sido de sua prosperidade. Soltou, então, um profundo suspiro e sentiu, ao mesmo tempo, as entranhas roídas por uma dor horrível.

 

Voltou-se para seus amigos e disse-lhes: “Aquele que quereis fazer acreditar que é imortal, está prestes a morrer e essa necessidade inevitável não podia ser uma mais pronta convicção de vossa mentira. Mas é preciso querer tudo o que Deus quer. Eu era muito feliz e não havia príncipe de quem eu devesse invejar a felicidade”. Dizendo estas palavras, sentiu que as dores cresciam cada vez mais; levaram-no ao palácio e a notícia espalhou-se imediatamente, de que ele estava prestes a exalar o último suspiro. Logo todo o povo, com a cabeça coberta de um saco, segundo costume de nossos pais, fez oração a Deus pela saúde e todo o ar ressoou com gritos e lamentações. O príncipe que estava no quarto mais alto do palácio, vendo-os de lá, prostrados por terra, não pôde reter as lágrimas; as dores, porém, continuaram por cinco dias a fio e o levaram, aos cinqüenta e quatro anos de sua vida, sétimo do seu reinado, pois reinara quatro sob o imperador Caio, nos três primeiros dos quais ele só tinha a tetrarquia, que fora de Filipe, e no quarto, acrescentaram-lhe a de Herodes; nos três anos em que reinou sob Cláudio, esse imperador deu-lhe também a Judéia, a Samaria e Cesaréia. Mas, embora suas rendas [*] fossem muito grandes, ele era liberal e tão magnânimo que era obrigado ainda a pedir emprestado.

 

Analisando os fatos

Interessantíssimo é que as duas previsões, constantes da profecia, que foram ditas pelo alemão a Agripa, se cumpriram. Ora, ele mesmo afirmou a ter recebido dos deuses, o que então prova que não era somente o Deus dos hebreus que tinha profetas aqui na terra. Será que havia um acordo entre os deuses de ambos – o do alemão e o dos hebreus?

 

Provavelmente; haja vista o cumprimento integral da profecia.

 

Vejamos, agora, os pontos que foram aumentados:

Lucas: Herodes estava enfurecido com os habitantes de Tiro e Sidônia. Estes fizeram um acordo entre si e se apresentaram diante de Herodes, depois de conquistarem as graças de Blasto, o camareiro real. Eles pediam a paz, já que seu país recebia mantimentos do território do rei.

 

Josefo: Nada fala desse assunto. Coloca o evento quando do acontecimento de jogos solenes oferecidos por Agripa em honra ao imperador, ocasião em que se reuniram vários príncipes e toda a nobreza para essa majestosa festa.

 

Lucas: No dia marcado, Herodes vestiu-se com os trajes reais, tomou seu lugar na tribuna, e lhes dirigiu a palavra oficial

 

Josefo: Fala que Agripa chegou ao local dos jogos de manhã usando “uma veste cujo forro era de prata trabalhada com tanta arte, que quando o sol o iluminava com seus raios, desprendiam-se reflexos tão vivos de luz, que não se podia olhar para ele sem se sentir tomado de um respeito, misto de temor.” Não diz absolutamente nada de que Agripa tenha feito, da tribuna, algum tipo de discurso oficial.

 

Lucas: O povo começou a clamar: "É a voz de um deus, e não de um homem!"

 

Josefo: O motivo para que alguns o elevaram à categoria de um deus, foi justamente a roupa brilhante citada anteriormente. Condição não

contestada por Agripa, que ainda, segundo Josefo, deveria tê-los castigados. E quem disse alguma coisa foram os mesquinhos bajuladores, o que pode não significar necessariamente que teria sido o povo, que dá uma idéia de que todos, ou pelo menos, a maioria dos que ali estavam.

 

Lucas: Mas, imediatamente, o anjo do Senhor feriu Herodes, porque ele não tinha dado glória a Deus. E Herodes expirou, carcomido por vermes.

 

Josefo: Após o episódio acima, Agripa vê uma coruja o que o faz lembrar-se da profecia que ouvira do alemão; daí sim é que ele fala ao povo contestando a sua condição de deus, assumindo sua condição de mortal e dizendo-lhes que brevemente estaria morto. O fato imediato é que ele começou a passar mal, sentindo muitas dores. Nesse estado, Agripa permaneceu por cinco dias, quando finalmente dá o seu último suspiro. Embora Josefo não fale nada sobre o enterro de Agripa, é de se presumir que aconteceu, pois, se tivesse ocorrido algo em contrário, seria ponto de destaque que não passaria despercebido por um historiador.

 

Assim, Agripa não foi imediatamente carcomido por vermes, fato que, para salvar o texto bíblico, devemos considerar como épico. E mais: o motivo da morte de Agripa nada tem a ver com ele não ter dado glória a Deus.

 

Conclusão

Por aqui provamos que, no presente caso, quem contou o conto, aumentou não foi um só ponto, mas vários. Os relatos históricos não podem ser preteridos às narrativas bíblicas, cujos autores não se preocuparam nem com a verdade histórica, nem mesmo com a ordem cronológica dos acontecimentos, a eles só interessavam os seus heróis enaltecidos.

Sempre estamos ouvindo dogmáticos querendo salvar a veracidade dos textos bíblicos, relegando os fatos históricos, arqueológicos e mesmo científicos, na doce ilusão de que “tá na Bíblia é verdade”. Coitados, pois ainda acham que conseguirão tapar o Sol com uma peneira!

 

Paulo da Silva Neto Sobrinho

Dez/2005. (revisado jan/2007).

www.paulosnetos,net

 

 

 

[*] O grego diz: Mil e duzentas vezes dez mil, sem nada mais especificar.

(JOSEFO, 2003, p. 453).

 

 

Referência bibliográfica.

JOSEFO, F. História dos Hebreus, Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

Bíblia Anotada, São Paulo: Mundo Cristão, 1994.

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral, São Paulo: Paulus, 1990.

GEISLER, N e HOWE T., Manual popular de dúvidas e enigmas e “contradições” da Bíblia, São

Paulo: Mundo Cristão, 1999.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:38
Segunda-feira , 24 de Maio DE 2010

COMPANHEIROS DE JORNADA

Emmanuel

 

Talvez que um dos mais belos espetáculos ante a Espiritualidade  Superior, seja o de anotar a persistência dos companheiros enfaixados na  Vida Física, sempre que se mostrem decididamente empenhados a lutar pela  vitória do bem.

Companheiros que, em muitas ocasiões comparecem nas tarefas do bem,  vergados ao peso do sofrimento; que se reconhecem constantemente visitados  por forças contrárias aos compromissos que abraçam a lhes testarem a  resistência; que, não raro, suportam tempestades ocultas na própria alma:  que, às vezes, se sentem espancados por injúrias nascidas de muitos  daqueles aos quais se afeiçoaram com os mais altos valores da própria vida  e, que, no entanto, renovam as próprias forças na oração, através da qual  confiam em Deus e em si mesmos, prosseguindo adiante nos encargos  construtivos que lhes dizem respeito.

Em outras circunstâncias, eles próprios caem no erro, sempre natural  naqueles que ainda caminham sob os véus da existência física, mas sabem  reerguer-se, de imediato, com suficiente humildade para o recomeço da  marcha.

E trabalham. E se esfalfam na própria melhoria, respeitando a estrada  dos outros, da qual recolhem exemplos edificantes, sem procurarem qualquer  motivação à censura, evitando congelar a seara alheia.

*

Se te propões a colaborar no levantamento do bem de todos, não desistas  de agir e servir.

Momentos sobrevirão em que o teu campo de atividades parecerá coberto  de sombras e sentirás talvez o coração trânsido de lágrimas.

Ainda assim, não te marginalizes.

Chora, mas prossegue lutando e trabalhando pelo bem comum.

Se tropeças, reajusta-te.

Se cais, levanta-te e continua em serviço.

Se desenganos te requisitam, torna ao replantio de esperanças maiores e  segue adiante, amando e auxiliando no melhor a fazer.

Relacionando as dificuldades que todos trazemos, por enquanto, nos  recessos do ser, é justo considerar que a vitória em nós e sobre nós ainda  nos custará muito esforço de construção e reajuste, entretanto, para  altear-nos ao ideal do bem, fixando energias para sustentá-lo, recordemos o  Cristo de Deus; regressando, depois da morte, à convivência dos discípulos,  Jesus nem de longe lhes assinala as deficiências e as fraquezas e sim lhes  reafirma em plenitude de confiança: - "Estarei convosco até o fim dos  séculos."

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:01
Sábado , 22 de Maio DE 2010

BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO

 

 

I-Importância da Nação Brasileira no Cenário Mundial.

 

Desembarcava em Manhattan, na América vindo da França, no dia 11 de maio de 1831, o jovem Aléxis de Tocqueville que, em 1835, escrevia seu livro “De la Democratie en América”, no qual expunha suas idéias sobre a Nação que realizaria tarefas sem precedentes na História – os Estados Unidos.

