AUTO-LIBERTAÇÃO

 

 

 

AUTO-LIBERTAÇÃO
 

 
Emmanuel


Uma coincidência de notar entre os quase náufragos da aflição e do afogamento:

Os que se debatem nas águas temendo a morte rogam o socorro de quem lhes estenda as mãos;
 
Os que se encarcerem no desânimo, receando o desequilíbrio, para se livrarem dele precisam estender as mãos aos outros.


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Geralmente quando nos confessamos abatidos, muitas vezes queixando-nos contra tudo e contra todos, achamo-nos simplesmente encerrados na masmorra do “eu”, que transportamos conosco, à maneira de fardo muito difícil de carregar.
 
Este é, contudo, o momento para sair de nós, alongando os braços na direção dos outros, para que os outros arrebatem ao poço da angústia.
 
Abrir o coração ao encontro de alguém a fim de que alguém nos alivie.
 
Auxiliar para sermos auxiliados.


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Se te encontras numa ocasião dessas, de espírito ilhado na solidão, recorda que as portas da alma unicamente se abrem de dentro para fora e busca a liberação de si mesmo.
 

 
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Desnecessário será dizer que a gentileza para com os vizinhos, a visita ao doente, o socorro ao necessitado, o serviço-extra, a carta que se dirige ao amigo distante, o amparo à natureza e todos as formas outras de atividade em que se nos expresse a doação de calor humano são veículos ideais para sairmos de nós à procura da própria renovação.
 

 
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Se te encontras assim, no dia cinzento de mal-estar, não é necessário adotes a transposição do desalento à custa de tranqüilizantes inadequados ou ao preço de aventuras que talvez te marginalizassem nos espinheiros da culpa.
 
Todos possuímos conosco a clínica espiritual de autotratamento com as faculdades da ação e da criatividade ao nosso dispor.
 

 
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Quanto estejas desse modo no recanto da angústia, se experimentas a fadiga sem causa, trabalha mais e, se trabalhando mais sentires a presença do cansaço compreensível e justo, procura o repouso indispensável ao preciso refazimento e recobrarás as próprias forças a fim de trabalhar e servir mais ainda

(Do livro “Doutrina E Aplicação”, Francisco C.  Xavier - Espíritos Diversos)

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 16:14