Domingo , 15 de Fevereiro DE 2009

CONHECIMENTO DO PASSADO

Meditando nas salutares revelações procedentes da Espiritualidade, assomavam-te ondas de tristeza, em considerando o olvido que se te fazia habitual, de referência às reencarnações passa­das ...
Ao lado daqueles que te narravam eventos com eles mesmos acontecidos e que lhes foram elucidados, situavas o espírito em compreensível melancolia, face à tua total ignorância quanto às tuas vidas pretéritas....
Diante dos que exibiam ilações fascinantes entre o hoje e o ontem, comentando, entusiasmados, os sucessos transatos, doía-te a alma, tendo em vista ignorares os acontecimentos idos que te diziam respeito...
Desejavas qualquer referência que te desse maior força e coragem para a luta, de modo a situares vidas pregressas, graças à justiça das reencarnações...
Ante as dores da soledade, renteando com os que pareciam contemplados, almejavas identificar amigos, amores antigos...
A Lei Divina, na sua sabedoria, quando concede o esquecimento temporário das vidas que ficaram na noite dos tempos, fá-lo por misericórdia e justiça, pois nem todos os homens estão em condições de sabê-lo.
Todavia, desejavas, e, agora, paulatinamente, chegam-te retalhos, informações, peças que se ajustam, fragmentos que se unem, formando um todo... Amigos, afetos, mas igualmente adversários, se destacam dos painéis da sombra e se avolumam...
Pensas, então, em refazer o caminho, ao encontrá-lo em desalinho.
Da mesma forma, ambicionas revi­ver emoções, ora impossíveis, reconquistar corações que seguem noutra direção, unir-te aos seres junto aos quais chegaste tardiamente... E sofres!
As animosidades persistem sem diminuir. Ao inverso; tais antipatias não são combatidas, mas açuladas.
Lamentavelmente, unes-te com aqueles que se afinam contigo e te afastas daqueles a cujos fluidos reages.
Onde o esforço da sublimação?
Qual a cartilha de exercício de morigeração e eqüidade, em prol da paz de agora e da felicidade futura?
Silencia ansiedades.
Trabalha, luta afervorado, insistindo quando outros desistem.
A floração não precede a sementeira, nem o fruto antecipa a flor.
Realiza a tua parte, gentilmente, sem modelo próximo além de Jesus, a quem segues, e, se o tormento do passado chegar-te como espinho, pensa no futuro e, utilizando-te do presente, faze o melhor ao teu alcance, guardando a certeza de que o porvir te responderá conforme o construas desde agora.
JOANNA DE ÂNGELIS
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na sessão de 09/02/1972, no Centro Espírita “Caminho da Redenção”, em Salvador, Bahia.)
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 17:41
Sábado , 24 de Janeiro DE 2009

ANTE AS PAIXÕES

A paixão é reminiscência da natureza animal predominante no homem.
Leva-o a tormentos inimagináveis, escravizando-o e dilacerando-lhe os sentimentos mais nobres.
Irrompe, violenta, qual temporal imprevisto, devastando e consumindo tudo quanto se lhe antepõe ao avanço.
Desafiadora, ensandece e fulmina quem lhe padece a injunção, deixando sempre destroços, quer chegue ao ponto de destino ou seja interrompida a golpe de violência equivalente.
Ela é a alma dos desejos incontrolados, vestígio do instinto que a razão deve conduzir.
Nesse estágio de primarismo é o maior inimigo do homem, porque o asselvaja e domina.
Canalizada pela vontade disciplinada para objetivos elevados, transforma-se em força motriz que dá vida ao herói, resistência ao mártir, asas ao anjo, beleza ao artista e glória ao lutador.
*
Domina os teus sentidos mais grosseiros, corrigindo as más inclinações sob o comando da razão fixada em metas elevadas.
Transforma o fogo devorador que te consome em força que produza para o benefício geral.
Uma chispa descuidada ateia incêndio voraz, destruidor, enquanto as labaredas voluptuosas, sob controle, fundem e purificam os metais para fins úteis.
*
Considera a paixão de Alarico, o conquistador impiedoso, e a de Agostinho, o libertador, seu contemporâneo...
Recorda a paixão de Nero, o dominador arbitrário e a de Sêneca, seu mestre-escravo, a quem ele mandou matar.
A paixão de Herodes pelo trono e a de Jesus pela Verdade possuíam a mesma intensidade, somente que a canalização das suas forças era dirigida em sentidos opostos.
Divaldo Pereira Franco - Momentos de Meditação - Pelo Espírito Joanna de Ângelis
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 21:47
Sexta-feira , 16 de Janeiro DE 2009