Pelo método comparativo preconizava a bipolaridade, que somente bem mais tarde se implantaria. Vejamos o que escreveu, então:

“Existem hoje sobre a Terra dois povos, que tendo partido de pontos diferentes, parecem adiantar-se para o mesmo fim – são os russos e os anglo-americanos. Ambos cresceram na obscuridade; e enquanto os olhares dos homens estavam ocupados noutras partes, colocaram-se de Improviso na primeira fila entre as nações, e o mundo se deu conta, quase que ao mesmo tempo, de seu nascimento e de sua grandeza. Todos os outros povos parecem ter chegado mais ou menos aos limites traçados pela natureza, nada mais lhes restando se não manter-se onde se acham, enquanto aqueles dois se acham em crescimento; todos os outros vão se deter ou avançar a poder de mil esforços; apenas esses dois marcham a passo fácil e rápido numa carreira cujos limites o olhar humano não poderá ainda perceber. O americano luta contra os obstáculos que a natureza lhe opõe; o russo está em luta com os homens. Um combate o deserto e a barbárie; o outro, a civilização; por isso as conquistas do americano se firmam com o arado do lavrador e as do russo, com a espada do soldado. Para atingir sua meta, o primeiro apóia-se no interesse pessoal e deixa agir, sem dirigí-las, a força e razão dos indivíduos. O segundo concentra num homem, de certa forma, todo o poder da sociedade. Um tem por principal meio de ação a liberdade, o outro, a servidão. O ponto de partida é diferente, os seus caminhos são diversos; não obstante cada um deles será convocado, por um desígnio secreto da Providência, a deter nas mãos, um dia, os destinos da metade do mundo.”

Isso era previsto, veja-se bem, em 1835. E dentro do processo histórico, o ciclo evolutivo das nações marcaria o desaparecimento da supremacia da Espanha e Portugal, nações que, pela bipolaridade, dominavam os destinos do mundo com o advento das grandes navegações. Também desapareceria a hegemonia da França e da Inglaterra e o mundo continuaria dominado, no âmbito da bipolaridade, por nações com grande extensão territorial e amplas fachadas marítimas. Além dos Estados Unidos e da Rússia, outras cinco nações já se haviam estabelecido no Mundo, satisfazendo aquelas condições: o Canadá, a Austrália, a Índia, a China e o nosso Brasil, que ensaiava seu ciclo evolutivo entre as grandes Pátrias da Terra.

Coube ao sueco Rudolf Kjellen, na obra intitulada “O Estado como forma de vida”, de 1916, provar que as nações, como todos os seres vivos, nascem, crescem, projetam-se ou não e morrem, cedendo seu lugar a outras no cenário das grandes potências.

Fato importante, os estudiosos, hoje, vêm mostrando que a Rússia e os Estados Unidos aproximam-se do cone de sombra, que os levará, um dia, ao eclipse de sua supremacia nas áreas em que atuam no Planeta, em face do desmoronamento das estruturas sobre as quais se apóiam. Quanto aos Estados Unidos, a derrocada está prevista no fato de o racismo anglo-saxão ter dificuldade de manter-se majoritário, pois as minorias dos negros, chicanos, porto-riquenhos se reproduzem com mais desenvoltura, formando quistos – podendo desestabilizar-se a estrutura estatal. Quanto à Rússia, tratar-se-ia, como no caso do Império Romano, de regime centralizado, em falência... A Rússia de hoje, envolvendo toda a parte oriental da Europa, atingindo a Ásia sem alcançar o Mediterrâneo, começa a ser solapada pelas Repúblicas Socialistas e “satélites” da periferia.

Esse caso das potências mencionadas já preocupa os especialistas que promovem o processo seletivo, em busca das condições que devam preencher os países destinados à hegemonia dentro do mundo bipolar, em substituição daqueles em declínio (veja-se “Avaliação do Poder Mundial”, de Ray Cline).

Países com vasta extensão territorial e amplas fachadas marítimas, afora os Estados Unidos e a Rússia, são a China, o Brasil, o Canadá, a Índia e a Austrália. Candidatos à hegemonia mundial são mais forte a China e o Brasil, som “sua situação especialíssima e seu patrimônio imenso de riquezas...”.

Afirma, em sua obra “Retrato do Brasil” (Atlas - Texto de Geopolítica), a Professora Therezinha de Castro, do Colégio Pedro II e Conferencista de Geopolítica na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, na Escola de Guerra Naval e na Escola de Comando e Estado Maior da Aeronáutica, além de autora de numerosas obras de História Geral e do Brasil:

 

 

"Dentro da tese de Alexis de Tocqueville de que o mundo, a partir do século XX, em face da bipolaridade, passaria a ser dirigido por grandes nações com ampla extensão territorial e vasta fachada marítima, se opõem as condições básicas. Indispensáveis que um país deve possuir, simultaneamente, para se enquadrar na categoria de nação emergente no âmbito das relações internacionais:

 

· Superfície territorial maior do que 5.000.000 Km2;

· continuidade territorial;

· acesso direto e amplo ao alto-mar;

· recursos naturais estratégicos e essenciais;

· população maior do que 100 milhões de habitantes:

· densidade demográfica maior do que 10 habitantes por Km2 e menor do que 200 habitantes por km2;

· homogeneidade racial.

Essas sete condições básicas, na atualidade só são preenchidas por dois países – a China e o Brasil.

Assim, no âmbito das relações internacionais, apesar dos grandes espaços vazios por preencher e integrar, figuramos entre as nações mais populosas do Globo. Nação das mais populosas, onde a homogeneidade racial se vem impondo desde os primórdios coloniais, com três condições fundamentais para ser Grande Potência, pois temos: espaço, posição e matérias-primas; somos, portanto, dentro do conceito geopolítico global, uma Nação Satisfeita”. (destaques nossos.)

 

Afirma o Professor Pinto Ferreira, sociólogo e jurista, em sua obra “Curso de Educação Moral e Cívica”, 2ª edição, 1974:

 

“É preciso compreender o Brasil para poder amá-lo e engrandecê-lo. O Brasil constitui uma singularidade histórica. É a primeira grande civilização próspera no mundo tropical. O Brasil tem condições para ser uma superpotência mundial no século XXI (págs. 14 e 15). É uma grande potência mundial emergente, que será incontestavelmente uma das seis grandes superpotências do fim do século XX (pág.120). A ascensão do Brasil, como o foi a da Rússia, é uma inegável possibilidade geopolítica”. (pág. 163).

Vimos, assim, que do ponto de vista sócio-histórico-geográfico o destino do Brasil é tornar-se Grande Potência.

 

II - DESTINAÇÃO ESPIRITUAL DO BRASIL.

 

1.      Influência espiritual na História.

 

Segundo o realismo histórico cristão, a História se desenrola conforme a vontade de Deus, sempre soberana, sem prejuízo, porém, do papel do homem, que executa o planejamento divino, de acordo com seu preparo para a missão e seu livre-arbítrio, que o leva, muitas vezes, a desvios históricos, conhecidos.

Assim se expressa, a respeito, o filósofo Basave del Valle, em sua obra “Filosofia do Homem”, cap. XI, itens 13 e 14:

“Deus não pode falhar na realização dos seus fins providenciais... o fim da História será em qualquer caso o que Deus quis... há uma harmonia geral preestabelecida, impossível de anular devido aos desvios do homem”. (destaque nosso). A História, em conclusão, é obra de Deus e obra dos homens. Sob a condução suprema da providência, a livre atividade humana é forjadora da História”.

 

Esse mecanismo da História é assim apreciado pelo conhecido escritor espírita Hermínio C. Miranda, em artigo intitulado “Arquivos Espirituais da Independência do Brasil”, publicado em “Reformador” de setembro de 1972 e do qual extraímos os tópicos seguintes:

 

“(...) sou daqueles que vêem na História a presença inequívoca de Deus e, por isso, também, a importância das lições que elas encerram para melhor entendimento do presente e mais lúcida projeção do futuro.” “(...)É assim que os poderes espirituais fazem a História, escrevendo-a primeiro na memória e no coração dos seres que devem, por assim dizer, materializá-la no plano humano. Há falhas , às vezes, porque os Espíritos não são constrangidos; são convidados. Fica-lhes o livre-arbítrio e, por isso, estão sujeitos a deslizes que podem retardar o programa, mas nunca invalidar o objetivo superior traçado no mundo espiritual”. (Destaques nossos).

 

2. Preparo da raça (segundo elementos colhidos na obra “História da Civilização Brasileira”, da Professora Therezinha de Castro, págs.494/498):

O Brasil é um país mestiço, de raça não pura, de população cruzada. O povo brasileiro formou-se da mestiçagem do

· português, elemento invasor, desbravador, aventureiro, romântico a seu modo;

· negro, elemento importado, sofredor, que veio, como escravo, saudoso de sua terra, mas desprendido e humilde ( a escrava amamentava o filho da Sinhá, enquanto o seu chorava de fome);

· índio, elemento nativo, corajoso, amante da liberdade.

Observe-se que no Norte e no Sul predominou o cruzamento do português com o índio; no Centro-Oeste e Litoral deu-se o cruzamento do português com o negro. Quarto elemento vem complementar a população, por miscigenação – os imigrantes.

“O Brasil, país livre do racismo, com liberdade religiosa, é, na realidade, um país mestiço”.

As influências recebidas foram assimiladas, absorvidas. Surgiu um povo de grande simpatia, marcado pela solidariedade humana, com uma consciência coletiva e fraterna.

 

“(...) o Brasil resulta de três grupos étnicos diferentes, além dos imigrantes, mas nele há unidade de língua, que é a portuguesa. Desenvolveu uma sólida democracia étnica e racial, de que não há notícia no mundo, num sentimento de cálida fraternidade humana”. (“Curso de Educação Moral e Cívica”, do Professor Pinto Ferreira, 2ª ed. 1974, págs. 15 e 102).

 

 

III – O CORAÇÃO DO MUNDO.

 

Coube ao livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, de Humberto de Campos (Espírito), cuja 1ªedição, FEB, data de 1938, colocar para os espíritas a problemática da evolução espiritual do Brasil e delinear a tarefa que lhe cabe na construção evangélica do mundo futuro.

