Quinta-feira , 01 de Abril DE 2010

AÇÃO COMPLEXA



Autor: Guillon Ribeiro

O Espiritismo é, em sua pujante força reveladora, a própria ação do Cristianismo, na plenitude de suas verdades eternas, lutando por desobrigar o homem de sua escória de sombras e sublimizar a Vida.

Abraça, desta forma, esforços dignificantes, amparando o presente e construindo um futuro melhor.

Promove a libertação das consciências para que o homem voe mais alto, buscando novos horizontes de equilíbrio e luz.

Facilita a especulação fenomênica a fim de que o exame fidedigno do intercâmbio entre as duas esferas de existência conduza à certeza plena da vida eterna, proporcionando novos climas de moralidade nas paisagens humanas.

Deixa-se inquirir por laboratórios ou gabinetes pesquisadores, evidenciando os círculos vibratórios em que a Vida se manifesta para apresentar, ao final, suas conclusões doutrinárias capazes de desalgemar as criaturas do cárcere da negação onde a crença se deprime.

Ensina que a morte física é seqüência normal nos círculos evolutivos onde a natureza presta serviços.

Mostra que o Espírito liberto prossegue nos empenhos depuradores buscando novas lutas na carne onde o aprendizado se enfatiza.

Em nome de Jesus, liberta obsidiados, cura enfermidades, multiplica favores às angústias do mundo, renova ensinamentos distribuindo a linfa preciosa que dessedenta os viajores nos desertos das provações...

Entretanto, convém notar que o Comando Divino não nos prodigalizou as bênçãos do Espiritismo sem objetivos transcendentes, qual se fora vaidoso monarca, espalhando, entre súditos extasiados, demonstrações e testemunhos de sua glória e poder.

Detendo-nos em exame mais rigoroso em torno da ação espírita, observando-lhe as tarefas desenvolvidas nos núcleos de serviços ao próximo, onde interesses afins dos dois planos da vida se harmonizam na conjugação de esforços, notaremos que duas frentes principais de realizações sublimes, amplas e entrosadas, se evidenciam em nome de Jesus.

A primeira, em regime de urgência, revela a misericórdia de Deus, socorrendo este enorme hospital, como a Terra se nos revela. A segunda, não menos urgente, revitaliza o ensino do Cristo de Deus com vistas ao futuro do homem.

Assim, Missionários do Amor Divino aprestam-se em mitigar o sofrimento e a lágrima, a dor e o desconforto dos endividados do caminho, convocando médiuns para o apostolado da fraterni- dade.

Resulta, daí, toda ação terapêutica com que o Espiritismo busca lenir os tormentos humanos. Médicos e enfermeiros do Além engajados nos encontros da mediunidade, atendendo ao serviço de passes, à fluidificação de águas, à cirurgia trans- cendental, ao receituário fraterno, à visita às famílias em crise e aos lares em desvalimento moral, desenvolvem amplas tarefas de assistência espiritual e dilatado auxílio desobsessivo com abrangências tais que, muitos de nós, os desencarnados mais vinculados ao orbe, quanto os companheiros encarnados, ainda não ousamos avaliar.

Estimula, também, em evidente prática do alívio ao sofrimento, os companheiros encarnados a promover a assistência material, onde a filantropia bafejada pelo amor cristão realiza prodígios de atendimento.

imensuráveis os valores da praxioterapia que algumas instituições Espíritas desenvolvem, favorecendo a valorização do tempo pelo bom emprego das horas, entre as habilidades que se aprimoram nos aparentemente incapacitados.

A Caridade, em todas as suas expressões, revela Jesus à nossa frente, espalhando conforto e bom ânimo.

Destacamos, todavia, a atividade espírita que olha à frente e perscruta o porvir, desejosa de iluminar o futuro. Planta agora para colher amanhã, sem titubear ante as borrascas injuriosas ou os agravos do terreno hostil que lhe espicaçam o devotamente e a esperança, trazendo o Cristo revitalizado na divulgação da Boa Nova.

Dizemos que aí se acha a ação preventiva do Espiritismo, preservando o futuro do homem, eliminando sombras do passado, reduzindo desequilíbrios de agora com vistas à iluminação do amanhã.

Benfeitores da Vida Maior não dispensam, também neste caso, o concurso de médiuns da palavra e do exemplo, inspirando os serviços de evangelização das gerações novas, aconchegando crianças e jovens aos ensinos de Jesus, quanto proporcionando à madureza valiosa incursão pela aprendizagem nobilitante, seja em palestras e conferências ou na intimidade dos estudos mediúnicos, seja nas reuniões entre pais e orientadores religiosos de infância e mocidade ou nas tertúlias e confraternizações onde as idades dos participantes se diluem na homogeneidade do todo fraternal integrado no exame de temas doutrinários.

Também, aqui, destacamos os postos avança- dos da tarefa de divulgação eficaz através de periódicos mais singelos aos jornais e revistas mais volumosos, da distribuirão de mensagens e páginas avulsas, ou da circulação do livro doutrinário, serviços que, de ordinário, se estribam nos Centros Espíritas orientados sob a Divina Inspiração.

Fácil entendermos a Codificação em seu tríplice aspecto, refletindo a operosidade do Cristo pela redenção do homem. Espiritismo, assim, é luz nos caminhos da Vida.

O Centro Espírita, entretanto, como célula primeira do movimento libertador de almas, é uma complexa oficina de realizações, as mais diversificadas, consolando hoje e construindo o amanhã, onde as forças dos céus estimulam o homem a organizar-se no Bem para avançar com a Luz.

(Mensagem psicografada pelo médium Júlio Cezar Grandi Ribeiro, na noite de 5-10-1970,
em reunião pública da Casa Espírita Cristã, Ibes, Vila Velha-ES.)
Reformador N°1806 – Setembro, 1979

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 04:24
Terça-feira , 30 de Março DE 2010

CAMPANHA DE DIVULGAÇÃO DO ESPIRITISMO

DOUTRINA   ESPÍRITA   ou   ESPIRITISMO
 

O que é

  • É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.
  • “O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.”   Allan Kardec (O que é o Espiritismo – Preâmbulo)
  • “O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.”   Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo – cap. VI – 4)

O que revela

  • Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida.
  • Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento.

 
Sua abrangência

  • Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.
  • Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional, social.

 
Seus ensinos fundamentais

  • Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
  • O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.
  • Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.
  • No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.
  • Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.
  • O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.
  • Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.
  • Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.
  • Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.
  • Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.
  • Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.
  • Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.
  • As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.
  • Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.
  • A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.
  • O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações.
  • A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.
  • A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador.
  • A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. é este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.

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PRÁTICA ESPÍRITA
 

  • Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: “Dai de graça o que de graça recebestes”.
  • A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.
  • O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.
  • O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceitá-los.
  • A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da religião ou da diretriz doutrinária de vida que adotem.
  • Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã.
  • O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social.  Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

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“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.”
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“Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.”
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O estudo das obras de Allan Kardec é fundamental
para o correto conhecimento da Doutrina Espírita.

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 04:08
Segunda-feira , 29 de Março DE 2010

O LIBERTADOR

 

Antigamente quase todas as pequenas cidades do interior, invariavelmente, tinham um cinema. Pois àquela época era o único meio de diversão do povo. Hoje o cinema foi substituído pela TV. Antes, saíamos sempre para ir ao cinema, hoje ficamos em casa defronte à máquina de fazer doidos, horas e horas a fio.

Foi neste tempo, que tivemos a oportunidade de assistir ao fel que contava a história de Moisés. Ficamos deveras impressionados com este personagem, pois ao que tudo parecia, tinha parte com Deus, tantos os prodígios que fazia em nome Dele. Filme épico, que mostrava a história do povo hebreu, escravo no Egito, sendo libertado por esse nosso personagem.

