CONTROLE UNIVERSAL DO ENSINO DOS ESPÍRITOS


Esta é a base em que nos apoiamos, para formularmos um princípio da Doutrina.
Não é por concordar ele com as nossas idéias, que o damos como verdadeiro.
Não nos colocamos, absolutamente, como árbitro supremo da verdade, e não dizemos a ninguém: "Crede em tal coisa, porque nós vo-la dizemos." Nossa opinião não é, aos nossos próprios olhos, mais do que uma opinião pessoal, não pode ser justa ou falsa, porque não somos mais infalíveis do que os outros.
E não é também porque um princípio nos foi ensinado que o consideraremos verdadeiro, mas porque ele recebeu a sanção da concordância.
Na nossa posição, recebendo as comunicações de cerca de mil centros espíritas sérios, espalhados pelos mais diversos pontos do Globo, estamos em condições de ver quais os princípios sobre que essa concordância se estabelece.
É essa observação que nos tem guiado até hoje, e é igualmente ela que nos guiará através dos novos campos que o Espiritismo está convocado a explorar.
É assim que, estudando atentamente as comunicações recebidas de diversos lugares, tanto da França como do exterior, reconhecemos, pela natureza toda especial das revelações, que há uma tendência para entrar numa nova via, e que chegou o momento de se dar um passo à frente.
Essas revelações, formuladas às vezes com palavras veladas, passaram quase sempre desapercebidas para muitos daqueles que as obtiveram, e muitos outros acreditaram tê-las recebido sozinhos.
Tomadas isoladamente, elas seriam para nós sem valor; somente a coincidência lhes confere gravidade.
Depois, quando chega o momento de publicá-las, cada um se lembrará de haver recebido instruções no mesmo sentido.
É esse o movimento geral que observamos e estudamos, com a assistência dos nossos guias espirituais, e que nos ajuda a avaliar a oportunidade de fazermos uma coisa ou de nos abstermos.


Do Livro "O Evangelho Segundo O Espiritismo " Allan Kardec
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:31