No prefácio da obra escreveu Emmanuel:

”O Brasil não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos povos mais pobres do Planeta, mas, também, a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora da crença e de fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridades espirituais do Orbe inteiro”.

O autor da obra esclarece, na introdução:

“Jesus transplantou da Palestina para a região do Cruzeiro a árvore magnânima do seu Evangelho, a fim de que os seus rebentos delicados florescessem de novo, frutificando em obras de amor para todas as criaturas. (...) Nessa abençoada tarefa de espiritualização, o Brasil caminha na vanguarda. O material a empregar nesse serviço não vem das fontes de produção originariamente terrena e sim do plano invisível, onde se elaboram todos os ascendentes construtores da Pátria do Evangelho”.

Impõe-se transcrito o Capítulo I – O Coração do Mundo, da obra premonitória de Humberto de Campos (Espírito):

“(...) Foi após essa época, no último quartel do século XIV, que o Senhor desejou realizar uma de suas visitas periódicas à Terra, a fim de observar os progressos de sua doutrina e de seus exemplos no coração dos homens.

Anjos e Tronos lhe formavam a corte maravilhosa. Dos céus à Terra, foi colocado outro símbolo da escada infinita de Jacob, formado de flores e de estrelas cariciosas, por onde o Cordeiro de Deus transpôs as imensas distâncias, clarificando os caminhos cheios de treva. Mas, se Jesus vinha do coração luminoso das esferas superiores, trazendo nos olhos misericordiosos a visão de seus impérios resplandecentes e na alma profunda o ritmo harmonioso dos astros, o planeta terreno lhe apresentava ainda aquelas mesmas veredas escuras, cheias da lama da impenitência e do orgulho das criaturas humanas, e repletas dos espinhos da ingratidão e do egoísmo. Embalde seus olhos compassivos procuraram o ninho doce de seu Evangelho; em vão procurou o Senhor os remanescentes da obra de um dos seus últimos enviados à face do orbe terrestre. No coração da Úmbria haviam cessado os cânticos de amor e de fraternidade cristã. De Francisco de Assis só havia ficado as tradições de carinho e de bondade; os pecados do mundo, como novos lobos de Gúbio, haviam descido outra vez das selvas misteriosas das iniqüidades humanas, roubando às criaturas a paz e aniquilando-lhes a vida.

- Helil – disse a voz suave e meiga do Mestre a um dos seus mensageiros, encarregado dos problemas sociológicos da Terra -, meu coração se enche de profunda amargura, vendo a incompreensão dos homens, no que se refere às lições do meu Evangelho. Por toda a parte é a luta fratricida, como polvo de infinitos tentáculos, a destruir todas as esperanças; recomendei-lhes que se amassem como irmãos e vejo-os em movimentos impetuosos, aniquilando-se uns aos outros como Cains desvairados.

- Todavia – replicou o emissário solícito, como se desejasse desfazer a impressão dolorosa e amarga do Mestre – esses movimentos, Senhor, intensificaram as relações dos povos da Terra, aproximando o Oriente e o Ocidente, para aprenderem a lição da solidariedade nessas experiências penosas; novas utilidades da vida foram descobertas; o comércio progrediu além de todas as fronteiras, reunindo as pátrias do orbe. Sobretudo, devemos considerar que os príncipes cristãos, empreendendo as iniciativas daquela natureza guardavam a nobre intenção de velar pela paisagem deliciosa dos Lugares Santos.

Mas – retornou tristemente a voz compassiva do Cordeiro – qual o lugar da Terra que não é santo? Em todas as partes do mundo, por mais recônditas que sejam, paira a benção de Deus, convertida na luz e no pão de todas as criaturas. Era preferível que Saladino guardasse, para sempre, todos os poderes temporais na Palestina, a que caísse um só dos fios de cabelo de um soldado, numa guerra incompreensível por minha causa, que, em todos os tempos, deve ser a do amor e da fraternidade universal ”.

O diálogo continua, vindo, em dado momento, Jesus a perguntar:

“ – Helil(...) onde fica, nestas terras novas, o recanto planetário do qual se enxerga, no infinito, o símbolo da redenção humana?

-Esse lugar de doces encantos, Mestre, onde se vêem, no mundo, as homenagens dos céus, aos vossos martírios na Terra, fica mais para o Sul.

E quando no seio da paisagem repleta de aromas e melodias, contemplavam as almas santificadas dos orbes felizes, na presença do Cordeiro, as maravilhas daquela terra nova, que seria mais tarde o Brasil, desenhou-se no firmamento, formado de estrelas rutilantes, no jardim das constelações de Deus, o mais imponente de todos os símbolos.

Mãos erguidas para o Alto, como se invocasse a bênção de seu Pai para todos os elementos daquele solo extraordinário e opulento, exclama então Jesus:

- Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore do meu Evangelho de piedade e de amor. No seu solo dadivoso e fertilíssimo, todos os povos da Terra aprenderão a lei da fraternidade universal. Sob estes céus serão entoados os hosanas mais ternos à misericórdia do Pai Celestial. (...) Aproveitamos o elemento simples de bondade, o coração fraternal dos habitantes destas terras novas, e, mais tarde, ordenarei a reencarnação de muitos Espíritos já purificados no sentimento da humildade e da mansidão, entre as raças sofredoras das regiões africanas, para formarmos o pedestal de solidariedade do povo fraterno que aqui florescerá, no futuro, a fim de exaltar o meu Evangelho, nos séculos gloriosos do porvir. Aqui, Helil, sob a luz misericordiosa das estrelas da cruz, ficará localizado o CORAÇÂO DO MUNDO!” (Destaques nossos.)

.................................

 

Foi por isso que o Brasil, onde confraternizam hoje todos os povos da Terra e onde será modelada a obra imortal do Evangelho do Cristo, muito antes do Tratado de Tordesilhas, que fincou as balizas das possessões espanholas, trazia já, em seus contornos, a forma geográfica do CORAÇÃO DO MUNDO.”(Destaque nosso.)”.

 

IV – A PÁTRIA DO EVANGELHO.

 

Fala-nos Humberto de Campos (Espírito), em sua obra profética, da descoberta do Brasil (V. Capítulo II) e de como repercutiu no mundo espiritual:

“A bandeira das quinas desfralda-se então gloriosamente nas plagas da terra abençoada, para onde transplantara Jesus a árvore de seu amor e de sua piedade, e, no céu, celebra-se o acontecimento com grande júbilo. Assembléias espirituais, sob as vistas amorosas do Senhor, abençoam as praias extensas e claras e as florestas cerradas e bravias. Há um contentamento intraduzível em todos os corações, como se um pombo simbólico, trouxesse as novidades de um mundo mais firme, após novo dilúvio.

Henrique de Sagres (o HELIL), o antigo mensageiro do Divino Mestre, rejubila-se com as bênçãos recebidas do céu. Mas, de alma alarmada pelas emoções mais carinhosas e mais doces, confia ao Senhor as suas vacilações e os seus receios:

- Mestre – diz ele -, graças ao vosso coração misericordioso, a terra do Evangelho florescerá agora para o mundo inteiro. Dai-nos a Vossa benção para possamos velar pela sua tranqüilidade, no seio da pirataria de todos os séculos. Temo, Senhor, que as nações ambiciosas matem as nossas esperanças, invalidando as suas possibilidades e destruindo os seus tesouros....

Jesus, porém, confiante, por sua vez, na proteção de seu Pai, não hesita em dizer com a certeza e a alegria que traz em si:

- Helil, afasta essas preocupações e receios inúteis. A região do Cruzeiro, onde se realizará a epopéia do meu Evangelho, estará, antes de tudo, ligada eternamente ao meu coração. As injunções políticas terão nela atividades secundárias, porque, acima de todas as coisas, em seu solo santificado e exuberante estará o sinal da fraternidade universal, unindo todos os espíritos. Sobre a sua volumosa extensão pairará constantemente o signo da minha assistência compassiva e a mão prestigiosa e potentíssima de Deus pousará sobre a terra de minha cruz, com infinita misericórdia.”

No último capítulo da obra, o Autor espiritual justifica-a assim:

 

“Nosso objetivo, trazendo alguns apontamentos à história espiritual do Brasil, foi-se tão-somente encarecer a excelência da sua missão no planeta, demonstrando, simultaneamente, que cada nação, como cada indivíduo, tem sua tarefa a desempenhar no concerto dos povos. Todas elas têm seus ascendentes no mundo invisível, de onde recebem a seiva espiritual necessária à sua formação e conservação. E um dos fins principais do nosso escorço foi examinar, os olhos de todos, a necessidade da educação pessoal e coletiva, no desdobramento de todos os trabalhos do país. (...) Só o legítimo ideal cristão, reconhecendo que o reino de Deus ainda não é deste mundo, poderá, com a sua esperança e o seu exemplo, espiritualizar o ser humano, espalhando com os seus labores e sacrifícios as sementes produtivas na construção da sociedade do futuro.” (São nossos todos os destaques deste capítulo.)

 

V - CONSIDERAÇÕES FINAIS.

 

O Espiritismo nos ensina que, planejadas na Espiritualidade as nossas tarefas, com vistas a garantir nosso progresso intelectual e espiritual, cabe-nos a responsabilidade de executá-las, o que fazemos de acordo com a nossa vontade livre, bem ou mal, apressando ou retardando a própria evolução. Retardando, dissemos, não a frustrando, porém.