Criado no palácio real, teve uma formação cultural comum somente à nobreza. Devia ter conhecimento de todos os segredos ocultos de sua época.

Mas, sempre ficamos a questionar se foi realmente verdadeira a história, que assistíamos boquiabertos. Hoje, querendo descobrir algo sobre este nosso herói, fomos pesquisar, na Bíblia, a sua história, para responder alguns questionamentos que nos saltaram à mente.

A história de Moisés é lenda?

Em Ex 2, 1-4, lemos: “Um homem da família de Levi casou-se com uma mulher de seu clã. A mulher concebeu e deu à luz um filho. Vendo que era um lindo bebê, guardou-o escondido durante três meses. Não podendo escondê-lo por mais tempo, pegou uma cestinha de papiro, calafetou com betume e piche, pôs nela a criança e deixou-a entre os juncos na margem do rio. A irmã do menino postou-se a pouca distância para ver o que lhe aconteceria”.

Encontramos a seguinte explicação para esta passagem: “O relato do nascimento e salvamento de Moisés se assemelha à lenda contada a respeito de Sargão, o conquistador da Mesopotâmia (3º milênio AC). Nascido de pai desconhecido e de uma mãe que o abandonou nas águas do Eufrates numa cesta de vime calafetada com betume, foi salvo e criado por um jardineiro real. Depois, amado pela deusa Istar, se tornou rei durante 56 anos. Lendas semelhantes contam-se sobre a origem de Ciro, rei da Pérsia, e de Rômulo e Remo, fundadores de Roma. Com recurso a um tal clichê literário Moisés é colocado entre os grandes personagens da história”.

Veja bem, se o relato do nascimento e salvamento de Moisés se assemelha a uma lenda e que lendas semelhantes contam-se a respeito de outras pessoas, podemos concluir que, por esse pensamento, a história de Moisés é uma lenda.

Quem lhe apareceu na sarça?

Para responder esta questão teremos que recorrer ao que consta narrado em Ex 3, 1-6: “Moisés ...chegou ao monte de Deus, o Horeb. Apareceu-lhe o anjo do Senhor numa chama de fogo no meio de uma sarça. ...Moisés se aproximava para observar e Deus o chamou do meio da sarça: ...Moisés cobriu o rosto, pois temia olhar para Deus”.

Ora, as passagens abaixo não dizem a mesma coisa:

Atos 7, 30: “Passados quarenta anos, um anjo apareceu a Moisés no deserto do Monte Sinai, entre as chamas da sarça ardente”.

Atos 7, 35-36: “...Moisés ...Mas Deus é que o enviou como guia e libertador, por meio do anjo que lhe apareceu na sarça. Então, o anjo conduziu o povo para fora, realizando milagres e prodígios no Egito, no Mar Vermelho e no deserto, durante quarenta anos’”.

Atos 7, 38: “Foi ele quem ...foi mediador entre o anjo que lhe falava no Monte Sinai...”.

Afinal quem apareceu a Moisés, foi o próprio Deus ou foi um dos seus anjos?

Falava face a face ou não?

Vejamos em Ex 33, 11: “O Senhor se entretinha com Moisés face a face, como um homem fala com o seu amigo”.

Mas, em outra passagem se diz que ninguém poderá ver a face de Deus e continuar vivo, conforme consta em Ex 33, 20.: “Mas, ajuntou o Senhor, não poderás ver a minha face: pois o homem não me poderia ver e continuar a viver”.

E, mais importante ainda, o próprio Jesus afirma que “ninguém jamais viu a Deus” (Jo 1, 18).

Então, o que será que realmente aconteceu? Pressupomos que, talvez tenha sido um dos anjos quem conversou face a face com Moisés, que o confundiu como sendo o próprio Deus.

Era um mago ou um profeta?

Os prodígios que Moisés fez, nos colocaram essa dúvida, vejamos as narrativas:

Ex 7, 10-12: “...Moisés e Arão ...fizeram assim como o SENHOR ordenara; e lançou Arão a sua vara diante de Faraó, e diante dos seus servos, e tornou-se em serpente. E Faraó também chamou os sábios e encantadores; e os magos do Egito fizeram também o mesmo com os seus encantamentos. ...”.

Ex 7, 19-22: “Disse mais o SENHOR a Moisés: Dize a Arão: Toma tua vara, e estende a tua mão sobre as águas do Egito,... E Moisés e Arão fizeram assim como o SENHOR tinha mandado; e Arão levantou a vara, e feriu as águas ...e todas as águas do rio se tornaram em sangue, ...Porém os magos do Egito também fizeram o mesmo com os seus encantamentos;...”.

Ex 8, 5-7: Disse mais o SENHOR a Moisés: Dize a Arão:... E Arão estendeu a sua mão sobre as águas do Egito, e subiram rãs, e cobriram a terra do Egito. Então os magos fizeram o mesmo com os seus encantamentos, e fizeram subir rãs sobre a terra do Egito.

Se Moisés já havia transformado as águas do rio em sangue, como é que os magos do faraó fizeram o mesmo?É o que queremos saber e ainda não encontramos uma resposta lógica para isso.

Estas passagens descrevem o cumprimento da determinação de Deus por Moisés e seu irmão Arão, para convencer o Faraó a deixar o povo hebreu partir, liberto da escravidão, em busca da Terra Prometida.

Ao analisá-las, ficamos numa dúvida cruel. Ora, se os magos do Faraó também conseguiram fazer essas proezas que Moisés e Arão fizeram, de duas uma: ou teremos que admitir que o deus do Faraó era tão prodigioso, que conseguia fazer tudo quanto o Deus de Moisés fez, ou deveremos entender que Moisés e Arão eram, na verdade, magos, iguais aos que acompanhavam o Faraó, já que todos eles conseguiram produzir esses mesmos fenômenos.

A primeira hipótese é absurda, pois há um só Deus. Assim, teremos que, inevitavelmente, ficar com a segunda, ou seja, somos constrangidos a admitir que Moisés e Arão eram magos, isso se não formos daqueles que o fanatismo cega. Se bem que pelos textos, quem produziu os fenômenos foi somente Arão, Moisés era apenas um espectador. Admitindo isso, estas passagens se conflitam com a determinação contida em Dt 18, 9-12, que, entre várias coisas, Deus proibia a magia. E aí, quem consegue sair desse dilema, sem usar qualquer tipo de apelação?

Você, meu caro leitor, poderá até ponderar que essa determinação é posterior aos acontecimentos narrados. É um fato, e não temos como contestar, entretanto também não temos como admitir Deus mudando de opinião, pois, para nós, Ele é imutável, e todas as Suas determinações são para todos os tempos e povos, a exemplo de: Não matarás, Honrar pai e mãe, não furtarás, ou o não adulterarás!

Realizou milagres?

Mas e os tais milagres realizados por Moisés que tanto se fala, ocorreram ou não? Para buscar a resposta vamos ver a narrativa de Ex 14, 21-22: “Moisés estendeu a mão sobre o mar, e durante a noite inteira o Senhor fez soprar sobre o mar um vento oriental muito forte, fazendo recuar o mar e transformando-o em terra seca. As águas se dividiram, e os israelitas entraram pelo meio do mar em seco, enquanto as águas formavam uma muralha à direta e outra à esquerda”.