JESUS E JUSTIÇA

Tem por objetivo a justiça reparar o dano causado e corrigir o infrator, tornando-o útil à sociedade na qual se encontra.
A justiça trabalha em favor da educação uti­lizando-se de métodos disciplinares, inclusive limitando a liberdade do delinqüente, a fim de poupá-lo, bem como a comunidade, de males mais graves.
O delito resulta do desrespeito aos códigos estabelecidos de leis que regem os povos, propiciando direitos e deveres iguais aos indivíduos.
Quando a justiça se corrompe, o homem tresvaria e o abuso da autoridade conduz aos extremos da sandice.
Em uma sociedade justa, todos desfrutam de oportunidades iguais de progresso, face a uma idêntica distribuição de rendas. Nela, o forte am­para o fraco, o sadio socorre o enfermo, o jovem ajuda o idoso, comportamento natural, decorren­te de uma consciência clara de dever, que estabe­lece a felicidade como conseqüência da solidariedade entre as diversas criaturas.
À medida que o homem desenvolve os senti­mentos e a inteligência se aprimora, as suas leis são mais brandas e a sua justiça mais eqüânime.
Nos povos primitivos, a “lei do mais forte” prevalecia, substituída, mais tarde, pela condi­ção absurda da hereditariedade, até alcançar os elevados princípios sóciodemo cráticos, nos quais, a responsabilidade pessoal tem prioridade na ação livre dos seus membros.
É longo, porém, ainda, o caminho a percor­rer, para que seja alcançado o respeito do homem pela vida, pelo próximo, pela natureza, pela jus­tiça sem arbitrariedade, sem punição.

*

Jesus fez-se paladino da justiça equânime.
Sua atitude para com as pessoas era sempre a mesma: de benevolência, com o objetivo da educação.
A Nicodemos, que era doutor da alta câma­ra do Sinédrio, concedeu uma entrevista, nada diferente daquela que facultou a Zaqueu, o co­brador de impostos, ou à convivência com Lázaro e suas irmãs, em Betânia, ou ao ladrão, na cruz, que Lhe buscara apoio.
Reconhecendo que os homens se diferen­ciam pelas suas conquistas intelectuais e mo­rais e que a hierarquia na qual se encontram é de aquisição pessoal e sem jactância ou privilé­gios, a todos proporcionava as mesmas condições e oportunidades, jamais se excedendo com qual­quer um deles.
À adúltera, ou à vendedora de ilusões, ou aos sacerdotes que o interrogaram, ou aos saduceus hábeis, ou aos fariseus hipócritas, sempre concedeu o mesmo tratamento.
Quando invectivou os que tentavam envol­vê-lo em ciladas sofistas, comprometedoras, usou de energia sem esquecer da compaixão, por sabê-los enfermos da alma, da qual procedem todos os fenômenos do comportamento.
Num período de arbitrariedades, foi magnâ­nimo; de abuso do poder, falou sobre a renúncia à arrogância, e fez-se humilde; de exploração, ensinou a generosidade e viveu-a.
Propõs que a nossa não fosse a “justiça dos fariseus” que. moralmente doentes, esfalfavam os fracos, exploravam as viúvas e as crianças, apro­veitando-se da situação.
E quando Pilatos, que iria lavar as mãos cul­padas pela pusilanimidade do caráter. Lhe dis­se que tinha poder e autoridade sobre Ele, redargüiu-lhe que estes lhe haviam sido concedidos, des­de que, por sua vez, ele também se encontrava sob uma condução maior. Porque o verdadeiro poder, a excelente justiça, vêm de Deus.