No artigo “Uma avaliação do Espiritismo no Brasil”, publicado em “Reformador” de março de 1978, Hermínio C. Miranda assim se manifesta a respeito da missão atribuída aos espíritas brasileiros, pela obra “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”:

“É certo, pois, que o nosso país está investido de uma grande responsabilidade na implementação desse esquema de trabalho e tudo se fará conforme planejado, mesmo porque, segundo Humberto, “todos os obstáculos serão, um dia, removidos para sempre do caminho ascensional no progresso”. Está, porém, nas mãos dos homens a faculdade de influir no ritmo da caminhada.

(...) “os discípulos encarnados bem poderiam atenuar o vigor das dissensões esterilizadoras, para se unirem na tarefa impessoal e comum, apressando a marcha redentora” – informa ainda Humberto à pág. 228.”

Eis aí, pois, o programa de trabalho, as responsabilidades de cada grupo- encarnados e desencarnados- e as dificuldades a vencer que, como facilmente se depreende, estão em nós mesmos e não naquilo que temos de fazer.

O êxito do empreendimento é indubitável, mas a sua concretização no tempo e no espaço depende, em grande parte, do nosso posicionamento nesse vastíssimo contexto histórico, do grau de maturidade que demonstrarmos na execução das pequeninas tarefas que nos cabem na tarefa maior. Se optarmos pelas dissensões de que fala Humberto, ou pelo “personalismo e vaidade... que as forças das sombras alimentam” , como ele ainda insiste à pág.223, então estaremos entre aqueles que, transformados em obstáculos, terão de ser removidos”.

Fala-nos, então, o articulista num modelo espírita brasileiro e alerta:

“Não sei se estamos todos bastante conscientes e alertados, no Brasil, para a importância do que poderíamos identificar como modelo”.

E termina o artigo com esta reflexão:

“O modelo está pronto e não falhará; os Espíritos orientadores também estão a postos e não falharão, porque seguem o comando de Alguém que jamais nos despontou. E nós?” (Destaque do original.)

    O assunto foi objeto de outro artigo, este de lavra de Passos Lírio e publicado em “Reformador” de janeiro de 1979, no qual o articulista arrola os fatos que, a seu ver, justificam a previsão, constante da obra citada, da tarefa a ser executada pelo Espiritismo no Brasil, para realização dos desígnios do Alto, a respeito.

    Desses fatos salientamos apenas alguns, remetendo o paciente leitor ao artigo, que merece lido na íntegra:

    . Circulação ininterrupta de “Reformador”, cujo primeiro centenário de fundação ocorreu em 21 de janeiro de 1983, sempre lido por grande número de adeptos do Espiritismo;

    ·  os vários Congressos espiritualistas e espíritas, realizados fora do País, com a presença do Brasil, em 1898 (Londres), 1900 (Paris), 1908 (México), 1910 (Bruxelas), 1925 (Paris);

    · tradução em língua portuguesa das obras de Allan Kardec e de renomados escritores espíritas;

    · a extraordinária difusão do Espiritismo graças ao Departamento Editorial da FEB, que vem publicando e distribuindo milhões de exemplares de obras específicas, muitas das quais em língua estrangeira;

    · a memorável façanha mediúnica de Francisco Cândido Xavier, psicografando livros que abrangem os mais diversos assuntos, como poesia, romance, conto, crônica, histórias, ciência, filosofia, religião (aqui se salientando as mensagens de Emmanuel, André Luiz e outros);

    · o aumento acentuado do número de editoras de obras espíritas;

    · a imprensa doutrinária com muitos importantes órgãos;

    · as obras sociais mantidas pelas entidades espíritas;

    · a divulgação da Doutrina Espírita no Exterior feita, principalmente, por Divaldo Pereira Franco, médium psicógrafo que responde por muitos títulos editoriados;

    · a ação elucidativa e renovadora de doutrinadores, expositores, jornalistas e escritores espíritas;

    · o Sistema Federativo nacional.

    Cumpre não esquecer o editorial de “Reformador”, que antecede o artigo de Passos Lírio, em algumas de suas considerações e advertências sobre a missão que a obra “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” veicula:

    “De cunho nitidamente espirítico, com sabor de genuína brasilidade. Mas, também, de transcendental significação histórica e civilizadora, dando os contornos de vastas e nobilíssimas tarefas – e aqui aludimos apenas à esfera das coisas do Espírito – que envolvem as origens e as razões da missão de uma Pátria e de um Povo, no desdobramento, no espaço e no tempo, do programa crístico do Evangelho, em espírito e verdade.

 

..................................

 

       É inteiramente falsa e despropositada a acusação dos que vêem nessa obra do médium Francisco Cândido Xavier presunção de brasileiros quanto à posição de povo eleito, privilegiado, com pretensão de superioridade e ânsia de hegemonia sobre os demais. (Destaque do original).

 ......................................

 

    A Pátria do Evangelho, destinação do Brasil – como Coração do Mundo, em lenta formação – está sendo construída há algum tempo. O resultado pertence a Deus. (...) Isso quer dizer que a missão pode resultar em vitória ou fracasso, como precedentemente aconteceu com o desastroso comportamento daqueles que se consideravam orgulhosamente o “povo eleito”. (Destaque do original).

.................................

 

    A Árvore do Evangelho, entre nós, não é ainda do porte que terá no Grande Futuro: está em desenvolvimento, crescendo, erguendo e espalhando galhos e folhagem, florescendo e frutificando, estendendo alimento e sombra acolhedora, protegendo mananciais e aprofundando raízes. Um dia abrigará a todos. (...)

    (...) Assim, o Brasil deve ser considerado, desde já, como a Grande Pátria Mundial dos homens, expressão confortadora de universalidade e de unidade com pertinência à Unificação geral com que nos acena o próximo milênio, o qual será de lutas árduas, durante séculos de esforço na reconstrução da fé e de civilização.”

 

VI – CONCLUSÃO.

    Diz o citado editorial de “Reformador”:

    “A árvore do Evangelho, entre nós, não é ainda do porte que terá no Grande Futuro (...) Um dia abrigará a todos.”

    Castro Alves reafirma a idéia, no belo poema que ditou à psicografia de Francisco Cândido Xavier, em Brasília, na abertura do VI Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas, na noite de 15 de abril de 1976, lembrando que

 

    “Nos domínios do Universo,

     Ninguém evolui a sós,

     A Humanidade na Terra

     É a soma de todos nós.”

 

    Eurípedes Barsanulfo, em mensagem psicográfica recente, adverte:

 

    “E não nos esqueçamos de que o Brasil é o “Coração do Mundo”, mas somente será a “Pátria do Evangelho” se este Evangelho estiver sendo sentido e vivido por cada um de nós.” (Ver “Alavanca”, de julho de 1987, pág.5.)

 

    A inspiração é apanágio dos poetas, cuja sensibilidade capta as grandes idéias do planejamento divino, por antecipação no tempo. Assim se deu com o Professor Daltro Santos, do Colégio Militar, que, muito antes do lançamento do livro de Humberto de Campos (Espírito), vinha brindar-nos com esta jóia incrustada em seis versos de ouro:

 

    “Pátria! Inda há de ser teu povo, um dia,

    Dentre os povos da Terra a primazia,

    Pelo esplendor que teu futuro encerra;

    Pela cultura e pelo amor profundo,

    Inda hás de ser o cérebro da Terra,

    Inda hás de ser o coração do Mundo!”

 

Revista “Reformador” - setembro 1987-Editorial

 

 

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 04:56

ENCONTRO SINGULAR

- Escute moço... Se é verdade que o senhor escreve para a Terra, conte o meu caso, amparando alguém...

A observação procedia de um rapaz desencarnado, em deplorável situação num vale de suicidas.

O seu corpo, que se adensava, pesado e escuro, se retorcia, qual se estivesse fixado em agitação permanente, e, na garganta, se lhe viam arroxeadas feridas, alentadas decerto pelos pensamentos de angústia a lhe percutirem, constantes, na forma atormentada.

Percebi-lhe a condição de enforcado e diligenciei colocá-lo à vontade: - Fale meu irmão, quero ouvi-lo e aprender.

E o jovem, desenfaixado do envoltório físico, desmanchou-se em agoniadas recordações:

- Sabe?... Fui no mundo uma vítima do copo... Tudo começou numa festa... Lembro-me...

Um convite inocente... Brincadeira... Um colega abeirou-se de mim com um frasco de bebida licorosa... Em seguida, a intimação amiga: um trago, só um trago... Recusei... Não tinha hábito... Em derredor de nós a roda alegre e expectante... “Então, você – zombeteou o companheiro sarcástico -, então você é dos tais... Um maricas... Filhinho da mamãe...

Que faz você com as calças?...” Ignorava que aceitar um desafio desses era perigoso para mim... Os outros bebiam e gargalhavam... Acabei aderindo... Engoli uma talagada, outra e mais outra... Depois, a cabeça zonza e o prazer esfuziante... No dia seguinte, a necessidade do aperitivo... E, dos aperitivos, passei à bebedeira inveterada... Alfaiate bem pago, a breve trecho comecei a deteriorar-me em serviço... Erros, faltas, pileques, ressacas... Terminadas as tarefas cotidianas, trocava o lar pelo bar... E sempre o quadro lastimável, noite a noite... Amigos me apoiando até a casa e, na porta, a cansada mãezinha a esperar-me... Constantemente, a mesma voz doce, insistindo e abençoando...

“Meu filho, não beba! Não beba mais!...” Minha reação negativa nunca falhava...