A explicação para essa passagem está da seguinte forma: “A descrição da passagem pelo mar Vermelho corresponde a um fenômeno de ordem natural, como o sugere a menção do ‘vento forte’ que põe o mar, isto é, uma região pantanosa, em seco. Tal fenômeno foi providencial para salvar os israelitas e fazer perecer os egípcios: de madrugada as condições climáticas foram favoráveis à passagem segura dos israelitas; de manhã mudaram bruscamente e os egípcios pereceram. Nisto Israel viu a mão providencial de Deus, expressa pela nuvem e pelo fogo, pelas águas que formaram alas para os israelitas passarem e pela vara milagrosa de Moisés”.

Assim, podemos concluir, que na realidade a passagem do Mar Vermelho, quando o mar abriu-se em duas muralhas, é, nada mais nada menos, que um fenômeno de ordem natural. Mas, por que ainda continuam a afirmar que se trata de um milagre?

Vejamos agora a narrativa de Ex 16, 13: “De tarde, realmente veio um bando de codornizes e cobriu o acampamento; ...”.

A explicação dada a essa passagem foi: “As codornizes são aves migratórias que, duas vezes por ano, aparecem em abundância na península do Sinai, tanto no Golfo arábico como na costa mediterrânea. Exaustas do longo vôo, podem ser facilmente apanhadas”.

Nós aqui em Minas Gerais, diríamos: Uai!, então não foi milagre? Não entendo porque ainda continuam dizendo que foi.

Outra passagem para análise é a de Ex 16, 14-15: “Quando o orvalho evaporou, na superfície do deserto apareceram pequenos flocos, como cristais de gelo sobre a terra. Ao verem, os israelitas perguntavam-se uns aos outros: ‘Que é isto?’, pois não sabiam o que era”.

Explicam-nos que: “Da pergunta ‘que é isto?’, em hebraico man hú, a etimologia popular fez derivar o nome de maná. O maná é o produto da secreção de certos insetos que se alimentam da seiva de uma variedade de tamareira do deserto. Em forma de gotas de orvalho, o maná cai no chão donde é ajuntado, peneirado e guardado para servir de alimento. Os árabes ainda hoje chamam a essa substância açucarada, man”.

Noooossa! Então o maná também não foi um milagre.

Essa ocorrência, como as anteriores, são simples fenômenos de ordem natural. Como explicar que os teólogos sempre disseram que todas elas são milagres?

Ficamos a pensar quantas outras coisas que estão na Bíblia podem ser apenas fenômenos naturais, vistos, pelos conhecimentos da época, como milagres.

Desculpe-nos, caro leitor, se transferimos a você as nossas dúvidas.

Abril/2002.

Bibliografia:

  • Bíblia Sagrada, Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 1989, 8ª edição (de onde, também, retiramos todas as explicações que os tradutores deram para as passagens citadas neste estudo)
  • Bíblia Sagrada, Editora Ave Maria, São Paulo, SP, 1989, 68ª edição.
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:46
Sábado , 27 de Março DE 2010

O PROPÓSITO DE DEUS NA TERRA - A VERDADE SOBRE A BÍBLIA

Se considerar contradições já é difícil, imagine, em tal caso, tolerar verdadeiros absurdos que podemos encontrar no livro dito sagrado.

Uma vez mais evocamos a isenção e a sensatez para a averiguação dos pontos seguintes:

 

A PERSONALIDADE DE DEUS

Em corroboração mútua, a Bíblia e os homens traçaram uma personalidade para Deus próxima às fraquezas humanas, levando ao pé da letra o que diz o seguinte trecho:

Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou. Gênesis, 1:27

Desde então, descreveram-nO cheio de ira, ciúme, orgulho, vaidade e propenso ao arrependimento, à fadiga e à vingança. Atributos esses que é peculiar a quem não tem constância — em resumo: um deus imperfeito.

Instigado por esses instintos, Javé age com mão de ferro contra os “inimigos” — sim, Jeová tinha inimigos! — a até mesmo contra os eleitos, não raro, com requintes de crueldade.

Um exemplo: a Arca da Aliança era uma peça sagrada, que somente deveria ser tocada pelos sacerdotes autorizados. Ocorre que, em um translado, deu-se um incidente:

Mas, ao chegar na eira de Nacon, Oza estendeu a mão para a arca do Senhor e segurou a, porque os bois tinham escorregado. Então o Senhor inflamou-se de ira contra Oza e feriuo por causa da sua temeridade, de modo que ele morreu ali mesmo, junto da arca de Deus. II Samuel, 667

 

PROPÓSITOS DE DEUS NA TERRA

Iavé representa aos israelitas o mesmo que os deuses do Olímpio à Grécia, bem como ocorria em outros povos e respectivas mitologias, com a diferença de ser no singular — único: o Senhor dos exércitos, protetor do povo abençoado e justiceiro da Terra.

O propósito comum é estabelecer o domínio terreno a Israel:

O Senhor dos Exércitos está conosco, nosso refúgio é o Deus de Jacó.

Salmos, 46:12 (*)

 

Agora, Senhor Deus, cumpre para sempre a promessa que fizeste ao teu servo e à casa de Israel.

Faze como disseste! Então o teu nome será exaltado para sempre, e dirão: ‘O Senhor dos Exércitos é o Deus de Israel’. E a casa do teu servo Davi permanecerá estável na tua presença. II Samuel, 7:2526

É o rei Davi o interlocutor do Senhor no trecho supracitado.

Repare que ele pede (ou exige?) o cumprimento da promessa de Jeová e (condicionado?) a isso, garante que (no futuro) o seu povo glorificará o nome do Senhor.

 

Atentem para essa passagem:

Com a ira do Senhor dos exércitos, incendiou-se a terra, o povo virou lenha deste fogo. Ninguém poupa seu irmão: morde à direita e continua com fome, morde à esquerda e não fica satisfeito, devorando cada um a carne do irmão.Isaias, 9:1819

Que coisa, não?!

 

Vingança! Vingança! Vingança!

Por isso, diz o Senhor, o Deus dos exércitos, o Herói de Israel: “Ah! Vou rir dos meus inimigos, vingar-me dos adversários! Isaias, 1:24

(*) Em algumas traduções a numeração desse Salmo é 45 e a do versículo é 11.

 

EXTREMISMO

Nas minúcias, a lei de Jeová é mais que rigorosa: é extremista — talvez, por causa das Suas tendências humanas. O fato é que, analisando-a friamente, concluiremos haver incompatibilidades profundas. Prossiga!

 

O terceiro mandamento da Lei de Deus é tomar o sétimo dia da Criação como data santa e exclusiva para oração (Êxodo 20, 810).

Era pra ser o sábado, mas depois foi transferido para o domingo – sem o consentimento da Bíblia. Deus escolheu errado o dia?

Dizem que é em homenagem à ressurreição de Jesus, registrada num domingo. Mas o próprio Jesus não disse que “não veio destruir a Lei, mas cumpri-la”?

Se ele mesmo não mudou a data, por que fizeram isso depois de tantos séculos?

Até aí, vá lá...

 

Impressionante o rigor da lei Sabbath! Observem:

Guardareis o sábado, porque é sagrado para vós.

Quem violar será punido de morte. Se alguém nesse dia trabalhar, será eliminado do meio do povo.Êxodo, 31:14

— O que fazer com os bombeiros, os médicos, os taxistas, e todos os profissionais que trabalham no dia do Senhor? Devem ser executados?

 

Para os pais que não suportarem a rebeldia de um filho a Lei prescreve o seguinte alvitre:

Se alguém tiver um filho desobediente e rebelde, que não quer atender à voz do pai nem da mãe e, mesmo castigado, se obstinar em não obedecer, os pais o conduzirão aos anciãos da cidade, até o tribunal local, e lhes dirão: “Este nosso filho é desobediente e rebelde. Então todos os homens da cidade o apedrejarão.