*

Emaranhado nos próprios erros e tropeçan­do nas malhas da incompleta justiça humana, reeduca-te.
Vítima das circunstâncias infelizes que te pesam, confia em Deus e aguarda.
Injustiçado e sob arbitrária cobrança, não te desesperes.
Paga agora o que esqueceste de regularizár ontem, certo de que a falência das leis terrenas não te exime de ser alcançado pela divina justiça.
Melhor que estejas sob reparação de com­promissos, dos quais não te recordas, do que gozando de liberdade física, mas carregando a consciência culpada que se esconde na ilusão.
A real justiça sempre encontra o infrator.
Por tua parte, sê justo, eqüânime para com todos, tomando como modelo de comportamen­to Jesus, que nunca se recusava.
Joanna de Angêlis
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 17:46
Sexta-feira , 26 de Dezembro DE 2008

ALMAS PROBLEMA

A pessoa-problema que renteia contigo, no processo evolutivo, não te é desconhecida. . .
O filhinho-dificuldade que te exige doação integral, não se encontra ao teu lado por primeira vez.
O ancião-renitente que te parece um pesadelo contínuo, exaurindo-te as forças, não é encontro fortuito na tua marcha. . .
O familiar de qualquer vinculação que te constitui provação, não é resultado do acaso que te leva a desfrutar da convivência dolorosa.
Todos eles provêm do teu passado espiritual.
Eles caíram, sim, e ainda se ressentem do tombo moral, estando, hoje, a resgatar injunção penosa. Mas, tu também.
Quando alguém cai, sempre há fatores preponderantes e outros predisponentes, que induzem e levam ao abismo.
Normalmente, oculto, o causador do infortúnio permanece desconhecido do mundo. Não, porém, da consciência, nem das Soberanas Leis.
Renascem em circunstâncias e tempos diferentes, todavia, volvem a encontrar-se, seja na consanguinidade, através da parentela corporal, ou mediante a espiritual, na grande família humana, tornando o caminho das reparações e compensações indispensáveis.
Não te rebeles contra o impositivo da dor, seja como se te apresente.
Aqui, é o companheiro que se transforma em áspero adversário; ali, é o filhinho rebelde, ora portador de enfermidade desgastante; acolá, é o familiar vitimado pela arteriosclerose tormentosa; mais adiante, é alguém dominado pela loucura, e que chegam à economia da tua vida depauperando os teus cofres de recursos múltiplos.
Surgem momentos em que desejas que eles partam da Terra, a fim de que repouses. . .
Horas soam em que um sentimento de surda animosidade contra eles te cicia o anelo de ver-te libertado . . .
Ledo engano!
Só há liberdade real, quando se resgata o débito.
Distância física não constitui impedimento psíquico.
Ausência material não expressa impossibilidade de intercâmbio.
O Espírito é a vida, e enquanto o amor não lene as dores e não lima as arestas das dificuldades, o problema prossegue inalterado.
Arrima-te ao amor e sofre com paciência. Suporta a alma-problema que se junge a ti e não depereças nos ideais de amparar e prosseguir. Ama, socorrendo.
Dia nascerá, luminoso, em que, superadas as sombras que impedem a clara visão da vida, compreenderás a grandeza do teu gesto e a felicidade da tua afeição a todos.
O problema toma a dimensão que lhe proporcionas.
Mas o amor, que "cobre a multidão dos pecados" voltado para o bem, resolve todos os problemas e dificuldades, fazendo que vibre, duradoura, a paz por que te afadigas.
Joana de Ângelis
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 21:37
Quinta-feira , 11 de Dezembro DE 2008