Esbravejava, ameaçava, premindo-lhe os braços trêmulos... Na manhã imediata, os remorsos e as promessas de corrigenda e reajuste... Em sobrevindo à noite, porém, novas carraspanas e disparates... Em várias ocasiões, ao despertar, surpreendia pratos e copos quebrados e a informação estranha de que fora eu o culpado... Estivera em pavoroso delírio, perpetrando desatinos e violências... Aborrecia-me, arrependia-me... No entanto, a sede de álcool sempre mais forte... As ocorrências infelizes se sobrepunham umas às outras, até que, um dia, acordei no cárcere... Oh! Por quê? Porque a prisão?

Horrorizou-me a resposta do guarda... “Você é um assassino”... Eu? Um assassino?... E ele: “sim, você, “seu bêbado”, você matou“... Solucei, esmagado de sofrimento... O peito parecia rebentar-me e gritei: “meu Deus, meu Deus, que será de minha mãe?!... Aí, veio a revelação terrível: “foi ela própria que você destruiu... Sua mãe, sua vítima”... Não acreditei... Pedi provas... Levado à residência sob a custódia de alguns soldados, ainda pude vê-la cadaverizada na urna... Mostrava na garganta os sinais de estrangulamento...

Em torno de nós, as testemunhas... Os que me haviam visto de perto com os dedos cravados na carne materna, em momento de insânia... Ajoelhei e gritei debalde...

Recolhido à cadeia, positivamente dementado, aguardei a noite alta e, aproveitando algumas tiras de cobertor, enforquei-me... Desde então, sou um farrapo que vive, uma chaga que pensa... Se minha história triste pode servir a benefício de alguém, fale dela aos outros, aos que se acham no caminho terrestre, na bica da invigilância ou do desespero...

Anotei, ali mesmo, o episódio amargoso que alinhavo nesta crônica e deixo o relato, com as próprias palavras do desventurado protagonista, em nossa apresentação do assunto, para estudo e reflexão dos amigos reencarnados que porventura nos leiam.

Entretanto, recordando o meu próprio cepticismo no tempo em que estadeava o enxudioso uniforme carnal, entre os homens do plano físico, não estou muito certo de que alguém possa realmente acreditar em nós.

Irmão X

Livro Estante da Vida

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:01
Quinta-feira , 20 de Maio DE 2010

OS DOIS FILHOS

 

Mat. 21:28-32

28. "Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos; chegando ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje no vinha.

29. Respondendo, ele disse: Não quero. Depois, porém, tendo mudado a mente, foi.

30. Foi ao outro e disse o mesmo. Respondendo, disse ele: Eu, senhor! E não foi.

31. Qual dos dois fez a vontade do pai"? Disseram: O primeiro. Disse-lhes Jesus: "Em verdade vos digo, que os cobradores de impostos e as meretrizes vos precederão no reino de Deus.

32. Porque João veio a vós no caminho da perfeição e não lhe fostes fiéis; mas os cobradores de impostos e as meretrizes lhe foram fiéis; vós, porém, vendo(o), não mudastes vossa mente depois, para lhe serdes fiéis".

 

Parábola privativa de Mateus, em cujo texto os manuscritos se dividem, o que provoca sérios embaraços aos exegetas. Esquematizemos, para melhor compreensão:

A - O 1.º diz: SIM - e não vai (desobedece)

O 2.º diz: NÃO - e vai (obedece)

 

Códices: B (Vaticano), D, theta, it.: a, aur, b, d, e, ff1, 2, g1, h1; versões: siríaca, copta boaírica; armênia, etiópica (mss.): pais: Efren, Jerônimo, Isidoro, Pseudo-Atanásio; edições críticas: Hort. Nestle, von Soden, Vogels, Merk, Pirot.

B - O 1.º diz: NÃO - e vai (obedece)

O 2.º diz: SIM - e não vai (desobedece)

 

Códices: Sinaítico (mss. original), C (idem), K, L, W, X, delta, pi, 0138, f. 1, 28, 33, 565, 892, 1009,

1010, 1071, 1079, 1195, 1216 (hypágô), 1230, 1241, 1242, 1253, 1341, 1546, 1646, 2148, 2174; versões: bizantina; it. c, f, q; vulgata (IV séc.); siríacas peschita, curetoniana, harcleense; copta saídica (mss); etiópica de Roma e Pell-Plat; pais: Crisóstomo, Ireneo, Orígenes, Eusébio, Hilário, Cirilo de Alexandria.

 

Os que preferem a primeira versão acima citada, embora apresentada em menor número de testemunhas, baseiam-se em razões diplomáticas, ou seja:

 

1.ª - A parábola refere-se aos fariseus (mais antigos, primeiros e aos publicanos (mais recentes, "os outros"); ora, os fariseus responderam SIM, mas ludibriaram o chamamento com sua hipocrisia, obedecendo apenas externamente; ao passo que os publicanos, chamados depois por Jesus, inicialmente não tinham atendido ao chamado mosaico da lei, mas reagiram aos apelos do Batista e de Jesus, cuja atração possuía irresistível magnetismo, no dizer de Jerônimo (Patrol. Lat. v. 26, col. 56): sicut in magnete lápide haec esse vis dícitur; portanto, o desobediente foi o primeiro, logicamente o mais velho, que sem dúvida devia ser chamado primeiro.

2.ª - Nas outras parábolas, sempre o mais velho ou os primeiros chamados são os "desobedientes" e rebeldes, e os mais moços ou segundos chamados são os melhores, como:

a) no "Filho pródigo" (Luc. 15:12ss);

b) no "Banquete de núpcias" (Mat. 22:1ss);

c) nos "Trabalhadores da vinha" (Mat. 20:1ss) .

 

3.ª - Paulo diz o mesmo, quando afirma que os judeus foram chamados primeiro, e, depois que não vieram, apesar de terem dito "sim", o chamado foi feito aos gentios.

4.ª - Já no Antigo Testamento o mais moço esta acima do mais velho (cfr. "Esaú servirá a Jacó", Gên.25:23).

5.ª - No próprio texto, Jesus diz que "os cobradores de impostos e as prostitutas entrarão primeiro que vós no reino de Deus" (vers. 31).

E concluem: a presunção é em favor da regra, e não da exceção; logo, o primeiro é que diz SIM e não vai; o segundo, mais moço, é que diz NÃO, mas vai.

Outra questão discutida é se o pai chamou os dois a um tempo, ou se só chamou o segundo depois que viu que o primeiro não foi. Ora, o chamamento é feito a todos igualmente, nas mesmas épocas e circunstâncias.

Uns dizem sim, e não vão; outros dizem não e vão, ou seja, uns aderem externamente à ordem do pai, outros primeiro recusam, depois, mudando a mente (metamelêtheís) mergulham no reino de Deus.

A parábola realmente não diz que só foi chamado o segundo depois de o primeiro não ter ido. Ao contrário, parece que se dirigiu a um e depois, sem esperar o resultado, dirigiu-se ao outro. Pode até compreender-se melhor , seguindo a lição apresentada pelo maior número de testemunhas: uma vez que o primeiro havia dito NÃO, o pai vai ao segundo e o convoca ao trabalho na vinha. Logo, as razões diplomáticas, neste caso, deixariam de existir, cedendo lugar a razões lógicas.

Entretanto, e como à lição não importa muito a ordem dos fatores, mantivemos em nossa tradução a ordem do maior número, seguindo Aland (ed. 1968). O essencial é sentir a oposição entre o que diz SIM e não faz, e o que diz NÃO e faz.

Note-se que no vers. 30, as traduções correntes trazem: "irei, senhor", e nós traduzimos apenas: "Eu, senhor"! Assim está no original, quase unanimente (1). Pode interpretar-se como omitido o verbo "irei"; o egô, entretanto, não pode ser substituto de "sim". Não poderíamos, observar, que essa resposta já significava certa má vontade, como seja: "logo eu"!? Não podendo ter certeza absoluta do sentido, mantivemos a tradução literal: "Eu, senhor".

(1)                           Só trazem hypágô, "vou", os códices theta (séc. IX), 700 e 1216 (séc. XI); a fam. 13 (séc. XI); o lecionário 547 (séc. XIII); e as versões copta saídica (séc. III, mas de leitura duvidosa), armênia (séc. IV-V) e geórgias 1 e 2 (séc. IX-X). Como vemos, emendas recentes ou interpretações em línguas diferentes.

 

Depois de narrada a parábola, vem a pergunta sutil: "Qual dos dois fez a vontade do pai"?

Os fariseus, que tantas vezes haviam feito perguntas cuja resposta esperavam embaraçasse e prendesse Jesus em armadilha - das quais, porém, Ele sempre se saiu galhardamente - desta vez não perceberam a emboscada que lhes armara Jesus e caíram redondamente. O Rabbi Nazareno não os poupa e, aproveitando a própria resposta, volta-se contra eles, que são os que não fazem a vontade do pai, embora digam SIM com a boca, hipocritamente.

Logo a seguir, Jesus cita o que ocorreu com o Batista. Quando este chegou, aqueles que haviam dito SIM a Moisés, não atenderam à "voz que clamava no deserto"; enquanto isso, os exatores de impostos e as prostitutas que tinham dito NÃO à lei mosaica, atenderam à pregação joanina e mudaram seu comportamento. E nem sequer diante desse exemplo os fariseus abriram os olhos ... E nem souberam responder, na véspera, se o mergulho do Batista era do "céu" ou dos homens ... Jesus pode aceitar que eles digam que "não sabem"; mas, para que não tenham desculpa de seu dolo, faz questão de dizer-lhes que, a recusa de atender a João o Batista, correspondia a uma rejeição ao chamado divino do Pai.

A lição consiste numa parábola (comparação) que apresenta um fato, e numa previsão do que sucederá em consequência no futuro.