E assim eliminarás o mal de teu meio e, ao sabê-lo, todo o Israel temerá. Deuteronômio, 21:1821

Também deve ser morto o filho que amaldiçoar seus progenitores:

“Quem amaldiçoar o pai ou a mãe será punido de morte; amaldiçoou o próprio pai e a própria mãe: é réu de morte. Levítico, 20:9

 

— Eis a legitimação da pena de morte, embora um dos mandamentos seja: “Não matarás”.

 

A sentença também é cabível para todos os homossexuais:

Se um homem dormir com outro, como fosse com mulher, ambos cometem uma abominação e serão punidos com a morte: seu sangue cairá sobre eles. Levítico, 20:13

— Homofobia transparente!

 

Essa mesma fatal recomendação é aplicada às mais diversas situações. Sem embargo, num gênero, em especial, ela se salienta:

Se um homem tomar como esposa ao mesmo tempo a filha e a mãe, é uma infâmia. O homem e as duas mulheres serão queimados, para que não haja entre vós infâmia semelhante. Levítico, 20:14

— Veja só que nesse caso, deve morrer o agressor e as vítimas. É bem verdade que há a possibilidade de as duas se entregarem por livre desejo, porém, o mais comum é que o macho se imponha às mulheres.

De qualquer forma...

O homem que tiver relações sexuais com um animal será punido de morte; deveis matar também o animal. Se uma mulher se aproximar de um animal para copular, matarás a mulher e o animal. Os dois serão mortos: seu sangue cairá sobre eles. Levítico, 20:15

Quer dizer: a vítima, o animal inocente, também paga pelo erro.

 

A Bíblia prega a intolerância religiosa? Analisemos:

Se, em teu meio, em algumas das cidades que o Senhor teu Deus te dá, houver um homem ou uma mulher que pratique o que desagrada ao Senhor teu Deus, transgredindo sua aliança e seguindo outros deuses para segui-los e prostrar-se diante deles, diante do sol ou da lua ou de qualquer astro do exército do céu — coisas que não ordenei — logo que te chegar a notícia, investigarás cuidadosamente o caso. Se for de fato verdade que se cometeu tal abominação em Israel, levarás às portas da cidade o homem ou a mulher que cometeu tal maldade e os apedrejarás até à morte. Deuteronômio, 17:25

E o código diz ainda que o castigo deve se estender a toda cidade, em que nem os bois e as vacas devem escapar, quando homens saírem para seduzir os israelitas (Deuteronômio, 13:15).

Tomemos por exemplo, o que deveria acontecer a Samaria, uma cidade infiel:

Samaria vai pagar, pois revoltou-se contra o seu Deus. Ela cairá à espada, seus filhos serão esmagados, as grávidas terão os ventres rasgados! Oséias, 14: 1 (*)

— Intolerância religiosa, a exortação à guerra santa, cruzadas, inquisição, etc.!!!

 

Em Números, 31, lemos uma descrição minuciosa de uma carnificina assustadora que Jeová comanda sobre os midianitas. Suas cidades foram saqueadas e totalmente destruídas, matando a homens, mulheres e crianças, com uma exceção apenas:

As meninas, porém, que não tiveram relações com homem, conservai-as vivas para vós. Números, 31:18

Aliás, promessa de recompensa comum às vitórias militares, na antiguidade, era a de posse de virgens.

 

O Deus da vida, usado para justificar guerras e guerras!

Estando Eglon sentado em seu quarto privativo de verão, no andar superior, Aod se aproximou. “Tenho uma mensagem de Deus para ti”, disse Aod. Quando o rei se levantou do trono, Aod estendeu a mão esquerda e apanhou do lado direito o punhal, que lhe enfiou no ventre. Juízes, 3:2021

* * *

(*) Em algumas traduções, esse capítulo 14 é apenas continuação do anterior. Logo, o trecho estaria em: Deuteronômio, 13:16.

 

E quando não, o próprio Espírito de Deus se apossa dos homens, como Sansão, para matar e matar:

Então o espírito do Senhor apoderou-se de Sansão.

Ele desceu a Ascalon, matou ali trinta homens (...). Juízes, 14:19

Adiante, o mesmo espírito do Senhor faz Sansão matar mais mil.

Ao chegar a Lequi, os filisteus vieram ao encontro dele com gritos de guerra. Então, o espírito do Senhor apoderou-se dele e as cordas sobre os braços tornaram-se como fios de linho a queimar no fogo, e as amarras das mãos se desfizeram. Havia ali uma queixada de burro recém morto.

Ele estendeu a mão, agarrou a e com ela matou mil homens. Juízes, 15:1415

O detalhe aqui é que o herói Sansão cometeu um ato imundo perante a lei de Israel, que é o de tocar um cadáver animal.

 

E o Senhor de Israel, segundo a Bíblia, não tolera frouxidão.

Condenou um indivíduo que se recusou a ferir um profeta:

Então um do grupo dos profetas, por ordem do Senhor, disse a um companheiro: “Fere-me!” Mas ele não quis feri-lo.

“Por que não quiseste ouvir a voz do Senhor”, disse o primeiro, “um leão te matará quando te afastares de mim”. Afastando-se ele um pouco, um leão veio-lhe ao encontro e o matou. I Reis, 20:3536

— Incitação à violência!

 

Nem mesmo as crianças são ignoradas pela ira do Senhor:

Daí, Eliseu subiu a Betel. Pelo caminho, uma turma de meninos saiu da cidade, e zombaram dele, dizendo: “Sobe, careca! Sobe, careca!” Voltando-se, viu-os e os amaldiçoou em nome do Senhor. Saíram então dois ursos da floresta e despedaçaram quarenta e dois deles. II Reis, 2:2324

— Absolutismo inexplicável! Caçoada e impertinência própria da meninice. Se se fosse punir a puerilidade dos dias correntes...

 

A Verdade Sobre A Bíblia...

L. Neilmor is

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:11
Sexta-feira , 26 de Março DE 2010

DEUS MORRE QUANDO OS HOMENS SE APEGAM À LETRA QUE MATA

 

Revistas inglesas, norte-americanas, alemãs e francesas vêm há meses anunciando a morte de Deus. Uma revista brasileira aproveitou o assunto e os dados das revistas estrangeiras. Não há nenhuma novidade no assunto, que outras publicações do mundo inteiro vão repetindo. Nem se trata de campanha contra a idéia de Deus, como pretendem alguns religiosos de vistas curtas. Simples questão de interesse jornalístico. Mas a verdade é que tudo começou com os teólogos, os doutores da ciência de Deus, que já não sabem mais o que fazer com essa ciência.

A existência de ateus e a propagação do ateísmo não são novidades. Os ateus já dominam politicamente mais da metade do mundo. Ideologicamente representam a maioria das pessoas cultas. Para todos eles, Deus já morreu há muito tempo. As igrejas são importantes para devolver-lhes a fé. Esse o motivo do desespero dos teólogos, que chegam à conclusão de que Deus está morrendo e é necessário salvá-lo. Mas é preciso não confundir Deus com a concepção antropomórfica de Deus. O que está morrendo, e ninguém jamais conseguirá reabilitá-la, é essa concepção, oferecida ingenuamente pêlos pregadores bíblicos a um mundo que não vive mais a fase agrária da civilização judaica antiga.