EM HOMENAGEM AO NASCIMENTO DA ÚLTIMA ENCARNAÇÃO DE JOANNA ANGÉLICA EM 11.12.1761


PERDOAR
Sim, deves perdoar! Perdoar e esquecer a ofensa que te colheu de surpresa, quase dilacerando a tua paz. Afinal, o teu opositor não desejou ferir-te realmente, e, se o fez com essa intenção, perdoa ainda, perdoa-o com maior dose de compaixão e amor.
Ele deve estar enfermo, credor, portanto, da misericórdia do perdão.
Ante a tua aflição, talvez ele sorria. A insanidade se apresenta em face múltipla e uma delas é a impiedade, outra o sarcasmo, podendo revestir-se de aspectos muito diversos.
Se ele agiu, cruciado pela ira, assacando as armas da calúnia e da agressão, foi vitimado por cilada infeliz da qual poderá sair desequilibrado ou comprometido organicamente. Possivelmente, não irá perceber esse problema, senão mais tarde.
Quando te ofendeu deliberadamente, conduzindo o teu nome e o teu caráter ao descrédito, em verdade se desacreditou ele mesmo.
Continuas o que és e não o que ele disse a teu respeito.
Conquanto justifique manter a animosidade contra tua pessoa, evitando a reaproximação, alimenta miasmas que lhe fazem mal e se abebera da alienação com indisfarçável presunção.
Perdoa, portanto, seja o que for e a quem for.
O perdão beneficia aquele que perdoa, por propiciar-lhe paz espiritual, equilíbrio emocional e lucidez mental.
* * *
Felizes são os que possuem a fortuna do perdão para a distender largamente, sem parcimônia.
O perdoado é alguém em débito; o que perdoou é espirito em lucro.
Se revidas o mal és igual ao ofensor; se perdoas, estás em melhor condição; mas se perdoas e amas aquele que te maltratou, avanças em marcha invejável pela rota do bem.
Todo agressor sofre em si mesmo. E um espírito envenenado, espargindo o tóxico que o vitima. Não desças a ele senão para o ajudar.
Há tanto tempo não experimentavas aflição ou problema - graças à fé clara e nobre que esflora em tua alma - que te desacostumaste ao convívio do sofrimento. Por isso, estás considerando em demasia o petardo com que te atingiram, valorizando a ferida que podes de imediato cicatrizar.
Pelo que se passa contigo, medita e compreenderás o que ocorre com ele, o teu ofensor.
O que te é Inusitado, nele é habitual.
Se não te permitires a ira ou a rebeldia - perdoarás!
* * *
A mão que, em afagando a tua, crava nela espinhos e urze que carrega, está ferida ou se ferirá simultaneamente. Não lhe retribuas a atitude, usando estiletes de violência para não aprofundares as lacerações.
O regato singelo, que tem o curso impedido por calhaus e os não pode afastar, contorna-os ou para, a fim de ultrapassá-los e seguir adiante.
A natureza violentada pela tormenta responde ao ultraje reverdescendo tudo e logo multiplicando flores e grãos.
E o pântano infeliz, na sua desolação, quando se adorna de luar, parece receber o perdão da pai-sagem e a benéfica esperança da oportunidade de ser drenado brevemente, transformando-se em jardim.
Que é o "Consolador", que hoje nos conforta e esclarece, conduzindo uma plêiade de Embaixadores dos Céus para a Terra, em missão de misericórdia e amor, senão o perdão de Deus aos nossos erros, por intercessão de Jesus?!
Perdoa, sim, e intercede ao Senhor por aquele que te ofende, olvidando todo o mal que ele supõe ter-te feito ou que supões que ele te fez, e, se o conseguires, ama-o, assim mesmo como ele é.
* * *
"Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes".Mateus: 18-22.
"A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for miseri-cordioso não poderá ser brando e pacifico. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas".O Evangelho Segundo O Espiritismo, Cap. X - Item 4.
* * *
Joanna de Ângelis

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:48

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