O que ocorre é que pode a humanidade ser considerada dividida em duas facções principais: os que dizem SIM e não fazem e os que dizem NÃO e fazem.

Não importa saber se os primeiros são os fariseus e os segundos os publicanos; ou se temos oposição entre judeus e gentios: a aplicação é do todos os tempos, como já escreveu antigamente o autor (desconhecido) do Opus Imperfectum: "O sim é dito por todos os pretensos justos, e o não por todos os pecadores que, mais tarde, se convertem à senda do bem" (citado em Pirot).

Esta é, com efeito, a chave para interpretar a lição, em relação às personagens terrenas. Não importa quando é feito o chamado, se antes ou depois; o essencial é que TODOS são chamados, e muitos se apressam a dizer o SIM, exteriormente, com os lábios, e a entrar para as religiões, as ordens e fraternidades, seguindo os preceitos externos com todo o rigor, executando os ritos e rituais, observando as regras e regulamentos, vestindo-se e paramentando-se impecavelmente.

Não obstante, afirma o Mestre que "pecadores e meretrizes entrarão primeiro que eles no reino de Deus".

A interpretação das igrejas ortodoxas, de que o "reino de Deus" exprime aquele "céu" em que os anjinhos ficam a tocar harpas eólias e ao qual se vai depois da morte, faz o ensino no Cristo tornar-se absurdo. Mesmo que consideremos "conversões" ou até mudanças de mente espetaculares.

Se, todavia, entendermos seu ensino no sentido verdadeiro, a compreensão é clara; no reino de Deus entra-se por meio do mergulho interno. Ora, todos os que se julgam justos, estão fiados na personagem que cumpre os preceitos humanos externos, voltando-se para fora. Por dentro deles, existe a vaidade e o convencimento de que são bons e superiores às demais criaturas, porque eles estão no caminho certo e os outros são "errados" (Hamartoloí).

Enquanto isso, os pecadores e as prostitutas encontram em seu âmago, a humildade que reconhece suas fraquezas, suas deficiências, seus erros. Isso faz que se voltem para dentro de si mesmos, mergulhando no íntimo onde - ao ver seus desregramentos - mais humildes se tornam.

Eis que, então, têm facilitado o caminho para o reino de DEUS que está dentro deles e que só se conquista através da humildade e do amor.

O que mais tem chocado nessa frase dura mas verdadeira - e a verdade dói - é verificarmos que ela esvazia toda a prosopopéia de homens e mulheres religiosos, que colocam a "virtude" acima de tudo.

Jesus agiu de modo diverso. Apesar da sagrada maternidade e da santidade reconhecida por todos em  Maria de Nazaré, Sua mãe, Ele concede as primícias de Seu contato, após a ressurreição, à pecadora de Magdala. Não que não houvesse merecimento da parte de Sua mãe: mas quis ensinar-nos que o parentesco é coisa secundária na vida espiritual, mesma em se tratando de mãe (quanto mais de outros parentes e amigos!); e segundo, que as meretrizes merecem tanto quanto qualquer outro Espírito, em nada devendo ser sacrificados no processo evolutivo.

O convencionalismo tradicional que vem de épocas remotas, sobretudo do domínio masculino judaico e cristão (patriarcalismo) - em que os homens são senhores absolutos de qualquer situação, sendo-lhe tudo permitido condena ao opróbrio público as mulheres que se entregam à prostituição, a isso forçadas pelos próprios homens incontinentes e inconscientes do que fazem e inconsequentes. Nenhuma mulher se torna meretriz sem o concurso do homem que a leve a esse caminho: são eles os primeiros a pretender o uso do corpo da mulher, para após condená-la, pois não assumem a responsabilidade de lhes dar um lar.

Profundamente compassivo e percebendo a injustiça dessa condenação hipócrita (pois o homem, quando sem testemunhas, mesmo condenando-as, delas se serve com diabólico empenho e supremo prazer), o Cristo manifesta a compreensão da realidade: trata-se de criaturas vilmente exploradas pelos que as condenam, mas tão filhas de Deus quanto qualquer santo, e dignas de toda compaixão e ajuda. E como são humildes e sempre cultivam o AMOR - embora nos degraus mais baixos, animalizados e degradados, mas amor - estão em mais próxima sintonia com a Divindade (que é AMOR), que aqueles que só pensam em guerras, em matanças, em odiar inimigos, e para isso se preparam em escolas "especializadas", aprendendo a manejar armas cada vez mais aperfeiçoadas, que matem melhor e mais gente ao mesmo tempo.

Quem cultiva o amor sintoniza com Deus que é Amor. Quem cultiva sede de domínio, de desforra ou vingança, quem alimenta orgulhos e vaidades de raça superior, e ódios de vizinhos, sintoniza com o Adversário (satanás) e se dirige ao pólo oposto de Deus: encaminha-se em sentido contrário, erra "contra o Espírito-Santo".

Por isso as prostitutas e os pecadores, os "errados perante o mundo", entrarão no reino de Deus antes dos grandes do mundo, cheios de empáfia e maldade, julgando-se justos, virtuosos e bons, mas caminhando para o pólo negativo.

Lição dura de ouvir, porque todos nós nos acreditamos escolhidos e evoluídos! Sejamos humildes: somos piores que pecadores e prostitutas, pois a vaidade nossa nos afasta do pólo positivo, e a humildade real deles, os aproxima de Deus e com Ele sintoniza. Não são nossas palavras que definem nossa sintonização: é o sentimento íntimo de cada um que faz afinar ou desafinar com a tônica do amor.

* * *

Quanto à individualidade, somos levados a meditar que não são as exterioridades da personagem que valem, mas exatamente a sintonia interna. Não é o que uma pessoa faz, nem o que diz, mas o que É intimamente. Por fora, pode tratar-se de uma prostituta, mas a vibração interna ser mais elevada que a da que apresenta comportamento socialmente irrepreensível, embora em seu intimo cultive ódios e ressentimentos. Por que o mundo acha natural e nada diz, quando uma criatura fala mal de outra, e no entanto não perdoa se essa mesma criatura se una a outra pessoa por amor? Se um dirigente de instituição passa os dias a criticar seus "concorrentes", o povo acha que nada de mal existe. Mas se demonstra preferência e amor por alguém, acha que "decaiu de seu pedestal". Por aí, vemos que o pólo negativo só admite desavenças, críticas, separatismos, mas não aceita união, afeto, amor. Entretanto, o Mestre ensinou que o AMOR é tudo, pois Deus é AMOR, e só no amor e através do amor chegaremos a sintonizar com Deus. Mas quando alguém critica e fala mal, está com a razão; e quando ama, é "pouca vergonha" ... Com quem ficaremos? Com o pólo negativo do Anti-Sistema, ou com o Mestre? A escolha da estrada é livre, mas Ele disse, sem ambages nem possíveis interpretações diferentes: "os publicanos e as prostitutas (pórnai) entrarão no reino de Deus primeiro que vós"!

 

Sabedoria do Evangelho

Carlos Pastorino

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:27
Quarta-feira , 19 de Maio DE 2010

PARA QUEM QUISER APRENDER QUE JESUS NÃO É DEUS.

UM COM O PAI

(Fim de dezembro do ano 30)

João, 10:22-39

22. E aconteceu a festa da dedicação em Jerusalém; era inverno.

23. E Jesus passeava no templo, no pórtico de Salomão.

24. Cercaram-no os judeus e diziam-lhe: "Até quando suspendes nossa alma? Se és o Cristo, fala-nos abertamente".

25. Respondeu-lhes Jesus: "Eu vo-lo disse e não credes; as ações que eu faço em nome de meu Pai testificam a meu respeito.

26. Mas não credes, porque não sois de minhas ovelhas.

27. As minhas ovelhas ouvem minha voz, e eu as conheço e elas me seguem.

28. e eu lhes dou a vida imanente, e nunca jamais se perderão, e ninguém as arrebatará de minha mão:

29. o Pai, que as deu a mim, é maior que tudo, e ninguém pode arrebotar da mão do Pai:

30. eu e o Pai somos um".

31. Os judeus outra vez buscaram pedras para apedrejá-lo.

32. Retrucou-lhes Jesus: "Mostrei-vos muitas belas ações da parte do Pai; por causa de qual ação me apedrejais"?

33. Responderam-lhe os judeus: "Não te apedrejaremos por uma bela ação, mas por blasfêmia, porque, sendo tu homem, te fazes um deus".

34. Retrucou-lhes Jesus: "Não está escrito na lei: "Eu disse, vós sois deuses"?

35. Se ele chamou deuses aqueles nos quais se manifestou o ensino de Deus - e a Escritura não pode ser ab-rogada

36. a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo, dizeis "blasfemas", porque eu disse: "sou filho de Deus"?

37. Se não faço as ações de meu Pai, não me creiais,

38. mas se faço, embora não me creiais, crede nas ações, para que conheçais e tenhais a gnose de que o Pai está em mim e eu estou no Pai".

39. E de novo procuravam prendê-lo, mas ele saiu das mãos deles.

Este é mais um dos trechos de importância capital; nas declarações do Mestre. Analisemo-lo cuidadosamente.

O evangelista anota com simplicidade, mas com precisão, a ocasião em que foram prestadas essas declarações de Jesus: a festa da "dedicação" (hebraico: hanukâh, grego: egkainía) era uma festa litúrgica, instituída por Judas Macabeu, em 164 A.C., em comemoração à purificação do templo, da profanação de Antíoco IV Epifânio (cfr. 1.º Mac. 1:20-24, 39 e 4:59; 2.º Mac. 10:1-8; Fl. josefo, Ant. Jud. 12, 5, 4). Começava no dia 25 de kislev (2.ª metade de dezembro, solstício do inverno) e durava oito dias. Em solenidade, equivalia às festas da Páscoa, de Pentecostes e dos Tabernáculos.