Os fanáticos da Bíblia não podem evitar a morte de Deus. Quanto mais falarem e escreverem sobre Deus, mais o afastarão do espírito arejado dos homens modernos. Porque a idéia de um Deus semelhante ao homem só podia servir para criaturas ingênuas, numa fase primária da evolução humana. Enquanto os teólogos, os pregadores, os religiosos em geral, não se convencerem de que as Escrituras Sagradas não são tabus e devem ser estudadas no seu espírito, sem apego à letra, nada poderão fazer contra o ateísmo.

A concepção bíblica de Deus é alegórica, como já afirmamos numerosas vezes. O

Livro dos Espíritos ensina isso desde as suas primeiras páginas. A própria Bíblia proíbe que façamos imagens de Deus, pois essas imagens são perecíveis. Quando elas morrem, Deus pode morrer na alma desolada dos crentes. Se quisermos evitar a morte de Deus na consciência humana, evitemos o literalismo bíblico e a idolatria. Uma imagem mental de Deus é também um ídolo perecível, e quem a cultua não é menos idólatra que os adoradores de imagens materiais. A concepção espírita de Deus está acima dessas controvérsias teológicas. O Deus espírita não é um ídolo, mas aquela realidade que, como dizia Descartes, está na consciência do homem como a marca do artista na sua obra.

Visão Espírita da Bíblia J. Herculano Pires

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sinto-me: espirita
música: BEETHOVEN
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:45
Quinta-feira , 25 de Março DE 2010

JESUS NÃO É DEUS

 

Entre vários atributos que caracterizam a divindade, encontramos a imutabilidade, o que significa que Deus não muda nunca. Entendimento fácil de assimilar, uma vez que se Deus mudar de atitude ou algo que tenha feito, Ele não teria agido com perfeição, o que seria contrário a essa sua natureza. O fato de Deus ter poder para mudar não implica que irá agir dessa forma, pois acima disso está a sua perfeição e só muda quem não fez o que queria ou o que fez não tenha ficado a contento.

Atribuem a Jesus o status de ser o próprio Deus encarnado aqui na Terra, apesar Dele, segundo Davi, não caber no templo (1Rs 8,27), coube dentro de um corpo humano, mas deixemos à vontade os que acreditam nisso.

Segundo uma passagem do Evangelho Jesus teria dito não vim destruir a Lei, mas cumpri-la” (Mt 5,17), mas será que agiu mesmo dessa forma? Vejamos que em Lv 20,10 se ordena que sejam punidos com a morte os que cometessem adultério, mas ao apresentarem a Jesus uma mulher surpreendida em adultério questionando-O se deveriam apedrejá-la como manda essa Lei, responde: aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra (Jo 8,7), numa evidente sugestão que não se deveria cumprir a Lei. Mas se antes havia dito que teria vindo para cumprir a Lei, como é que ficamos diante dessa contradição?

Pior ainda quando aceitamos que Jesus seja mesmo o próprio Deus, pois aí Ele está mudando de atitude apesar de que teria sido dito que “... eu, o Senhor, não mudo (Ml 3,6). Sem falar que Jesus, em várias oportunidades, se colocou com vindo para cumprir a vontade daquele que o enviou, deixando bem claro sua completa submissão à vontade de Deus, sempre se colocou com um enviado, demonstrando uma subordinação a alguém que Lhe era superior.

Mas para explicar essa questão temos que nos debruçar nos registros históricos para percebermos que a divinização de Jesus foi uma necessidade teológica, uma vez que, copiando dos povos pagãos, decidiram que Deus também teria que ser representado por uma trindade. Absurdo teológico que, por mais que queiram, não conseguem dar a isso uma única explicação lógica e razoável, partindo para o “mistério”, como a famosa “saída pela tangente”.

Não estamos aqui para “destronar” a Jesus, mas para restabelecer o lugar em que Ele sempre se colocou, pois assim é mais fácil ou melhor é possível seguirmos seu exemplo, caso contrário, ficaremos numa situação insustentável de não termos as mínimas condições de fazer o que Ele mesmo afirma podermos fazer: tudo o que eu fiz vós podeis fazer e até maiores(Jo 14,12).

Meu Pai e vosso Pai”, meu Deus e vosso Deus são expressões que usou o tempo todo, o que significa que nos têm no mesmo plano que Ele, ou seja, somos irmãos. A Ele devemos recorrer, como o nosso irmão maior, quando as dificuldades da vida nos pesam nos ombros. “Vinde a mim, vós que estais cansados e sobrecarregados, pois eu vos aliviarei” (Mt 11,28) é sua promessa a todos nós, espíritos em evolução, independente de qual rótulo religioso possamos estar abrigados.

Aos que acreditam nas inúmeras profecias a respeito de Jesus, contidas no Antigo Testamento, fica mais difícil argumentar, pois elas dão conta que Deus enviaria um mensageiro, não que viria pessoalmente à Terra.

Obviamente esses nossos argumentos podem não convencer a todos, mas os que, porventura, não vierem a aceitá-los, que, então, nos demonstrem com boa lógica que isso não é absurdo: Deus desce do céu, se encarna como Jesus, que morre na cruz como vítima oferecida a Ele mesmo para expiação de nossos pecados (sic).

 

 

 

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:42
Quarta-feira , 24 de Março DE 2010

EXILADOS NA TERRA

Segundo a crença espírita, milhares de anos atrás, um grupo de seres oriundos de uma estrela longínqua foi degredado para o nosso planeta. Algumas tradições afirmam que essa estrela se chama Capela e, desde a chegada desses seres, ocorreram profundas transformações, delineando novos rumos para a civilização que começava a se formar no globo terrestre.

Já entramos no terceiro milênio, e começamos a experimentar as turbulentas manifestações do expurgo a que terá de se submeter o planeta Terra para  atingir sua nova fase evolutiva. Para a doutrina espírita kardecista, esta é uma fase de mudanças; ela explica que os espíritos aqui instalados passaram por terríveis provações e adversidades ao longo de inúmeras encarnações, e todos tiveram o apanágio do livre-arbítrio. Muitos aprimoraram a inteligência, em detrimento do amor incondicional; outros se tornaram seres amáveis e humildes, mas intelectualmente atrofiados. Enfim, todos seguiram por caminhos diferentes, mas tiveram oportunidades para aprender as mesmas lições.

Muitos acreditam que, chegado o fim deste ciclo de expiações e provas, os espíritos cujos corações continuam bloqueados pela presença da maldade, não poderão acompanhar os demais, que se encontram em estágio superior e, dessa forma, não poderão compartilhar da nova fase de regeneração. Teoricamente, eles irão constituir a nova leva de seres que serão deportados para outro orbe, inferior a este, para se misturarem às raças autóctones locais, passarem por novas dificuldades e edificarem uma nova civilização, até que alcancem o nível evolutivo de sua nação terráquea.

Da mesma forma, acredita-se que há milhares de anos, quando os primatas terrestres começavam a esboçar os primeiros sinais de hominização, tenha ocorrido a vinda dos exilados de Capela.

A Perda do Paraíso

“(...) Depois disse Iahweh Deus: “Se o homem já é como um de nós, versado no Bem e no Mal, que agora ele não estenda a mão e colha também da árvore da vida e coma e viva para sempre! E Iahweh Deus o expulsou do jardim de Éden para cultivar o solo de onde fora tirado. Ele baniu o homem e colocou diante do jardim de Éden, os querubins e a chama da espada fulgurante para guardar o caminho da árvore da vida”. (Gênesis, Cap. 3, Vs 22-24. Bíblia de Jerusalém, Paulus, 2002)

Esse episódio do Gênesis, que narra a “perda do paraíso”, é uma das passagens bíblicas mais conhecidas e comentadas. Existem diversas interpretações para esse mito, versões que procuram elucidar as mensagens codificadas pela linguagem alegórica da Bíblia (Gilberto, você vê necessidade de colocar a palavra Bíblia em itálico? Eu tirei.) Os católicos mais ortodoxos defendem que essas histórias são reais, tendo existido, de fato, um casal original que cometeu um pecado, herdado por toda humanidade.

No entanto, semioticistas famosos, como Joseph Campbell, interpretam essa narrativa como o mito da separação do Homem com o Todo Universal, caracterizando a perda do sentimento de unidade com Deus. Para Campbell, o “pecado original” de Adão e Eva foi quebrar essa harmonia plena com a natureza, simbolizada pela árvore do conhecimento, o que resultou na divisão do Todo entre Bem e Mal: a condição de dualidade subjacente a toda e qualquer experiência humana. Campbell acredita que Deus, então, seria a transcendência alcançada pelo Homem quando vence seus medos e seus desejos – a dupla de querubins que guardam a árvore da vida – e atinge a Imortalidade ou a Iluminação do Buda.

Contudo, existe uma outra versão, compartilhada por muitas pessoas no meio espírita. No livro A Caminho da Luz,  o espírito Emmanuel diz, no capítulo em que fala sobre a época dos antepassados do homem: “Onde está Adão com sua queda do paraíso? Debalde nossos olhos procuram, aflitos, essas figuras legendárias, com  o propósito de localizá-las no Espaço e no Tempo. Compreendemos, afinal, que Adão e Eva constituem uma lembrança dos Espíritos degredados na paisagem obscura da Terra, como Caim e Abel são dois símbolos para a personalidade das criaturas”.

Em concordância com essa explicação, o livro Os Exilados da Capela, escrito por Edgar Armond –  esotérico que se converteu ao espiritismo –, também interpreta esse conto bíblico como um relato das reminiscências de um povo que, há muito tempo, foi exilado de um lugar maravilhoso, onde a evolução daquela humanidade atingia níveis morais e intelectuais inconcebíveis pela imaginação terráquea.

A grosso modo, Armond divide a história humana em três ciclos. O primeiro "(...) começa no ponto em que os Prepostos de Cristo, já havendo determinado os tipos dos seres dos três reinos inferiores e terminado as experimentações fundamentais para a criação do (...) tipo de transição entre os reinos animal e humano, apresentaram, como espécime-padrão, adequado às condições de vida no planeta, esta forma corporal (...). O ciclo prossegue com a evolução, no astral do planeta, dos espíritos que formaram a 1ª Raça-Mãe; depois com a encarnação dos homens primitivos na 2ª Raça-Mãe, suas sucessivas gerações e selecionamentos periódicos para aperfeiçoamentos etnográficos; na 3ª e 4ª, com a emigração de espíritos vindos da Capela; corrupção moral subseqüente e expurgo da Terra com os cataclismos que a tradição espiritual registra".

O segundo ciclo "(...) inicia-se com as massas sobreviventes desses cataclismos; atravessa toda a fase consumida com a formação de novas e mais adiantadas sociedades humanas e termina com a vinda do Messias Redentor". E o terceiro "(...) começa no Gólgota, com o último ato do sacrifício do Divino Mestre e vem até nossos dias, devendo encerrar-se  com o advento do Terceiro Milênio, em pleno Aquário, quando a humanidade sofrerá novo expurgo – que é o predito por Jesus, nos seus ensinos, anunciado desde antes pelos Profetas hebreus, simbolizado por João no Apocalipse e confirmado pelos porta-vozes da Terceira Revelação – época em que se iniciará na Terra um período de vida moral mais perfeito, para tornar realidade os ensinamentos contidos nos evangelhos cristãos”.

Aprendizado na Terra

Segundo afirma Emmanuel no livro A Caminho da Luz, haveria uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos estariam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias. Esses “obreiros” de Jesus seriam os responsáveis pela Criação do orbe terrestre e pela evolução dos seres que aqui se desenvolveram. Emmanuel explica que há muitos milênios, um dos orbes da Capela – que guarda muitas afinidades com o globo terrestre –, atingiu a culminância de um de seus ciclos evolutivos. Viviam ali povos já purificados física e moralmente, coexistindo com legiões de espíritos rebeldes e atrasados, não havendo mais sentido em continuarem habitando o mesmo espaço. Nessa etapa de transição, ocorreu o que chamamos de “separação do joio e do trigo”, tal como está começando a ocorrer aqui na Terra.

As grandes comunidades espirituais diretoras do Cosmos deliberaram o exílio desses espíritos aqui na Terra, onde, afirma Emmanuel, “aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores”.

Estes “irmãos” aos quais Emmanuel se refere eram os homens primitivos, que caracterizaram a transição do reino animal para o hominal, configurando as raças autóctones que ficaram conhecidas no meio espiritualista como “pré-adâmicas”, ou seja, anteriores à vinda de Adão.

Para Amauri Costa, coordenador do curso de evangelização do Centro Espírita A Luz Divina, a melhor analogia para esse processo evolutivo de trânsito entre mundos é o método aplicado por nossas escolas. “O aluno, quando está atrasado em relação ao resto da classe, é retirado e posto numa outra sala para fazer recuperação, e lá ele irá encontrar outros alunos que estão no mesmo nível que ele ou num grau de aprendizagem inferior, até podendo ajudá-los a melhorar”, diz Amauri, exemplificando o que ocorre no Universo com toda a Criação. “É uma situação drástica, porque o natural seria que todos se desenvolvessem ao mesmo tempo e caminhassem juntos, mas cada um escolhe o caminho que quer seguir”, observa.

Aqui, portanto, caberia a máxima de que “todos os caminhos levam a Deus”, embora alguns sejam mais longos e dolorosos. Emmanuel explica que todos os seres foram criados para se tornarem entidades angelicais, e que todos os homens primitivos se tornarão anjos; alguns mais cedo, outros, mais tarde.

Amauri acredita que o final dos grandes ciclos se dá pelo esgotamento das possibilidades e dos recursos planetários, havendo a necessidade de uma mudança no perispírito humano, de modo que consiga sobreviver nas novas condições naturais. “O que vai mudar não é o planeta, mas o ser humano, que, por sua evolução moral e intelectual, se tornará mais leve e adequado às condições do planeta. É o que ocorre com a Terra, que está se tornando cada vez mais um lugar inóspito para se viver. Daqui a pouco, não haverá como existir num ambiente tão degradado, considerando nossa atual constituição física”. Ele explica que, por essa razão, não havia mais possibilidade daqueles espíritos cheios de iniqüidades continuarem vivendo em Capela, mesmo porque seus atrasados perispíritos não mais correspondiam à nova realidade física do orbe.Assim, esses espíritos desterrados teriam concorrido para a formação da raça humana, para o seu desenvolvimento e sua evolução, da mesma forma que o aluno atrasado de que fala Amauri, ajudando seus novos colegas que estão em estágio inferior.

A descida desses espíritos, segundo Edgar Armond, teria sido simbolizada na Bíblia pelo surgimento de Adão e Eva no planeta, cuja descendência – Caim, Abel e Seth – seria uma representação dos perfis de espíritos que encarnaram no globo, provenientes de Capela. Caim e Abel, desse modo, personificam as duas tendências de caráter dessas legiões emigradas que, em parte, eram formadas por “espíritos rebeldes, violentos e orgulhosos”, que ficaram por muito tempo na terra cultivando o solo, até que se redimissem de seus erros; e, por outra, por espíritos cujo temperamento mais pacífico e submisso às vontades de Deus os fez voltar logo ao orbe de origem.