Por ser inverno, Jesus passeava (com Seus discípulos?) no pórtico de Salomão, que ficava do lado do oriente, protegido dos ventos frios do deserto de Judá. Um grupo de judeus aproxima-se, cerca-O, e pede que se pronuncie abertamente: era o Messias, ou não?

Ora, essa resposta não podia ser dada: declarar-se "messias" seria confessar oposição frontal ao domínio romano, segundo a crença geral (o messias deveria libertar o povo israelita); essa declaração traria duas consequências, ambas indesejáveis: atrair a si a malta de políticos ambiciosos e descontentes, ávidos de luta; e, ao mesmo tempo, o ódio dos "acomodados" que usufruíam o favor dos dominadores, e que logo O denunciariam a Pilatos como agitador das massas (e dessa acusação não escapou), para que fosse condenado à morte, como os anteriores pretensos messias. Mas, de outro lado, se negasse a si mesmo o título, não só estaria mentindo, como decepcionaria o povo humilde, que Nele confiava.

Com Sua sábia prudência, no entanto, saiu-se galhardamente da dificuldade, citando fatos concretos, dos quais se poderia facilmente deduzir a resposta; e chegou, por fim, a declarar Sua unificação com a Pai. Portanto, Sua resposta foi muito além da pergunta formulada, para os que tivessem capacidade de entender.

Baseia-se, para responder, em Suas anteriores afirmativas e nas ações (érga) que sempre fez "em nome do Pai". Tanto uma coisa como outra foram suficientes para fazê-Lo compreendido por "Suas ovelhas", que “O seguem fielmente". E a todas elas é dada a Vida Imanente, de forma que elas "não se perderão" (apóllysai, "perder-se", em oposição a sôizô, "salvar-se”, e não "morrer", sentido absurdo).

A. razão da segurança é que elas estão "em Sua mão" e, portanto, “na mão do Pai, que é maior que tudo".

Mais uma vez salientamos que zôê aiônios não pode traduzir-se por “vida eterna" (cfr. vol. 2), já que a vida é ETERNA para todos, inclusive na interpretação daqueles que acreditam erroneamente num inferno eterno... Logo, seria uma promessa vã e irrisória. Já a Vida imanente, com o Espírito desperto e consciente, unido a Deus dentro de si, constitui o maior privilégio, a aspiração máxima. que nossa ambicionar um homem na Terra.

O versículo 29 apresenta três variantes principais, das quais adotamos a primeira, pelo melhor e mais numeroso testemunho:

1 - “O Pai, que as deu a mim, é maior que tudo" (hós, masc. e meizôn, masc.) - papiro 66 (ano 200, que traz édôken, aoristo, em vez de dédôken, perfeito, como os códices M e U); K, delta e pi, os minúsculos

1, 118, 131, 209, 28, 33, 565; 700; 892; 1.009 ; 1.010; 1.071 1.071; 1.079; 1.195, 1.230, 1.230, 1.241, 1.242, 1.365, 1.546, 1.646, 2.148; os unciais bizantinos (maioria), as versões siríacas sinaítica, peschita e harclense, os Pais Adamâncio, Basílio, Diodoro (4.º séc.), Crisóstomo, Nono e Cirilo de Alexandria (5.º séc.); e aparece com o acréscimo do objeto direto neutro autá na família 13, em 1216, 1344 (que tem o mac. oús), e 2174, nas versões coptas boaírica (no manuscrito), saídica, achmimiana, nas armênias e georgianas.

2 - "O que o Pai me deu é maior que tudo" (, neutro e meízon, neutro) no códice vaticano (com correção antiga para hós), nas versões latinas ítala e vulgata, na boaírica e gótica, nos Pais Ambrósio e Jerônimo (5.º século).

3 - "O Pai é quem deu a mim o maior que tudo" (hós, masc, e meízon, neutro), nos códices A, X, theta e na versão siríaca palestiniana.

A quarta variante (, neutro e meizôn, masc) parece confirmar a primeira, já que não faz sentido em si; talvez distração do copista, esquecendo o "s". Aparece nos códices sinaítico, D, L, W e psi.

A segunda variante, aceita pela Vulgata, é bastante encontradiça nas traduções correntes: "O que o Pai me deu é maior (mais precioso) que tudo". Realmente, esse pensamento do cuidado de Jesus pelo que o Pai Lhe deu, é expresso em João 6:37-39 e 17:24; mas a ideia, que reconhecemos como do texto original, além de caber muito melhor no raciocínio do contexto (estão as ovelhas "na mão do Pai" e nada poderá arrebatá-las, porque Ele é maior que tudo), também é confirmado por João 14:28.

A seguir explica por que, estando "em Sua mão", automaticamente, estão na mão do Pai: "Eu e o Pai somos UM".

A expressão "estar nas mãos de alguém" é usual no Antigo Testamento. Sendo a mão um dos principais instrumentos físicos da ação, no homem, a mão exprime o "poder de agir" (Ez. 38:35), a "potência" (Josué, 8:20; Juízes, 6:13; 1.º Crôn. 18:3; Salmo 75:6; Isaías 28:2; Jer. 12:7; 1.º Sam. 4:3; 2.º Sam. 14:16, etc.). Assim, estar na mão de alguém" exprime "estar com alguém" (Gên. 32:14; 35:4; Núm, 31:49; Deut. 33:3; Jer. 38:10, etc.) ou “estar sob sua proteção ou seu poder" (Gên. 9:2; 14:20; 32:17; 43:37; Ex. 4:21; 2.º Sam, 18:2; 1.º Reis 14:27; 2.º Reis 10:24; 2.º Crôn. 25;20; Job 8:4; Sab. 3:1). Simbolicamente fala-se na "mão de Deus", que é “poderosa" (Deut 9:26; 26:8; Josué 4:25; l.ª Pe. 5:6) e garante sua ajuda (Luc. 1:66); ou, quando está sobre alguém o protege (2.º Crôn, 30:12; 1.º Esd, 7:6, 9, 28; 8:18, 22, 31; 2.º Esd. 2:8, 18; Is. 1:25; Zac. 13:7. etc,).

A frase “Eu e o Pai somos UM" foi bem compreendida em seu sentido teológico pelos ouvintes, que tentam apedrejá-Lo novamente (cfr. João, 8:59) e "buscavam" (ebástasan) pedras fora do templo, já que não nas havia no pórtico de Salomão.

Mas diferentemente da outra ocasião, Jesus não "se esconde". Ao contrário, enfrenta-os com argumentação lógica, para tentar chamá-los à razão. Eis os argumentos:

1.º - Ele lhes mostrou "muitas belas ações" (pollá érga kalá) vindas do Pai. As traduções correntes transformaram o "belas" em "boas". Por qual delas querem apedrejá-Lo?

A resposta esclarece que não é disso que se trata: é porque “sendo Ele um homem, se faz (poieís seautón) um deus", o que constitui blasfêmia.

2.º - Baseado na "lei", texto preferível (por encontrar-se no papiro 45, em aleph, D e theta) a "na vossa lei" ( A, B, L e versões Latinas e Vulgata). O termo genérico "lei" (toráh) englobava as três partes de que eram compostas as Escrituras (toráh, neviim e ketubim). A frase é citada textualmente de um salmo, mas também se encontra no Êxodo uma atribuição dela.

Diz o Salmo (82:6): ani omareti elohim atem, vabeni hheleion kulekem (em grego: egô eípa: theoí éste, kaì hyioì hypsístou pántes), ou seja: "eu disse: vós sois deuses, e filhos, todos, do Altíssimo". Jesus estende a todos os homens o epíteto de elohim (deuses) que, no Salmo (composto por Asaph, no tempo de Josafá, cerca de 890 A.C.) era dirigido aos juízes, que recebiam esse título porque faziam justiça em nome de Deus. Nos trechos do Êxodo (21:6 e 22:8 e 28), a lei manda que o culpado "se apresente ao elohim", isto é, ao juiz.

Tudo isso sabia Jesus, e deviam conhecê-lo os ouvintes, tanto que é esclarecida e justificada a comparação: lá foram chamados deuses "aqueles nos quais o ensino de Deus se manifestava" (os juízes) - e a Escritura (graphê) "não pode ser ab-rogada" (ou dynastai lysthênai). É o sentido de lyô dado por Heródoto (3, 82) e por Demóstenes (31, 12) quando empregam esse verbo com referência à lei.

3.º - Ora, se eles, simples juízes, eram chamados deuses na lei, por que seria Ele acusado de blasfêmia só por dizer-se "filho de Deus" se Ele fora “separado" (hêgíasen, verbo derivado de hágios que, literalmente tem esse significado) ou "consagrado" pelo Pai, e "enviado" ao mundo? E tanto só se dizia "filho", que se referia a Deus dando-Lhe o nome de Pai.

4.º - As ações. Pode dividir-se em dois casos:

a) se não as fizesse, não era digno de crédito:

b) fazendo-as, devia ser acreditado.

Todavia, mesmo que, por absurdo, não acreditassem em Sua palavra, pelo menos as ações praticadas deviam servir para alertá-los, não só a "conhecer" (gnôte) mas até mesmo' a ter a gnose plena (ginôskête, papiro 45, e não pisteuête, "creiais") de que, para fazê-las, era indispensável "que o Pai estivesse Nele e Ele no Pai".