Já Seth foi gerado à imagem e semelhança de Adão, e constituiu a corrente familiar que chegou até Noé, sendo, então, a única “linhagem” sobrevivente ao dilúvio. É interessante lembrar, também, que Enós, primeiro filho de Seth, foi o primeiro a invocar o nome de Iahweh Deus, segundo conta a Bíblia, o que poderia ilustrar a crença de que esses povos foram os responsáveis pelo despertar da espiritualidade nos ignorantes e primitivos homens terrestres. Seth representaria, então, a raça que semeou a chama divina nos corações dos homens, progrediu, sobreviveu ao cataclisma por vontade de Deus e deu origem à atual humanidade.

Os Quatro Grandes Povos

Emmanuel não fala em ordenação de raças, mas explica que as atuais raças brancas são descendentes daquelas oriundas de Capela, que encarnaram nos principais locais terrestres, onde as concentrações de tribos primitivas eram mais numerosas e evoluídas, e aí se misturaram aos terráqueos. A maioria, prossegue Emmanuel, estabeleceu-se na Ásia, de onde atravessou o istmo de Suez para a África, na região do Egito, encaminhando-se igualmente para a Atlântida. “Grande percentagem daqueles Espíritos rebeldes, com muitas exceções, só puderam voltar ao país da luz e da verdade depois de muitos séculos de sofrimentos expiatórios; outros, porém, infelizes e retrógrados, permanecem ainda na Terra, nos dias que correm, contrariando a regra geral, em virtude do seu elevado passivo de débitos clamorosos”, conclui Emmanuel.

Essas raças adâmicas teriam se reunido, de acordo com suas afinidades sentimentais e lingüísticas,  em quatro grandes povos da antiguidade: a civilização do Egito, o grupo dos árias, o povo de Israel e as castas da Índia.

Os egípcios eram os que traziam mais vivas na memória as lembranças da antiga morada. Formaram a civilização mais evoluída e que menos débitos tinha no tribunal da Justiça Divina. Como espíritos possuidores de insondáveis segredos a respeito da vida e da morte, logo saldaram suas “dívidas” e regressaram a Capela, tendo muitos deles permanecido no astral terrestre com o intuito de contribuir para a evolução da humanidade, reencarnando periodicamente.

Às margens do Rio Ganges, formou-se a civilização hindu, formada  pelos arianos puros. Apesar de seus elevados conhecimentos espirituais, dos quais provém grande parte da sabedoria espiritual do mundo de hoje, a civilização hindu espalhou-se pela região dominando os autóctones descendentes dos “primatas”, que possuíam uma pele escura, dos quais se diferenciavam física e psiquicamente. Os que ficaram na Índia organizaram uma sociedade de castas, que não se constituía num sentido apenas hierárquico, mas com a significação de uma superioridade orgulhosa e absoluta. Em vez de se integrarem às raças locais, impulsionando sua evolução de maneira humilde, os arianos da Índia viram nos aborígenes os párias da sociedade, a ralé de todos os seres.

Outra parte dos árias asiáticos, formada na sua maioria por espíritos descontentes e revoltados com as condições de seu degredo, migrou para outras terras à procura de novas emoções. Deles descenderam as famílias indo-européias como a sociedade dos gregos, eslavos, celtas, germanos e latinos. Se, por um lado, estabeleceram as bases da propriedade privada, que gerou tantos conflitos até os dias de hoje, por outro lado sua maior virtude foi a assimilação de elementos de todas as tribos que foram encontrando pelo caminho.

Diz Emmanuel que, de todos os espíritos degredados na Terra, foram os hebreus que constituíram a raça mais forte e homogênea, mantendo inalterados os seus caracteres através de todas as mutações. No entanto, à semelhança do povo hindu, o paradoxo da comunidade de Israel foia grandeza de sua fé na existência do Deus único em proporção ao seu orgulho e seu sentimento de superioridade espiritual.

Controvérsia

Entre as correntes espiritualistas e espíritas propriamente ditas, ainda existem muitas versões e divergências no que diz respeito às raças que povoaram a Terra; de onde vieram, de que maneira, para onde foram, e a ordem cronológica em que os fatos se deram.

O que deveria ser apenas uma discussão de idéias e de suposições – afinal, como se sabe, há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que pode supor nossa vã filosofia – chega a se transformar numa luta de egos, uns querendo impor suas opiniões e verdades aos outros.

O que se depreende de todas essas histórias – relatadas de formas diferentes por inúmeros povos ao redor do globo –, é que a evolução é o destino inexorável do ser humano, do qual ninguém pode escapar. Jesus, ao longo de sua  encarnação na Terra, só nos falou sobre amor, paz e igualdade. Sabia que, se nem mesmo essas mensagens ainda haviam sido compreendidas pelos humanos, o que dizer das extensas e complexas explicações sobre as transmigrações planetárias?

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:31
Terça-feira , 23 de Março DE 2010

PESQUISAS SOBRE REENCARNAÇÃO

 

O delegado João Alberto Fiorini vem fazendo um trabalho exemplar de pesquisa científica na área da reencarnação, coletando casos e evidências em todo o país, e submetendo-as a análise criteriosa.

O delegado João Alberto Fiorini – cujo trabalho foi apresentado na edição anterior de Espiritismo & Ciência – continua desenvolvendo seu trabalho de pesquisa científica na área da reencarnação, levantando uma série de casos que, na pior das hipóteses, representam enigmas interessantes e que merecem maior atenção. Já apresentamos a linha principal dessa pesquisa, e agora vamos observar mais de perto alguns dos casos com os quais o pesquisador entrou em contato.

Fiorini se envolveu numa série de investigações, a princípio tentando identificar impressões digitais de seres encarnados com as impressões daqueles que já desencarnaram. Ele está convicto de que será impossível encontrar duas impressões exatamente iguais, mas as possíveis semelhanças encontradas podem indicar um caminho interessante para a pesquisa.

Da mesma forma, outros sinais corpóreos – como marcas de nascença e outros traços marcantes – podem ser uma indicação segura para a pesquisa de reencarnação.

Nesse sentido, o delegado levantou alguns casos interessantes, nos últimos meses. Um desses casos ocorreu em Alagoas – os nomes dos envolvidos não serão citados – e envolve o senhor J., desencarnado em 1997, e seu neto, nascido em 1999. O pai da criança resolveu entrar em contato com Fiorini devido a um sonho que teve. No sonho, apareceu-lhe um velho amigo de seu pai, e ele aproveitou para lhe perguntar sobre seu genitor. A resposta foi que o senhor J. “estava se preparando para voltar”, ou seja, reencarnar. Nessa época, sua esposa sequer estava grávida.

Alguns dias depois, sua irmã também teve um sonho no qual uma voz lhe avisava que “o próximo a nascer na família será o senhor J.”. A criança nasceu na data referida, e apresentou alguns sinais interessantes que podem, de fato, indicar um caso de reencarnação.

Quando o senhor J. tinha cerca de 18 anos, sofreu um acidente com uma espingarda de chumbo para caça, que disparou em sua mão direita. Apesar dos chumbos terem sido retirados, um permaneceu na junta do polegar direito, provocando uma deformação, que ele sequer se incomodou em tentar corrigir. Mais tarde, já em idade avançada, tentou uma cirurgia – sem sucesso – de modo que seu polegar ficou permanentemente curvado para a palma da mão. O que chamou a atenção de todos foi que, alguns meses após o nascimento da criança, ficou comprovado que ela apresentava a mesma característica que o avô no polegar direito, ou seja, este era levemente curvado para a palma da mão.

Outro detalhe também chamou a atenção de Fiorini ao investigar o caso. Antes do senhor J. falecer, ele teve um aneurisma cerebral, do lado parietal esquerdo do cérebro, o que paralisou todo o lado direito do corpo. Seu neto apresenta sinais de ser canhoto, o que levanta a possibilidade de que o aneurisma tenha influenciado o perispírito. Claro que isso não comprova um caso de reencarnação, mas é mais uma evidência que vem se somar às demais levantadas.

Digitais

Na linha das impressões digitais, João Alberto Fiorini também teve acesso a um caso no Ceará, envolvendo a senhora M.L., desencarnada em 1989, e sua possível reencarnação, o menino J.V., nascido em 1999. Nesse caso, as impressões digitais das duas pessoas foram colhidas e submetidas a exame datiloscópico.

A história chegou ao conhecimento de Fiorini por meio de um grupo espírita cearense, e teve início quando a jovem F.A., que vivia na companhia de uma família desde sua infância, ficou grávida. As pessoas da família ficaram surpresas, entendendo que aquele ser não estava para vir ao mundo por acaso, mas por determinação espiritual.

O passo seguinte, portanto, foi ter acesso aos irmãos instrutores espirituais e solicitar informações a respeito da situação. A resposta deles foi que se tratava, na verdade, da reencarnação da citada senhora M.L., também relacionada à família, e que havia desencarnado há poucos anos. Essa senhora teria uma necessidade de se reajustar com a Lei Divina e, dessa forma, renasceu em um corpo masculino, pois somente assim poderia cumprir adequadamente sua missão.

Uma primeira avaliação das impressões digitais foi realizada, constatando-se que elas são do mesmo padrão. O delegado Fiorini também apresentou as digitais para uma avaliação independente da primeira, e o resultado foi que elas “apresentam coincidências em seu tipo fundamental”, ou seja, têm o mesmo padrão datiloscópico. O perito também comprovou que tanto a desencarnada quanto o encarnado possuem o mesmo número de linhas − doze − nas digitais.

Mais uma vez, é preciso que se diga que não se trata de uma comprovação científica de reencarnação, mas sim, de mais uma evidência levantada nesse sentido. Fiorini destacou que é impossível existir duas impressões exatamente iguais, mas as semelhanças podem ser significativas, e esse trabalho de coletar casos semelhantes vem se somar ao de outros pesquisadores, como o dr. Hernani Guimarães Andrade, e o dr. Ian Stevenson, que há anos vem coletando relatos de crianças que falam sobre vidas passadas, em todo o mundo.

Marcas no Corpo

Fiorini foi convidado por uma família de Avaré, São Paulo, para investigar um caso que teve origem em 1971. Na época, um homem de 31 anos de idade foi vítima de um disparo acidental de arma de fogo, vindo a falecer. A família disse que, após vinte anos, ele teria renascido como seu neto, e que existiam fortes indícios nesse sentido.

“A partir daí”, diz João Alberto, “passei a efetuar várias perguntas de praxe, além de estudar minuciosamente o inquérito policial, bem como suas peças complementares como certidão de óbito, auto de levantamento de cadáver, laudo de exame de corpo de delito, auto de exame do instrumento do crime e, por fim, um exame cardiológico chamado de ecocardiografia, o qual muito me chamou a atenção”.

Pelo exame do auto de levantamento de cadáver, Fiorini percebeu que o calibre da arma em questão era 6.35mm. Coincidentemente, o exame cardiológico da criança apresentava uma fissura interventricular medindo 6mm no ventrículo esquerdo do coração. Ou seja, o calibre da arma era quase o mesmo da fissura no coração. Posteriormente, a criança, que hoje já tem 11 anos, faria uma cirurgia de correção para fechar o orifício interventricular.

Mais que isso, Fiorini também solicitou um exame datiloscópico das impressões do falecido e da criança, e o resultado foi que as impressões eram quase idênticas, de tal forma que foram necessários vários dias para se encontrar pequenas diferenças entre elas. “Não tive mais dúvidas”, diz Fiorini. “Estava diante de uma situação com fortíssimas evidências de reencarnação, embora o tempo de intermissão fosse de vinte anos”.

Inicialmente, o caso foi tido como de um suicídio, mas no relatório da autoridade policial, é dito que a esposa da vítima é de opinião que ocorreu um disparo acidental da arma, uma vez que, na oportunidade, o marido não apenas estava calmo como também fazia planos para o futuro, pensando em adquirir a casa onde residiam.

Esses casos podem somar-se a uma série de outros semelhantes, acumulando evidências fortes no sentido de comprovar a reencarnação, desde que sempre analisados com o critério científico rigoroso proposto pelo delegado João Alberto Fiorini.

Quem tiver vontade de enviar relatos sobre situações que possam indicar reencarnação, pode escrever para a revista Espiritismo & Ciência. Os relatos são sigilosos e enviados diretamente ao pesquisador Fiorini, que tomará as providências necessárias. As cartas podem ser enviadas para:

Espiritismo & Ciência
Redação
Rua Andrade Fernandes, 283
São Paulo – SP
05449-050

Ou diretamente para o e-mail do editor:
gilberto@mythoseditora.com.br

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:30
Segunda-feira , 22 de Março DE 2010

FILIAÇÃO DIVINA DOS DEMÔNIOS

Para os demonólogos modernos, demônio é um espírito humano. E vale aqui uma consulta aos dicionários. Mas há os demonólatras. E há também os “demonolatrinhos”, que pensam que ele é uma espécie de deus do mal em disputa com Deus para o domínio dos humanos. E uns respeitam-no tanto, que até evitam falar seu nome! Mas esse demônio está aposentado pelos verdadeiros teólogos, pois é uma história infantil das dos tipos do da cegonha, da mitologia e da teologia medieval.

Por sermos espíritos semelhantes a Deus, temos dois instrumentos para a nossa evolução cognitiva e moral, a saber: a inteligência e o livre-arbítrio. Sto. Agostinho afirma que nós fomos criados como se fôssemos sementes que, no futuro, se tornam árvores. Os filhos de Jacó venderam como escravo seu irmão José do Egito. Apenas por inveja, Caim matou seu próprio irmão Abel. E o homem das cavernas era até antropófago. Todos nós já fomos, pois, demônios maus ou espíritos atrasados.
No futuro, na separação do joio do trigo - que será feita com amor, pois Jesus não vai por tudo a perder a respeito de sua mensagem de  amor até para com os inimigos -,  os espíritos que não tiverem atingido um mínimo de evolução moral (de amor), irão reencarnar em mundos que ainda estão no nível de evolução do homem da caverna. “Na casa do Pai há várias moradas” ou níveis de evolução dos espíritos. E nesses mundos atrasados haverá choro e ranger de dentes (Mateus 24,51) para esses espíritos que tomaram bomba e vão recomeçar tudo de novo, pois Deus e Jesus nunca deixarão de amá-los. Na Bíblia, os demônios são chamados também de deuses, pois todos os espíritos humanos que se manifestavam para os judeus eram tidos, teoricamente, ora como sendo Javé, ora como sendo deuses falsos, mas vistos, igualmente, como espíritos humanos (1 Samuel 28,13; Salmo 86,6 e João 10,34). Ao desencarnarmos, pois, seremos todos demônios muito bons (poucos),  mais ou menos (maioria) e muito maus (poucos).

E eis um paradoxo. Sob certos aspectos, os maus demônios são filhos de Deus especiais, pois Jesus veio principalmente para os espíritos doentes encarnados e desencarnados (Mateus 9,12; 4,16, e 1 Pedro 4,6), e esses demônios maus são justamente os mais doentes filhos de Deus, ou seja,  os mais necessitados de amor, preces e misericórdia!
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 03:47

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