De nada adiantaram os argumentos. Eles preferiam as trevas à luz (João, 3:19-21), pertenciam ao Anti-Sistema (João, 8:23), porque eram filhos do Adversário" (João, 8:47), logo, não tinham condições espirituais de perceber as palavras nem de analisar as ações "do Alto". Daí quererem passar à violência física, prendendo-O (cfr. João, 7:1, 30, 32 e 44, e 8:20). Mas, uma vez mais, Ele escapa de suas mãos e sai de Jerusalém (como em João 4:3 e 7:1).

Lição prenhe de ensinamentos.

Jesus passeava no pórtico de Salomão (que significa "pacífico" ou "perfeito") na festa da "dedicação" do templo (corpo) a Deus. Eis a primeira interpretação.

Jesus, o Grande Iniciado, Hierofante da "Assembléia do Caminho", é abordado pelos "religiosos ortodoxos" (judeus), que desejam aberta declaração Sua a respeito de Sua missão. Mas o "homem" Jesus, que já vive permanentemente unificado com o Cristo Interno, responde às perguntas na qualidade de intérprete desse mesmo Cristo.

Cita as ações que são inspiradas e realizadas pelas forças do Alto (cfr. João, 8:23), suficientes para testificar quem é Ele; mas infelizmente os ouvintes "não são do seu rebanho", e por isso não Lhe ouvem nem reconhecem a voz (cfr. João 10:14,16 ). A estas suas ovelhas é dada a vida imanente e elas não se perderão (cfr. João 8:51), porque ninguém terá força de arrebatá-las de Seu poder, que é o próprio poder do Pai, já que Ele e o Pai são UM.

O testemunho não é aceito. Antes, é julgado "blasfêmia", pois Ele, simples homem, "se faz um deus".

Jesus (o Cristo) retruca que, se todo homem é um deus, segundo o que está na própria Escritura, Ele não está usurpando direitos falsos, quando se diz "filho de Deus", em Quem reconhece "o PAI". Contudo, se não quisessem acreditar Nele, não importava: pelo menos reconhecessem as ações divinas realizadas pelo Pai através Dele, e compreendessem que o Pai está Nele e Ele no Pai, já que, sem essa união, nada teria sido possível fazer.

Inútil tudo: o fanatismo constitui os antolhos do espírito.

Transportemos o ensino para o âmbito da criatura encarnada, e observemos o ceticismo do intelecto, ainda mesmo quando já iluminado pelas religiões ortodoxas ("judeus"), mas ainda moldado pelos dogmas estreitos de peco fanatismo.

A Individualidade (Jesus) é solicitada a manifestar-se ao intelecto, à compreensão racional e lógica do homem. Como resposta, cita as ações espirituais que ele mesmo vem sentindo em sua vida religiosa: o conforto das preces, a consolação nos sofrimentos, a coragem nas lutas contra os defeitos, a energia que o não deixa desanimar, a doçura das contemplações. Mas, sendo o intelecto um produto do Anti-Sistema, não consegue "ouvir-lhe a voz" (akoúein tòn lógon, vol. 4) nem segui-lo, porque não o conhece. Mas se resolver entregar-se totalmente, anulando seu eu pequeno, ninguém poderá derrotá-lo, porque "o Pai é maior que tudo" e Ele se unificará ao Pai quando se unificar à Individualidade, que já é UNA com o Pai.

O intelecto recusa: julga ser "blasfema" essa declaração, já que o dogma dualista de sua religião lhe ensinou que o homem está "fora de Deus" e, por sua própria natureza, em oposição a Ele: logo, jamais poderá ele ser divino. Politeísmo! Panteísmo! Blasfêmia! ...

O argumento de que todo homem é divino, e que isto consta das próprias Escrituras que servem de base à sua fé, também não abala o intelecto cético, que raciocina teologicamente sobre "unidade de essência e de natureza", sobre "uniões hipostáticas", sobre "ordens naturais e sobrenaturais", sobre "filho por natureza stricto sensu e filhos por adoção", sobre o "pecado de Adão, que passou a todos", etc. etc. E continua sua descrença a respeito da sublimidade do Encontro, só conhecido e experimentado pelos místicos não-teólogos. E, como resultante dessa negação, a recusa do Cristo Interno que, por ver inúteis seus amorosos esforços, "se afasta e sai de Jerusalém".

No campo iniciático, observamos o ensino profundo, em mais um capítulo, manifestado de maneira velada sob as aparências de uma discussão. Eis alguns dos ensinos:

Para distinção entre o verdadeiro Eu Profundo e os enganos tão fáceis nesse âmbito, há um modo simples de reconhecimento: as belas ações que vêm do Pai.

Entretanto, uma vez que foi feita a íntegra doação e a entrega confiante, ingressando-se no "rebanho do Cristo", nenhum perigo mais correremos de perder-nos: estamos na mão do Cristo e na mão do Pai. Não há forças, nem do físico nem do astral que nos possam arrebatar de lá. Nada atingirá nosso Eu verdadeiro. As dores e tentações poderão atuar na personagem, mas não atingem a Individualidade.

Já existe a união: nós e o Pai somos UM, indistintamente.

Não há objeções que valham. A própria Escritura confirma que todo homem é um deus, embora temporariamente decaído na matéria. Não obstante, o Pai continua DENTRO DO homem, e o homem DENTRO DO Pai.

Aqui vemos mais uma confirmação da onipresença concomitante de Deus, através de seu aspecto terceiro, de Cristo Cósmico.

O CRISTO CÓSMICO é a força inteligente NA QUAL reside tudo: átomos, corpos, planetas, sistemas estelares, universos sem conta nem limite que nessa mesma Força inteligente, nessa LUZ incriada, nesse SOM inaudível, têm a base de sua existência, e dela recolhem para si mesmos a Vida, captando aquilo que podem, de acordo com a própria capacidade receptiva. Oceano de Luz, de Som, de Força, de Inteligência, de Bondade, QUE É, onde tudo flutua e de onde tudo EXISTE.

Mas esse mesmo Oceano penetra tudo, permeia tudo, tudo impregna com Sua vida, com Sua força, com Sua inteligência, com Seu amor.

Nesse Infinito está tudo, e esse Infinito está em tudo: nós estamos no Pai, e o Pai está em nós.

E é Pai (no oriente denominado Pai-Mãe) porque dá origem a tudo, Dele tudo parte e Nele tudo tem a meta última da existência. Partindo desse TODO, vem o movimento, a vibração, a vida, o psiquismo, o espírito, nomes diferentes da mesma força atuante, denominações diversas que exprimem a mesma coisa, e que Só se diferencia pelo grau que conseguiu atingir na evolução de suas manifestações corpóreas nos planos mais densos: é movimento vorticoso no átomo, é vibração no éter, é vida nos vegetais, é psiquismo nos animais, é espírito nos homens. E chegará, um dia, a ser chamado o próprio Cristo, quando atingirmos o ponto culminante da evolução dentro do reino animal: "até que todos cheguemos à unificada fidelidade, à gnose do Filho de Deus, ao estado de Homem Perfeito, à dimensão da plena evolução de Cristo" (Ef. 4:13).

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:01
Terça-feira , 18 de Maio DE 2010

A VERDADEIRA HUMILDADE

 

A verdadeira humildade é fator importante na vida de todo bom cristão, pois é a antítese do orgulho. Entretanto, é bom convir que humildade, nada tem a ver com humilhação. Podemos e devemos evitar que nos humilhem. O homem humilde, que não pensa em se sobressair sobre os demais, está imune a sofrer humilhações. Se, contudo, souber ser humilde, entenderá perfeitamente seu ofensor e assim não sofrerá tanto. Ao invés de julgar quem o humilhou, é melhor pensar que pode ter havido justiça, pois nada não nos acontece por acaso.

Se houver a humilhação, aceitemo-nas calados, considerando que também erramos muito. É certo também que não devemos procurar ser masoquistas ou humilhados com a finalidade de demonstrar que já somos bons e imunes às humilhações, pois isto talvez revele pretensão e orgulho disfarçado.

O homem evangelizado tem sempre viva em mente as palavras de Jesus: “Pois todo o que se exalta será humilhado e o que se humilha será exaltado” (Lc. 14:11). Essa sentença deve ser quase uma lei para todos que aspiram à libertação espiritual.

Há quem entenda por homem humilde, o pobre ou o pedinte. Puro engano.

Homens ricos há, que até o ar que respiram, estão repletos de humildade. A humildade está no espírito e não nos poderes e nos bens temporais. A humildade é uma posição interior, não pode ser avaliada pelo ponto de vista econômico. Ser humilde é reconhecer nossa pequenez diante do universo e ter a consciência plena de que tudo pertence a Deus. Por tudo isto nos ensinou Jesus: “Quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva, e quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo.” (Mt 20:26-27)

Portanto, diríamos que o homem verdadeiramente humilde, é aquele que tem como norma de vida, o Evangelho de Jesus. Ser humilde é reconhecer nossa pequenez diante do universo e ter a consciência plena de que tudo pertence a Deus.

Humildade é doçura, afabilidade e benevolência. É o oposto do egoísmo. As pilhas de uma lanterna serão um bom exemplo de trabalho humilde, pois fazem luz sem que apareçam, o mesmo acontece com as raízes de uma árvore que a alimenta e a sustenta e, no entanto estão bem escondidas debaixo da terra.

Os grandes no mundo dos espíritos serão os pequenos na Terra. Quem nasceu “o maior”, pois seja “o menor” de todos porque, quem se exalta será humilhado e quem se humilhar será exaltado. Assim nos ensinou Jesus de Nazaré.

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:20

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